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Jurisdição - manifestação do poder estatal e, para

bem administrá-la, faz-se necessário dividi-la em


órgãos.
CPC, Art. 16.  A jurisdição civil é exercida pelos juízes
e pelos tribunais em todo o território nacional,
conforme as disposições deste Código.
Competência – resultado de critérios para dividir
entre vários órgãos as atribuições relativas ao
desempenho da jurisdição.
Âmbito dentro do qual o juiz pode exercer a
jurisdição.
É a medida da jurisdição (quantidade de jurisdição
cujo exercício é atribuído a cada órgão ou grupo de
órgãos) (LIEBMAN).
Limitação do exercício legítimo de jurisdição
(GRECO FILHO).
Objetivos das regras de competência: organização de
tarefas e racionalização do trabalho.
Distribuição – CF, CE, lei (CPC), regimentos internos,
atos negociais (foro de eleição).
CPC, Art. 42.  As causas cíveis serão processadas e
decididas pelo juiz nos limites de sua competência,
ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei.
CPC, Art 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela
Constituição Federal, a competência é determinada
pelas normas previstas neste Código ou em legislação
especial, pelas normas de organização judiciária e,
ainda, no que couber, pelas constituições dos Estados.
CF – Poder Judiciário Federal (STF, STJ, JF,
Militar, Eleitoral e Trabalho). JE - competência
residual.
Princípio da Kompetenz-Kompetenz –
competência sobre competência - o juiz é sempre
o juiz da sua competência por mais incompetente
que seja – competência mínima.
Perpetuação da jurisdição – perpetuatio jurisdictionis
– determina em concreto qual o juízo competente
para a causa.
CPC, Art. 43. Determina-se a competência no
momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado
de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.
– registro e distribuição – momento de estabilidade
do processo/ perpetua-se a competência do juízo.
CPC, Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a
registro, devendo ser distribuídos onde houver
mais de um juiz.
Questões de fato e de direito não alteram a
competência firmada. Ex: mudança de domicílio
do réu ou ampliação da competência dos órgãos.
Exceções – supressão de órgão judiciário ou
alteração superveniente de competência absoluta
(matéria, função e da pessoa). Ex: EC nº 45 –
competência da Justiçado Trabalho.
Obs: Criação de nova comarca/subseção judiciária
– só redistribui se alterar a competência absoluta.
STF (Info 783, HC117871/MG e HC 117832/MG) e STJ
(Resp 1.373.132/PB).
TRF-1 CC nº 00379326120174010000
0037932-61.2017.4.01.0000
PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE
COMPETÊNCIA. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
AJUIZAMENTO ANTERIOR À INSTALAÇÃO DE NOVO JUÍZO.
PROVIMENTO COGER Nº 52/2010. APLICAÇÃO, POR
ANALOGIA, DO ART. 2º DA LEI 7.347/85. COMPETENCIA DE
CARÁTER FUNCIONAL. COMPETÊNCIA DO JUÍZO
SUSCITANTE. 1. Conflito negativo de competência suscitado
pelo Juízo Federal da Vara Única da Subseção Judiciária de
Bacabal/MA em face do Juízo Federal da 6ª Vara da Seção
Judiciária do Maranhão, que se declarou incompetente para
o processamento e julgamento de ação civil pública que visa
a apuração de atos de improbidade administrativa,
ocorridos no Município de Vitorino Freire/MA, que passou a
ser abrangido pela jurisdição da Subseção Judiciária de
Bacabal/MA (Portaria/PRESI/CENAG nº 439/2010).
2. A ação de improbidade administrativa foi ajuizada no
ano de 2008 perante o juízo da 6ª Vara da Seção
Judiciária do Maranhão, que declinou da competência
em favor da Subseção Judiciária de Bacabal, com base
no Provimento COGER nº 52, de 19/08/2010, que
regulamenta a distribuição/redistribuição dos
processos decorrentes da criação de varas federais. 3.
