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Aula de História

Professor Gabriel Gomes


Tema: Crise de 1929
3º Ano do ensino médio
Primeira parte
Introdução
A crise de 29 teve início no dia 24 de outubro de 1929, nos
Estados Unidos, e ficou conhecida como a maior crise
econômica da história do capitalismo. Essa crise afetou não
apenas os EUA, mas também todos os país do mundo, por
isso ficou conhecida  “A Grande Depressão”. Isso porque
quando a crise de fato foi estabelecida, acabou criando um
clima de grande desespero e tristeza em toda população
norte-americana. 

Entre os principais motivos que levaram a crise está o


crescimento descontrolado da produção americana, assim
como a quebra da bolsa de valores. O colapso afetou em
graus diferentes diversos países, mesmo a economia
americana sendo a principal base mundial na época. 
Estados Unidos ENRIQUECIDOS POIS
FORNECIAM ARMAS, ALIMENTO
E EMPRESTIMO AOS PAISES

FORAM PRIVILEGIADOS,
POIS FOI SÓ ELES ENTRAREM
NA 1ª GUERRA QUE ELA
ACABOU
Anos felizes (1919- 1929)
Os anos felizes forma os anos que antecederam a
crise de 1929, nos Estados Unidos.  Na década de
1920 houve um avanço na produção industrial nos
EUA. Foi um tempo de prosperidade em vários
setores da sociedade norte-americana. 

Houve investimentos em pesquisa cientifica no uso


de novas fontes de energia, e aumentou a produção
em larga escala. 

Cresceram também os meios de comunicação de


massa, como radio e televisão e cinema. Nesses
meios de comunicação a propaganda incentivava a
população consumir vários produtos, como geladeira,
carro, rádio, esse era o modelo de vida norte-
americana.
American Way of Life
American way of life ou "estilo de vida americano" foi um modelo de
comportamento surgido nos Estados Unidos após a Primeira e a Segunda
Guerras Mundiais.
Este modo de viver passava pelo consumismo, a padronização social e a crença
nos valores democráticos liberais.
A ideia de uma vida feliz, vitoriosa e onde há liberdade definem este jeito de
vida americano. Esta felicidade alcançada pelos meios materiais tornou-se a
válvula de escape para esquecer os horrores da Primeira e da Segunda Guerra.
O American Way of Life só foi possível por conta da superioridade tecnológica
americana, do poderio do seu exército e do arsenal de guerra desenvolvido
após os conflitos.
A fabricação em massa possibilitou o consumo em grande escala e com o
crédito barato, os americanos aproveitaram para comprar bens, muitas vezes
supérfluos.
O automóvel vira um objeto de desejo, especialmente a partir do seu
abaratamento realizado pelo empresário Henry Ford.
A televisão passa a ser um item indispensável nas casas e, com ela, a
divulgação de um determinado padrão de beleza, de vida e comportamentos.
Por isso, os Estados Unidos venderam a ideia da felicidade pelo consumo, onde
comprar e desfrutar o tempo livre em atividades de lazer são o eixo central da
existência.
Os Estados Unidos antes da crise econômica

Antes da crise de 1929 estourar, os Estados Unidos já ocupavam o posto


de maior economia do mundo. Antes mesmo da Primeira Guerra Mundial
, a economia americana já possuía índices que comprovavam essa
supremacia, e os eventos da guerra só acentuaram a posição de potência
econômica internacional dos Estados Unidos.
Em virtude do rápido crescimento da economia americana após a guerra,
a década de 1920 foi um período de grande euforia econômica, o qual
ficou conhecido como Roaring Twenties (traduzido para o português
como Loucos Anos Vinte). Esse momento da história americana ficou
marcado principalmente pelo avanço do consumo de mercadorias,
consolidando o American way of life, o estilo de vida americano.
O avanço da economia americana tornou o país responsável pela
produção de 42% de todas as mercadorias feitas no mundo. A nação
também era a maior credora do mundo e emprestava vultuosas somas de
dinheiro para as nações europeias em processo de reconstrução (após a
Primeira Guerra). No quesito importação, os Estados Unidos eram
responsáveis por comprar 40% das matérias-primas vendidas pelas
quinze nações mais comerciais do mundo.
Causas da Crise de 29

