Você está na página 1de 30

Professora Me. Mayara Ap.

da Silva
Breve currículo
FORMAÇÃO ACADÊMICA
Aluna especial do Doutorado de Ciências Jurídicas da UENP -
Universidade Estadual do Norte do Paraná.
Mestre em Ciências Jurídicas com enfoque no Direito da
Personalidade pela Universidade UNICESUMAR de Maringá
(2018).
Especialista em Relações Trabalhistas e Previdenciárias pela
Faculdade Integrado de Campo Mourão (2016).
Graduada em Direito pela Faculdade Integrado de Campo
Mourão (2014).
Breve currículo
ATUAÇÃO PROFISSIONAL E SOCIAL
Advogada com escritório nas cidades de Campo Mourão-PR e
Corumbataí do Sul-PR
Mediadora Judicial e Extrajudicial.
Atual Presidente da Comissão dos Jovens Advogados da OAB -
Subseção de Campo Mourão-PR.
Atual Presidente do Conselho Municipal da Criança e do
Adolescente de Campo Mourão-PR.
Professora junto a Faculdade União de Campo Mourão-PR e
Curso Profissionalizante de Auxiliar Jurídico do PRONADE
Membro do Núcleo de Ações Humanitárias do Rotary Club
Campo Mourão Araucária.
REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O ECA

QUAL O OBJETIVO DO ECA?

QUAL FAIXA ETÁRIA DIVIDE CRIANÇA DE


ADOLESCENTE?

PORQUE ESTA DIVISÃO É NECESSÁRIA?

CRIANÇA E ADOLESCENTE NÃO PODE


TRABALHAR!?
O ECA IMPEDE QUE ADOLESCENTES INFRATORES
SEJAM PUNIDOS?!

O ECA TRATA APENAS DE DIREITOS DE CRIANÇAS E


ADOLESCENTES, DEIXANDO DE LADO OS
DEVERES?!

QUAL SUA OPINIÃO SOBRE LEI DA PALMADA?!

QUAL A FUNÇÃO CONSELHO TUTELAR?

 O QUE É CMDCA, CDCA, CONANDA?


HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
1º de Janeiro de 1726 - Crianças são abandonadas para
caridade nas "Rodas dos Expostos"

 A atenção às crianças no Brasil português tinha caráter religioso. Em 1726, a


Irmandade da Santa Casa de Misericórdia criou a primeira "Roda dos
Expostos", na Bahia. Tratava-se de compartimento cilíndrico instalado na
parede de uma casa que girava de fora para dentro. A criança era colocada ali
para ser abrigada e criada pela entidade, preservando a identidade de quem a
abandonava. A medida foi regulamentada em lei e se tornou a principal forma
de assistência infantil nos séculos 18 e 19. Popularmente, também era
conhecido por "Roda dos Rejeitados".
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
11 de Outubro de 1890 - Código Criminal da República
determina penalização de crianças entre 9 e 14 anos

Em 1890 cria-se o Código Criminal da República para conter o


aumento da violência urbana. A responsabilização penal passa a
considerar a Teoria do Discernimento. Assim, crianças entre 9 e
14 anos são avaliadas psicologicamente e penalizadas de acordo
com o seu "discernimento" sobre o delito cometido. Elas
poderiam receber pena de um adulto ou ser considerada
imputável.
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
5 de Janeiro de 1921 - Idade mínima para responder
criminalmente passa a ser de 14 anos

A lei nº 4.242 tratou da assistência e proteção de "menores


abandonados" e "menores delinquentes", sendo regulamentada
posteriormente em 1923 por decreto. Aqueles jovens autores ou
cumplices de crime ou contravenção, considerados "menores
delinquentes", tornaram-se impútaveis até os 14 anos, não
valendo mais a Teoria do Discernimento de 1890.
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
20 de Fevereiro de 1926 - Caso Bernardino: menino é
violentado na prisão

O engraxate Bernadino, de 12 anos, foi preso ao jogar tinta


em uma pessoa que saiu sem pagar pelo serviço. Colocado
em uma prisão junto a 20 adultos, o menino negro foi
violentado de várias formas e jogado na rua. Levado para
um hospital, narrou o ocorrido para jornalistas. O caso
ganha repercussão e mobiliza debates sobre locais
específicos para destinar crianças que cumpram algum
tipo de pena.
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
10 de Dezembro de 1927 - 1º Código de Menores
estabelece imputabilidade antes dos 18 anos

A Lei de Assistência e Proteção aos Menores, conhecida


como Código de Menores ou Código Mello, representou
avanços na proteção das crianças. A lei proibiu a "Roda dos
Expostos" e tornou os jovens imputáveis até os 18 anos.
Criou a "escola de preservação para deliquentes" e a
"escola de reforma para o abandonado".
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
5 de Novembro de 1941 - Serviço de Assistência a
Menores (SAM) é criado para atender todo o Brasil

Institui-se o Serviço de Assistência a Menores (SAM),


primeiro órgão federal a se responsabilizar pelo controle
da assistência aos menores em escala nacional. Atendia
aos "menores abandonados" e "desvalidos",
encaminhando-os às instituições oficiais existentes, e aos
"menores delinqüentes", internando-os em colônias
correcionais e reformatórios.
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
1º de Dezembro de 1964 - Militares criam FUNABEM e
FEBEMs

Após o golpe de 64, os miltares extinguem o SAM e criam


a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (Funabem) e
a Políitica Nacional do Bem-Estar do Menor (PNBEM), que
deveriam coordenar todas as ações na área. A questão da
infância passou a ser tratada como problema de segurança
nacional e deu origem às Febems em nível estadual.
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
10 de Outubro de 1979 - 2º Código de Menores
adiciona doutrina de proteção integral