Esta Segunda Seção recentemente firmou
entendimento de que, na ausência de norma específica
na Lei nº 8.429/92, nas ações de improbidade aplica-se o
que disposto no art. 2º da Lei nº 7.347/85.4.
"Por se tratar o caso especificamente de ação civil
pública por ato de improbidade administrativa,
estabelece o art. 2º da Lei 7.347/85, que disciplina a
ação civil pública, que 'as ações previstas nesta Lei
serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar
e julgar a causa'. Portanto a competência é de
natureza absoluta." (CC 0048196-74.2016.4.01.0000/MG,
Rel. Desembargadora Federal Monica Sifuentes, Rel.
Conv. Juiz Federal Guilherme Mendonça Doehler
(Conv.), Segunda Seção, e-DJF1 de 24/02/2017).
5. Conflito de competência conhecido para declarar a
competência do Juízo Federal da Subseção Judiciária
de Bacabal/MA, o suscitante.
Competência - classificação:
- de foro – territorial – foro - local aonde se
exerce as funções jurisdicionais. Em um mesmo
foro podem haver vários juízes com mesma
atribuição ou diversas. Regulada pelo CPC.
- do juízo – Matéria pertinente às leis de
organização judiciária (vara, cartório, unidade
administrativa). Primeiro verifica-se o foro,
depois a competência do juízo.
-originária - atribuída ao órgão jurisdicional para
conhecer a causa em primeiro lugar. Pode ser
atribuída a juiz ou tribunal.
-derivada/recursal – destinada ao órgão que irá rever
decisão já proferida. Normalmente tribunais.
Obs: Lei nº 6.830/80 – Art. 34 – Das sentenças de
primeira instância proferidas em execuções de valor
igual ou inferior a 50 (cinquenta) Obrigações
Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se
admitirão embargos infringentes e de declaração.
§ 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias,
serão os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20
(vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença.
Obs: Compêtencias originária e derivada são
funcionais e absolutas.
ORTN – STJ – 50 ORTN = valor de R$ 328,27,
corrigido pelo IPCA-E a partir de janeiro de 2001
(quando extinta a UFIR), observada a data da
propositura da Execução Fiscal para a verificação
de qual seria o valor de alçada que possibilitaria a
interposição ou não do recurso de apelação.
STJ – REsp 607.930/DF e REsp 761.319/RS.
- Absoluta e Relativa:
Competência absoluta – interesse público Competência relativa – interesse privado

Alegada a qualquer tempo, por qualquer Pelo réu na contestação (pena de preclusão e
das partes, inclusive de ofício – 64, CPC. prorrogação da competência). Juiz não
Preliminar de contestação. conhece de ofício. MP pode alegar- 65,
pu,CPC.

Defeito grave – cabível rescisória – art. Defeito sanável.


966, II, CPC.
Não alterável pela vontade das partes. Partes podem alterar (foro de eleição ou não
alegando a incompetência).
Matéria, pessoa e funcional. Alguns casos: Territorial, em regra é relativa. Valor da causa
valor da causa e territorial. quando aquém do valor legal.
Mudança superveniente de competência Mudança superveniente de competência é
absoluta há deslocamento da causa, irrelevante para o processo. Mantem-se a
exceto se há perpetuação da jurisdição perpetuação.
(causa já julgada).

Competência absoluta não pode ser Competência relativa pode ser alterada por
alterada por conexão e continência. conexão e continência.
CPC, Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa,
será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em
qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz
decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os
autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário,
conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo
juízo incompetente até que outra seja proferida, se for
o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu
não alegar a incompetência em preliminar de
contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser
alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar.
Competência internacional – delimitar o espaço
em que deve atuar a jurisdição nacional, na
medida em que o Estado possa fazer cumprir
soberanamente suas sentenças. Arts 21 a 24, CPC.
