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ASPETOS FISCAIS

DO ENCERRAMENTO DE CONTAS
ADICIONAL AO IMI
PERÍODO DE TRIBUTAÇÃO DE 2015
Adicional ao IMI 2

• O “novo imposto sobre o património”

• O adicional ao IMI é devido pelas pessoas singulares e coletivas,


bem como por estruturas ou centros de interesses coletivos sem
personalidade jurídica e heranças indivisas, que sejam
proprietários, usufrutuários ou superficiários de prédios
urbanos situados no território português, com exceção dos
classificados como “comerciais, industriais ou para serviços”
“outros”.

• Nestes termos, o adicional incide somente sobre os prédios


urbanos para habitação e os terrenos para construção, situados
no território português.
Adicional ao IMI 3

Incidência objetiva
• O AIMI incide sobre a soma dos VPT’s dos prédios urbanos
situados em território português de que o sujeito passivo seja
titular, seja ele residente em Portugal ou não.

Incidência AIMI
Prédios Urbanos
SIM NÃO
a) Habitacionais X
b) Comerciais, industriais e para serviços X
c) Terrenos para construção X
d) Outros X
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• A qualidade de sujeito passivo é determinada em


conformidade com os critérios estabelecidos no artigo 8.º do
CIMI, com as necessárias adaptações, tendo por referência a
data de 1 de janeiro do ano a que o adicional ao IMI respeita.

• Não são sujeitos passivos do adicional ao IMI as empresas


municipais.
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• O valor tributável corresponde ao somatório dos VPT dos


prédios urbanos detidos por cada sujeito passivo, reportados a 1
de janeiro de cada ano.

• Estão excluídos do valor tributável os VPT dos imóveis que


beneficiaram de isenção de IMI no ano anterior.

• Ao valor tributável é efetuada uma dedução à base tributável


do adicional, no valor de € 600.000, para as pessoas singulares
e para as heranças indivisas.

• N. B. - Esta dedução não se aplica às pessoas coletivas.


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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto

Conjunta (artigo 135.º-D, n.º 1)

Tributação
Com identificação da titularidade
jurídica dos prédios (art.º 135.º-D, n.º 2)
Separada
Sem identificação da titularidade
jurídica dos prédios (art.º 135.º-D, n.º 3)
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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto

Tributação conjunta:

• Mediante declaração a apresentar de 1 de abril a 31 de maio


(exclusivamente no Portal das Finanças).

• Neste caso, somam-se os VPT’s dos prédios na sua


titularidade e a dedução a efetuar para determinar o valor
tributável passa a ser de € 1 200 000 (i.e., 2 x € 600 000).
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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto

Tributação separada com identificação da titularidade


jurídica dos prédios:

• Os sujeitos passivos casados sob os regimes de comunhão de


bens podem identificar, através de declaração conjunta – a
entregar de 1 de abril a 31 de maio – a titularidade dos
prédios, indicando aqueles que são bens próprios de cada um
deles e os que são bens comuns do casal.
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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto

Tributação separada sem identificação da titularidade


jurídica dos prédios:

• Não sendo efetuada a declaração no prazo estabelecido, o


AIMI incide, relativamente a cada um dos cônjuges, sobre a
soma dos valores dos prédios que já constavam da matriz na
respetiva titularidade.
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• A equiparação da herança indivisa a pessoa coletiva nos termos


do n.º 2 do artigo 135.º-A do CIMI pode ser afastada se,
cumulativamente:

a) A herança, através do cabeça de casal, apresentar uma


declaração (no Portal das Finanças entre 1 e 31 de março)
identificando todos os herdeiros e as suas quotas;
b) Após a apresentação da declaração referida na alínea
anterior, todos os herdeiros na mesma identificados
confirmarem as respetivas quotas, através de declaração
apresentada (no Portal das Finanças entre 1 e 31 de abril) por cada
um deles.
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• Sendo afastada a equiparação da herança indivisa a pessoa


coletiva,

• a quota-parte de cada herdeiro sobre o valor do prédio ou


dos prédios que integram a herança indivisa acresce à soma
dos valores patrimoniais tributários dos prédios que constam
da matriz na titularidade desse herdeiro.
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• As taxas aplicáveis serão as seguintes:

Soma dos VPT Pessoas singulares e Pessoas Paraísos


(em euros) heranças indivisas coletivas fiscais
Até 600 mil 0%
Entre 600 mil e 1 milhão 0,7% 0,4% 7,5%
Superior a 1 milhão 1%