As principais causas da Crise de 1929 estão ligadas à falta de regulamentação da


economia e à oferta de créditos baratos.
Igualmente, a produção industrial seguia um ritmo acelerado, mas a capacidade de
consumo da população não absorvia esse crescimento, gerando grandes estoques
de produtos a fim de esperar melhores preços.
A Europa, que tinha se recuperado da destruição da Primeira Guerra, não
precisava mais dos créditos e produtos americanos.
Com os juros baixos, os investidores passaram a colocar seu dinheiro na Bolsa de
Valores e não nos setores produtivos.
Ao perceber a diminuição do consumo, o setor produtivo passou a investir e
produzir menos, compensando seus déficits com a demissão de funcionários.
Um filme que se passa nessa época é Tempos modernos, de Charles Chaplin.
Crash da Bolsa de Nova York

Com tanta especulação, as ações começam a se desvalorizar, o que


gera o "crash" ou o "crack" da Bolsa de Nova York, no dia 24 de
outubro de 1929. Este dia seria conhecido como a "Quinta-feira
Negra".
O resultado óbvio foi o desemprego (generalizado) ou a redução
salarial. O ciclo vicioso se completou quando, devido à falta de renda,
o consumo caiu ainda mais, forçando uma diminuição nos preços.
Muitos bancos que emprestaram dinheiro faliram por não serem
pagos, diminuindo assim a oferta de crédito. Com isso, muitos
empresários fecharam as portas agravando ainda mais o desemprego.
Os países mais atingidos pela Quebra da Bolsa de Nova York foram as
economias capitalistas mais desenvolvidas, dentre elas os Estados
Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália e o Reino Unido. Em alguns
destes países, os efeitos da crise econômica fomentaram a ascensão
de regimes totalitários.
Na União Soviética, onde a economia em vigor era socialista, pouco
foi afetada.
Quebra da Bolsa de Nova York