Competência internacional concorrente e
Competência internacional exclusiva .
a) Competência internacional concorrente ou
cumulativa – 21 e 22, CPC – causas que também podem
ser julgadas pela justiça estrangeira.
CPC, Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira
processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver
domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado
no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I,
considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária
brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou
propriedade de bens, recebimento de renda ou
obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o
consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se
submeterem à jurisdição nacional.
Obs: Sentença estrangeira será eficaz após
homologação pelo STJ – art. 936,CPC.
b) Competência internacional exclusiva –neste caso
sentença estrangeira não produz qualquer efeito no
brasil e não há possibilidade de homologação.
CPC, Art. 23.  Compete à autoridade judiciária
brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no
Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à
confirmação de testamento particular e ao inventário
e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira
ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de
união estável, proceder à partilha de bens situados no
Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional.
Obs: Competência concorrente e litispendência –
preferência da jurisdição brasileira.
CPC, Art. 24.  A ação proposta perante tribunal
estrangeiro não induz litispendência e não obsta a
que a autoridade judiciária brasileira conheça da
mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas
as disposições em contrário de tratados
internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único.  A pendência de causa perante a
jurisdição brasileira não impede a homologação de
sentença judicial estrangeira quando exigida para
produzir efeitos no Brasil.
Critérios para a distribuição de competência –
objetivo, funcional e territorial.
- objetivo – em razão da matéria, pessoa e valor
da causa. Considera a demanda proposta para a
distribuição da competência – partes, causa de
pedir e pedido.
= pessoa – ratione personae – Ex: Vara da Fazenda
Pública, MS em face de ato do PR – STF (art. 102, I,
d, CF) – competência absoluta.
= matéria – causa de pedir, natureza da relação
jurídica. Família, Cível, Penal, etc – competência
absoluta.
= valor da causa – pedido. Competência relativa,
em regra.
Ex: Juizados Especiais Estaduais – abaixo do
limite a competência é relativa. Acima há a
incompetência absoluta do JE.
Art. 39, Lei nº 9099/95 –    Art. 39. É ineficaz a
sentença condenatória na parte que exceder a
alçada estabelecida nesta Lei.
Competência absoluta – JEFs (art. 3º, §3º, Lei nº
10529/2001)
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível
processar, conciliar e julgar causas de competência da
Justiça Federal até o valor de sessenta salários
mínimos, bem como executar as suas sentenças.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado
Especial, a sua competência é absoluta.
Juizados Estaduais da Fazenda Pública (art. 2º, §4º,
Lei nº 12153/09):
Art. 2o  É de competência dos Juizados Especiais da
Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas
cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal,
dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60
(sessenta) salários mínimos.
§ 4o  No foro onde estiver instalado Juizado Especial da
Fazenda Pública, a sua competência é absoluta.
- funcional – distribuição de funções que devem
ser exercidas em um mesmo processo.
Competência absoluta.
Perspectiva horizontal – mesma instância.
Perspectiva vertical – instâncias diversas.
Vicente Greco Filho:
– graus de jurisdição – original e recursal.
- fases do processo – Ex: cognição e execução.
- objeto do juízo – Ex: arguição de
inconstitucionalidade – art. 948,CPC, etc.
Estudo dos artigos acerca da competência territorial:
Regra geral – art 46, CPC -  A ação fundada em direito
pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado
no foro de qualquer deles.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu,
ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no
foro de domicílio do autor.
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio ou residência no
Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do
autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação
será proposta em qualquer foro.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes
domicílios, serão demandados no foro de qualquer
deles, à escolha do autor.
Foros especiais – art. 47 e §§, CPC – forum rei
sitae.
CPC, Art. 47.  Para as ações fundadas em direito
real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do
réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair
sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de
nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta
no foro de situação da coisa, cujo juízo tem
competência absoluta.
Foro de sucessão - Competência relativa.