• No caso de pessoas singulares, quando o valor tributável apurado for


superior a 1 milhão de euros, ou o dobro desse valor quando seja
exercida a opção de tributação conjunta, é aplicada a taxa marginal de
1% (entre € 600.000 e € 1.000.000 aplica-se a taxa de 0,7% e ao
excedente a taxa de 1%) . Nas heranças indivisas aplica-se a taxa de
0,7% a todo o valor que exceda o montante de € 600.000.
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• No entanto, no caso de prédios afetos ao uso pessoal dos


titulares do capital, dos membros dos órgãos sociais ou de
quaisquer órgãos da administração, gerência ou fiscalização,

• é aplicada uma taxa de 0,7%, sendo aplicável à parcela do


valor tributável que exceda 1 milhão de euros uma taxa
marginal de 1%.
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Exemplos

1. Património imobiliário cujos VPT ascendem a € 500.000:


• Pessoa singular – Zero
• Pessoa coletiva – € 500.000 x 0,4% = € 2.000

2. Património imobiliário cujos VPT ascendem a € 800.000:


• Pessoa singular (único titular) – (800.000 – 600.000) x 0,7% =
€ 1.400
• Pessoa coletiva – € 800.000 x 0,4% = € 3.200
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Exemplos

3. Património imobiliário cujos VPT ascendem a € 1.500.000:

• Pessoa singular (único titular) – [(1.000.000 – 600.000) x 0,7%]


+ [(1.500.000 – 1.000.000) x 1%]= € 7.800

• Pessoa coletiva – € 1.500.000 x 0,4% = € 6.000


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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto – Exemplo:

Em nome dos sujeitos passivos A e B, casados em regime de


comunhão de adquiridos, figuram na matriz os seguintes prédios:

Prédio Titular A Titular B

Prédio urbano X 770.000


Prédio urbano Y 480.000
Prédio rústico A 50.000

Prédio urbano Z 320.000


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• O prédio rústico não conta, uma vez que o IMI apenas incide
sobre prédios urbanos e terrenos para construção.

• O prédio urbano y foi adquirido pelo sujeito passivo A por


herança. Logo, sendo os sujeitos passivos casados segundo o
regime de comunhão de adquiridos, este prédio é um bem
próprio de A

• Os restantes prédios foram adquiridos pelos dois sujeitos


passivos a título oneroso, na pendência do casamento.

• Qual o AIMI a pagar por estes sujeitos passivos?


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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto – Exemplo:

• Como se disse antes, os sujeitos passivos em questão dispõem


de três hipóteses distintas, a saber:

Conjunta (artigo 135.º-D, n.º 1)

Com identificação da titularidade


Tributação jurídica dos prédios (art.º 135.º-D, n.º 2)
Separada

Sem identificação da titularidade


jurídica dos prédios (art.º 135.º-D, n.º 3)
Adicional ao IMI 19

Sujeitos passivos casados ou unidos de facto – Exemplo:

a) Tributação conjunta
• Somam-se os VPT’s de todos os prédios urbanos pertencentes
ao casal, sendo feita ao total uma dedução de € 1 200 000.
• Teremos então:
VPT do prédio x € 770 000
VPT do prédio y € 480 000
VPT do prédio z € 320 000
€ 1 570 000
Dedução € 1 200 000
Valor tributável € 370 000
Adicional ao IMI 20

• O AIMI a pagar pelos sujeitos passivos A e B, pelo qual são


solidariamente responsáveis (cf. artigo 135.º-G, n.º 2), é de:

0,7% x € 370 000 = € 2 590


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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto – Exemplo:

b) Tributação separada, com identificação da titularidade


jurídica dos prédios

• Dado que o prédio y é um bem próprio do sujeito passivo A,


por ter sido adquirido a título gratuito, teremos a seguinte
repartição dos VPT’s dos prédios e correspondente
apuramento do valor tributável a obter para cada um dos
sujeitos passivos (em euros):
Adicional ao IMI 22

Descrição Sujeito passivo A Sujeito passivo B


Prédio x 385 000 385 000
Prédio y 480 000 -
Prédio z 160 000 160 000
  1 025 000 545 000
Dedução 600 000 600 000
Valor tributável 425 000 0

Nesta hipótese, será devido pelo sujeito passivo A um AIMI de


(0,7% x € 400 000) + 1% x € 25 000 = € 3 050
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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto – Exemplo:

c) Tributação separada, sem identificação da titularidade


jurídica dos prédios

Atender-se-á apenas à titularidade dos prédios na matriz predial.