Em 24 outubro de 1929, uma quinta-feira, havia mais ações que


compradores e o preço baixou vertiginosamente. Por isso,
milhões de investidores norte-americanos que puseram seu
dinheiro na Bolsa de Valores de Nova York faliram quando a
“bolha de crédito” estourou.
Isso provocou um efeito em cadeia, derrubando as bolsas de
Tóquio, Londres e Berlim na sequência. O prejuízo foi milionário e
sem precedentes históricos.
Na sequência, estoura a crise financeira, visto que as pessoas, em
pânico, sacaram todos seus valores depositados nos bancos, o
que provocou seu colapso imediato. Assim, de 1929 até 1933, a
crise só se agravou.
Todavia, em 1932, o democrata Franklin Delano Roosevelt foi
eleito presidente dos EUA. Imediatamente, Roosevelt incia um
plano econômico denominado (propositalmente) "New Deal" ou
seja, o “Novo Acordo”, caracterizado pela intervenção do Estado
na economia.
Contexto Histórico da Crise de 1929
Após a Primeira Guerra, o mundo viveu um momento de euforia, conhecido como os "Loucos Anos Vinte" (também chamado
de Era do Jazz).
No Estados Unidos, principalmente, o otimismo é palpável e se consolida o chamado American Way of Life, onde o consumo é o
principal fator de felicidade.
Terminada a Primeira Guerra Mundial, em 1918, os parques industriais e a agricultura na Europa estavam destruídos, permitindo
aos EUA exportarem em larga escala para o mercado europeu.
Os Estados Unidos também se transformaram no principal credor dos países europeus. Essa relação gerou interdependência
comercial, que foi se alterando na medida em que a economia europeia se recuperava e passava a importar menos.
Somado a isso, o Banco Central americano autoriza aos bancos a emprestarem dinheiro a juros baixos. O objetivo era fomentar
ainda mais o consumo, mas este dinheiro acabou indo parar na Bolsa de Valores.
Desta maneira, em meados da década de 1920, os investimentos em ações da bolsa de valores também aumentam, uma vez que
estas ações eram artificialmente valorizadas para parecerem vantajosas. Contudo, como se tratava de especulação, as ações não
possuíam cobertura financeira.
Como agravante, o governo dos EUA inicia uma política monetária para reduzir a inflação (aumento de preços), quando deveria
combater uma crise econômica provocada pela deflação econômica (queda nos preços).
Primeiramente, a economia norte-americana, principal credora internacional, passa a reivindicar a repatriação de seus bens,
emprestados às economias europeias durante a guerra e reconstrução.
Este fator, somado à retração nas importações dos EUA (principalmente de produtos europeus), torna difícil o pagamento das
dívidas, levando assim a crise aos outros continentes.
Esta crise já era perceptível em 1928 quando houve uma queda brusca e generalizada nos preços dos produtos agrícolas no
mercado internacional.
ADICIONAR UM RODAPÉ
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Franklin Roosevelt
Franklin Roosevelt foi o 32° presidente dos Estados Unidos. Nesse cargo, ele foi eleito quatro vezes
governando o país entre os anos de 1933 a 1945. Ele foi o primeiro presidente dos Estados Unidos reeleito
por quatro mandatos.
Três momentos importantes que ocorreram durante seu governo foram:
• Queda da Bolsa de Valores de Nova York (1929);
• Ataque à base naval de Pearl Harbor (1941);
• Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Franklin Delano Roosevelt nasceu dia 30 de janeiro de 1882 na cidade de Hyde Park, no Estado de Nova York.
Filho de James Roosevelt e Sara Roosevelt, Franklin nasceu no seio de uma família abastada de origem
holandesa.
Era primo de Theodore Roosevelt, que também ocupou o cargo de presidente dos Estados Unidos, a partir de
1901.
Entrou para a Universidade Harvard em 1904. Mais tarde, cursou Direito na Universidade de Columbia, em
Nova York (1908). Casou-se com sua prima Anna Eleanor Roosevelt, com quem teve seis filhos.
Antes de se eleger presidente ele exerceu diversos cargos na política do país. Foi político democrata, Senador
do distrito de Dutchess, vice-secretário de Estado para a Marinha e Governador do Estado de Nova York.
Sua vida esteve marcada por um sério problema de saúde, relacionado com uma paralisia do corpo. Isso
porque em 1921 contraiu a poliomielite. Mesmo debilitado, Roosevelt continuou ativo em sua vida política.
Foi eleito Presidente dos Estados Unidos nos anos de 1932, 1936, 1940 e 1944. No início de seu governo,
focou na melhoria da economia, propondo o New Deal (Novo Acordo).
Isso porque quando chegou ao poder, o país estava numa situação crítica. A crise de 1929 levou muitas
empresas à falência e fez crescer o desemprego de uma maneira nunca antes vista.
New Deal
A Crise de 1929 colocou em xeque a viabilidade das medidas econômicas
liberais, que apontava o mercado capitalista como o instrumento ideal para se
alcançar o equilíbrio econômico e social, sem a intervenção maciça do Estado. A
resposta à crise foi encontrada nos Estados Unidos e depois nos demais países
do capitalismo ocidental na ampliação da intervenção do Estado, com o
planejamento econômico. Nos EUA, essas medidas foram implantadas no
governo do presidente democrata Franklin Delano Roosevelt (1933-1945) e
receberam o nome de New Deal (Novo Acordo).
O New Deal foi influenciado pela teoria econômica de John Maynard Keynes,
economista britânico que apontava a necessidade da mediação econômica do
Estado para garantir o bem-estar da população, ação que o liberalismo seria
incapaz de realizar. A estratégia de planejamento econômico estatal aproximava
o New Deal dos planos quinquenais adotados na URSS, que intensificaram a
industrialização soviética em um período de profunda crise econômica do
capitalismo ocidental. 
Para enfrentar a crise econômica e social nos EUA, Roosevelt utilizou os
trabalhos de um grupo de renomados economistas inspirados em Keynes para
elaborar o New Deal, cujo principal objetivo era criar condições para a
diminuição do desemprego, através da articulação de investimentos estatais e
privados
O estimulo à contratação de trabalhadores, buscando uma situação de pleno emprego da população
economicamente ativa e as ações de seguridade social estimulariam o consumo da população, aquecendo a
produção industrial, agrícola e de serviços em todos os níveis. Além disso, a intermediação dos sindicatos nas
negociações das reivindicações tentava evitar violentos conflitos, garantindo a ordem social. Essa perspectiva de
atuação econômica via o capitalismo como um modo de produção integrado, no qual o aumento do consumo,
principalmente dos trabalhadores, estimularia um desenvolvimento em cadeia de todos os setores econômicos.
As medidas alcançaram êxito, revigorando novamente o capitalismo norte-americano, ao ponto de estudos
afirmarem que dez anos após a implantação do New Deal, os EUA se aproximaram dos patamares econômicos em
que se encontravam em 1929.
O New Deal influenciou as políticas econômicas na Europa ocidental, no que ficou conhecido como Welfare State,
políticas de bem-estar social que proporcionaram o boom econômico do pós-guerra. O Estado garantia uma
distribuição menos desigual de renda e criava infraestruturas necessárias a uma vida digna para a maioria da
população, investindo em saúde, educação e transporte.
Somente na década de 1970, com as graves crises que assolaram o mundo capitalista, que as medidas
keynesianas, como o New Deal, foram sendo substituídas e dando lugar a novas políticas de orientação liberal.
Começava a época do neoliberalismo econômico.
MEDIDAS DESVALORIZAÇÃO DO DÓLAR PARA TORNAR
DO AS EXPORTAÇÕES MAIS COMPETITIVAS;

