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FISIOLOGIA DO

MÚSCULO
CARDÍACO
Luciane Marta Neiva de Oliveira
Características das fibras musculares cardíacas
◦ Menores que as fibras musculares esqueléticas e possuem apenas um único
núcleo.

◦ Apresenta discos intercalares → membranas celulares que separam as células


miocárdicas umas das outras → junções comunicantes (GAP) → passagem livre
dos íons → propagação do potencial de ação facilmente entre as células.
◦ O Ca++ presente no reticulo sarcoplasmático é insuficiente, de modo que o CA++
também se funde do LEC e passam diretamente pelos túbulos T por canais
dependentes de voltagem.

◦ Quant. De mitocôndrias maior devido ao maior consumo de O2.


Miocárdio como um sincício
◦ Apresenta discos intercalares → membranas
celulares que separam as células
miocárdicas umas das outras → junções
comunicantes (GAP) → passagem livre dos
íons → propagação do potencial de ação
facilmente entre as células.

◦ Sincício → células cardíacas interconectadas


→ quando uma é excitada o potencial se
espalha a todas → sincício atrial e ventricular
→ permite que os átrios se contraiam um
pouco antes que os ventrículo.
Nodo sinoatrial e fibras de
purkinje
◦ A célula muscular cardíaca é auto-excitável.

◦ A despolarização inicia no nodo sinoatrial (no AS) → as células auto-excitáveis no


atrio direito que servem como o principal marca-passo do coração determinando a
frequência cardíaca.

◦ A onda de despolarização propaga-se rapidamente por um sistema especializado


constituído de fibras auto-excitáveis não contráteis.

◦ No sinoatrial → vias internodais → no atrioventricular (no AV), um grupo de


células auto-excitaveis perto do assoalho do átrio direito.
Nodo sinoatrial e fibras de
purkinje
◦Do no AV, a despolarização move-se para os ventrículos pelas fibras de Purkinje.

◦Fibras de Purkinje → células de condução especializada dos ventrículos → transmitem


os sinais elétricos muito rapidamente para baixo pelo fascículo atrioventricular, ou feixe
AV, tambem chamado de feixe de His (“hiss”), no septo ventricular.

◦Percorrido um curto caminho no septo, o fascículo se divide em ramos esquerdo e direito.


Esses ramos vão para o ápice do coração, onde se dividem em pequenas fibras de
Purkinje → espalham lateralmente entre as células contrateis.
Potenciais de ação do músculo cardíaco
◦ O potencial de ação na fibra cardíaca é bem mais demorado que na fibra muscular esquelética
→ vai de -85mv a +20mv → PLATÔ.

- Platô se deve a:
1. Abertura dos canais de Na+ (rápidos) e Ca++(canais lentos).
2. Permeabilidade da membranaaos aos íons potássio diminui → resultado do influxo
excessivo de cálcio pelos canais de cálcio-sódio → diminui a saída dos íons potássio com
carga positiva durante o platô do potencial de ação e, assim, impede o retorno rápido do
potencial de ação para seu nível basal. "Quando os canais de cálcio-sódio lentos se fecham,
ao final de 0,2 a 0,3 segundos, e cessa o influxo de cálcio e sódio, a permeabilidade da
membrana aos íons potássio aumenta rapidamente → retorno imediato do potencial de
membrana
FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO DO
MÚSCULO CARDÍACO

◦ O potencial de ação varia um pouco entre as fibras auto-excitáveis e fibras


contráteis do miocárdio.

◦ Tanto no miocárdio auto-excitável quanto no contrátil, o Ca++ desempenha um


papel importante no potencial de ação, em contraste com os potenciais de
ação do músculo esquelético e dos neurônios.
◦ A fase de despolarização rápida do potencial de ação e resultado da entrada
de Na+, e a fase de repolarização rápida á devido a saída de K+ da célula,
semelhante á musculatura esquelética.

