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Conduzindo Brotação em Eucaliptos

DPL – Florestal
Sequestro de Carbono Auto-sustentável
Amarildo Lacerda

Dezembro/2012
Objetivo

Atualizar a literatura científica disponível aplicada a
condução de brotações de eucaliptos (conhecido
também como talhadia);

Visa a obtenção de madeira para energia (carvão,
caldeiras...);

Desafios: O diâmetro da madeira esta ligado a
competição, sombreamento e nutrição da floresta.
Maior espaçamento eleva o diâmetro; redução do
número de brotos reduz a competição e
sombreamento; Número reduzido de brotos eleva a
mortalidade na próxima rotação; Número maior de
brotos (ou menor espaçamento) reduz o diâmetro e
requer mais capacidade nutricional da planta;
Planejamento
 A capacidade de brotação do Eucalipto está
ligado ao potencial genético da espécie e as
condições do ambiente;
 A época em que é realizado o corte interfere
no resultado final; Há dificuldade de brotação
em períodos com temperaturas muito baixas,
ausência de chuvas, insolação excessiva;
 Evitar o corte em períodos secos e geadas
fortes que podem provocar o desprendimento
das cascas dos tocos;
1. Atividades pré-colheita
 30 a 40 dias antes de iniciar a colheita, iniciar
o combate a formiga cortadeira;
 Após 20 a 30 dias de combate a formiga,
entrar com roçadeira para retirar o mato mais
alto;
 Preparar os pontos de recuperação de plantas
fracas ou que não vingaram no plantio
anterior; Preparar adubação, covas... nos
espaços a serem recuperados;
 Preparar mudas de porte e desenvolvimento
que pemita acompanhar os brotos (1277);
2. Colheita - Organização
 Organizar as áreas a serem colhidas em
talhões adequados a completar corte e
carregamento nos primeiros 30 a 45 dias para
não haver danos aos tocos;
 Trabalhar com motoserra sempre bem afiada
para não danificar os tocos; tocos com casca
deficiente ou corte lascado/mascado tendem a
apresentarem maior mortalidade na brotação;
 Planejar o baldeio de forma a não danificar os
tocos;
2. Colheita – Corte das Árvores

Cortar as árvores a altura de 10 a 15 cm da
base; Árvores com corte inferior a 10 cm ou
superior a 20 cm apresentam dificuldade de
brotação ou brotação em excesso; Cortes abaixo
de 10 cm reduz o número de brotos enquanto
que os superiores a 20 cm tendem a apresentar
número excessivo de brotos a serem
alimentados pelo sistema radicular ou maior
quantidade de brotos que saem do centro do
tronco são mais frágeis na vida adulta;
 Aplicar corte levemente inclinado para evitar
acumulo de umidade no toco; A umidade
favorece o desenvolvimento de fungos;
3. limpeza da área de brotação

 Concluído corte e carregamento, aplicar


limpeza na área para manter os tocos livres
de sujeiras ou galhos; Tocos que
apresentam galhadas ou estejam encobertos
tendem a não produzirem boa brotação;
 Retirar todo material de trabalho utilizado da
área de plantio; descarte de material sem
utilidade deve ser feito em local adequado e
não mantido na área de produção;
 As cepas, para rebrotarem satisfatoriamente,
necessitam de água, luz e aeração
adequadas;

Os resíduos não devem ser depositados
sobre os tocos para não abafálos ou impedir a
brotação;
4. Plantio de Recuperação
 O diâmetro dos tocos é um fator que influência na
rebrota. Diâmetro elevado ou muito pequeno
apresenta maior mortalidade ou não rebrota. Em
um plano de recuperação, os tocos de baixo
diâmetro devem ser substiuídos por plantas novas;
 As falhas nas árvores do plantio anterior deve ser
substituídas por uma nova muda;
 Estudos em plantios de recuperação mostram
viabilidade quando as falhas não forem superiores
a 50% das plantas; (em falhas superiores a 50%
deve-se aplicar replantio completo da área);
Causas de mortalidade dos brotos

Falhas do plantio original causados por tratamento
inadequado de formigas, material genético deficiente
ou não uniforme, ocorrência de pragas...