CPC, Art. 48.  O foro de domicílio do autor da herança, no
Brasil, é o competente para o, ainda que o óbito tenha
ocorrido no estrangeiro. inventário, a partilha, a
arrecadação, o cumprimento de disposições de última
vontade, a impugnação ou anulação de partilha
extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu
Parágrafo único.  Se o autor da herança não possuía
domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer
destes;
II - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer
dos bens do espólio.

Obs: Espólio réu em ações de direito real sobre imóveis – art.


47, §1º, CPC – prepondera o foro de situação da coisa.
CPC, Art. 49.  A ação em que o ausente for réu será
proposta no foro de seu último domicílio, também
competente para a arrecadação, o inventário, a partilha
e o cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50.  A ação em que o incapaz for réu será proposta
no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
Art. 51.  É competente o foro de domicílio do réu para as
causas em que seja autora a União.
Parágrafo único.  Se a União for a demandada, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no
de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda,
no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Art. 52.  É competente o foro de domicílio do réu para as
causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único.  Se Estado ou o Distrito Federal for o
demandado, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou na
capital do respectivo ente federado.
CPC, Art. 53. É competente o foro:
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento
e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no
antigo domicílio do casal;
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar,
nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
da Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019)
Art. 53, I – foros subsidiários – primeiro é preferencial dos
demais.
Obs: Guarda compartilhada – foro do réu.
Terceiro é o guardião – foro do último domicílio do casal.
Obs: Violência doméstica: art. 15, Lei nº 11340/06:
Art. 15.  É competente, por opção da ofendida, para
os processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
 Foros concorrentes à escolha da mulher
(vulnerabilidade) e somente se afirmada a
violência.
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a
ação em que se pedem alimentos; (Competência
Relativa)
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa
jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às
obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for
ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em
que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre
direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a
ação de reparação de dano por ato praticado em razão
do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano; (razões de economia
processual)
b) em que for réu administrador ou gestor de
negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a
ação de reparação de dano sofrido em razão de
delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Competência relativa.
Obs: Seguradora não pode propor no foro de sua
sede, sendo prerrogativa que não lhe é extensível –
mens legis.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO DENEGATÓRIA DE RECURSO ESPECIAL.
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. ACIDENTE
DE VEÍCULOS. FORO DO DOMICÍLIO DO AUTOR OU DO LOCAL DO FATO.
ESCOLHA QUE NÃO COMPETE À LOCADORA DE VEÍCULOS. [...]
3. A escolha dada ao autor de ajuizar a ação de reparação de dano decorrente de
acidente de veículos é exceção à regra geral de competência, definida pelo foro
do domicílio do réu. Não se pode dar à exceção interpretação tão extensiva a
ponto de subverter o escopo da regra legal, mormente quando importar em
privilégio à pessoa jurídica cujo negócio é alugar veículos em todo território
nacional em detrimento da defesa do réu pessoa física. 4. Hipótese em que
ambos os envolvidos no acidente, possíveis vítimas - o locatário do veículo e o
réu - têm domicílio no local onde ocorreu o acidente, comarca de Porto Alegre,
não atendendo à finalidade da lei a tramitação da causa em Minas Gerais, sede
da autora, empresa proprietária e locadora do veículo. STJ, EDcl no AgRg no Ag
1366967/MG, Rel. Ministro MARCO BUZZI, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 27/04/2017, DJe 26/05/2017.
Modificação da Competência
Amplia a esfera de competência de um órgão para
apreciação de causas que não estariam a princípio
compreendidos em suas atribuições correntes. Só se
modifica a competência relativa.
Modificação: legal (conexão e continência) ou
voluntária (foro de eleição e não alegação da
competência relativa).
CPC, Art. 65.  Prorrogar-se-á a competência relativa se o
réu não alegar a incompetência em preliminar de
contestação.
Parágrafo único.  A incompetência relativa pode ser
alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar.