Em 1979, é promulgado um novo Código de Menores. Ele


traz a doutrina da proteção integral presente na concepção
futura do ECA. Porém, baseia-se no mesmo paradigma do
menor em situação irregular da legislação anterior de 1927,
restringe-se ao “binômio carência - delinquência”, agindo
na consequência e não nas causas .
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
5 de Outubro de 1988 - Artigo 227 torna-se base para a
criação do ECA

O artigo 227 da Constituição Federal de 1988 estabelece


como dever da família, da sociedade e do Estado "assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade,
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
13 de Julho de 1990 - Nasce o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)

Aprovado no Congresso Nacional, Estatuto da Criança e


do Adolescente (ECA) é o marco legal que reuniu
reivindicações de movimentos sociais que trabalhavam em
defesa da ideia de que crianças e adolescentes são também
sujeitos de direitos e merecem acesso à cidadania e
proteção. O ECA foi publicado sobre a lei federal nº 8069.
HISTÓRICO DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
26 de Junho de 2014 - Lei condena violência moral e física
na educação

Pela nova lei, a criança e o adolescente têm o direito de ser


educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante que cause humilhação,
ridicularização, grave ameaça, lesão ou sofrimento físico.
Batizada pela imprensa de "Lei da Palmada", ganhou o nome
de Lei "Menino Bernardo" em homenagem ao menino
Bernardo Boldrini, morto no Rio Grande do Sul com uma
injeção letal. O pai do menino foi um dos indiciados pelo
crime.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança
e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

 Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos,


sujeitos às normas da legislação especial.

 Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores,
e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade.
PRINCIPIOS DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Princípio do melhor interesse da criança e do
adolescente:
 Tem como objetivo determinar a primazia das necessidades da
criança e do adolescente como critério de interpretação da lei, para
solução de conflitos ou mesmo para elaboração de futuras normas.

Princípio da prioridade absoluta


 Seja no campo judicial, extrajudicial, administrativo, social ou
familiar, o interesse infantojuvenil deve sempre prevalecer.
ESTRUTURA DO ECA
 Disposições Iniciais: Art. 1 a 6
 Direitos fundamentais: Art. 7 a 24 e art. 53 a 73
 Família natural e colocação em família substituta: Art. 25 a 52
 Normas de prevenção: Art. 70 a 85
 Políticas de atendimento: Arts. 86 a 97
 Medidas de proteção: Art. 98 a 101
 Ato infracional: Art. 102 a 128
 Medidas aplicáveis aos pais: Art. 129 a 130
 Conselho Tutelar: Art. 131 a 140
 Procedimentos na Justiça da Infância e Juventude: Art. 141 a 224
 Crimes: Art. 225 a 244-A
 Infrações administrativas: Arts 245 a 258
 Disposições gerais: 259 a 263
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 - Dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao


adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
 Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por
outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e de dignidade.

 Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas


as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que
vivem.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:


a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a
proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por
ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins


sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos
e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e
do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
VAMOS EXERCITAR
FCC - 2008 - MPE-RS - Secretário de Diligências
 
Considera-se criança, para os efeitos das normas contidas no Estatuto da Criança
e do Adolescente, a pessoa até

a) doze anos de idade incompletos.


b) doze anos de idade completos.
c) treze anos de idade incompletos.
d) treze anos de idade completos.
e) quatorze anos de idade incompletos  
FCC - 2008 - MPE-RS - Secretário de Diligências
 
Considera-se criança, para os efeitos das normas contidas no Estatuto da Criança
e do Adolescente, a pessoa até

a) doze anos de idade incompletos.


b) doze anos de idade completos.
c) treze anos de idade incompletos.
d) treze anos de idade completos.
e) quatorze anos de idade incompletos  
CESPE - 2010 - MPE-RO - Promotor de Justiça
A respeito do direito da criança e do adolescente, assinale:
(certo / errado)

( ) Com o advento da CF, o dever de cuidado e proteção a


toda e qualquer criança e adolescente passou a ser um
dever exclusivo do Estado.
( ) O princípio do melhor interesse da criança e do
adolescente pode ser compreendido como a forma
adequada de permitir que a criança e o adolescente
possam se desenvolver com dignidade, concretizando,
portanto, os seus direitos fundamentais frente a
interpretação da norma.
CESPE - 2010 - MPE-RO - Promotor de Justiça
A respeito do direito da criança e do adolescente, assinale:
(certo / errado)

(ERRADO) Com o advento da CF, o dever de cuidado e


proteção a toda e qualquer criança e adolescente passou
a ser um dever exclusivo do Estado.
(CERTO) O princípio do melhor interesse da criança e do
adolescente pode ser compreendido como a forma
adequada de permitir que a criança e o adolescente
possam se desenvolver com dignidade, concretizando,
portanto, os seus direitos fundamentais frente a
interpretação da norma.
CESPE - 2010 - MPE-RO - Promotor de Justiça

Com base no disposto no ECA, assinale a opção como


verdadeira ou falsa.

( ) Com o advento do novo Código Civil, que prevê que


a capacidade plena é adquirida aos dezoito anos de
idade, não é mais possível a aplicação do ECA às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos.
CESPE - 2010 - MPE-RO - Promotor de Justiça

Com base no disposto no ECA, assinale a opção como


verdadeira ou falsa.

(FALSA) Com o advento do novo Código Civil, que


prevê que a capacidade plena é adquirida aos dezoito
anos de idade, não é mais possível a aplicação do ECA
às pessoas entre dezoito e vinte e um anos.

Você também pode gostar