Muros de arrimo, ou muros de contenção, são estruturas utilizadas em
situações em que se deseja vencer um desnível sem a utilização de taludes, ou ainda em obras que necessitam de cortes em meio a um maciço de solo. As estruturas de contenção podem ser subdivididas basicamente em dois grupos: estruturas de contenção convencionais, como muros de gravidade, de flexão e gabiões, por exemplo, e ainda estruturas de contenção em solo reforçado. INTRODUÇÃO
As estruturas de contenção convencionais são estabilizadas
externamente, por meio de uma parede que se contrapõe aos esforços gerados pelo maciço de terra. Já as estruturas de solo reforçado utilizam um sistema de estabilização interna, utilizando reforços, geralmente sintéticos, que se estendem no interior do maciço além da cunha potencial de ruptura. NBR 9286/1986 – TERRA ARMADA
TERRA ARMADA: Sistema constituído pela associação do solo
de aterro com propriedades adequadas, armaduras(tiras-metálicas ou não) flexíveis, colocadas, em geral, horizontalmente em seu interior, à medida que o aterro vai sendo construído, e por uma pele ou paramento flexível externo fixado às armaduras, destinado a limitar o aterro. NBR 9286/1986 – TERRA ARMADA
ELEMENTOS CONSTRUTIVOS PRÉ-FABRICADOS: O processo terra
armada utiliza, além do material do aterro, elementos pré-fabricados, que são: armaduras, escamas( acabamento externo do maciço); e acessórios complementares. ARMADURAS:. São as armaduras, peças lineares que trabalham por atrito com o solo do aterro, sendo responsáveis pela maior parte da resistência interna à tração do maciço em terra armada ESCAMAS: Têm função estrutural no seu funcionamento, MURO DE CONTENÇÃO EM TERRA ARMADA
O conceito de reforçar os solos não é um conceito moderno. Têm sido
usadas inclusões desde os tempos pré-históricos para melhorar o solo, a ideia de muros de solos reforçados surgiu na década de 60 pelo engenheiro francês Henri Vidal que demonstrou, com ideias simples, que um solo granular com material resistente à tração, produz efeitos benéficos consideráveis, surgiu então o nome “terra armada” patenteado por Vidal. MURO DE CONTENÇÃO EM TERRA ARMADA
Os muros de terra armada são constituídos por três elementos
principais: os reforços, o solo do aterro e os painéis do paramento exterior também denominados de elementos de pele. Sendo também conhecida como solo armado ou reforçado, são estruturas de contenção flexíveis, do tipo gravidade, que associam aterro selecionado e compactado a elementos lineares de reforço que serão submetidos à tração e a elementos modulares pré- fabricados de revestimento. São normalmente usados em obras rodoviárias, ferroviárias, industriais e em outras aplicações de engenharia civil. MURO DE CONTENÇÃO EM TERRA ARMADA MURO DE CONTENÇÃO EM TERRA ARMADA As principais funções dos reforços de um maciço de terra armada são a mobilização por atrito de tensões tangenciais ao longo da sua superfície e a resistência aos esforços de tração. Os reforços devem responder a certos requisitos, tais como: Boa resistência a tração; Ruptura do tipo não frágil e pouca fluência; Apresentar uma baixa deformabilidade ás cargas de serviço; Ter um bom coeficiente de atrito com o solo; Serem flexíveis para que se possam adaptar às ondulações que se geram na superfícies dos aterros compactados onde vão assentar; Permitir uma fácil implementação, ter uma boa durabilidade e serem econômicos. TÉCNICA CONSTRUTIVA 1.De inicio coloca-se as escamas (painéis pré-moldados de revestimento): Devem ser instalados formando uma superfície vertical com o auxílio de tratores e guindastes; A primeira linha de placas é normalmente colocada sobre uma base de concreto, que serve como elemento de fundação para o parâmetro externo; A soleira deve ser apoiada em material resistente como, por exemplo, solo compactado, solo-cimento; Em princípio, a fundação da base das escamas de concreto e do aterro deve ser de mesma natureza a fim de se evitar recalques diferenciais e esforços de tração não previstos nas tiras metálicas; A colocação das escamas deve se desenvolver em linhas horizontais sucessivas, sendo o aterro executado juntamente com a elevação das escamas. TÉCNICA CONSTRUTIVA 2.Depois é fixada uma camada de armaduras: Devem ser colocadas perpendicularmente às escamas, salvo a indicação explícita em contrário, no projeto; São fixados às escamas por parafusos. 3.Espalhamento e compactação das camadas de aterro selecionado sobre as armaduras: A compactação das diversas camadas deve seguir a NBR 7182- “Solo – Ensaio e compactação” e deve obedecer as especificações de projeto; Não deve danificar ou deslocar da posição original as armaduras ou escamas; Nas proximidades do paramento a vibração deve ser lenta e cuidadosa. VANTAGENS As grandes vantagens do emprego dos muros de terra armada segundo Silva (2012) são: 1. Agilidade na execução: Fácil montagem, reduzindo custos e transtornos; 2. Tecnicamente viáveis para alturas acima de 25 metros; 3. Não necessita de mão-de-obra especializada; 4. Relação custo/benefício elevado; 5. Não necessita de grandes equipamentos; 6. Simplicidade no tratamento estético do paramento; 7. Requerem menos espaço a montante da estrutura para operações de construção; 8. Flexibilidade do paramento, permitindo fundações compressíveis e tolerando assentamentos diferenciais; 9. São rentáveis. DESVANTAGENS Silva (2012) explica que essa técnica possui desvantagens e limitadores de execução, tais como: 1. Exige um espaço grande atrás da estrutura para obter a largura da parede suficiente para garantir a estabilidade interna e externa; 2. Necessita de preenchimento granular selecionado (o custo com um aterro de qualidade pode tornar o sistema não econômico); 3. Requerem projetos adequados para impedir a corrosão dos elementos de reforço e deterioração de certos tipos de elementos de revestimento; 4. Os solos reforçados não devem ser aplicados quando há a necessidade de escavações na base, quando a armadura estiver em contato com águas contaminadas e quando estiver previsto obras de drenagem no solo reforçado.