Foro de eleição:
Código Civil - Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os
contratantes especificar domicílio onde se exercitem e
cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
CPC, Art. 63.  As partes podem modificar a competência em
razão do valor e do território, elegendo foro onde será
proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1o A eleição de foro só produz efeito quando constar de
instrumento escrito e aludir expressamente a
determinado negócio jurídico.
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das
partes.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se
abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que
determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula
de eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
Nos contratos de consumo (RESP 56711-4/SP): - a
parte aderente não tinha intelecção para
compreender; - inviabilidade/dificuldade de
acesso ao Judiciário; - contrato de obrigatória
adesão e serviço fornecido com exclusividade.
Obs: o contrato pode ou não ser de adesão (CPC
antigo somente por adesão). Exceção à regra que
juiz não pode conhecer de ofício a incompetência
relativa.
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
CPC, Art. 54.  A competência relativa poderá modificar-se
pela conexão ou pela continência, observado o disposto
nesta Seção.
Conexão – fato jurídico processual – efeito jurídico que
determina a modificação da competência relativa.
Objetivo: eficiência processual (atividade de uma ação sirva
a outra)e evitar decisões contraditórias.
CPC, Art. 55.  Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações
quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para
decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado.
Reunião das causas em um mesmo juízo – efeito jurídico.
Juiz deve reunir – norma cogente.
Conexão atribui ao órgão jurisdicional competência
absoluta, por isso o juiz pode conhecer de ofício esta
alteração de competência.
A conexão não produz apenas o efeito da reunião:
pode haver a suspensão de um dos processos (caso de
processos que tramitam conforme competências
materiais distintas – não é possível a reunião):
CPC, Art. 313.  Suspende-se o processo:
V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da
declaração de existência ou de inexistência de relação
jurídica que constitua o objeto principal de outro
processo pendente;
CPC, Art. 55, § 3o Serão reunidos para julgamento
conjunto os processos que possam gerar risco de
prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente,
mesmo sem conexão entre eles.
CPC, Art. 55, § 3o - hipótese de conexão mais
aberta:
- mesma relação jurídica – ex. despejo e
consignação em pagamento dos alugueis;
- diversas relações jurídicas relacionadas – ex.
investigação de paternidade e alimentos.
Continência – art. 56, CPC – espécie de conexão,
produzindo os mesmos efeitos desta.
CPC, Art. 56.  Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais
ações quando houver identidade quanto às partes e à
causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais
amplo, abrange o das demais.
Ex: anulação de contrato e anulação de cláusula
contratual.
Obs: Litispendência é diferente de continência. Na
continência os pedidos são diversos.
Ex: ação pedindo A, B e C e uma ação pedindo B e C –
litispendência parcial – pedidos idênticos.
CPC, Art. 57.  Quando houver continência e a ação
continente tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação contida será proferida
sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as
ações serão necessariamente reunidas.
Formas de alegação da conexão e continência:
- autor – petição inicial;
- réu – preliminar de contestação.
- Juiz – ex officio.
Alegação de modificação de competência relativa
é diferente de alegação de incompetência
relativa.
Alegação de modificação de Alegação de incompetência
competência relativa relativa
Qualquer das partes e juiz ex Réu e MP
officio
Remessa dos autos ao juízo Remessa ao juízo competente
prevento
PI, contestação, simples Contestação
petição ou oralmente
Enquanto o processo estiver No primeiro momento, sob pena
pendente pode ser alegada de preclusão
Prevenção – critério para exclusão dos demais
juízos competentes de um mesmo foro ou
tribunal.
Não é fato de determinação de competência.
Decorre do registro ou distribuição da PI:
CPC, Art. 59.  O registro ou a distribuição da
petição inicial torna prevento o juízo.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
a) conflito positivo - dois ou mais juízes se dão por
competentes.
b) conflito negativo - dois ou mais juízes se dão por
incompetentes.
CPC, Art. 66.  Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes,
atribuindo um ao outro a competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia
acerca da reunião ou separação de processos.
