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GABARITO DAS

AUTOATIVIDADES

PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
Prof. Lucas Tosi Dias de Souza
2021
PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 A Psicopatologia é uma ciência que pode ser compreendida a par-


tir de diferentes perspectivas. Com relação à definição da Psico-
patologia Psicodinâmica, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Trata-se da visão mais objetiva, sem teoria pré-concebidas. De-


fine as qualidades essenciais dos transtornos mentais, registra
as experiências conscientes e os comportamentos dos doentes.
b) (X) Fundamenta-se na observação do comportamento do doente,
além das próprias experiências descritas por ele. Essa pers-
pectiva se propõe a explicar as causas dos transtornos men-
tais, valendo-se principalmente dos processos inconscientes.
c) ( ) Baseia-se na relação entre os acontecimentos anormais, criando
hipóteses a partir do estudo dos elementos associados aos trans-
tornos, explicando as alterações a partir de testes e observações.
d) ( ) É a perspectiva mais centrada no corpo, que compreende o
adoecimento como um mau funcionamento do cérebro a partir
de suas dinâmicas biológicas.

2 Dentre os critérios de normalidade, um deles define de forma ex-


plícita o que é o normal e o que é o patológico, objetivando traba-
lhar operacionalmente com esses conceitos. De certa forma, essa
perspectiva da normalidade seria a mais utilizada em manuais
de classificação como o CID e o DSM. Acerca do critério descrito,
assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Normalidade estatística.
b) ( ) Normalidade como bem-estar.
c) ( ) Normalidade subjetiva.
d) (X) Normalidade operacional.

3 Poucos campos de conhecimento são tão complexos, plurais e in-


tersetoriais como o da saúde mental. De acordo com alguns con-
ceitos apresentados nesta unidade, classifique V para as senten-
ças verdadeiras e F para as falsas:
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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

( ) Entende-se por boas práticas em saúde mental aquelas acessíveis


a todos, baseadas em premissas éticas, em evidências científicas
e na experiência, singular e coletiva.
( ) Um dos objetivos da Atenção Básica é dedicar esforços à atenção
à saúde, considerando o meio ambiente, o estilo de vida e a pro-
moção da saúde como seus fundamentos básicos.
( ) Não é preciso ampliar as capacidades comunicativas e gerenciais
dos profissionais, visto que não são características necessárias para
a atuação em comunidade e para a organização da assistência.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) (X) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Ainda que os manuais e dicionários não consigam estabelecer


um critério único de normalidade e anormalidade, ao longo des-
ta unidade delimitamos alguns critérios de normalidade que
podem ser utilizados pela Psicopatologia. Os principais foram:
normalidade como ausência de doença, normalidade estatística,
normalidade como bem-estar, normalidade como processo, nor-
malidade subjetiva e normalidade operacional. Nesse contexto,
disserte sobre os três critérios expostos e as suas principais falhas.

R.: Normalidade como ausência de doença: podemos considerar a


ausência de doença como um dos critérios mais antigos e atualmente
falhos do que é a normalidade. Isso porque não deveríamos definir
algo pelo que ele não é, pelo que lhe falta.
Normalidade estatística: trata-se da normalidade aplicada a situações
quantitativas, em que o normal passa a ser aquilo que se observa com
mais frequência. Esse é um critério muitas vezes falho em saúde geral e
mental, pois nem tudo o que é frequente é necessariamente “saudável”.
Normalidade como bem-estar: é a definição da Organização Mundial
da Saúde (OMS), que define saúde como o “completo bem-estar físico,
mental e social”, e não simplesmente como ausência de doença. Além
da falta de objetividade, pensar em um “completo bem-estar” faria
com que poucas pessoas pudessem ser classificadas como saudáveis.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Normalidade como processo: nessa perspectiva são considerados os


aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, das desestrutu-
rações e das reestruturações ao longo do tempo, de crises, de mudan-
ças próprias a certos períodos etários.
Normalidade subjetiva: ainda que se trate de uma proposta interes-
sante, pois nessa visão a percepção subjetiva do indivíduo com rela-
ção a seu estado de saúde é o mais importante, pode ser um critério
falho, pois há pessoas que estão “se sentindo muito bem, felizes” em
fases maníacas de um transtorno bipolar, por exemplo.
Normalidade operacional: o critério operacional é o mais pragmático
de todos, isso porque são definidas de forma explícita o que é o normal
e o que é o patológico, e busca-se trabalhar operacionalmente com es-
ses conceitos. De certa forma, essa perspectiva da normalidade seria a
mais utilizada em manuais de classificação como o CID e o DSM.

5 A Psicopatologia contemporânea originou-se a partir de duas ver-


tentes: da tradição médica e dos conhecimentos de outras ciências
humanas (Filosofia, Literatura, Psicologia, Psicanálise etc.). Nesse
contexto, disserte sobre a importância de observarmos as patolo-
gias a partir de uma construção multidisciplinar.