Descrição Sujeito passivo A Sujeito passivo B


Prédio x 770 000 -
Prédio y 480 000 -
Prédio z - 320 000
  1 250 000 320 000
Dedução 600 000 600 000
Valor tributável 650 000 0
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• Sendo esta a opção, será devido em relação ao sujeito passivo


A um AIMI de:

(0,7% x € 400 000) + (1% x € 250 000) = € 5 300


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Sujeitos passivos casados ou unidos de facto – Exemplo:

Resumo do AIMI a Pagar:

Hipótese 1 Tributação conjunta € 2 590

Tributação separada com identificação da


Hipótese 2 € 3 050
titularidade jurídica dos prédios

Hipótese 3 Tributação separada sem identificação da € 5 300


titularidade jurídica dos prédios
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• O adicional ao IMI é liquidado pela AT em junho de cada ano,


com base VPT dos prédios e em relação aos sujeitos passivos
que constem das matrizes em 1 de janeiro do ano a que o
mesmo respeita,

• efetuando-se o respetivo pagamento no mês de setembro.


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• Dedução em IRS

• O adicional ao IMI é dedutível à coleta do IRS devido pelos


sujeitos passivos que detenham rendimentos imputáveis a
prédios urbanos sobre os quais incida, até à concorrência:

a) Da parte da coleta do IRS proporcional aos rendimentos


líquidos da categoria F, no caso de englobamento; ou
b) Da coleta obtida por aplicação da taxa prevista na
alínea e) do n.º 1 do artigo 72.º do Código do IRS, nos
demais casos.
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• Dedução em IRS

• A dedução à coleta do adicional ao IMI é igualmente


aplicável, com as necessárias adaptações, a sujeitos passivos
de IRS titulares de rendimentos da Categoria B obtidos no
âmbito de atividade de arrendamento ou hospedagem.
Adicional ao IMI 29

Dedução em IRS – Exemplo

Um sujeito passivo obteve em 2017 os seguintes rendimentos


líquidos:

Categoria A € 60 000
Categoria F € 1 200
€ 61 200

A coleta do IRS, no caso de optar pelo englobamento dos


rendimentos da categoria F, será de:

€ 61 200 x 45% - € 5 956,69 = € 21 583,31


Adicional ao IMI 30

Dedução em IRS – Exemplo

Há, então, que fazer a seguinte regra de três simples:


€ 61 200 - € 21 583,31
€ 1 200 - x

x = € 423,20

Se o AIMI for superior ou igual a € 423,20, será esta a


importância a deduzir à coleta do IRS; se for inferior, o AIMI será
deduzido na totalidade à mesma coleta.
Adicional ao IMI 31

Dedução em IRS – Exemplo

• Na hipótese de o sujeito passivo não optar pelo englobamento


dos rendimentos, sendo, por isso, tributado autonomamente, a
dedução à coleta do IRS corresponderá, no máximo, a
28% x € 1 200 = € 336,00.

• Importa ainda não esquecer que as deduções à coleta do IRS são


feitas até à concorrência da coleta (ou seja, nunca delas pode resultar
valor a recuperar) e pela ordem indicada no n.º 1 do artigo 78.º do
respetivo Código, na qual a do AIMI passa agora a aparecer em
último lugar – alínea l).
Adicional ao IMI 32

Qual o valor do AIMI imputável a um prédio?

• Recorrendo novamente ao seguinte exemplo: casal tributado


separadamente, com identificação da titularidade jurídica dos
prédios :
VPT do prédio X € 385 000
VPT do prédio Y € 480 000
VPT do prédio Z € 160 000
€ 1 025 000
Dedução € 600 000
Valor tributável € 425 000

• Suportou AIMI no valor de € 3 050.


Adicional ao IMI 33

Dedução em IRS – Exemplo

Qual o valor do AIMI imputável a um prédio?

O AIMI imputável ao prédio y ascende a:

(480 000 : 1 025 000) x 3 050 = € 1 428,29


Adicional ao IMI 34

• Dedução em IRC

• O adicional ao IMI relativo a imóveis arrendados pode, por


opção dos sujeitos passivos, ser deduzido à fração da coleta
do IRC correspondente aos rendimentos gerados por imóveis
sujeitos ao adicional, no âmbito de atividades de
arrendamento ou hospedagem.

• O exercício desta opção impede a aceitação do gasto com o


adicional ao IMI para efeitos da determinação do lucro
tributável.
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Vicente Ribeiro

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