Parágrafo único.  O juiz que não acolher a competência
declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir
a outro juízo.
Incompetência implica remessa dos autos, se atribuir a
competência a outro juízo.
Súmula 59, STJ – Não se admite conflito de
competência se uma das causas já foi julgada.
Não há conflito se um dos juízos é hierarquicamente
superior. Prevalece a posição do órgão superior. Ex:
STF e qualquer juízo; STJ e TRFs e TJs; TJ/TRF e juiz
estadual/federal.
Podem suscitar o conflito – Juiz ou Tribunal de ofício,
membro do MP ou qualquer das partes , por petição
(art. 953 e parágrafo único, CPC).
Oitiva obrigatória do MP – art. 951, parágrafo único,
CPC.
Parte que alegou a incompetência relativa não pode
alegar o conflito – art. 952, CPC.
O conflito de competência não obsta, porém, a que a
parte que não o arguiu suscite a incompetência.– art.
952, parágrafo único, CPC.
Competência para julgamento –sempre tribunal.
STF – Tribunais Superiores – art. 102, I, o, CF –
competência em razão da figura do tribunal
superior.
TJs e TRFs – conflitos entre juízes a eles
vinculados.
STJ – art. 105, I, d, CF – conflito entre tribunais
(exceto superiores); conflito entre tribunal e
juízes a ele não vinculados; juízes vinculados a
tribunais diversos.
Obs: Tribunal e juiz a ele vinculado – pela
hierarquia prevalece a orientação do Tribunal.
Súmula 428, STJ: Compete ao Tribunal Regional
Federal decidir os conflitos de competência entre
juizado especial federal e juízo federal da mesma
seção judiciária.
– JEF e Vara Federal da mesma região – TRF.
Súmula 3, STJ - Compete ao Tribunal Regional
Federal dirimir conflito de competência
verificado, na respectiva região, entre juiz federal
e juiz estadual investido de jurisdição federal.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL
Constitucional e taxativa.
Em razão da pessoa, funcional, em razão da
matéria e territorial.
A) Em razão da pessoa:
CF, Art. 109. Aos juízes federais compete processar
e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica
ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho;
CPC, Art. 45.  Tramitando o processo perante outro
juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal
competente se nele intervier a União, suas
empresas públicas, entidades autárquicas e
fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro
interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência
civil e acidente de trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do
trabalho.
CPC, art. 45: § 1o Os autos não serão remetidos se
houver pedido cuja apreciação seja de competência
do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a
cumulação de pedidos em razão da incompetência
para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito
daquele em que exista interesse da União, de suas
entidades autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3o O juízo federal restituirá os autos ao juízo
estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja
presença ensejou a remessa for excluído do processo.
Súmula 254, STJ - A decisão do Juízo Federal que
exclui da relação processual ente federal não
pode ser reexaminada no Juízo Estadual.
MPF e DPU – não equivale a presença da União;
presença não é fato jurídico de competência da
JF.
Obs: não há qualquer determinação na CF que
diga que o MPF somente possa demandar na JF.
Ações decorrentes de acidente de trabalho e
acidentes de outra natureza:
Acidente de trabalho há duas possibilidades ao
empregado:
- A) indenização acidentária- Previdência Social -
benefícios previdenciários (auxílio-doença,
auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez).
- B) indenização civil – empregador - danos
materiais/ morais.
Acidentes de outra natureza – regras gerais de
competência.
STF, CC 7204:
Benefício previdenciário pode decorrer: a)
acidente de trabalho; ou b) acidente de outra
natureza = intentadas contra o INSS:
- acidente de trabalho – INSS – exceção CF –
competência da JE.
- acidente de outra natureza – INSS – fora da
exceção CF - competência da JF.