◦ A principal diferença entre o potencial de ação das células miocárdicas


contráteis daqueles das fibras musculares esqueléticas e dos neurônios é que
as células miocárdicas têm um potencial de ação mais longo, devido à entrada
de Ca++.
◦ Fases do PA mais longo (contráteis):

Fase 4: potencial de membrana em repouso → As células miocárdicas contráteis tem um potencial de


repouso estável de aproximadamente - 90 mV.

Fase 0: despolarização → Quando a onda de despolarização entra na célula contrátil através das
junções comunicantes, o potencial de membrana torna-se mais positivo. Os canais de Na dependentes
de voltagem se abrem, permitindo que a entrada de Na despolarize rapidamente a célula. O potencial de
membrana atinge cerca de +20 mV antes de os canais de Na+ se fecharem.

Fase 1: repolarização inicial → Quando os canais de Na+ se fecham, a célula começa a repolarizar à
medida que o K+ deixa a célula pelos canais de K abertos.
Fase 2: o platô → O potencial de ação se achata e forma um platô resultante da combinação do influxo
de Ca++ com a diminuição do efluxo de K+.

Fase 3: repolarização rápida → O plato termina quando os canais de Ca++ se fecham e a


permeabilidade ao K aumenta mais uma vez.

◦ O influxo de Ca++ durante a fase 2 prolonga a duração total do potencial de ação do miocárdio. Um
potencial de ação típico em um neurônio ou fibra muscular esquelética dura entre 1 e 5 ms. Em uma
célula miocárdica contrátil, o potencial de ação dura geralmente 200 ms ou mais.
CICLO
CARDÍACO
Definição
◦ Conjunto de eventos cardíacos que ocorrem entre o início de um batimento e
o início do batimento seguinte ► abrange uma sístole (contração) e uma
diástole (relaxamento).

◦ Geração do potencial de ação no nodo sinoatrial ► difunde-se para os átrios


► feixe átrio ventricular para os ventrículos ► retardo de 0,1 seg na
condução entre os átrios e ventrículos.

Átrios ► bomba de escorva ► permite a passagem de 75 a 80% do sangue


livremente para os ventrículos ► apenas 20% é bombeado durante a
contração atrial.
Efeito da frequência cardíaca na duração do ciclo
◦ Frequência cardíaca normal ► 72 bpm ► 72 ciclos cardíacos por min ► cada
batimento dura 0,0139 minutos ou 0,833 seg.

◦ Aumentanto-se a frequência cardíaca ► reduz-se o ciclo cardíaco reduz-se o


potencial de ação.

◦ A sístole dura 0,4 seg em uma frequência normal ► ↑ a frequência cardíaca


em 3x mais ► duração da sístole vai para 0,65.

◦ Reduz-se a diástole ► menor tempo de relaxamento do coração ► não há o


enchimento completo das câmaras cardíacas.
Relação entre eletrocardiograma e ciclo cardíaco

◦ Eletrocardiograma ► mede as voltagens elétricas geradas pelo coração ►


atividade elétrica cardíaca ► potencial de ação cardíaco.
Onda P ► despolarização dos átrios seguida pela contração
atrial.

Ondas QRS ► despolarização elétrica dos ventrículos que


precede a contração ventricular.

Onda T ► repolarização ventricular ► quando as fibras


começam a relaxar ► pouco antes do final da contração
ventricular.
Função do ventrículo como bomba
- Enchimento dos ventrículos
Após a sístole as pressões ventriculares caem e a
pressão mais elevada dos átrios forçam a abertura das
válvulas atrioventriculares.

A rápida entrada de sangue no primeiro terço da


diástole é chamada de período de enchimento
rápido.

No segundo terço o sangue continua a fluir dos átrios


bomba de escorva.

