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MÓDULO 1 – CONTOS E ENCONTROS

• Imagem de abertura
• Conto de terror
• Capa de livro
• Oração sem sujeito e verbos impessoais
• Léxico: escolhas e sentidos
• Conto
• Transitividade verbal e objeto
• Uso de há e a

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Procy/Shutterstock.com
CONTO DE TERROR
Explorando o gênero – O texto
O conto de terror caracteriza-se pela presença de elementos sobrenaturais,
fatos sombrios e inexplicáveis. O suspense é um importante elemento, pois
provoca a expectativa de que um acontecimento ou uma revelação evoque o
estranho e o aterrorizante, culminando em um desfecho trágico.

Beatriz Mayumi
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CONTO DE TERROR
Explorando o gênero – A composição

Espaço físico ou real Espaço interior ou psicológico


É o cenário da ação, onde os É o interior do personagem, constituído por
personagens se movem: uma suas vivências, seus pensamentos e
cidade, um parque, um escritório, sentimentos, e também pode refletir o modo
uma sala, uma escola etc. como ele vivencia determinado espaço físico.

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CONTO DE TERROR
Explorando o gênero – A composição

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CONTO DE TERROR
Explorando o gênero – A composição

O conto de terror apresenta um


único conflito, clímax e desfecho,
além de poucos personagens. Os
espaços físico e interior (ou
psicológico), combinados a outros
elementos, como a descrição dos
personagens, suas ações e o ritmo
da narrativa, são importantes na
construção desse gênero textual. O
foco narrativo pode ser em 1a ou 3a
pessoa.
Beatriz Mayumi

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Beatriz Mayumi
CONTO DE TERROR
Explorando o gênero –
A linguagem

No conto de terror, a linguagem é construída de modo a gerar suspense no leitor. A


ambientação e a atmosfera de terror e suspense são causadas pelo uso de adjetivos, advérbios e
determinados verbos e figuras de linguagem, como a gradação e a metáfora.

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GÊNEROS EM DIÁLOGO
Conto de terror e capa de livro

Nos livros, muitas vezes os elementos típicos dos contos de terror começam a produzir efeitos
nos leitores antes mesmo que eles iniciem a leitura das histórias.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Oração sem sujeito e
verbos impessoais

É aquela formada apenas pelo predicado. O verbo que integra o


seu núcleo está sempre na 3a pessoa do singular. As formas verbais
Oração sem sujeito
dessas orações não se referem a nenhuma pessoa do discurso e, por
isso, são chamadas de impessoais.

São aqueles que não possuem sujeito em nenhuma pessoa do


Verbos impessoais discurso e são conjugados somente na 3 a pessoa do singular.
Exemplo: Choveu ontem. (verbo impessoal – 3a pessoa do singular)

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POR DENTRO DA LÍNGUA
stickerama/Shutterstock.com

Principais casos de oração sem sujeito

I. Verbos que indicam fenômenos da natureza: chover,


relampejar, ventar, nevar etc. Exemplos:

• Anoiteceu rapidamente.
• Choveu todos os dias naqueles três meses.
• Esfriou no fim do dia.

II. Verbos haver, fazer e ser, indicando tempo decorrido.


Exemplos:

• Há dias que ela não levantava da cama.


• Faz anos que esse fato aconteceu.
• Era tarde demais para voltar atrás.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Principais casos de oração sem sujeito

III. Verbo haver no sentido de “existir” e de “ocorrer”. Exemplos:

• No fundo, entre as penas, movendo lentamente as patas peludas, havia um animal


monstruoso, uma bola viva e viscosa. [...] (existia)
• Houve mudanças de planos. (ocorreu)

Observe que o verbo existir, ao ser empregado no lugar de haver, no entanto, é pessoal e
apresenta sujeito. Veja:

• Há muitas testemunhas do encontro. (oração sem sujeito)


• Existem muitas testemunhas do encontro. (sujeito: “muitas testemunhas”; a forma
verbal, no plural, concorda com o sujeito)

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LINGUAGEM E SENTIDOS
Léxico: escolhas e sentidos

O léxico é o conjunto de palavras de uma língua que o falante tem à disposição para a
realização de toda atividade de comunicação.
A escolha do léxico nas variadas situações de comunicação depende de alguns fatores, como
contexto, interlocutores, intenções e objetivos.
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CONTO
Explorando o gênero – O texto

O conto tem como objetivo entreter, despertar emoções, bem como provocar reflexão ou
inquietação no leitor. O foco maior da narrativa não são as ações nem os espaços físicos, mas o
mundo interior dos personagens.
Carlos Caminha

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CONTO
Explorando o gênero – A composição

Tempo cronológico Tempo psicológico


É o tempo “real”, marcado pelo relógio
É individual e subjetivo, pois cada
(minutos, horas) e pelo calendário (dias,
personagem sente a passagem de tempo de
semanas, meses, anos), assim como
forma diferente e de acordo com emoções,
períodos (manhã, tarde, noite), estações
situações, sentimentos, sensações. Aparece
(primavera, verão, outono, inverno), épocas
na narrativa por meio das memórias e
(Carnaval, festas juninas, Natal), entre outras
lembranças de um personagem, como um
marcações temporais. Ele permite que o
flashback, em que se relembra algo do
leitor se situe sobre o momento concreto
passado.
em que determinado fato aconteceu.

