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OS LIBERTOS NO

BRASIL DO INÍCIO
DO SÉCULO XX
Abolição da Escravatura
■ A abolição da escravatura aconteceu em 13 de maio de 1888 e foi
resultado de intensa mobilização pelo decreto da Lei Áurea, que pôs fim à
escravidão no Brasil.
■ A abolição do trabalho escravo foi um assunto debatido em nosso país ao
longo de todo o século XIX. Esse assunto já era discutido por algumas
personalidades nos primeiros anos de nossa independência, como José
Bonifácio, e se arrastou ao longo de todo o período monárquico.
■ No século XIX, os ingleses começaram a pressionar, primeiramente,
Portugal e, em seguida, o Brasil para que o tráfico negreiro fosse proibido
aqui. A pressão inglesa fez o Brasil assumir compromissos com a
proibição do tráfico negreiro, na década de 1820.
Abolição da Escravatura
■ Esse compromisso resultou na Lei Feijó, de 1831, mas, mesmo assim, o
tráfico negreiro continuou.
■ Em 1845, a Inglaterra, enfurecida com a postura permissiva do Brasil com
o tráfico, decretou o Bill Aberdeen, lei que permitia às embarcações
britânicas invadirem nossas águas territoriais para apreender os navios
negreiros.
■ O risco de uma guerra entre Brasil e Inglaterra por conta do Bill Aberdeen
fez com que fosse aprovada uma lei, em 1850, conhecida como Lei
Eusébio de Queirós.
Abolição da Escravatura
■ Esse compromisso resultou na Lei Feijó, de 1831, mas, mesmo assim, o tráfico
negreiro continuou.
■ A partir de 1870 o movimento abolicionista ganha força com a adesão de
diversos grupos como os militares e os grandes latifundiários do sudeste.
■ A pressão feita por esses grupos culmina na promulgação da Lei Aurea em
1888.
■ Não houve, nem antes nem depois de 1888 (com o advento da República),
sequer um único projeto estatal que promovesse a assimilação dos negros
libertos à sociedade e à economia brasileira da época. Muitos negros
continuaram servindo os seus senhores em troca de comida e moradia. Outros
se lançaram a todo tipo de atividade, vivendo em cortiços e mucambos
(casebres de palha), compondo uma população que viveria à margem das
grandes aglomerações urbanas brasileiras durante muito tempo.
Politica do Branqueamento
■ A partir da década de 1870, um intenso debate sobre a modernização do
Brasil e a construção de sua identidade nacional ocorria entre as elites
políticas e intelectuais do país. Um dos assuntos centrais que pautavam
esse debate era a questão racial.
■ Muitas das teorias apresentadas defendiam a superioridade do homem
branco, além de afirmarem que a miscigenação entre raças humanas
causava a degeneração.
Politica do Branqueamento
■ A tese de branqueamento se constitui num processo de eugenia, no qual
a população brasileira iria “europeizar-se” a partir de dois fatores:
– Influxo de imigrantes.
– Superioridade genética da raça branca.

■ Várias ações foram tomadas para promover o processo de


branqueamento. Devido à mentalidade da época, os estrangeiros
ocupavam os espaços mais dinâmicos da economia, como indústria e
comércio, enquanto que para os nacionais pobres, sobretudo os negros,
restavam serviços intermitentes, de menor remuneração e considerados
de menor status: carroceiros, varredores de rua, limpadores de trilho, etc.
Politica do Branqueamento

■ Na verdade, essa marginalização é resultado do pensamento eugenista, e


das políticas amparadas por uma teoria pseudocientífica que tinha como
objetivo promover a extinção dos negros do Brasil.
A situação do Negro no Século XX
■ A transição do modelo de produção escravocrata para o formato de
trabalho assalariado, revelou um cenário marcado por uma série de
opressões em relação aos operários, formas de controle e obstáculos à
sua organização.
■ As contradições existentes nos espaços urbano e rural demonstram
como foi complexo o universo brasileiro nos primeiros anos do século
XX. A perpetuação de uma elite rural no controle da máquina pública
convivia com uma classe média urbana emergente e desejosa de
mudanças políticas e sociais, fruto da sensibilidade em relação às
transformações do mundo ao redor.
A situação do Negro no Século XX
■ O negro cativo e posteriormente liberto, de acordo com a essa nova
perspectiva econômica, se tornava uma peça obsoleta. No contexto da
Primeira República, os ex-escravizados além de serem discriminados pela
cor, somaram- se à população pobre e formaram os indesejados dos
novos tempos, os deserdados da República.
■ A nova situação levou os libertos a procurarem melhores alternativas para
a sobrevivência. As migrações foram uma delas. Muitos ex-escravizados
acabaram abandonando as fazendas e mudaram-se para outras ou então
foram para cidades. Essas migrações aconteceram por múltiplos fatores,
para distanciar-se dos locais em que foram escravizados, para encontrar
parentes ou para procurar melhores oportunidade de salários.
A situação do Negro no Século XX
■ Os negros encontraram trabalhos temporários e mesmo recebendo
pagamentos ínfimos, conseguiram “apropriar-se de uma parte do produto
de seu trabalho, a qual lhe permitirá arcar com as despesas de sua
própria manutenção. É a partir da obtenção dessas baixas remunerações
que o (a) escravo (a) consegue um lugar para morar, em bairros afastados
do centro, ou seja nas periferias.
■ Os milhares de negros e negras ex- escravizados (as) que moravam no
país, foram obrigados a ocuparem espaços impróprios para moradia, pois
não possuíam abrigo, como encostas de morros e margens de rios e
lagoas, dando início assim as favelas e comunidades desassistidas pelo
Poder Público.
A situação do Negro no Século XX
■ Vemos, nos dias atuais que, consoante a Síntese de indicadores sociais
(SIS) (2013), a população negra representa 75,6% da população mais
pobre brasileira e consequentemente, não possui o acesso à moradia de
qualidade, o que faz com que esse segmento populacional continue
ocupando esses espaços.

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