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PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

O NASCIMENTO DA “ERA DOS EXTREMOS”


ANTECEDENTES

Nacionalismos

A unificação da Itália e da Alemanha

A crise de 1873

O imperialismo
SIGNIFICADOS HISTÓRICOS DA GRANDE GUERRA

Industrialização, modernização capitalista e a guerra


total

Centralidade da dinâmica imperialista

O papel dos nacionalismos na política

Guerra e indústria cultural

Fim da Bela Época e quase 20 milhões de mortos


CONSEQUÊNCIAS DA GRANDE GUERRA

A Revolução Russa e os novos marcos da política


internacional
A Declaração Balfour e o Mandato Britânico na Palestina
O fim dos impérios multinacionais e novos significados do
nacionalismo
Declínio da hegemonia política e econômica das potências
européias
Movimentos antiimperialistas
Novas culturas urbanas
O surgimento da “nova mulher”
A crise econômica e o fim do liberalismo
FONTES HISTÓRICAS

Notas sobre o uso de filmes em sala de aula

Literatura (exemplo Erich Maria Remarque – Nada de


novo no front ocidental)

Cartas de soldados

Fotografias

Artes Plásticas
EUROPA ANTES DA I GUERRA
EUROPA APÓS I GUERRA
TRINCHEIRAS
MULHERES NAS FÁBRICAS
CARTAZES DE PROPAGANDA
CARTAZES DE PROPAGANDA
CARTAZES DE PROPAGANDA
NADA DE NOVO NO FRONT
 Estamos no outono. Dos veteranos, já não há muitos. Sou o último dos sete colegas de turma que
vieram para cá.
 Todos falam de paz e armistício. Todos esperam. Se for outra decepção, eles vão se desmoronar. As
esperanças são muito fortes; é impossível destruí-las sem uma reação brutal. Se não houver paz, então
haverá revolução.
 Tenho catorze dias de licença, porque engoli um pouco de gás. Num pequeno jardim, fico sentado o
dia inteiro ao sol. O armistício virá e breve, até eu já acredito agora. Então iremos para casa.
 Neste ponto meus pensamentos param e não vão mais adiante. O que me atrai e me arrasta são os
sentimentos. É a ânsia de viver, é a nostalgia da terra natal, é o sangue, é a embriaguez da salvação.
Mas não são objetivos.
 Se tivéssemos voltado em 1916, do nosso sofrimento e da força de nossa experiência poderíamos ter
desencadeado uma tempestade. Mas se voltarmos agora estaremos cansados, quebrados, deprimidos,
vazios, sem raízes e sem esperanças. Não conseguiremos mais achar o caminho.
 E as pessoas não nos compreenderão, pois antes da nossa cresceu uma geração que, sem dúvida,
passou estes anos aqui junto a nós, mas que já tinha um lar e uma profissão, e que agora voltará para
suas antigas colocações e esquecerá a guerra... e depois de nós crescerá uma geração semelhante à que
fomos em outros tempos, que nos será estranha e nos deixará de lado. Seremos inúteis até para nós
mesmos. Envelheceremos, alguns se adaptarão, outros simplesmente se resignarão e a maioria ficará
desorientada: os anos passarão e, por fim, pereceremos todos.
NADA DE NOVO NO FRONT

 Mas talvez tudo que penso seja apenas melancolia e desalento que desaparecerão quando estiver de
novo sob os choupos e ouvir novamente o murmúrio das suas folhas. É impossível que já não existam
a doçura que fazia nosso sangue se agitar, a incerteza, o futuro com suas mil faces, a melodia dos
sonhos e dos livros, os sussurros e os pressentimentos das mulheres. Tudo isso não pode ter
desaparecido nos bombardeios, no desespero e nos bordéis. Aqui as árvores brilham, alegres e
douradas, os frutos das sorveiras têm matizes avermelhados por entre a folhagem; as estradas correm
brancas para o horizonte, os rumores de paz fazem as cantinas zumbirem como colméias.
 Levanto-me.
 Estou muito tranqüilo. Que venham os meses e os anos, não conseguirão tirar mais nada de mim, não
podem me tirar mais nada. Estou tão só e sem esperança que posso enfrentá-los sem medo. A vida,
que me arrastou por todos estes anos, eu ainda a tenho nas mãos e nos olhos. Se a venci, não sei. Mas
enquanto existir dentro de mim - queira ou não esta força que em mim reside e que se chama eu -, ela
procurará seu próprio caminho.
 Tombou morto em outubro de 1918, num dia tão tranqüilo em toda a linha de frente que o
comunicado se limitou a uma frase: "Nada de novo no front".
 Caiu de bruços e ficou estendido, como se estivesse dormindo. Quando alguém o virou, viu-se que ele
não devia ter sofrido muito. Tinha no rosto uma expressão tão serena que quase parecia estar
satisfeito de ter terminado assim.
 REMARQUE, Erich Maria. Nada de novo no Front.

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