NEW DEAL
EMPRÉSTIMOS AOS BANCOS PARA EVITAR
FALÊNCIAS NO SISTEMA FINANCEIRO;

CRIAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURIDADE SOCIAL, COM


DESTAQUE PARA O SEGURO DESEMPREGO E A LEI DE
SEGURIDADE DE 1935;

DIREITO DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL

ESTÍMULO À PRODUÇÃO AGRÍCOLA;

CONSTRUÇÃO DE UMA GRANDE QUANTIDADE DE


OBRAS PÚBLICAS, COM DESTAQUE ÀS HIDRELÉTRICAS E
RODOVIAS.
Segunda parte
Crise de 1929 no Brasil

A crise econômica nos Estados Unidos atingiu em cheio o


Brasil.
Neste momento, o país exportava praticamente apenas um
produto, o café, e as boas colheitas já tinham feito que o
preço do produto tivesse uma queda.
Além do mais, como não era um produto de primeira
necessidade, vários importadores diminuíram as compras
significativamente.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema econômico,
a saca de café era cotada a 200 mil réis, em janeiro de 1929.
Um ano depois, seu preço era 21 mil réis.
A Crise de 1929, no Brasil, enfraqueceu as oligarquias rurais
que dominavam o cenário político e abriu caminho para a
chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930.
Revolução de 1930
A Revolução de 1930 foi um golpe de Estado que depôs o presidente Washington Luís, no dia 24 de outubro de 1930.
O movimento foi articulado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul e impediu a posse do presidente
eleito Júlio Prestes, sob alegação de fraude eleitoral.
Também contribuíram a favor do movimento, o desgosto popular em função da crise econômica de 1929 e o assassinato do
político paraibano João Pessoa.
Até 1930 a política no Brasil era conduzida pelas oligarquias de Minas Gerais e São Paulo, por meio de eleições fraudulentas
e que mantinham o país sob um regime econômico agroexportador.
As elites paulista e mineira alternavam a presidência da República elegendo candidatos que defendiam seus interesses. Este
sistema político ficou conhecido como "política do café com leite" ou política dos governadores.
O modelo funcionou até os demais estados brasileiros crescerem em importância e reivindicarem mais espaço no cenário
político brasileiro.
Por outro lado, a Crise de 1929, atingiu a economia brasileira, provocando desemprego e dificuldades financeiras.
O fato do Brasil ser um país de monocultura cafeeira fez que a crise fosse profunda, pois as exportações do produto caíram
vertiginosamente. A crise econômica contribuiu para o clima de insatisfação popular com o governo de Washington Luís.
Igualmente, havia o descontentamento de oficiais de baixa patente do exército, os quais desejavam derrubar as oligarquias e
instaurar uma nova ordem no Brasil.
Devemos lembrar que os tenentes já haviam mostrado seu desagrado com a situação política brasileira através de episódios
como a Revolta do Forte de Copacabana ou na Revolta Paulista de 1924.
Eleições Presidenciais de 1930