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CONTO
Explorando o gênero – A composição

O conto apresenta um único conflito, tempo e


espaço reduzidos e poucos personagens. O tempo
pode ser medido objetiva (tempo cronológico) e
subjetivamente (tempo interior ou psicológico), como
também em flashback, pelas lembranças e reflexões
dos personagens. Pode ser narrado em 1a pessoa ou
3a pessoa.
Carlos Caminha

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CONTO
Explorando o gênero – A linguagem

Figuras de linguagem são recursos que ajudam na construção dos


sentidos do texto. A antítese, por exemplo, consiste na aproximação de
palavras ou expressões de sentidos opostos.

Ao reproduzir as falas dos personagens, o narrador está usando o


discurso indireto livre. Nesse tipo de discurso narrativo, sua voz se confunde
com a dos personagens e não se pode diferenciá-las com exatidão.
A utilização de diferentes tipos de
discurso, tempos verbais e a escolha de

Carlos Caminha
palavras e outros recursos linguísticos
ajudam a compor a história e os sentidos
do texto.
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Transitividade verbal e objeto
Classificação dos verbos transitivos

Os verbos podem ser classificados como transitivos (os que precisam de complemento) e
intransitivos (os que não precisam de complemento). Veja, a seguir, os três tipos de verbo
transitivo.

Verbo transitivo direto Verbo transitivo indireto Verbo transitivo direto e indireto
É acompanhado de um É acompanhado de um Necessita de dois complementos,
complemento – o objeto direto – complemento – o objeto indireto – um sem preposição – o objeto
que se liga ao verbo sem que se liga ao verbo por meio de direto – e outro com preposição –
preposição. uma preposição. o objeto indireto.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Transitividade verbal e objeto
Classificação dos verbos transitivos Verbo transitivo direto

Verbo transitivo indireto

Verbo transitivo direto e indireto

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UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Uso de há e a

Embora a pronúncia
de há (do verbo haver) e a
(preposição) seja a
mesma, existe diferença
em seus sentidos e nas
suas formas escritas.
Emprega-se há para
indicar tempo transcorrido
no passado.
Emprega-se a para
indicar tempo futuro e
distância.
DALCIO. Confirmado: há um pequeno vazamento de água no petróleo. 20
Correio Popular, Campinas, 16 jul. 2010.
MÓDULO 2 – VERSO E REVERSO

• Imagem de abertura
• Poema
• Cartum
• Adjunto adverbial
• Figuras de linguagem
• Aposto
• O sentido das expressões

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Maria José Braga Falcão


POEMA
Explorando o gênero – O texto

Gênero da esfera literária, o poema tem a finalidade


de expressar os sentimentos, as emoções e os conflitos
do eu lírico e, ao tratar de temas sociais, denunciar as
mazelas e injustiças da sociedade em que o poeta vive. O
poema social leva o leitor a se incomodar diante da
desigualdade, a se posicionar e a se mobilizar.
Carlos Caminha

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POEMA
Explorando o gênero – A composição
Cada poema tem seu ritmo. Esse recurso de sonorização
pode ser determinado tanto pela alternância de sílabas tônicas
(fortes) e átonas (fracas), dispostas em cada verso, quanto por
outros recursos, como repetição de palavras ou fonemas,
pontuação e quebra de versos, a fim de produzir o efeito
desejado.

O poema caracteriza-se geralmente pela construção de


estrofes formadas por versos de aspecto musical, sonoro,
perceptível ao leitor/ouvinte.
Em alguns poemas, usa-se o diálogo para estruturar os
versos e apresentar diferentes vozes como recurso importante

Carlos Caminha
na construção de sentidos.
24
POEMA
Explorando o gênero – A linguagem

Nos poemas, os recursos linguísticos criam jogos sonoros,


semânticos e visuais com a finalidade de produzir múltiplos
sentidos e diversas sensações no leitor. Com a mesma finalidade,
Carlos Caminha

também são utilizadas as figuras de linguagem.

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GÊNEROS EM DIÁLOGO
Poema e cartum

O cartum é um gênero textual


que se caracteriza principalmente
por apresentar uma crítica a algum
fato da realidade ou a denúncia de
um problema social.
Essa crítica se dá por meio de
uma mensagem impactante, feita
para ser assimilada com rapidez e,

Jarbas. Pirulito. 2009.


ao mesmo tempo, sensibilizar o
leitor.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Adjunto adverbial

Adjunto adverbial é o termo da oração que, em geral, se refere ao


verbo, mas também modifica adjetivos e outros advérbios, indicando
circunstâncias variadas.

Os adjuntos adverbiais contribuem de diferentes maneiras para a


compreensão geral das orações, acrescentando informações a elas. No
exemplo, a circunstância indicada pelo adjunto adverbial na cabeça do
poeta dá um sentido específico aos versos.
Eles podem também intensificar o sentido de um adjetivo ou de

Carlos Caminha
outro advérbio.

27
POR DENTRO DA LÍNGUA
Adjunto adverbial

Exemplos:

Essas circunstâncias são representadas principalmente pela classe gramatical dos


advérbios, pelas locuções adverbiais e por outros recursos linguísticos. Tais palavras
a

costumam ser classificadas de acordo com as circunstâncias que expressam.


inh
am
sC

28
rlo
Ca
POR DENTRO
DA LÍNGUA
Adjunto adverbial
Os adjuntos adverbiais são, em
geral, elementos que têm certa
independência na estrutura da
oração, podendo aparecer no
início, no meio ou no final dos
períodos. Esse aspecto só não é
observado com os adjuntos
adverbiais de modo, que, em
alguns casos, estão articulados
com o verbo ou com o núcleo do
predicado verbal.
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LINGUAGEM E SENTIDOS
Figuras de linguagem
Metonímia