R.: O estudo da Psicopatologia consiste em não reduzir o ser humano


a conceitos psicopatológicos, ou seja, é preciso estudar o homem con-
siderando sua totalidade. Não basta investigar apenas as vivências
humanas em si, mas, também, as condições e causas de que depen-
dem os nexos em que se estruturam, as relações em que se encontram,
e os modos em que, de alguma maneira, se exteriorizam objetivamen-
te. Além disso, é da natureza da Psicopatologia ser um campo de co-
nhecimento que não admite uma teoria única e predominante pois
trata-se de uma ciência que exige debate constante e aprofundado.
Diferentemente de outras ciências, o conflito de ideias não é um pro-
blema, mas uma necessidade.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

TÓPICO 2

1 Podemos definir psicossomático como o estudo das relações en-


tre as emoções e os males do corpo, sendo que somatização é a
“manifestação de transtornos psicológicos – conflitos e angústias
– por meio de sintomas corporais. Essas tendências podem se ma-
nifestar através de respostas a estresse psicossocial” (FERREIRA,
2015, p. 40). Com relação à forma como a doença é encarada pela
Psicossomática, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A doença é vista como a impossibilidade da mente em proces-


sar os conflitos exteriores ao sujeito, visto que mente e corpo
são considerados de forma separada.
b) ( ) Como a mente é capaz de processar todos os conflitos psíqui-
cos, a doença é vista como uma resposta biológica do corpo à
agressões externas.
c) ( ) A psicossomática encara a doença como uma resposta propor-
cional do corpo ao estresse psicossocial.
d) (X) A doença é vista como a impossibilidade da mente em proces-
sar os conflitos psíquicos, em que mente e corpo são conside-
rados como partes inseparáveis.

2 Danilo Perestrello (1916-1989), psiquiatra e psicanalista, formu-


lou as bases da medicina psicossomática no contexto brasileiro,
ancorado em referenciais da teoria e da técnica psicanalíticas.
Para o autor, seria preciso uma nova concepção sobre as doenças
a partir de alguns pressupostos. Acerca desses pressupostos, ana-
lise as sentenças a seguir:

I- O objeto do estudo do médico é o homem doente e não a doença.  


II- Os estados emocionais podem perturbar o funcionamento de
qualquer órgão e são tão eficazes na produção de modificações
somáticas quanto os estímulos físicos.
III- São as preocupações conscientes, reais, as principais responsáveis
pelos sintomas somáticos.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 O termo síndrome origina-se da palavra grega “syndromé”, que sig-


nifica “reunião”. Quando utilizada na área da saúde, é atribuída a
um conjunto de sinais e sintomas físicos e/ou psicológicos que ge-
ram a manifestação de uma ou várias doenças e condições clínicas
que independem da etiologia. Com relação às síndromes e aos sin-
tomas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.

( ) A sintomatologia das síndromes é inespecífica, podendo ter di-


versas origens.
( ) Os sintomas são aspectos objetivos e, diferentemente dos sinais,
é possível observá-los diretamente.
( ) A síndrome é definida como uma reunião de sintomas e sinais
que estão associados a mais de uma causa e que podem definir
determinada patologia ou condição.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 A adolescência poderia ser encarada como um processo psicosso-


mático e não patológico, visto que o corpo muda e passa a ter no-
vas funções, tornando-se um novo soma. Nesse sentido, torna-se
importante conhecer as características “normais” da adolescência
que não devem ser encaradas como patológicas. Disserte sobre
pelo menos três características apresentadas neste tópico.

R.: Busca de si mesmo e de sua identidade.


Tendência a formar grupos, que há atuações de aparência psicopática,
porém normais para essa etapa do desenvolvimento.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Necessidade de intelectualizar e fantasiar, que aparece na preocupa-


ção do adolescente por princípios éticos, filosóficos e sociais.
Evolução da sexualidade, desde o autoerotismo à aquisição de uma
vida genital adulta.
Atitude social reivindicatória, com tendência a assumir atitudes an-
tissociais, diretamente relacionada com o modo como é recebido pelo
mundo adulto.
Instabilidade de conduta, variando do hostil ao amoroso.
Necessidade de separar-se progressivamente dos pais ou de seus
substitutos.
Variações constantes do humor (irritabilidade, depressão, euforia).

5 Apesar dessa prevalência elevada, apenas cerca de 20% das pes-


soas que têm transtornos mentais procuram assistência médica.
Disserte sobre os possíveis motivos para essa baixa procura por
ajuda especializada.

R.: Ainda há um estigma muito grande com relação à saúde mental, a


própria pessoa pode ser culpada pela sua condição ou considerada pre-
guiçosa ou irresponsável. Além disso, é comum que o transtorno mental
seja interpretado como menos real ou legítimo do que a doença física.

TÓPICO 3

1 O tempo e o espaço são, ambos, condicionantes fundamentais do


universo humano e estruturantes básicos da nossa experiência.
Quanto às alterações nas vivências do tempo, assinale a alternati-
va CORRETA:

a) ( ) Nas intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes não


há uma deformações quanto a percepção da duração temporal.
b) ( ) Pacientes com esquizofrenia percebem a passagem do tempo
de forma rápida e acelerada.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

c) (X) Em quadros depressivos graves a passagem do tempo é perce-


bida como lenta e vagarosa.
d) ( ) Nos estados maníacos, há certa passividade em relação ao fluir
do tempo.