Terceiro terço enchimento dos 20% adicionais pela


contração atrial.
Função do ventrículo como bomba

- Esvaziamento dos ventrículos

1. Período de contração isovolumétrica


 Há um aumento da pressão dentro do ventrículo no início da contração que
força o fechamento das válvulas A-V mas não é suficiente para forças a
abertura das semilunares.

Após 0,02 a 0,03 segundos a pressão ►força a abertura das válvulas


semilunares.

 ventrículos se contraem porém não há esvaziamento ► contração isométrica


ou isovolumétrica ► desenvolve tensão porém, não encurta.
2. Período de ejeção

Quando a pressão nos ventrículos chega um pouco acima de 80mmHg no VE


e 8mmHg no VD ►força a abertura das válvulas semilunares ► inicia o
esvaziamento.

Período de ejeção rápida ► saída de 70% de sangue no primeiro terço do


esvaziamento.

Período de ejeção lenta ► saída de 30% de sangue nos dois últimos terços.
3. Período de relaxamento isovolumétrico ou isométrico

As pressões ventriculares caem rapidamente no final da sístole e as altas


pressões das artérias distendidas forçam o fechamento das semilunares.

Mesmo sem alteração do volume os ventrículos continuam a relaxar


relaxamento isovolumétrico.
Funcionamento das válvulas
◦ Músculos papilares são ligados aos folhetos
das válvulas A-V ► contraem-se ao mesmo
tempo que as paredes dos ventrículo ►
puxam as valvas em direção aos ventrículos
impedindo o abaulamento excessivo durante a
contração.

◦ A ruptura da cordoalha tendinosa ou paralisia


muscular ► mal funcionamento das válvulas e
insuficiência cardíaca grave.

◦ As válvulas aórtica e pulmonar possuem


menores aberturas, velocidade de ejeção
maior e fechamento repentino ► sujeito a
abrasões mecânicas, apesar do reforço do
tecido fibroso.
MECANISMO DE FRANK-STARLING
O mecanismo de
Frank-Starling
Quando uma
afirma que quanto
Capacidade quantidade
mais o miocárdio
intrínseca do adicional de sangue
for distendido
chega aos
coração de se durante o
ventrículos, o
adaptar a enchimento, maior
músculo cardíaco é
volumes será a força da
mais distendido.
contração e maior
crescentes de Essa distensão, por
será a quantidade
afluxo sanguíneo de sangue
sua vez, leva o
é conhecida músculo a se
bombeada para a
como contrair com força
aorta, ou seja,
aumentada ►
mecanismo dentro dos limites
superposição ideal
cardíaco de fisiológicos, o
dos filamentos de
Frank-Starling. coração bombeia
actina e miosina ►
todo o sangue que
gerando mais força.
a ele retorna pelas
veias.
- A eficácia do bombeamento cardíaco é também
controlada pelos nervos simpáticos e
parassimpáticos (vagos) que inervam de forma
CONTROLE DO abundante o coração.
CORAÇÃO PELA Para determinados níveis de pressão atrial, a
INERVAÇÃO quantidade de sangue bombeada a cada minuto
(débito cardíaco) com frequência pode ser
SIMPÁTICA E aumentada por mais de 100% pelo estímulo
PARASSIMPÁTIC simpático.

A O débito cardíaco pode ser diminuído até zero,


ou quase zero, por estímulo vagal
(parassimpático) além da redução da força de
contração.
A abertura das válvulas é mais sutil não produzindo
som.

O fechamento devido a variação abrupta de pressão


provoca vibração dos folhetos e do líquido que
RELAÇÃO ENTRE banham as válvulas produzindo sons que podem ser
OS SONS E O ouvidos através da ausculta cardíaca. São chamados
BOMBEAMENTO de bulhas.
CARDÍACO:
BULHAS
CARDÍACAS. Primeira bulha cardíaca: produzida pelo
fechamento das válvulas A-V no início da sístole.

Segunda bulha cardíaca: produzida pelo


fechamento das válvulas semilunares no final da
sístole e início da diástole.

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