No início de 1929, Washington Luís nomeou o presidente


de São Paulo, Júlio Prestes, como seu sucessor. Esta
medida foi apoiada por presidentes de 17 províncias.
A indicação de Júlio Prestes rompia com a alternância de
poderes entre Minas e São Paulo, por isso, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul e Paraíba, não deram suporte à Prestes.
Estas províncias se aliaram aos políticos de oposição e
criaram a Aliança Liberal. Desta maneira, os candidatos
desta agrupação foram o presidente do Rio Grande do
Sul, Getúlio Vargas e, para vice, o presidente da Paraíba,
João Pessoa.
Tudo parecia indicar a vitória de Júlio Prestes e assim
aconteceu. Nas eleições realizadas em março de 1930,
Júlio Prestes foi eleito com grande maioria de votos
(1.091.709), contra 742.794 de Getúlio Vargas.
A Aliança Lberal
Nas eleições de 1 de março de 1930, o então presidente paulista Washington Luís lançou candidatura do também paulista 
Júlio Prestes. Sua escolha visava assegurar a continuidade da política econômico-financeira, de austeridade e contenção
de recursos à cafeicultura, ao mesmo tempo que representava o rompimento do tradicional revezamento entre São Paulo
e Minas Gerais na presidência. Se sentindo alijado, o candidato mineiro de Minas Gerais, 
Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, buscou apoio do Rio Grande do Sul. Após intensas negociações entre o final de 1928 e
julho de 1929, no dia 30 de julho a comissão executiva do Partido Republicano Mineiro lançou as candidaturas de 
Getúlio Vargas e João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque à presidência e vice-presidência respectivamente. No dia
seguinte, o Partido Libertador (PL), do Rio Grande do Sul, unindo-se ao Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) na 
Frente Única Gaúcha (FUG), deu apoio à chapa de oposição. Visando tornar sua ação mais concreta, a oposição formou, no
início de agosto, a Aliança Liberal sob liderança do mineiro Alfonso Pena Jr. (presidente) e do gaúcho 
Ildefonso Simões Lopes (vice-presidente). Para além de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, a Aliança Liberal
recebeu apoio de todas as oposições estaduais, sobretudo do Partido Democrático de São Paulo e o 
Partido Democrático do Distrito Federal.
Em 20 de setembro, em convenção realizada no Rio de Janeiro, a Aliança Liberal homologou a chapa Vargas-Pessoa e sua
plataforma eleitoral, redigida pelo republicano gaúcho Lindolfo Collor. Estabelecendo como essencial a reforma política,
defendia a representação popular através do voto secreto, a Justiça Eleitoral, a independência do Judiciário, a anistia aos
revolucionários de 1922, 1924 e 1925-27 e adoção de medidas econômicas protecionistas a produtos de exportação além
do café. Preconizava, ainda, medidas de proteção aos trabalhadores, como a extensão do direito à aposentadoria, a
aplicação da lei de férias e a regulamentação do trabalho do menor e da mulher. No mesmo ano, uma corrente mais
radical, formada por políticos jovens como João Neves da Fontoura, Oswaldo Aranha e Virgílio de Melo Franco, passou a
admitir a hipótese de desencadear movimento armado em caso de derrota nas urnas. Como primeiro passo, buscaram a
colaboração de tenentes. Essas negociações se deram com grande dificuldade devido a desconfianças recíprocas, pois na
Aliança estavam alguns dos principais adversários dos tenentes, sobretudo Artur Bernardes, Epitácio Pessoa e João Pessoa
.
Pouco seguro, Vargas estabeleceu um acordo político com Washington Luís em
que ficou acertado que, em caso de derrota, o candidato oposicionista aceitaria o
resultado e passaria a apoiar o governo. Em compensação, o governo federal se
comprometia a não apoiar a oposição gaúcha e reconhecer a vitória dos
candidatos vinculados à Aliança Liberal nas eleições à Câmara dos Deputados.
Vargas restringiria sua participação pessoal na campanha ao Rio Grande do Sul.
Com a radicalização da campanha, o acordo foi rompido e a maioria governista na
Câmara dos Deputados decidiu não dar quorum às sessões parlamentares,
impedindo assim a manifestação dos deputados aliancistas. Em janeiro de 1930,