2 A linguagem é o principal instrumento de comunicação dos se-


res humanos. Trata-se de um sistema relativamente arbitrário de
signos (fonéticos e gráficos), responsável pela intermediação das
funções do pensamento e do mundo externo. Quanto às altera-
ções da linguagem, analise as sentenças a seguir:

I- Afasias: perda da linguagem falada e ouvida, por incapacidade


de compreender e utilizar os símbolos verbais, decorrente de le-
são neuronal.
II- Agrafia: incapacidade da expressão através da linguagem escrita,
sem que haja qualquer déficit motor ou perda cognitiva global.
III- Alexia: perda da voz sem danos neurológicos os musculares. Ge-
ralmente ocorre após um evento de vida estressante no qual o
indivíduo fica totalmente sem voz.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 A vontade, ou volição, pode ser definida como uma elaboração


cognitiva realizada a partir dos impulsos, influenciada por fato-
res intelectivos e socioculturais. A vontade constitui um processo
psíquico de escolha de uma entre várias possibilidades de ação,
uma atividade consciente de direcionamento da ação. Conside-
rando as definições e alterações da volição, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) O ato volitivo dá-se, de forma geral, como um processo compos-


to por quatro etapas: intenção, deliberação, decisão e execução.
( ) A hiperbulia caracteriza-se pelo aumento da vontade e da iniciativa.
( ) Dentre as alterações qualitativas da volição, podemos citar os
atos compulsivos, os atos impulsivos e a hipobulia.
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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) (X) V – V – F.

4 Os afetos podem ser considerados uma consequência das nossas


ações que buscam satisfazer certas necessidades, resultando em
experiências agradáveis ou desagradáveis. Segundo Dalgalarron-
do (2019), os afetos são divididos em cinco tipos. Disserte sobre
três tipos dos afetos apresentados.

R.: Humor: é o estado emocional (ou de ânimo) que nos encontramos


em determinado momento. Toda a experiência psíquica passa por
esse afeto, podendo ser considerado como uma “lente afetiva”.
Emoções: podem ser consideradas como um estado afetivo intenso e de
curta duração, originado a partir da reação a excitações internas ou exter-
nas. As emoções geralmente são acompanhadas por sensações somáticas.
Sentimentos: estado afetivo menos intenso e mais prolongado que as
emoções, sem alterações fisiológicas. Os sentimentos associam-se aos
conteúdos intelectuais, aos valores e às representações.
Afetos: qualidade que acompanha uma ideia ou representação men-
tal. Os afetos podem ser considerados como o componente emocional
de uma ideia, ou seja, propiciam um “colorido afetivo”.
Paixões: estado afetivo intenso que domina a atividade psíquica, di-
rigindo a atenção para uma só direção. Nesse estado, os demais inte-
resses ficam inibidos.

5 Os conceitos de “Eu” e de “Self” são amplos e variam de acordo


com o período e a linha teórica. A partir de uma das linhas teó-
ricas apresentadas (Psicanálise, Behaviorismo ou Humanismo),
disserte sobre o conceito de Eu/Self.

R.: Para a Psicanálise, é no contato com a realidade que a criança de-


senvolve o Eu (Ego), considerando as adaptações do aparelho psí-
quico. O ego seria composto a partir de quatro etapas: contato com a
realidade e com o princípio de realidade; investimento amoroso dos
pais sobre a criança; projeção dos desejos inconscientes dos pais sobre

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

a criança e a assimilação desses desejos pela própria criança; e a iden-


tificação da própria criança com os modelos parentais.
Já para Skinner, um dos precursores do Behaviorismo, o conceito de
Eu pode ser definido como um dispositivo que representa um sistema
de respostas funcionalmente unificado. O Eu representaria algo que
o indivíduo faz, determinado por condições distintas ao organismo.
Portanto, o termo se referiria a um modo de ação comum, determina-
do por estímulos e condições emocionais.
Para a Psicologia Humanista, o conceito de self, também chamado de
autoconceito e de noção de Eu, é a percepção de si e da realidade pela
própria pessoa. Trata-se de uma estrutura, um conjunto organizado
e mutável de percepções relativas ao próprio indivíduo, podendo ser
divididas em: características, atributos, qualidades e defeitos etc.

UNIDADE 2

TÓPICO 1

1 O processo de avaliação clínica e o diagnóstico são essenciais


para o estudo da Psicopatologia. Podemos entender a avaliação
clínica como a medição sistemática dos fatores psicológicos, bio-
lógicos e sociais em um indivíduo que pode, ou não, apresentar
um transtorno psicológico. Com relação aos três conceitos básicos
necessários para uma avaliação, assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) Confiabilidade, validade e padronização.


b) ( ) Funcionabilidade, reprodutividade e confiabilidade.
c) ( ) Confiabilidade, generalização, veracidade.
d) ( ) Funcionabilidade, profundidade, confiabilidade.