Consiste na substituição de uma palavra ou expressão por outra, havendo entre elas uma
relação de proximidade, de familiaridade ou de contiguidade. A metonímia ocorre quando
empregamos:

a) o nome do autor pela obra. Exemplo: Eles gostam de ler Vinicius de Moraes.
b) a marca pelo produto. Exemplo: Tudo que é bom combina com Nutella.
c) a parte pelo todo. Exemplo: O suor de todo dia cansa o trabalhador.
d) o singular pelo plural ou vice-versa. Exemplo: O trabalho dignifica o homem.
e) a matéria pelo objeto (algo feito Exemplo: Andava sempre cheio de ouros.
dessa matéria).
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LINGUAGEM E SENTIDOS
Figuras de linguagem
Aliteração

Consiste na repetição de um
som consonantal. Pode ocorrer no
início ou no final das palavras.
Exemplo ao lado:

Assonância
Caracteriza-se pela repetição
harmônica de sons vocálicos
(vogais) numa frase ou em versos.
Exemplo presente no trecho ao
lado, escrito por Cecília Meireles:
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POR DENTRO DA LÍNGUA
Aposto
Aposto é o termo da oração que explica, enumera, especifica ou resume a palavra à qual se
refere. Pode aparecer antes ou depois do termo referido, bem como ser destacado ou não por
sinais de pontuação, como vírgula, dois-pontos ou travessão.

Usado para explicar ou esclarecer um termo da oração, como no exemplo


Explicativo anterior. Na oração, pode ser destacado por vírgulas, parênteses ou
travessões.
Usado para enumerar partes constituintes de um termo da oração. Aparece
Enumerativo
geralmente separado por dois-pontos, travessão ou vírgulas.
Usado para especificar ou individualizar um termo genérico da oração. Em
Especificativo
geral, são nomes próprios e não vêm destacados por sinais de pontuação.
Recapitulativo Usado para resumir em uma só palavra vários termos da oração.
(resumidor) 32
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
O sentido das expressões
Onde (indica lugar) • Onde estão os mosquitos transmissores da dengue?

Aonde (dá ideia de • Aonde os agentes de saúde devem ir para combatê-los?


movimento)

De encontro a • As atitudes de algumas pessoas vão de encontro ao que elas


(contradizem) dizem.

Ao encontro de • As atitudes de algumas pessoas vão ao encontro do que elas


(concordam, combinam) dizem.

• Eles precisam esclarecer acerca de como usar os recursos


Acerca de (a respeito de)
ambientais. 33
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
O sentido das expressões
Há cerca de (tempo • Há cerca de duas décadas a preservação do meio ambiente
decorrido; equivale a faz) passou a ser uma preocupação.
A cerca de • O local de coleta de lixo fica a cerca de cem metros daqui.
(aproximadamente; quase;
perto de)
Mal (antônimo de bem) • Muitas pessoas ainda são mal informadas sobre essa doença.

• O mau acondicionamento dos alimentos é uma das causas do


Mau (antônimo de bom)
desperdício.

Ao invés de (ao contrário de) • Ao invés de criticá-lo, ajude-o.

Em vez de (em lugar de) • Em vez de jogar lixo na rua, jogue-o no cesto. 34
MÓDULO 3 – CIÊNCIA PARA TODOS

• Imagem de abertura
• Reportagem de divulgação científica
• Infográfico
• Regência verbal
• Processos de formação de palavras
• Texto didático
• Complemento nominal e adjunto adnominal
• Uso do hífen

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© Sebastião Salgado
REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Explorando o gênero – O texto
A reportagem de divulgação científica tem como
finalidade a difusão de fatos e fenômenos científicos de
interesse de um público amplo, formado geralmente por
leitores não especializados. Os conhecimentos
científicos são divulgados de maneira didática. As
pesquisas científicas, das mais recentes às mais
consolidadas sobre o assunto, dão apoio às
informações centrais da reportagem.

A reportagem de divulgação científica circula tanto em jornais, revistas, sites e em cadernos


especiais de veículos de interesse geral quanto em seções especializadas na difusão de descobertas
científicas, como blogues e vlogs científicos. A produção dessas reportagens fica, geralmente, a
cargo de um jornalista, em vez de um cientista. 37
REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Explorando o gênero – A composição
A reportagem de divulgação científica organiza-se predominantemente em sequências
explicativas. Essa exposição geralmente parte de um assunto central e uma hipótese inicial sobre ele,
que na maior parte das vezes são a origem de um problema de pesquisa.

A citação de especialistas e pesquisadores do tema


gera um efeito de credibilidade às informações
apresentadas em textos desse gênero. A apresentação de
dados numéricos e a exemplificação de casos concretos
conferem objetividade à reportagem, ao mostrar fatos. O
estabelecimento de causas e efeitos permite construir uma
análise mais profunda a respeito do problema abordado.
A conclusão articula todos esses pontos para
responder de maneira objetiva ao problema proposto.
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REPORTAGEM DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
Explorando o gênero – A linguagem
Na reportagem de divulgação científica, são utilizados diversos recursos discursivos, como a
comparação, a metáfora, a paráfrase, a definição, entre outros, para aproximar os conceitos e termos
da área científica da linguagem cotidiana do leitor leigo.

A reportagem de divulgação científica utiliza o


registro formal da língua, por meio de uma
linguagem clara e objetiva, de maneira que o leitor leigo
possa compreender, mas mantém termos e conceitos
próprios da área de conhecimento abordada.
Também é comum o uso da linguagem do
cotidiano, metáforas, frases feitas e registro mais
informal. Apresenta citações de pesquisadores e de
especialistas da área, que podem aparecer no discurso
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direto (entre aspas) e no discurso indireto.
GÊNEROS EM DIÁLOGO
Reportagem de divulgação
científica e infográfico

O infográfico é um texto informativo que emprega


em sua composição, além da palavra escrita, imagens,
fotografias e recursos gráficos e visuais para apresentar
as informações.
Em suportes multimídia, alguns deles podem ser
animados e usar também efeitos sonoros.

