Você está na página 1de 68

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ

CURSO DE FISIOTERAPIA
DISCIPLINA: FISIOTERAPIA APLICADA À NEUROLOGIA

ESPINHA BÍFIDA

MIELOMENINGOCELE
DEFINIÇÃO

 Malformação congênita complexa do SNC.


 Falta de fusão dos arcos vertebrais posteriores.
 Extrusão do tecido nervoso por meio de defeito ósseo.
 Formando alteração no segmento vertebral.
CISTO

 Composto:

 Raízes nervosas
 Medula espinhal
 Meninges

 Preenchido pelo liquido cefalorraquidiano.


CLASSIFICAÇÃO

 Espinha bífida aberta:


 Defeito aparente ao nascimento

 Espinha bífida oculta:


 A manifestação é inaparente e não acompanha o significado
clínico ao nascimento.
MENOS FREQUENTES

 MENINGOCELE
 Falha na fusão do arco vertebral

 Não ocorre a extrusão do tecido nervoso para o cisto

 Preenchido apenas por líquor e meninges

 4% dos casos de espinha bífida aberta

 Ocorre em qualquer nível do canal medular sendo mais comum no nível


lombossacro.
 ESPINHA BÍFITA OCULTA:
 Não existe sinais externos de tumoração cística;
 Pequenos defeitos ósseos posteriores;
 Ao nível da lesão pode haver tufo piloso ou depressão cutânea.
ETIOLOGIA

 Causa desconhecida

 Fatores genéticos:
 Raça branca
 Casais com criança portadora

 Fatores nutricionais
 Uso de ácido fólico
 Complementação vitamínica
INCIDÊNCIA

 1:1000 nascidos
 Países anglo-saxônicos
 Meninas
QUADRO CLÍNICO

 Paraplegia flácida sensitiva e motora;


 Incontinência urinária e fecal;
 Baixo nível neurológico.
 HIDROCEFALIA: 80%, dilatação dos ventrículos cerebrais, aumento do líquor

 HIDROMIELIA: Aumento do líquor intramedular.

 SINDROME DA MEDULA PRESA: aderência da medula espinhal ou cauda


eqüina em cicatriz cirúrgica (hiperreflexia, babinski, espasticidade dos MMII,
clônus).
 BEXIGA NEUROGÊNICA:
 Alteração córtex central e plexo vesical.

 BEXIGA FLACIDA:
 Lesão ocorre no neurônio motor inferior.

 BEXIGA REFLEXA:
 A lesão ocorre acima do centro sacro de micção
ALTERAÇÕES
ORTOPÉDICAS
 Complexas e associadas a perda da propriocepção e
anestesia da pele.
 Escoliose
 Cifose
 Luxação uni ou bilateral de quadril
 Pé equino
 Artelhos em garra
Níveis de lesão neurológica

 Torácica: ausência de sensibilidade e musculatura ativa nos quadris e abaixo


deles.

 Lombar alto:pouca sensibilidade abaixo dos quadris e pouca força dos mm


flexores e adutores dos quadris ou extensora dos joelhos.

 Lombar baixo: presença da musculatura acima + flexores de joelho ou


dorsiflexores ou abdutores dos quadris.
 Sacral: musculatura já descrita + flexores plantares ou dos
artelhos com força extensora de quadril.
NÍVEL DA LESÃO E
DEAMBULAÇÃO
NÍVEL TORÁCICO PIOR PROGNÓSTICO, POUCOS
ULTRAPASSAM A
ADOLESCÊNCIA
DEAMBULANDO. Evitar
deformidades e proporcionar
ortostatismo.

LOMBAR ALTO PROGNÓSTICO REGULAR-BOM

LOMBAR BAIXO MUITO BOM Deformidades devem


ser tratadas

SACRAL MELHOR PROGNÓSTICO,


deformidades mais ao nível dos pés
FISIOTERAPIA

 Estimular o DNPM.
 Manter as articulações na posição anatômica.
 Fortalecer a musculatura preservada
 Orientar a família.
OBSERVAÇÕES

 Preocupar também com os MMSS.


 Iniciar treino de marcha em barras paralelas enfatizando
descarga de peso.
 Coordenação.
CONCLUSÃO

 Mesmo que a criança não tenha potencial para a marcha


deve-se trabalhar visando dar o máximo de independência.

 Embora a marcha seja o objetivo mais importante para


criança e para família ela não é o único objetivo da
reabilitação e nem pode ser trabalhada isoladamente.
Conceito Bobath
 Desenvolvido por Berta e Karel Bobath

 Teve início nos anos 1940


 Usado primeiramente em adultos hemiplégicos

 Posteriormente usado em crianças com PC


PRINCÍPIOS
BOBATH
 Padrão muscular mais próximo do normal;

 Abordagem de posturas de inibição;

 Suprimi padrões anormais antes que possam ser


introduzidos;
 Paciente recebe o máximo de informações
proprioceptivas e esteroceptivas;

 Tratamento individualizado;
TÉCNICAS
DE
MANUSEIO
Tapping
 Melhorar a função muscular através da regulação do tônus muscular

 Melhorar a função articular

 Melhorar o controle
postural
Tapping
 Tapping de inibição

 Tapping de Pressão
TÉCNICAS DE MANUSEIO
RELACIONA-SE:
 Facilitação

 Inibição

 Estimulação
EQUIPAMENTOS
UTILIZADOS
PONTOS-CHAVE DE CONTROLE

 Os pontos-chave de controle são, na maioria das vezes,


as articulações do paciente

 Evita-se estímulos nos ventres musculares

 O fisioterapeuta deve tocar o mínimo possível o paciente


e utilizar a palma das mãos para conduzir o ponto-chave
 Ponto-chave mais proximal a cabeça:

 Ponto-chave ao esterno:
 Ponto-chave ao ombro e cotovelo:

 Ponto-chave ao quadril:

 Ponto-chave ao punho:
Os objetivos do tratamento são
influenciados por : idade,
gravidade da condição do
paciente e motivação.
Objetivos da técnica

 Diminuir a espasticidade muscular

 Introduzir os movimentos automáticos e voluntários

 Facilitação do movimento

 Reorganização sensóriomotora para reabilitação do


paciente
TRATAMENTO BOBATH
EM CRIANÇAS
 Posturas funcionais para facilitar as AVD;

 Alinhamento biomecânico para normalização do tônus muscular;

 Exercícios (com bola suíça, rolo, banco, rampa e escada) para


favorecer a propriocepção, coordenação, equilíbrio e fortalecimento
muscular;
• Alongamentos passivos para prevenção de contraturas e
deformidades;

• Postura ortostática no estabilizador para prevenir osteoporose e sub-


luxação de quadril;

• Crioterapia para analgesia local ou lesões músculo-tendinosas para


efeito cicatrizante e anti-inflamatório;

• Aprimoramento da marcha independente para desviar, ultrapassar e


pular obstáculos, correr, jogar bola com os pés e com as mãos;
Redução da espasticidade
extensora Redução da espasticidade extensora
com a criança sentada com a criança em supino e
segurando-se pelos pés. segurando-se as mãos e os pés juntos.
Facilitação, pelo levantamento dos
ombros para a Extensão Protetora do
Braço
 A facilitação das reações posturais se torna muito
importante, por que toda atividade voluntária normal
Facilitação das Reações de
Retificação
 Reação cervical de retificação
“Nós não ensinamos movimento,
nós os tornamos possíveis...”

Berta Bobath
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ
CURSO DE FISIOTERAPIA
DISCIPLINA: FISIOTERAPIA APLICADA À NEUROLOGIA

SÍNDROME DE DOWN
 Langdon Down –1866
 Descobriu causa genética.
 Mongolóides.

 Lejeune e col. –1959.


 Descobriu a causa:
 Trissomia do 21.
O excesso de material genético proveniente do cromossomo 21 pode
ocorrer de três formas diferentes:

 Trissomia livre em todas as células do indivíduo (92% dos casos).

 Translocação cromossômica -t(14;21) -(3 a 4% dos casos).

 Trissomia livre em parte das células do indivíduo(Mosaicismo) -


(2 a 4% dos casos).
INCIDÊNCIA

 É o mais frequente dos erros genéticos.

 Independe de fatores raciais e sócio-econômicos.

 É a causa mais frequente de deficiência mental: 1/3 DM graves.

 1:700 nascimentos.
ETIOLOGIA

 Fatores de risco:
 •Idade materna.
 •Presença de abortos espontâneos anteriores.
 •Exposição a radiação.
 •Tendência familiar.
 •Filho com SD.

 •Não há evidências de que estas situações sejam diretamente


responsáveis pela SD
QUADRO CLÍNICO

Apresenta alterações: sistemanervoso, tecidoscutâneos, ósseo,

ligamentos, cardíaco, gastrintestinal e hematopoiético.


 Características do Recém-nascido
 •Hipotoniamuscular.
 •Hiporresponsividadeeapatia.
 •Reflexosprimitivosdiminuídos.
 •Hiperextensibilidadeligamentarearticular.
 •Baixopesoaonascimento.
 •Crâniopequeno(microcefalia)comregiãooccipitalachatada.
 •Faceredondacomperfilplano.
 Fendas palpebrais oblíquas dirigidas para cima(inclinação
mongólica) e presença de prega epicantal.

 Boca pequena com língua grande e protusa.

 Pescoço largo e curto, com excesso de pele na nuca.

 Hérnia umbilical.

 Membros curtos.
 Mantém as características faciais do RN.

 Apresenta atraso no DNPM(adquire a marcha entre o 18° e 36° mês de vida).

 Deficiência mental de leve a grave.

 Atraso na aquisição da linguagem.

 Estatura abaixo da média:

 Homens:1,54cm.

 Mulheres:1,45cm.

 Tendência ao besidade.

 Homens não são férteis.

 Mulheres com baixa fertilidade.


 Coração(40% dos pacientes)

 TGI(5%)-estenose de duodeno.

 Perda auditiva(80%).

 Deficiência visual(75%).

 Imunidade baixa.

 Convulsões presentes em 2% dos casos.

 Susceptibilidade a infecções respiratórias.

 Catarata congênita (3%).

 Hipotireoidismo(10%).

 Envelhecimento precoce.
 Presença de deficiência mental e dos seguintes sinais:
 1) Microcefalia.
 2) Fendas palpebrais oblíquas, com inclinação mongolóide e pregas epicantais.
 3) Língua protuberante e geográfica.
 4) Mãos curtas.
 5) Aumento do espaço entre o hálux e o segundo dedo do pé.
 6) Orelhas pequenas, de implantação baixa e malformadas.
 7) Palato ogival.
 8) Prega palmar transversa.
 9) Baixa estatura.

Seis ou mais sinais são suficientes para se fazer diagnóstico clínico com
segurança
DESENVOLVIMENTO
 Ritmo mais lento.
 Hipotonia generalizada
 DM.
TRATAMENTO

 Depende da idade e dos problemas individuais que cada paciente


apresentar.

 FISIOTERAPIA, fonoaudiologia, terapia ocupacional, dentre


outras têm grande importância para um bom desenvolvimento
desses indivíduos

Você também pode gostar