2 As entrevistas com crianças têm como principal objetivo esta-


belecer uma comunicação baseada em trocas afetivas positivas,
oferecendo um ambiente adequado para que a comunicação se
estabeleça. Com relação às principais formas de se estabelecer co-
municação com as crianças, assinale a alternativa CORRETA:

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

a) ( ) Brincadeiras, diálogos estruturados, testes psicológicos e diálo-


go tradicional face a face.
b) ( ) Testes psicológicos, desenhos, brincadeiras e diálogos com os pais.
c) (X) Brincadeiras, diálogos imaginários, desenhos e diálogo tradi-
cional face a face.
d) ( ) Testes psicológicos, desenhos, diálogo tradicional face a face e
jogos estruturados.

3 A técnica e a habilidade em realizar entrevistas são atributos fun-


damentais da saúde mental. Parte dessa habilidade é intuitiva,
atributo da personalidade do profissional, e parte é aprendida e
pode ser desenvolvida. De acordo as regras de ouro da entrevista,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Pacientes organizados, com inteligência normal, escolaridade ao


menos razoável e fora de um “estado psicótico” devem ser entre-
vistados de forma mais fechada, estruturada.
( ) Pacientes desorganizados, com nível intelectual baixo, em um
estado psicótico ou paranóide, “travados por um alto nível de
ansiedade” devem ser entrevistados de forma mais livre, acom-
panhando o raciocínio do paciente.
( ) Nos primeiros contatos com pacientes muito tímidos, ansiosos
ou paranóides, deve-se fazer primeiro perguntas neutras.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) (X) F – F – V.

4 O exame físico do paciente com transtorno mental é muito impor-


tante, não diferindo dos exames realizados em indivíduos sem
patologias mentais. Ainda assim as doenças físicas são subdiag-
nosticadas em pacientes com transtornos mentais graves por di-
versos motivos. Discorra sobre pelo menos três desses motivos.

R.: O clínico geral tende a não examinar adequadamente o pacien-


te com transtornos mentais graves, pois ele não é “seu paciente”, é
“paciente apenas do psiquiatra ou do psicólogo”. O psiquiatra não
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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

realiza o exame físico do indivíduo, pois não se considera “médico do


corpo”, mas “especialista da mente”. Esses pacientes têm dificulda-
des em acessar os serviços gerais de saúde.
Os pacientes podem ter dificuldades em comunicar objetivamente
suas queixas somáticas. Esses indivíduos podem não ser adequada-
mente ouvidos pelos médicos em geral, pois o estigma de “louco”
pode invalidar suas queixas somáticas. Há um certo preconceito con-
tra pessoas com transtornos mentais em muitos serviços de saúde,
dificultando os cuidados na saúde física.

5 Além da organização das entrevistas de forma mais estruturada


ou aberta, algumas atitudes podem ser inadequadas e impro-
dutivas, devendo ser evitadas pelo profissional de saúde. Nesse
sentido, disserte sobre pelo menos cinco atitudes que devem ser
evitadas ao se realizar entrevistas.

R.: Posturas rígidas e estereotipadas. Prefira atitudes flexíveis e adequa-


das à personalidade do paciente. Atitude excessivamente neutra ou fria.
Reações exageradamente emotivas ou artificialmente calorosas, produ-
zindo uma falsa intimidade. Comentários valorativos ou julgamentos.
Reações emocionais intensas de pena ou compaixão. Responder com
hostilidade ou agressivamente. Entrevistas excessivamente prolixas.
Fazer muitas anotações durante a entrevista, pois pode dar a impres-
são de que as anotações são mais importantes que a própria entrevista.

TÓPICO 2

1 Tanto os sintomas quanto as síndromes têm origem definida a


partir de dois fatores: predisponentes e precipitantes. Um dos
conjuntos de fatores está associado à genética e experiências emo-
cionais na infância e adolescência, já o outro está ligado a perdas
ou estresses. Sobre a definição de cada conjunto de fatores, assi-
nale a alternativa CORRETA:

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

a) (X) Os fatores predisponentes decorrem da articulação da vulnera-


bilidade constitucional com as primeiras experiências de vida.
b) ( ) Os fatores predisponentes são mais atuais ou recentes como
perdas e estresses.
c) ( ) Os fatores precipitantes podem ser exemplificados pela consti-
tuição genética e as condições pregressas de vida.
d) ( ) As pessoas carregam predisposições genéticas e constitucionais que
somadas às vivências infantis caracterizam os fatores precipitantes.

2 Ainda que a predisposição constitucional e os fatores predispo-


nentes sejam a base dos processos patológicos, o psiquiatra ale-
mão Karl Birnbaum (1878-1950) propôs que se discriminem três
fatores envolvidos nas manifestações das doenças mentais. Sobre
o exposto, analise as sentenças a seguir:

I- Fator patogenético: manifestação dos sintomas diretamente pro-


duzidos pelo transtorno mental.
II- Fator patoplástico: manifestações relacionadas a personalidade
do paciente.
III- Fator psicoplástico: manifestações da história de vida específica
do indivíduo e de seus padrões culturais, familiares e religiosos.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 Atualmente, sabe-se que o TEA tem um componente genético sig-


nificativo e altamente complexo, porém, de hereditariedade mo-
derada. Ainda que numerosos genes já tenham sido implicados
na apresentação do TEA, cada um parece ter um efeito relativa-
mente pequeno. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

( ) O TEA era visto como resultado de uma parentalidade falha, fru-


to de pais perfeccionistas, frios e distantes.
( ) Crianças pequenas com TEA possuem a amígdala (estrutura ce-
rebral) maior do que as crianças sem o transtorno, entretanto,
isso não causa nenhum prejuízo a essas crianças.
( ) Por muito tempo, acreditou-se que o mercúrio contido em vaci-
nas infantis poderia ser um dos responsáveis pelo aumento dos
casos de TEA.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Os transtornos mentais de caráter episódico caracterizam-se como


agudos ou subagudos e são divididos em quatro categorias: crises,
reações vivenciais, fases e surtos. Nesse sentido, disserte sobre as
principais características apresentadas em cada uma das categorias.