EBC. Refugiados. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-


humanos/noticia/2019-06/quase-71-milhoes-de-pessoas-foram-forcadas-
deixar-seus-lares-em>. Acesso em: 27 jan. 2020. 40
POR DENTRO DA LÍNGUA
Regência verbal
Dependendo do contexto em que são empregados, os verbos podem ser classificados em
transitivos (diretos, indiretos e diretos e indiretos) ou intransitivos. Os verbos transitivos precisam de
um ou mais complementos verbais, que devem estar ligados ao verbo com ou sem preposições.

Leia o exemplo ao lado.

41
POR DENTRO DA LÍNGUA
Regência verbal
A regência verbal permite que um termo complemente uma forma verbal de modo que, juntos,
construam um sentido. No exemplo, a forma verbal tem necessita de complemento: um número fixo
de empregos. Em muitos casos, os termos que funcionam como complemento ou indicam
circunstâncias vêm ligados ao verbo por uma preposição. Exemplos:

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LINGUAGEM E SENTIDOS
Processos de formação de palavras
A formação de palavras na língua portuguesa se dá por meio de dois processos: derivação e
composição. No processo de composição, as palavras ou radicais se unem para formar novas
palavras, o que ocorre de duas maneiras: composição por justaposição ou composição por
aglutinação.

• Justaposição: as palavras ou radicais são unidos sem nenhuma alteração, podendo ser ou não
separados por hífen. Exemplo: país-arquipélago.

• Aglutinação: as palavras ou radicais são unidos, mas um deles sofre alguma modificação.
Exemplos:

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TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero – O texto
Quando a exposição de um
tema requer a apresentação de
muitas informações e explicações,
uma maneira de torná-la mais
compreensível para o leitor é
organizá-la em partes, de modo que
cada tema possa ser explorado de
maneira específica e detalhada.

PAULA, Marcelo Moraes; RAMA, Maria


Angela Gomez; PINESSO, Denise Cristina
Christov. Panoramas Geografia 8. São
44
Paulo: FTD, 2019. p. 60-61.
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero – O texto

O gênero texto didático tem uma finalidade


pedagógica: expor e explicar um conceito, um
tema, um acontecimento, uma experiência, um
fenômeno – que são objetos de estudo das
diferentes áreas do conhecimento que compõem
as disciplinas escolares. As informações do texto
didático devem ser claras, objetivas e adequadas
ao nível de entendimento dos leitores, a fim de Panoramas Geografia 8. p. 60-61.
garantir a compreensão do tema exposto.

Um suporte de difusão bastante comum do texto didático é o livro didático, mas esse gênero
também pode circular em sites educacionais e em programas de ensino-aprendizagem na televisão
ou na internet. 45
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero – A composição
O texto didático recorre a diferentes recursos para cumprir sua
finalidade de expor e explicar um assunto. Entre esses recursos
estão definições de conceitos e termos específicos, exemplos
ilustrativos, comparações, dados numéricos e explicações de
causas e consequências. A organização das informações visa
tornar o assunto mais compreensível e didático para o leitor.
O texto didático pode ter uma composição variada dependendo
do assunto abordado, da área de conhecimento em que se inclui, do
público ao qual se dirige. Panoramas Geografia 8. p. 62.

O texto que você leu foi organizado em torno de um tema central, com informações
relacionadas que o explicam. A composição do gênero inclui outros elementos, além do título e da
introdução ao assunto, como a divisão do texto com subtítulos e o uso de imagens ilustrativas, 46
gráficos, infográficos, mapas, tabelas e quadros explicativos.
TEXTO DIDÁTICO
Explorando o gênero – A linguagem
Os recursos de coesão sequencial são palavras e
expressões que conectam as diversas partes do texto,
estabelecendo relações de adição, oposição, causa,
consequência, conclusão, entre outras.
O texto didático recorre a uma linguagem objetiva e
impessoal em favor da compreensão. O vocabulário técnico
deve ser tornado acessível ao conhecimento do público leitor.
Por isso, a explicação dos conceitos e termos especializados
deve ser precisa e adequada em relação às teorias da área de
conhecimento da qual o texto trata.

Panoramas Geografia 8. p. 63. 47


POR DENTRO DA LÍNGUA
Complemento nominal e adjunto adnominal

Complemento nominal
é o termo da oração que
completa o sentido de um
nome – substantivo,
adjetivo e alguns advérbios
– e é sempre introduzido
por uma preposição.
Exemplos ao lado:

Pelo fato de ligar-se a um nome por preposição, o complemento nominal pode, algumas vezes,
ser confundido com o adjunto adnominal.
Adjunto adnominal é o termo da oração que especifica um substantivo, podendo ou não ser
ligado por uma preposição. 48
POR DENTRO DA LÍNGUA
Complemento nominal e adjunto adnominal
Complemento nominal

I. Quando o nome que precede


o termo analisado for um adjetivo
ou advérbio. Exemplos ao lado:

II. Quando o termo analisado foi o alvo da ação. Exemplo:

49
POR DENTRO DA LÍNGUA
Complemento nominal e adjunto adnominal
Adjunto adnominal
I. Quando o termo
analisado for o agente da
ação. Exemplo ao lado:

II. Quando o termo analisado


indicar tipo, matéria, substância ou
posse do substantivo. Exemplos ao
lado:

50
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Uso do hífen
Casos em que se usa hífen

Na formação de alguns substantivos e adjetivos.