Danos causados na casca dos tocos eliminam as
gemas potenciais para a formação dos brotos;

A menor capacidade da espécie plantada em gerar
novos brotos;

Cobertura dos tocos por galhadas ou lenhas finas
(serragem);

Ataque de formigas ou pragas;

Baldeio de madeira em meio aos brotos;

Número de rotações da cultura;
Campactação do Solo

 Áreas sem compactação do solo apresentam


melhores condições de rebrotação;
 Solos mais argilosos tendem a ocorrer maior
compactação do solo;
 Movimentação constante de máquinas sobre a
área de plantio, contribui para a compactação;
5. Seleção dos brotos
 Um grande número e brotos exige maior
capacidade da planta em obter nutrientes para
alimentá-los;
 Reduzir os brotos para uma média de 2 brotos por
cepa, procurando manter 1 de cada lado do toco e
evitar que os 2 brotos fiquem do mesmo lado, para
melhorar o equilíbrio do tronco;
 Pode-se escolher 3 brotos em uma planta quando
ocorrer falha em seu vizinho ou seu vizinho possuir
somente 1 broto;
Escolher os mais fortes
 Os brotos que estão mais próximo a base do
toco se apresentam mais retos e vigorosos e
devem ter preferência na escolha;
 Os brotos superiores ao toco necessitam de
formação do calo para se fixar
adequadamente ao tronco, o que os tornão
mais frágeis a sustenção na fase adulta;
 Os brotos das bordas possuem maior
possibilidade de degarramento do tronco
quando de ocorrências de ventos fortes;
Época da desbrota
 Para obtenção de brotos mais retos, vigorosos e
de maior volume a desbrota deve ser feita na
idade de 12 a 18 meses. Nesta fase, já é possível
a seleção dos melhores brotos a serem mantidos
na floresta;
 Evitar períodos de geadas ou de ventos fortes;
 Realizar a desbrota com cuidado para não
descolar a casca dos tocos; evita a contaminação
por fungos e morte dos mesmos;
 A casca é a via que provê o transporte de
alimentação para a planta; Perder a casca é
perder o meio de nutrição da planta;
Descisão sobre a idade de desbrota

 Desbrotas em árvores de idade superior (18


meses) tendem a gerar um volume maior de
rebrota na base dos brotos retirados;
 Há registros de rebrotas que possam exigir
novas desbrotas na sequência para garantir o
número de brotos as serem conduzidos na
floresta;
 Desbrotas com idade inferior a 9 meses não
permiteem escolha adequada dos melhores
brotos a serem mantidos na floresta;
Produtividade x Idade da Floresta
 Quanto maior a quantidade de brotos em um
tronco, menor será o diâmetro das árvores na fase
adulta;
 A manutenção de 1 único broto, reduzirá a rebrota
na fase seguinte por diminuir a capacidade da
planta em gerar novos brotos;
 Árvores com idade superior a 7 anos possuem
maior dificuldade em gerar rebrotas;
 Maior número de brotos geram diâmetros menores,
mas provê a planta de maior capacidade de rebrota
na próxima colheita;
Condução de Florestas Jovens
 Cortes realizados em plantas de até 9 meses
mostraram capazes de acompanhar plantas
não cortadas; Indica condição de recuperação
quando afetadas por pragas ou queimadas
aplicando-se o corte visando a rebrota;
 Já plantas com idade superior a 12 meses
apresentam atraso em relação as não
cortadas em uma mesma floresta; Indica
avaliação para replantio da floresta em caso
de perda da sua capacidade de produção;
Adubação de Rebrota
 Estudos indicam que a adubação da rebrota
melhora o sistema radicular da planta
favorecendo o crescimento precoce e rápido
das brotações.
 As recomendações cientificas indicam
adubações em terrenos de cerrados e
arenosos;

Em terrenos com maior teor de argila de boa
fertilidade, a adubação contribui menos se
comparado a terrenos de baixa fertilidade ou
arenosos; podem não obter ganhos
econômicos;
6. Manutenção da Floresta

 Anualmente, antes da ocorrência de revoada,


deve aplicar tratamento à formigas na área
plantada para reduzir a incidência e perdas na
floresta;
 Manter o mato baixo melhora a circulação do
ar dentro da floresta e diminiu a umidade que
favorece ao desenvolvimento de doenças;
 Vem crescendo as recomendações para
adubação de 1 ano e 2 anos de plantios em
florestas novas;
Desbastes

 O desbaste da floresta (redução do número de


árvores) vem sendo recomendado somente
para os casos que se destina madeira para
serraria;
 O desbaste tende a reduzir a brotação em
função da competição e sombreamente,
levando invariavelmente a morte do broto;
reduzindo a viabilidade de condução de
brotação;
Viabilidade econômica da brotação

 O uso de rebrotação é viável quando a


brotação for superior a 70% das árvores
originais adultas;
 A decisão pelo replantio da área total é viável
quando há perda superior a 20% da brotação
em relação a floresta original adulta;
Fontes:
 Embrapa – Florestas (documento 104);
 Decepa de plantas jovens de eucalipto e
manejo de brotações em um sistema
agroflorestal (Universidade Federal de Viçosa-
2008);
 Análise Econômica da Reforma e da Talhadia
(Isabel Carolina de Lima Guedes – 2011);

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