Vargas viajou ao Rio de Janeiro, e na capital federal promoveu um grande comício
na esplanada do Castelo. Estendeu sua viagem a São Paulo e Santos, onde foi
recebido com demonstrações populares de apoio. O resultado do pleito de 1 de
março deu a vitória a Júlio Prestes e Vital Soares, eleitos com 57,7% dos votos.
Em 19 de março, Borges de Medeiros, líder do PRR, reconheceu a vitória de Júlio
Prestes, dando por encerrada a campanha da oposição. Porém, as articulações
dos oposicionistas prosseguiram, vindo a resultar, no mês de outubro, na 
Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder
Governo Provisório de Vargas
Os aliados de Getúlio Vargas esperavam que o novo presidente
convocasse eleições gerais para formar uma Assembleia Constituinte,
mas o assunto era sempre adiado.
Cansados de esperar, várias vozes começaram a criticar o 
governo provisório como o partido comunista, a 
Aliança Nacional Libertadora, os paulistas, etc.
Em São Paulo, cresce o movimento pedindo eleições presidenciais e
uma Constituição. Diante da negativa do governo central e do
aumento da repressão policial, o estado de São Paulo, declara guerra
ao governo no episódio que será conhecido como a Revolução de
1932.
A Revolução de 1930 foi chamada desta maneira pelos seus membros.
No entanto, trata-se de um golpe de estado e não uma revolução.
Uma revolução possui amplo apoio popular, propõe e causa drásticas
mudanças quando instalada no poder.
Já o golpe de Estado, é a retirada do poder por meio da violência de
um político constitucionalmente eleito ou consagrado para aquele
cargo.
Os acontecimentos de 30 foram uma luta pelo poder entre as elites,
com margem de vitória a qualquer uma delas e que pouco mudariam a
estrutura social brasileira em profundidade.
ADICIONAR UM RODAPÉ
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1)(UFES) O colapso deflagrado no mundo pela crise financeira dos anos 20 teve como principal ato o craque da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Como consequência dessa crise, podemos
destacar:
a) os preços e salários subiram, aumentando a oferta de empregos na área industrial europeia.
b) a Europa recuperou sua prosperidade com altos investimentos dos fundos particulares norte-americanos.
c) o Brasil manteve-se fora da crise com contínuos aumentos das exportações do café.
d) o mundo todo foi afetado drasticamente, quando a Inglaterra abandonou o padrão-ouro, permitindo a desvalorização da libra.
e) nos primeiros anos da década de 30, a indústria alemã duplicou a sua produção, acarretando o crescimento do comércio mundial.
2)(Vunesp) No fim da década de 20, anos de prosperidade, uma grave crise
econômica, conhecida como a Grande Depressão, começou nos EUA e atingiu todos
os países capitalistas. J. K. Galbraith, economista norte-americano, afirma que “à
medida que o tempo passava tornava-se evidente que aquela prosperidade não
duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria destruição.” (Dias
de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), História do Século XX.).
A aparente prosperidade pode ser percebida nas seguintes características:
a) o aumento da produção automobilística, a expansão do mercado de trabalho e a
falta de investimentos em tecnologia.
b) a destruição dos grandes estoques de mercadorias, o aumento dos preços agrícolas
e o aumento dos salários.
c) a cultura de massa com a venda de milhões de discos, as dívidas de guerra dos EUA
e o aumento do número de empregos.
d) a crise de superprodução, a especulação desenfreada nas bolsas de valores e a
queda da renda dos trabalhadores.
e) o aumento do mercado externo, o mito do American way of life e a intervenção do
Estado na economia.
3)A chamada Crise de 1929 caracterizou-se por um colapso no sistema financeiro mundial no período do entreguerras, isto é, no intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Tal crise também é
identificada com:
a) a Guerra Franco-Prussiana.
b) a quebra da Bolsa de Valores de São Paulo.
c) a Guerra Civil Americana.
d) a quebra da Bolsa de Valores de Nova York.
e) a Independência dos Estados Unidos.
Bons Estudos!!!!!

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