I. Exemplos: • Substantivos: porta-chaves, mestre-cuca, cachorro-quente.
• Adjetivos: (olhos) azul-piscina, (bolsa) verde-garrafa.
Quando o segundo elemento se inicia por h.
II.
Exemplos: Pré-História, mini-hotel, anti-higiênico, super-homem, hiper-hidratação.
Quando o prefixo termina com a mesma letra que inicia o segundo elemento.
III.
Exemplos: super-revista, micro-organismo, semi-interno, inter-racial, hiper-radical.
Com os prefixos tônicos (acentuados): pós-, pré-, pró-.
IV.
Exemplos: pré-Carnaval, pós-graduação, pró-labore.
51
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Uso do hífen
Casos em que não se usa hífen

Nas locuções de qualquer tipo que signifiquem um único elemento.


I.
Exemplos: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar, cor de café com leite, cor de vinho.

Com os prefixos co- e re-.


II.
Exemplos: coautor, cofundador, coordenar; revisar, rearrumar, reeditar.
Quando o prefixo termina em vogal e o outro elemento inicia-se por r ou por s, a consoante é
III. dobrada.
Exemplos: contrarregra, microrrelógio, ultrassom.
Quando o prefixo termina com vogal e o segundo inicia-se com vogal diferente.
IV.
Exemplos: autoaprendizagem, antiácido, antiético.
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MÓDULO 4 – FATOS E FOCO

• Imagem de abertura
• Reportagem
• Primeira página de jornal
• Vozes verbais
• Neologismo
• Entrevista
• Voz passiva sintética e analítica
• Colchetes
• Dois-pontos
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54

Rawpixel.com/Shutterstock.com
REPORTAGEM
Explorando o gênero –
O texto

Reportagem é um texto jornalístico


investigativo que trata de questões de
interesse do público, sem abordar
necessariamente um fato atual. Veiculado
em jornais, em revistas, na televisão e em
sites, esse gênero consiste na
apresentação mais aprofundada de
determinado tema, fruto de investigação do
repórter, que se vale de entrevistas, dados
estatísticos e depoimentos de
especialistas para enriquecer o texto. MARASCIULO, Marília. É tendência: millennials
55
abandonam, e geração Z nem entra nas redes sociais.
REPORTAGEM
Explorando o gênero –
A composição

A reportagem sempre se inicia por um


título, que deve despertar a curiosidade do
leitor para a leitura de todo o texto, e
procura apresentar informações básicas a
respeito do tema nos primeiros
parágrafos. Ao longo do texto, são usados
intertítulos para subdividir o conteúdo,
organizando-o. O fecho ou final da
reportagem costuma sintetizar o assunto
apresentado.
MARASCIULO, Marília. É tendência: millennials
56
abandonam, e geração Z nem entra nas redes sociais.
Marcus Leoni/Folhapress
REPORTAGEM
Explorando o gênero – A linguagem

As citações de falas de outras pessoas podem


aparecer na reportagem e em outros gêneros textuais
de forma direta ou indireta. Na citação direta, o autor
do texto registra exatamente o que outra pessoa falou,
sem adaptações, por isso, transcreve o trecho entre
aspas. Na citação indireta, o autor escreve com suas
palavras o que outra pessoa disse, portanto, não é
necessário usar aspas.
A reportagem é um texto com vocabulário acessível, marcado por frases precisas e expressões
do cotidiano do leitor, muitas delas informais, que facilitam a leitura e a tornam mais agradável. O
posicionamento crítico do autor a respeito das informações é marcado por modalizadores, como
adjetivos e advérbios. Normalmente, para dar credibilidade às informações, o autor cita a opinião de
57
especialistas no assunto.
GÊNEROS EM DIÁLOGO
Reportagem e primeira
página de jornal

A primeira página de um jornal, também


conhecida como capa, é como se fosse sua
vitrine, pois nela são destacados os
acontecimentos que o veículo considera
relevantes, para chamar a atenção do leitor.

58
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vozes verbais

Exemplos:

59
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vozes verbais
Classificação das vozes verbais

Ocorre quando o sujeito é agente, isto é, pratica a ação expressa


pela forma verbal.
Voz ativa
Exemplo: As pessoas usam as redes sociais de maneira
criteriosa.

Ocorre quando o sujeito é paciente, isto é, recebe ou sofre a


ação expressa pela forma verbal. Nesse caso, o destaque da oração
Voz passiva é dado à ação verbal, e não ao sujeito.
Veja: As redes sociais são usadas pelas pessoas de maneira
criteriosa.
60
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vozes verbais
Classificação das vozes verbais

A voz passiva é formada, em geral, por uma forma verbal do verbo auxiliar ser seguido de uma
forma verbal no particípio passado. No exemplo, o termo pelas pessoas indica o ser que pratica a
ação verbal; é o agente da passiva.

61
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vozes verbais
Classificação das vozes verbais

Ocorre quando o sujeito é simultaneamente agente e paciente,


isto é, pratica e recebe, ao mesmo tempo, a ação expressa pela
Voz reflexiva
forma verbal. É formada por uma forma verbal e um pronome
reflexivo (me, te, se, nos, vos).

Exemplo:

62
LINGUAGEM E SENTIDOS
Neologismo

A língua é extremamente dinâmica e o falante, a partir de sua necessidade, pode atribuir novos
significados às palavras ou criar novas palavras e expressões.

O uso da tecnologia estimulou a necessidade de criar novas palavras para designar novos itens,
novas ações, novos comportamentos.