R.: A crise (ou ataque) é marcada pelo surgimento e pelo término


abrupto do quadro (crise epiléptica, ataques de pânico). As reações
vivenciais são consideradas anormais quando há intensidade exage-
rada ou duração prolongada dos sintomas. As fases são períodos de
depressão e de mania dos transtornos afetivos. Passada a fase, o in-
divíduo retorna ao que era antes dela, sem alterações duradouras na
personalidade, pode durar semanas ou meses (fase depressiva, fase
maníaca). O surto é ocorrência aguda que se instala de forma mais
ou menos repentina, fazendo eclodir uma doença de base endógena.

5 A depressão geralmente está associada a alguma perda, e isso não


é diferente nas crianças e nos adolescentes: a perda repentina de
um dos pais, por exemplo, torna-as vulneráveis à depressão gra-
ve. Com relação ao ambiente familiar e aos antecedentes que fa-
vorecem quadros depressivos, disserte sobre pontos em comum
que são observados por alguns pesquisadores.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

R.: Antecedentes de depressão nos pais, em particular na mãe. Frequ-


ência da carência parental ou contato empobrecido entre os pais e os
filhos, pouco ou nenhum estímulo afetivo, verbal ou educativo. Mais
raramente, também, certa severidade educativa excessiva. Crianças
vítimas de maus tratos estão mais suscetíveis a episódios depressivos,
pois alimentam o sentimento de que, se apanham, é porque são mal-
vadas e fazem coisas erradas, sentindo-se culpadas.

TÓPICO 3

1 As ações de prevenção são mais afetivas à medida que o risco seja


claramente identificado e a patologia apresente traços caracterís-
ticos, diferenciando-a dos padrões de normalidade. Na tentativa
de agir preventivamente, alguns fatores devem ser observados no
comportamento dos jovens, pois podem ser consideradas “condu-
tas de risco”. Sobre o exposto, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Duração de uma mesma conduta durante um período de mais


de duas semanas.
b) (X) Circunstâncias de vida negativas, como mudanças de casa ou
doenças.
c) ( ) Uso de álcool, ainda que socialmente.
d) ( ) Manifestações isoladas de sofrimento.

2 A identificação dos riscos só é eficaz se for seguida de alguma


resposta, portanto, Marcelli e Braconnier (2007) identificaram três
grupos e as possíveis prevenções para cada um deles. Quanto aos
tipos de grupos, analise as sentenças a seguir:

I- Para o grupo “sem problema aparente” a informação é o suficien-


te para a prevenção.
II- O grupo “intermediário” também se beneficia apenas da informa-
ção, por se tratar de jovens menos vulneráveis.
III- No grupo “com problemas múltiplos” a informação e a prevenção
praticamente não surtem efeito, pois já estão em um processo de
“pré-ruptura”.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) (X) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 A escuta e o acolhimento para as crianças são tão importantes


quanto para os adolescentes, afinal, elas não relatam suas dificul-
dades de forma objetiva como fazem os adultos. Na maioria dos
casos, a criança ou não sofre ou não expressa adequadamente, o
que não significa que o sofrimento psicológico não exista. Con-
siderando o sofrimento que pode existir no entorno da criança,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) O sofrimento dos pais pode derivar das dificuldades dos filhos


que despertam a empatia dos pais, tentando ajudá-los da melhor
forma possível.
( ) O sofrimento dos pais pode derivar da própria dor devido a ima-
gem desvalorizada que a criança passa, especialmente na compa-
ração com outras crianças da mesma idade.
( ) O sofrimento dos pais não relaciona-se com a rejeição, visto que
os pais estão sempre identificados com seus filhos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) (X) V – V – F.

4 Entende-se por prevenção, o conjunto de medidas ou de ações


voltadas ao indivíduo ou ao seu ambiente, suscetíveis de impedir
o aparecimento de um estado patológico posterior ou de reduzir
sua intensidade e suas consequências. Disserte sobre as três for-
mas de prevenção que aprendemos nesse subtópico.

R.: Prevenção primária: ação no nível ambiental ou individual para


minimizar o risco do aparecimento de transtornos.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Prevenção secundária: detecção e intervenção precoce, eliminando ou


atenuando os transtornos.
Prevenção terciária: ação no nível dos transtornos estabelecidos, mi-
nimizando o agravamento e as sequelas.
As ações de prevenção são mais afetivas à medida que o risco seja
claramente identificado e a patologia apresente traços característicos,
diferenciando-a dos padrões de normalidade.

