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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – CAMPUS RIO BRANCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO DESPORTO


CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA

AUTISMO

Discentes: ANDERSON GONÇALVES, EDUARDO AUGUSTO, ELISANGELA


MACIEL, HORTENCIA LIMA, THAÍS FERREIRA.
Docentes: ARISTEIA NUNES SAMPAIO

2021/Rio Branco
AUTISMO

• O termo autismo foi criado em 1908 pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler para
descrever a fuga da realidade para um mundo interior observado em pacientes
esquizofrênicos.

• Em 1943, O psiquiatra Leo Kanner publica a obra “Distúrbios Autísticos do


Contato Afetivo”.

• Em 1944, Hans Asperger escreve o artigo “A psicopatia autista na infância”.


• Em 1980, A definição inovadora de Michael Rutter e a crescente produção de
pesquisas científicas sobre o autismo influenciam a elaboração do DSM-3.

• Em 1988, O psicólogo Ivar Lovaas publica um estudo sobre a análise do


comportamento, demonstrando os benefícios da terapia comportamental intensiva.

• Em 1994, Novos critérios para o autismo foram avaliados em um estudo


internacional multicêntrico, com mais de mil casos analisados por mais de 100
avaliadores clínicos.
• Em 2007, A ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da
Conscientização do Autismo.

• Em 2018, o 2 de abril passa a fazer parte do calendário brasileiro oficial como Dia
Nacional de Conscientização sobre o Autismo.

• Em 2012, É sancionada, no Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12), que instituiu


a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do

Espectro Autista. 
• Em 2013, O DSM-5 passa a abrigar todas as subcategorias do autismo
em um único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA).

• Em 2015, A 
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.145/15) cria
o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que aumenta a proteção aos
portadores de TEA ao definir a pessoa com deficiência como “aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial”.
ETIOLOGIA

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5


(referência mundial de critérios para diagnósticos), pessoas dentro do espectro
podem apresentar déficit na comunicação social ou interação social (como nas
linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões
restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses
fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
As causas do TEA não são totalmente conhecidas, e a pesquisa científica sempre
concentrou esforços no estudo da predisposição genética, analisando mutações
espontâneas que podem ocorrer no desenvolvimento do feto e a herança genética
passada de pais para filhos.

No entanto, já há evidências de que as causas hereditárias explicariam apenas


metade do risco de desenvolver TEA.

Fatores ambientais que impactam o feto, como estresse, infecções, exposição a


substâncias tóxicas, complicações durante a gravidez e desequilíbrios metabólicos
teriam o mesmo peso na possibilidade de aparecimento do distúrbio.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento
neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. São elas:

• Autismo Infantil Precoce

É caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social e pela presença


de comportamentos e/ou interesses repetitivos ou restritos.
• Autismo Infantil

Identificado na infância, entre 1 ano e meio e 3 anos, embora os sinais iniciais às


vezes apareçam já nos primeiros meses de vida.
• Autismo de Kanner

Trata-se de um distúrbio grave, que geralmente se manifesta nos primeiros anos de


vida. Muitas crianças têm deficiência intelectual e cerca de 50% apresentam atraso
motor.
• Autismo de Alto Funcionamento

Caracteriza pessoas com autismo consideradas com maior


“funcionalidade” em realizar atividades do dia a dia, interagir, realizar
atividades como ler, escrever, falar ou tomar decisões.
• Autismo Atípico

Não desenvolve relacionamentos sociais normais e frequentemente apresenta


maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Podem ter Síndrome de Tourette,
Transtorno obsessivo-compulsivo ou hiperatividade.
• Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação

Crianças com tendências a apresentar comportamento inflexível, intolerância à


mudança e explosão de raiva e birra quando submetidas às exigências do ambiente
ou até mesmo às mudanças de rotina.
• Transtorno Desintegrativo da Infância

Se manifesta como uma regressão acentuada no desenvolvimento da criança com


mais de dois anos de idade.
• Síndrome de Asperger.

Estado do espectro autista, geralmente com maior adaptação funcional.

Pessoas com essa condição podem ser desajeitadas em interações sociais e ter
interesse em saber tudo sobre tópicos específicos.
SINAIS E SINTOMAS
No geral, uma criança do espectro autista apresenta os seguintes sintomas:
• Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual,
expressão facial, gestos, expressar as próprias emoções e fazer amigos;
• Dificuldade na comunicação, optando pelo uso repetitivo da linguagem e
bloqueios para começar e manter um diálogo;
• Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a
rotinas, ações repetitivas, interesse intenso em coisas específicas,
dificuldade de imaginação e sensibilidade sensorial (hiper ou hipo).
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5 rotula estes distúrbios
como um espectro justamente por se manifestarem em diferentes níveis de intensidade.