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Ricardo Borges/Folhapress
ENTREVISTA
Explorando o gênero – O texto

A entrevista, em geral gravada ao vivo, é


tradicionalmente um gênero transcrito para publicação
em jornais e revistas. Seu principal objetivo é informar
sobre temas que despertam o interesse da sociedade ou
de um grupo específico, a depender de quem seja o
entrevistado. O entrevistador se informa previamente a
respeito da pessoa que entrevistará e elabora perguntas
relevantes, estabelecendo, assim, um diálogo.

Jogadora Marta Vieira da Silva.

64
ENTREVISTA
Explorando o gênero – A composição
Ricardo Borges/Folhapress

A entrevista, quando transcrita, é iniciada


por um título, que informa o assunto que será
tratado. Geralmente, há uma introdução, ou
abertura, parte em que se apresenta o
entrevistado com dados pessoais, profissionais
e o que mais for relevante, de acordo com o
objetivo do jornalista. O corpo da entrevista é
composto das perguntas feitas pelo
entrevistador, destacadas graficamente, e das
respostas dadas pelo entrevistado.

65
Jogadora Marta Vieira da Silva.
ENTREVISTA
Explorando o gênero – A linguagem

Em uma entrevista, o grau de formalidade pode


variar de acordo com o perfil do entrevistado, o meio de
divulgação, o público-alvo e, ainda, o objetivo do
entrevistador. Por ser um gênero de tradição oral, são
comuns os registros de oralidade, como frases mais
curtas, marcadores conversacionais ou expressões
coloquiais. Normalmente, o entrevistado, ao responder
a determinadas perguntas, expõe um juízo de valor
marcado, sobretudo, pelo uso de adjetivos, locuções
adjetivas, advérbios e locuções adverbiais.

66
POR DENTRO DA LÍNGUA
Voz passiva sintética e analítica
Tipos de voz passiva

O sujeito, quando alvo da ação verbal, é chamado de sujeito paciente, e a oração encontra-se na
voz passiva. A voz passiva pode ser analítica ou sintética.

A voz passiva analítica é formada por uma forma verbal do verbo auxiliar ser seguido de uma
forma verbal no particípio passado. Nesse uso, o sujeito é paciente, isto é, recebe ou sofre a ação
verbal, e o agente da passiva pode ou não aparecer.

Exemplo:

67
POR DENTRO DA LÍNGUA
Voz passiva sintética e analítica
Tipos de voz passiva

A voz passiva sintética é formada por uma forma verbal transitiva na 3a pessoa acompanhada
do pronome apassivador se e do sujeito paciente.

Exemplos:

68
POR DENTRO DA LÍNGUA
Voz passiva sintética e analítica
Da voz ativa para a voz passiva analítica

69
POR DENTRO DA LÍNGUA
Voz passiva sintética e analítica
Da voz passiva analítica para a passiva sintética

70
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Colchetes
1. Nas transcrições em geral, como as entrevistas reproduzidas por escrito, os acréscimos feitos
pelo entrevistador ou editor do texto, como comentários e explicações, aparecem entre colchetes,
que os destacam do conteúdo transcrito.
2. Na supressão de trechos em meio a citações ou transcrições, ou seja, quando são retiradas
partes do texto. A marca gráfica que indica essa supressão é […] – reticências entre colchetes.
3. Um ponto de interrogação entre colchetes – [?] – indica dúvida, incerteza em relação ao que
está escrito. Usa-se em citações ou transcrições, após o trecho que se deseja questionar.

Dois-pontos
O sinal de dois-pontos – : – marca uma pausa que precede o que será escrito.

1. Fala de outra pessoa. 2. Explicação ou desenvolvimento de ideia.


71
MÓDULO 5 – ARGUMENTAR É PRECISO

• Imagem de abertura
• Debate
• Cartum
• Concordância verbal
• Norma-padrão e variação linguística
• Artigo de opinião
• Concordância nominal
• Marcadores conversacionais

72
73

Rawpixel.com/Shutterstock.com
DEBATE
Explorando o gênero – O texto
O debate é um gênero textual oral em
Jovem Pan News

que duas ou mais pessoas – geralmente


especialistas ou com conhecimentos
sobre o tema – expõem seus pontos de
vista, com o objetivo de proporcionar
maior compreensão sobre uma questão.
O debate pode ocorrer, por exemplo, na
rádio, na televisão e na internet, sobretudo
quando sua finalidade é apresentar
diferentes maneiras de pensar e refletir
sobre temas considerados de interesse
coletivo.
Da esquerda para a direita: Ivan Paz, professor e coordenador do SuperGeeks;
Carolina Ercolin, jornalista e apresentadora; Waldemar Setzer, professor. 74
DEBATE Tipos de argumentos

Explorando o gênero – A composição • Argumento de autoridade:


fundamentado na citação de uma fonte
confiável – um especialista no assunto,
dados de instituição de pesquisa, uma
O debate caracteriza-se pela presença de um frase dita por alguém importante na
mediador (ou moderador), ao menos dois debatedores sociedade (que deve ser inserida entre
ou, ainda, grupos de pessoas. O mediador apresenta o aspas).
tema e os debatedores e indica quando um ou outro deve • Argumento por exemplificação: apoia-
se em exemplos representativos, como
se pronunciar, direcionando as perguntas para que haja
o relato de um pequeno fato que
equilíbrio na participação. Os debatedores emitem seus comprova a tese defendida.
pontos de vista sobre o assunto, justificando-os com • Argumentação por causa e
argumentos e contra-argumentos. consequência: apresenta a causa (os
Nos debates on-line, geralmente os espectadores motivos) e a consequência (os efeitos)
interagem com os debatedores por meio de perguntas e de determinada situação.
• Contra-argumento: argumento que se
comentários enviados em mensagens nas redes sociais. opõe a outro.