5 As escolhas terapêuticas na infância e na adolescência podem ser


complexas. É preciso considerar a multiplicidade de técnicas dis-
poníveis, de quadros institucionais existentes e de teorias etiopa-
togênicas. Escolha e disserte sobre uma das possibilidades tera-
pêuticas, apresentando suas características e principais objetivos
(reeducações, psicoterapias individuais, terapias familiares ou
psicoterapias de grupo).

R.: Reeducações e correções: Algumas terapias têm como objetivo


imediato a redução de certa conduta, ao agir sobre o transtorno, elas
permitem a retomada do desenvolvimento harmonioso de determi-
nada função. Esse tipo de intervenção dura alguns meses ou no máxi-
mo um ano, com exceção de transtornos graves.
Psicoterapias individuais: As psicoterapias individuais com crianças e
adolescentes são de grande valia e podem ser um aliado fundamental
de outros tratamentos, como o psiquiátrico. Existem inúmeras abor-
dagens e possibilidades dentro do universo das psicoterapias como a
psicanálise e a terapia cognitiva.
Terapias familiares: Trata-se de um tipo de terapia que não é centrada
nos indivíduos, mas no sistema e nos modos de comunicação entre
os elementos desse conjunto. Ganharam destaque a partir de seus re-
sultados com psicóticos, visto que esses pacientes estavam presos em
uma rede de interação tal que a aparente doença do indivíduo parecia
necessária à estabilidade do conjunto.
Psicoterapias de grupo: a principal função dos grupos terapêuticos
é a catarse no nível do afeto, ou seja, descarga da tensão interna na
presença de outros membros do grupo. Além disso, permite o deslo-
camento dos conflitos que o adolescente não consegue resolver com
seus pais sobre os outros membros do grupo.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

UNIDADE 3

TÓPICO 1

1 O distanciamento da psiquiatria e da psicanálise só aumentou na


medida que os manuais classificatórios (DSM e CID) foram sen-
do publicados e revisados, isso porque a abordagem organicista,
biológica e estatística se tornou cada vez mais dominante. Com
relação à perspectiva sindrômica dos quadros mentais, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) As síndromes são conjuntos de diagnósticos que se agrupam


de forma recorrente e são observados na prática clínica diária.
b) ( ) Identificar as síndromes não é tão importante quanto realizar
um diagnóstico preciso.
c) ( ) A “teoria das síndromes” defendia que há sintomas singulares
e sintomas gerais, que se articulam de forma secundária aos
sintomas singulares.
d) (X) O diagnóstico sindrômico é uma estratégia importante no ra-
ciocínio clínico, sua evolução se dá ao longo das primeiras
avaliações e do conhecimento aprofundado sobre o paciente
e seu sofrimento mental.

2 Classificação é um termo que pode se referir à criação de princí-


pios e regras em torno dos quais itens, referências, características
e futuros agrupamentos serão constituídos, ou, então, ao ato de
agrupar em si, de organizar e distribuir. Sobre a classificação das
doenças mentais, analise as sentenças a seguir:

I- A classificação de pessoas doentes ou com transtornos em deter-


minados grupos é chamada nosologia.
II- Um dos objetivos da nosografia é a compreensão das causas e da natu-
reza das doenças, permitindo certo planejamento e avaliação a partir
de uma comunicação padronizada entre diversos profissionais.
III- Desde o início, as classificações se demonstraram uma ferramenta
confiável, se dois profissionais examinassem o mesmo paciente
eles chegariam ao mesmo diagnóstico.

18
PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 A psicopatologia da criança e do adolescente vem sendo enca-


rada como uma cópia da psicopatologia do adulto. Com isso, o
campo da saúde mental da infância e da adolescência tem vivido
uma franca expansão. Sobre as características desenvolvimentis-
tas marcantes da infância e da adolescência, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A popularização da psiquiatria na infância e na adolescência se


deve ao surgimento de novas categorias nosológicas publicadas
em entrevistas diagnósticas e, também, por meio de artigos e re-
portagens por vezes sensacionalistas.
( ) A prescrição de medicamentos psiquiátricos para crianças e ado-
lescentes não é um fenômeno recente, e, desde 1960, tornou-se
comum que crianças ou jovens fossem medicados.
( ) Ainda que muitas crianças possam se beneficiar de diagnósticos
e intervenções precoces, o diagnóstico equivocado somado ao
uso de psicofármacos pode ter efeitos destrutivos sobre diversas
crianças e adolescentes.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – F.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Estamos acostumados a lidar com a doença como algo objetivo, algo


que a pessoa tem ou não tem. Essa lógica não pode ser aplicada à psi-
copatologia infantil, já que, na maioria dos quadros, não há algo que
possa ser identificado objetivamente, de modo separado da criança.
Nesse sentido, aprendemos que há duas maneiras distintas de com-

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

preender os transtornos psiquiátricos na infância e na adolescência:


a visão categorial e a visão dimensional. Discorra sobre cada uma
dessas visões apresentando suas principais características.