Uma pessoa diagnosticada como de alta funcionalidade apresenta prejuízos leves, que
podem não a impedir de estudar, trabalhar e se relacionar.

Um portador de média funcionalidade tem um menor grau de independência e necessita


de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas, como tomar banho ou preparar a
sua refeição.

Já o paciente de baixa funcionalidade vai manifestar dificuldades graves e costuma


precisar de apoio especializado ao longo da vida.
Por outro lado, o diagnóstico de TEA pode ser acompanhado de habilidades
impressionantes, como facilidade para aprender visualmente, muita atenção aos
detalhes e à exatidão; capacidade de memória acima da média e grande
concentração em uma área de interesse específica durante um longo período de
tempo.

Cada indivíduo dentro do espectro vai desenvolver o seu conjunto de sintomas


variados e características bastante particulares. Tudo isso vai influenciar como cada
pessoa se relaciona, se expressa e se comporta.
DIAGNÓSTICO
Os primeiros sinais do Transtorno do Espectro Autista são visíveis em bebês, entre 1 e 2
anos de vida, embora possam ser detectados antes ou depois disso, caso os atrasos de
desenvolvimento sejam mais sérios ou mais sutis, respectivamente.

A partir dos 12 meses, as crianças autistas não apontam com o dedinho, demonstram
mais interesse nos objetos do que nas pessoas, não mantêm contato visual efetivo e não
olham quando chamadas.

É importante destacar os raros casos de regressão do desenvolvimento, identificados


comumente após ao menos 2 anos de desenvolvimento típico.
Por volta dos 18 meses já é possível realizar uma avaliação com um profissional
especializado, como um neuropediatra ou psiquiatra pediátrico. O diagnóstico do
autismo é feito por observação direta do comportamento e uma entrevista com os
pais e cuidadores, que pode incluir o teste com a escala M-CHAT.

A confirmação costuma acontecer quando criança possui as características


principais do autismo: deficiências sociais, dificuldades de comunicação,
interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos.
O DSM-5 também reconhece que indivíduos afetados pelo TEA podem apresentar
sintomas associados em diferentes graus, como uma habilidade cognitiva fora do
normal (para mais ou para menos), atrasos de linguagem ou alta habilidade de
linguagem expressiva, surtos nervosos e agressividade, padrões de início, além de
outras condições associadas.

O diagnóstico permite que a criança receba um tratamento personalizado de acordo


com as particularidades do seu quadro.
TRATAMENTO
Até o momento, não há remédios específicos para tratar o autismo, embora esta seja
uma prioridade das pesquisas, com diferentes medicamentos em teste. O
acompanhamento médico multidisciplinar, composto por pediatra, psiquiatra,
neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo, entre outros, é o tratamento mais
recomendado para ajudar no desenvolvimento da criança autista.

A conduta indicada vai depender da intensidade do distúrbio e da idade do paciente


e deve ser decidido junto aos pais.
O tratamento associa diferentes terapias para testar e melhorar as habilidades
sociais, comunicativas, adaptativas e organizacionais. A rotina de cuidados pode
incluir exercícios de comunicação funcional e espontânea; jogos para incentivar a
interação com o outro; aprendizado e manutenção de novas habilidades; e o apoio a
atitudes positivas para contrapor problemas de comportamento.

É muito popular a adoção das abordagens terapêuticas Análise Aplicada do


Comportamento (conhecido como método ABA) e Terapia Cognitivo-
Comportamental.
Frequentemente, as terapias são combinadas com remédios para tratar condições
associadas, como insônia, hiperatividade, agressividade, falta de atenção, ansiedade,
depressão e comportamentos repetitivos.

As avaliações são realizadas a cada 3 ou 6 meses para entender a necessidade de


mudanças na abordagem ou intensidade do tratamento.
Outro elemento essencial no tratamento é o treinamento com os pais.

O contexto familiar é fundamental no aprendizado de habilidades sociais e o


trabalho com os pais traz grandes benefícios no reforço de comportamentos
adequados. Também é comum que os profissionais que tratam a criança indiquem
acompanhamento psicológico para a família, devido ao desgaste emocional que o
distúrbio pode provocar.
OBRIGADO !

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