75
Adriana Iacob/Shutterstock.com
DEBATE
Explorando o gênero – A linguagem

O debate se caracteriza pelo planejamento da fala, que


deve estar baseada em argumentos. Essa elaboração ocorre
no mesmo momento em que se diz, por isso é comum haver
marcas de oralidade, como pausas, hesitações, repetições,
entonações e retomadas.
Na construção dos argumentos, há o uso dos operadores
argumentativos, que conectam as ideias e conferem
progressão. Também são usadas expressões para indicar
concordância.

76
Pawel Kuczynski

GÊNEROS EM DIÁLOGO
Debate e cartum
Alguns gêneros textuais, como o debate, dão voz às
pessoas para que concordem, discordem, denunciem e
promovam reflexões sobre os mais diversos fatos e situações.
Veja este cartum (ao lado, no alto), em que o autor expressa
uma opinião ao apresentar uma crítica bem-humorada sobre um
Bettmann Archive/Getty Images

tema, e observe também a fotografia (abaixo do cartum).


Esse cartum faz referência direta à fotografia. Tirada em
1932, ela mostra 11 trabalhadores sentados em uma enorme
viga de aço, a muitos metros de altura do solo, desprovidos de
qualquer equipamento de segurança.
A cena (da fotografia, à direita) foi montada para divulgar a
construção do complexo de edifícios Rockefeller Center, na
cidade de Nova York (Estados Unidos).
77
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal

Geralmente, é o sujeito que determina a forma verbal que será empregada na oração. Se o sujeito
estiver no plural, a forma verbal também estará. Porém, há algumas regras especiais.

Concordância verbal: alguns casos

1. Verbos com índice de indeterminação do sujeito


Nos casos em que a forma verbal vier acompanhada pelo índice de indeterminação do sujeito se,
ela ficará sempre no singular. Exemplo:

Assiste-se a muitos debates pela TV.

Observe que, nesses casos, a forma verbal é geralmente transitiva indireta ou intransitiva.
78
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Concordância verbal: alguns casos
2. Verbos com partícula apassivadora
Nos casos em que a forma verbal vier acompanhada pela partícula apassivadora se, ela
concordará sempre com o sujeito. Exemplo:

Propõem-se novos desafios às crianças. (Novos desafios são propostos às crianças.)

3. Verbos haver e fazer impessoais


Nesses casos, o verbo haver (indicando tempo transcorrido ou o sentido de existir) e o verbo
fazer (indicando tempo transcorrido) são impessoais, não possuem sujeito e, portanto, ficam sempre
na 3a pessoa do singular. Exemplos:

• Havia sérias discordâncias entre os debatedores.


• Faz alguns meses que assistimos a esse debate na TV. 79
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância verbal
Concordância verbal: alguns casos

Sujeito composto

1. Núcleos de sujeito ligados pelo elemento com


Nessa ocorrência, a forma verbal vai para o plural. Exemplo:

A mãe de uma criança de 2 anos com outras mães da escola questionaram o uso de tablets.

2. Sujeitos formados com as expressões um e outro, nem um nem outro


Nesses casos, a forma verbal fica sempre no plural. Exemplos:

• Nem um nem outro participante do debate consideraram a tecnologia


apenas como um malefício à sociedade.
• Um e outro prestavam atenção na mediadora. 80
LINGUAGEM E SENTIDOS

© 2020 Cedraz/Ipress
Norma-padrão e variação linguística

Norma-padrão: conjunto de regras da gramática


normativa apresentado em gramáticas e ensinado nas
escolas. Essas regras são as que tradicionalmente devem
ser aplicadas a textos em situações de comunicação mais
formais.

Variação linguística: são as diversas formas de os falantes se manifestarem em uma língua para
se comunicar. Os fatores que provocam essas variações também são muitos. Entre eles, podem ser
citados a região geográfica, a classe social, o grau de escolarização, a profissão, a idade e o grau de
formalidade da situação comunicativa.
81
ARTIGO DE OPINIÃO
Explorando o gênero – O texto

Publicado em jornais e revistas, impressos e


digitais, e também em sites diversos, o artigo de
opinião discute questões, às vezes polêmicas, de
interesse da sociedade. Nele, o articulista apresenta
argumentos que justifiquem o ponto de vista
defendido.

82
CATTARUZZI, Livia. Unboxing: crianças fora da caixa.
ARTIGO DE OPINIÃO
Explorando o gênero – A composição

No artigo de opinião, o articulista defende seu ponto de vista por


meio de argumentos e contra-argumentos. São esses recursos
argumentativos que validam o ponto de vista defendido.
Geralmente, o artigo de opinião é composto de introdução, em
que se apresenta o assunto a ser discutido, desenvolvimento, parte
em que o articulista valida sua opinião, e conclusão, na qual ele
arremata o ponto de vista defendido.

PowerUp/Shutterstock.com
83
ARTIGO DE OPINIÃO
A linguagem do artigo de
Explorando o gênero – A linguagem opinião visa garantir uma boa
argumentação para fundamentar o
ponto de vista do articulista. As
A opinião do articulista pode ser apresentada palavras e expressões utilizadas
evidenciam seu posicionamento e se
não apenas em construções como “Em minha
opinião...” ou “Eu acho que...”. Muitos elementos somam aos operadores
argumentativos, que auxiliam na
textuais também revelam seu posicionamento,
progressão de ideias. O registro
fornecendo direcionamento argumentativo ao texto.
formal é geralmente o mais utilizado,
porém o grau de formalidade poderá
variar de acordo com o público-alvo
Em artigos de opinião, o uso da 1a pessoa do ou com a estratégia de
discurso no plural funciona como estratégia argumentação. É escrito
persuasiva ao aproximar articulista e leitor, sugerindo predominantemente na 3a pessoa e
que ambos partilham das mesmas ideias. na 1a pessoa do discurso.
84
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância nominal

Os substantivos, por serem o núcleo do sintagma nominal, determinam a concordância,


estabelecendo o gênero e o número do adjetivo. Essa é a regra básica da concordância nominal.