R.: Visão categorial: relaciona-se com a ideia de “tudo ou nada”, ou há


normalidade ou há patologia. Essa visão é fundamental para diversas
áreas da medicina, é importante, por exemplo, determinar se a criança
tem ou não uma fratura óssea. Entretanto, quando pensamos em saúde
mental essa visão pode contribuir para a ideia de que se a criança está
com alguma dificuldade de comportamento é porque tem alguma “coi-
sa” nela. Um possível diagnóstico de TDAH, por exemplo, eliminaria
todas as outras variáveis psicológicas e ambientais que poderiam estar
contribuindo para o comportamento inadequado da criança.
Visão dimensional: é uma visão que enxerga “linhas de continuida-
de” entre a normalidade e a patologia, em que a definição entre uma
ou outra situação é feita de forma mais ou menos arbitrária. Como a
diferenciação entre normal e patológico pode ser subjetiva e um pou-
co incerta, essa visão pode estimular a excessiva medicalização dos
problemas infantis.

5 O campo da saúde mental da infância e da adolescência tem vivi-


do uma franca expansão, não necessariamente devido a avanços
do conhecimento. Discorra sobre a popularização da psiquiatria
na infância e na adolescência, apontando os principais fatores e
riscos apresentados.

R.: A popularização da psiquiatria na infância e na adolescência se


deve ao surgimento de novas categorias nosológicas, publicadas em
entrevistas diagnósticas e, também, por meio de artigos e reportagens
por vezes sensacionalistas. As crianças que praticavam bullying ou
que não gostavam de estudar, por exemplo, não eram diagnosticadas
com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), até
porque esse diagnóstico não existia. Esse quadro começa a se alterar a
partir do ponto que a psiquiatria passou a tratar crianças com psico-
trópicos, alegando que as novas descobertas apontavam que as crian-
ças sofrem regularmente de doenças mentais, de natureza biológica.

20
PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

TÓPICO 2

1 Em 1952, a APA publicou o Diagnostic and Statistical Manual of


Mental Disorders, dando início ao primeiro Manual de Diagnós-
tico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-I. Consideran-
do o que aprendemos sobre a primeira versão do DSM, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) A primeira versão do manual contava com 106 categorias e a


abordagem era predominantemente comportamental.
b) ( ) A necessidade de organizar sistemas diagnósticos surgiu desde
o fim do século XIX.
c) (X) A primeira versão do manual era uma variação da CID-6.
d) ( ) Padronizar as categorias de doença se fazia necessário para su-
prir apenas necessidades teóricas.

2 O DSM-III, publicado em 1980, tinha como principal objetivo


uniformizar e validar os diagnósticos psiquiátricos, padronizan-
do, assim, as práticas internacionais de diagnóstico. Nesse sen-
tido, o desenvolvimento da terceira edição do manual ocorreu
de forma coordenada com a CID-9, que havia sido publicado em
1975. Com relação ao DSM-III, analise as sentenças a seguir:

I- A partir do DSM-III, os diagnósticos passaram a ser considerados


como instrumentos convencionais, dispensando referencias onto-
lógicas, ou seja, seriam puramente descritivos.
II- A terceira versão do manual foi recebida com esperança pelos
profissionais da área de saúde, a unificação de linguagens facili-
taria o trabalho e a pesquisa.
III- A chegada do DSM-III não sofreu influência do processo de desins-
titucionalização de pacientes crônicos e da luta antimanicomial.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

3 A publicação do DSM-IV ocorreu apenas em 1994, 14 anos após o


DSM-III. A quarta versão do manual é fruto do trabalho de mais de
1.000 pessoas e de diversas organizações ligadas à saúde mental. Sobre
o DSM-IV, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para falsas:

( ) O DSM-IV foi desenvolvido em conjunto com a CID-10, que ha-


via sido publicada em 1992.
( ) O DSM-IV seguiu o modelo de classificação da versão anterior,
incluindo o diagnóstico diferencial.
( ) O objetivo dessa versão era, através da revisão da literatura, esta-
belecer bases empíricas que sustentassem atualizações.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – F – F.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 A partir da concepção por eixos, o DSM-IV revisou diversos crité-


rios diagnósticos, acrescentou e eliminou alguns transtornos, in-
cluiu grupos e demarcou normas de interpretação e generalização
das informações. Nesse sentido, o DSM dispensa de vez o diagnós-
tico diferencial, ou seja, o tratamento pela palavra. Disserte sobre
os caminhos da psiquiatria e da psicanálise a partir do DSM-IV.

R.: Ao excluir a subjetividade, a medicina biofisiológica se afasta de


vez da psicanálise e do pensamento que havia servido de base para as
primeiras edições do DSM.
Nesse sentido, a quarta versão do manual rompeu com a “longa tra-
dição, em vigor desde Pinel, na qual a caracterização das formas de
sofrimento, alienação ou patologia mental fazia-se acompanhar da
fundamentação ou da crítica filosófica” (DUNKER, 2014a, s.p.). Ain-
da, não só se rompeu o diálogo entre a psicanálise e a psiquiatria, mas
também a maneira de fundamentar e de fazer psicopatologia.

5 Em 2007, a APA deu início a uma força tarefa que revisaria todo
o conteúdo produzido, culminando com a publicação do DSM-V
em 2013, com mais de 300 categorias e 947 páginas. Assim com

22
PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

as outras versões do manual, o DSM-V buscou harmonizar as


classificações com as apresentadas pela CID-11. Disserte sobre os
problemas decorrentes de classificações diferentes apresentadas
pelo DSM e pela CID.