Ações Acidentárias
Previdenciárias - Indenizatórias – causador do
INSS acidente
Trabalhista – JE Trabalhista- empregador – JT

Não-trabalhista - JF Não-trabalhista – causador –


Justiça Comum: JF ou JE
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. BENEFÍCIO
ACIDENTÁRIO. SEGURADO ESPECIAL. QUALIDADE DE SEGURADO. REQUISITO COMUM
AOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS E ACIDENTÁRIOS. CRITÉRIOS PARA DEFINIÇÃO DA
COMPETÊNCIA. PEDIDO E CAUSA DE PEDIR.
1. A Terceira Seção, à época em que detinha competência para matéria previdenciária,
firmou entendimento de que, no caso de segurado especial, a concessão de benefícios
acidentários seria de competência da Justiça Federal.
2. Constatadas decisões monocráticas em sentido contrário, com fundamento nas
Súmulas 15/STJ e 501/STF, faz-se necessário que a Primeira Seção, atualmente
competente para a matéria, firme entendimento sobre o tema.
3. Considerando que a qualidade de segurado é condição sine qua non para a concessão
de qualquer benefício, seja acidentário ou previdenciário, tem-se, consequentemente, que
ela não serviria de critério para definir a competência, restando analisar, apenas, a causa
de pedir e o pedido.
4. Diante das razões acima expostas e do teor das Súmulas 15/STJ e 501/STF, chega-se
à conclusão de que deve ser alterado o entendimento anteriormente firmado pela Terceira
Seção, a fim de se reconhecer a competência da Justiça estadual para a concessão de
benefícios derivados de acidente de trabalho aos segurados especiais.
5. Agravo interno provido para, em juízo de retratação, conhecer do conflito e declarar
competente o Juízo de Direito da 4ª Vara Cível de Cáceres/MT, o suscitante.
(STJ, AgInt no CC 152.187/MT, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado
em 13/12/2017, DJe 01/02/2018)
STJ, Súmula 15 - Compete a Justiça Estadual processar e
julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.
(Súmula 15, CORTE ESPECIAL, julgado em 08/11/1990, DJ
14/11/1990).
STF, Súmula 501 - Compete à Justiça Ordinária Estadual o
processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das
causas de acidente do trabalho, ainda que promovidas
contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou
sociedades de economia mista.
Tese de Repercussão Geral - Compete à Justiça Comum
Estadual julgar as ações acidentárias que, propostas pelo
segurado contra o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), visem à prestação de benefícios relativos a
acidentes de trabalho.[Tese definida no RE 638.483 RG,
rel. min. presidente Cezar Peluso, P, j. 9-6-2011, DJE 167
de 31-8-2011,Tema 414.]
Obs: Estatutários federais – JF.

CF, art. 109, II – as causas entre Estado estrangeiro ou


organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
Obs - ressalvada a competência da JT.
Organismo internacional – ONU, OMS,OEA, OIT, etc.
Embaixada e consulado – parte integrante do estado
estrangeiro, ressalvada a competência da JT.
Obs: art. 102, I, e, CF – STF - litígio entre estados
estrangeiros ou organismo internacional e a União, EM,
DF ou Território.
CF, art. 109, VIII – os mandados de segurança e os
habeas data contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais
federais;.
Obs: STF – CF, art. 102, I, d:
I - processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das
pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado
de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
Obs: STJ – CF, art. 105, I, b:
I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio
Tribunal;
Obs: autoridade que exerce função federal delegada e
que não faz parte dos quadros federais – JF: dirigente
de universidade particular contra ato praticado no
exercício da função delegada. E a autoridade que exerce
função federal delegada em sociedade de economia
mista federal?
RE 726035 RG / SE - SERGIPE
REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL E
CONSTITUCIONAL. CONCURSO PÚBLICO. MANDADO DE
SEGURANÇA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA.
AUTORIDADE FEDERAL. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA
FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO.
REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. REAFIRMADA A
JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE SOBRE A MATÉRIA.
Tema 722 - Competência para julgar mandado de segurança
impetrado contra ato de dirigente de sociedade de economia
mista federal.