R.: O acadêmico poderá relacionar os seguintes pontos:


• A existência de duas classificações que não estejam harmoniza-
das dificulta a coleta e o uso de estatísticas, além do desenvolvi-
mento de novos tratamentos.
• A existência de duas classificações dificulta a replicação de resul-
tados científicos entre diferentes países.
• Os diagnósticos apresentados pelo DSM-IV e pela CID-10 nem
sempre estavam em acordo.

TÓPICO 3

1 A classificação de Bertillon teve sua primeira revisão em 1900, a


partir de uma conferência internacional realizada em Paris, na qual
26 países se reuniram e adotaram uma nova versão que identificava
as causas de morte em 179 grupos. Em 1948, a OMS assumiu a res-
ponsabilidade pela organização desse sistema de classificação, que
passou a ser desenvolvido de forma mais previsível. Com relação
às primeiras edições da CID, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A conferência internacional decidiu que a classificação passaria


por revisões a cada cinco anos.
b) ( ) As primeiras cinco versões do manual haviam sido publicadas
em dois volumes, assim como das versões atuais.
c) ( ) Ainda que tenha sofrido diversas modificações, a sexta revisão
ainda não contava com uma seção de transtornos psiquiátricos.
d) (X) A quinta conferência, realizada em 1938, reconheceu a neces-
sidade de classificar as doenças para melhorar as estatísticas
de mortalidade apresentadas pela classificação atual.

23
PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

2 Ainda que a classificação tenha surgido como um instrumento es-


tatístico para enumerar e analisar as causas de morte, ou seja, não
incluía doenças não letais, a partir da sexta edição a classificação
foi expandida visando classificar a morbidade além da mortalida-
de. Quanto às versões da CID, analise as sentenças a seguir:

I- A sétima versão, publicada em 1955, limitou-se à correção de pe-


quenos erros contidos na versão anterior.
II- A oitava versão sofreu mudanças mais radicais do que a versão
anterior, ainda assim, a estrutura básica e a forma de encarar a
classificação das doenças permaneceu inalterada.
III- A partir da nona versão publicada em 1977, a classificação passou
a focar apenas nos aspectos da morbidade, sem se importar tanto
com a mortalidade.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) (X) As sentenças I e II estão corretas.


b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 A 11ª edição da CID foi apresentada na Assembleia Mundial da


Saúde, em 2019, e será implementada de forma integral a partir
de janeiro de 2022. A OMS definiu a última versão da classifi-
cação como o “padrão internacional para o registro sistemático,
relatório, análise, interpretação e comparação de dados de morta-
lidade e morbidade” (OMS, 2019, s.p.). Sobre a 11ª versão da CID,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) A CID-11 apresenta conceitos contemporâneos de atenção primária.


( ) Ainda que o conhecimento científico tenha avançado significativa-
mente, não foi possível a incorporação de diversas doenças raras.
( ) A CID-11 permite uma ampla coleta de dados e informações faci-
litando a distribuição de recursos de saúde entre os países ricos.

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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) (X) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) V – V – F.

4 A OMS considera que a 11ª versão da CID fornece atualizações


do conhecimento científico, desde a primeira edição em 1900, a
classificação passou de 179 para 12.000 categorias, demonstran-
do quanto o conhecimento médico evoluiu. Ainda que esteja em
constante melhoria, a CID não escapa a críticas, especialmente
quanto ao fato de que segue um formato “biologicista”. Disserte
sobre as principais críticas feitas a CID.

R.: A CID não escapa a críticas, especialmente quanto ao fato de que


segue um formato “biologicista”, não apresentando propostas que fa-
voreceram a análise mais aprofundada do processo saúde-doença. A
importância clínica e em áreas administrativas da saúde da CID é in-
questionável, entretanto, as críticas são feitas a partir da adoção deste
instrumento como padrão para o estudo do processo saúde-doença.
Alguns autores consideram a classe social como uma das categorias
básicas para estabelecer uma classificação epidemiológica, enquanto
a CID se restringe à verificação de alterações biológicas ou psíquicas
em uma série de indivíduos.

5 A CID-11 contém mais de 55.000 classificações únicas e mais de


120.000 derivadas das últimas descobertas científicas. Além disso,
segundo a OMS, a nova versão da classificação apresenta outras
melhorias. Disserte sobre as principais melhorias apresentadas
pela CID-11, citando, pelo menos, três delas.

R.:
• Conceitos contemporâneos de atenção primária.
• Revisão e atualização de condutas que dizem respeito à seguran-
ça do paciente.
• Codificação sobre resistência bacteriana.
• Atualização das informações sobre HIV.
• Seção suplementar para avaliação funcional do paciente antes e
após a intervenção.
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PSICOPATOLOGIA: INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

• Incorporação de diversas doenças raras.


• Os códigos referentes a estresse pós-traumático foram atualiza-
dos e simplificados.
• Transtornos dos jogos eletrônicos fazem parte das condições que
podem gerar adição.

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