Tese: Compete à justiça federal comum processar e julgar
mandado de segurança quando a autoridade apontada como
coatora for autoridade federal, considerando-se como tal
também os dirigentes de pessoa jurídica de direito privado
investidos de delegação concedida pela União.
b) funcional:
- CF, 109, X, - os crimes de ingresso ou permanência
irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença
estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
c) matéria:
- CF, art. 109, III – as causas fundadas em tratado ou
contrato da União com Estado estrangeiro ou
organismo internacional;
Obs: Processo pode envolver entes não federais. Ex:
ação de alimentos internacional (Convenção sobre a
cobrança internacional de alimentos).
- CF, art. 109, V-A - as causas relativas a direitos
humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
- Grave violação de direito humanos (conceito jurídico
indeterminado) – competência cível e criminal. Alta
carga de interesse público leva a federalização da
causa.
CF, Art. 109, § 5º Nas hipóteses de grave violação de
direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá
suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.
STJ – três requisitos: grave violação de direitos
humanos; assegurar cumprimento de obrigações
decorrentes de tratados internacionais; e incapacidade
do EM de levar a cabo a persecução penal.
Ex: IDC – 1/PA- caso Doroty Stang.
Obs: não há violação ao juiz natural - regra geral de
competência abstrata e prévia.
- CF, art. 109, XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Obs: direitos dos índios e não de um índio – direitos
coletivos dos povos indígenas.
- CF, art. 109, X - os crimes de ingresso ou
permanência irregular de estrangeiro, a execução
de carta rogatória, após o "exequatur", e de
sentença estrangeira, após a homologação, as
causas referentes à nacionalidade, inclusive a
respectiva opção, e à naturalização;
- Obs: parte final em razão da matéria–
nacionalidade e naturalização.
d) Territorial – CF, art. 109, §§ 1º e 2º – apenas
formalmente constitucionais – competência
territorial não é matéria da CF.
§ 1º As causas em que a União for autora serão
aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a
outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão
ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido
o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito
Federal.
Seções judiciárias e subseções judiciárias.
- CF, art. 109, § 3º - Serão processadas e julgadas na
justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados
ou beneficiários, as causas em que forem parte
instituição de previdência social e segurado, sempre
que a comarca não seja sede de vara do juízo federal,
e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir
que outras causas sejam também processadas e
julgadas pela justiça estadual.
- Sempre haverá JF competente para aquela demanda,
mas a CF impõe que a JF esteja instalada na comarca.
- A JF pode estar instalada em qualquer localidade
abrangida pela comarca, coincidindo ou não com o
foro central ou regional.
CF, Art. 109, §3º – segurado pode ser autor ou réu.
Facilitar o acesso a justiça.
Se o INSS ajuíza na capital demanda contra segurado
que reside em comarca não servida pela JF?
Incompetência relativa.
- Criação superveniente de Vara Federal –
deslocamento para juízo federal – fato
superveniente que altera a competência absoluta –
quebra a perpetuação da jurisdição.
-CF, art. 109, § 3º - Inclui benefícios previdenciários
e assistenciais e autorização genérica para o
legislador infraconstitucional atribuir
competência ao juízo estadual – necessidade de
previsão expressa em lei – Ex: art. 381, §4º e art. 237,
parágrafo único, CPC.
CPC, Art. 381.  A produção antecipada da prova será
admitida nos casos em que:
§ 4o O juízo estadual tem competência para produção
antecipada de prova requerida em face da União, de
entidade autárquica ou de empresa pública federal se,
na localidade, não houver vara federal.
CPC, Art. 237.  Será expedida carta:
Parágrafo único.  Se o ato relativo a processo em curso
na justiça federal ou em tribunal superior houver de ser
praticado em local onde não haja vara federal, a carta
poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva
comarca.
- CF, Art. 109, §4° - competência do TRF para julgar
recurso.
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso
cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro
grau.

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