Casos especiais de concordância nominal

1. Uso das expressões é bom, é necessário, é proibido


Essas expressões, formadas por verbo ser + adjetivo, não variam, exceto quando o substantivo
ao qual se referem (no caso, o sujeito da oração) vier antecedido por algum determinante. Nesse
caso, a concordância será obrigatória. Exemplos:

• Publicidade é bom para aumentar a venda de produtos.


• A publicidade é boa para aumentar a venda de produtos.
85
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância nominal
Casos especiais de concordância nominal
2. Uso das expressões anexo, incluso
Essas palavras pertencem à classe dos adjetivos e, por isso, concordam com o substantivo ao
qual se referem. Exemplos:

• Os influenciadores digitais promovem produtos inclusos em seus vídeos.


• Os youtubers divulgam brinquedos e outros produtos anexos aos vídeos que apresentam.

3. Uso da palavra bastante


Essa palavra pode pertencer à classe dos adjetivos ou à dos advérbios. Como adjetivo, ela
concorda com o nome a que se refere. Como advérbio, fica invariável. Exemplos:

• A articulista apresenta bastantes razões para defender seu ponto de vista.


(adjetivo relacionado ao substantivo razões)
86
• Os produtos anunciados vendem bastante. (advérbio relacionado à forma verbal vendem)
POR DENTRO DA LÍNGUA
Concordância nominal
Casos especiais de concordância nominal
4. Uso da palavra só
Essa palavra pode pertencer à classe dos adjetivos ou à dos advérbios. Como adjetivo, no
sentido de sozinho, ela concorda com o nome a que se refere. Como advérbio, no sentido de apenas,
fica invariável. Exemplos:
• Algumas crianças assistem a vídeos sós, sem a presença de pais.
(adjetivo sozinhas concorda com crianças)
• Algumas crianças só assistem a esse tipo de vídeo. (advérbio apenas é invariável)

5. Uso da palavra possível


Em expressões superlativas como o mais, a menos, a melhor, o pior etc., essa palavra combina
com o artigo que as integra. A expressão quanto possível é invariável. Exemplos:

• Produtos das mais variadas marcas e modelos possíveis são visualizados pelas crianças. 87
• A articulista obteve informações quanto possível para fundamentar sua opinião.
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Marcadores conversacionais
Os marcadores conversacionais são palavras ou expressões usadas para encadear, articular,
organizar a conversação, possibilitando maior interação entre os falantes. São muitos os marcadores
conversacionais e não há um critério único para organizá-los. Também não há classes gramaticais
específicas para exercer a função de marcador conversacional.

Alguns dos critérios por meio dos quais é possível organizar os marcadores conversacionais:
• Início (aí, então, depois, agora, veja, bom, é o seguinte etc.), subdivisão (primeiro, em seguida,
inicialmente, em segundo lugar etc.) e final de assunto (então tá, percebeu?, entendeu?, viu?, que
acha? etc.).
• Concordância (tá, está bem, certo, claro etc.), discordância (isso não, assim também não, não é bem
assim etc.) e dúvida (será?, é mesmo?, tem certeza? etc.).
• Hesitação (ah, eh, é…, hmm etc.).
• Expansão do assunto (além disso, além do mais, e tem mais, outra coisa etc.).
88
MÓDULO 6 – VOCÊ CIDADÃO

• Imagem de abertura
• Proposta pública
• Declaração de direitos
• Vocativo
• Formação de palavras por derivação
• Petição on-line
• Período composto por coordenação e subordinação
• Recursos de coesão sequencial

89
90

Euler Paixão/Olhar Imagem


PROPOSTA PÚBLICA
Explorando o gênero – O texto

A proposta pública tem a finalidade de


apresentar um planejamento de ações de
responsabilidade pública para atender a
demandas de uma sociedade. É um texto
que dá base a uma política pública, por isso
ela se relaciona com outras áreas do
conhecimento, como Educação, Saúde,
Sociologia, História, entre muitas outras, as
quais fornecem dados, fatos e argumentos
para a sustentação das medidas
apresentadas.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Plano Mineiro de
91
Desenvolvimento Integrado – 2016 a 2027. p. 75-77.
PROPOSTA PÚBLICA
Explorando o gênero –
A composição
A proposta pública apresenta as demandas de
políticas públicas de uma comunidade em um
período de tempo determinado. Geralmente,
divide-se em seções, que apresentam uma
introdução à demanda, os objetivos da proposta e
as estratégias para que esses objetivos sejam
cumpridos.
Ao longo do seu desenvolvimento, são
apresentados argumentos que sustentam as
principais ideias da proposta. É bastante comum o
uso de gráficos para facilitar e reforçar a análise
dessas ideias.
92
PROPOSTA PÚBLICA
Explorando o gênero –
A linguagem
Em uma proposta pública predomina a linguagem
verbal. A linguagem não verbal, no entanto, também se
apresenta por meio de imagens ou gráficos, que
ajudam a apoiar a argumentação.
O registro deve ser formal, geralmente marcado
pela impessoalidade, pois se trata de um documento
público.
As formas verbais variam quanto ao tempo da
conjugação. O mais comum é que objetivos e
estratégias sejam introduzidos por verbos no infinitivo.
É recorrente também o uso de adjetivos e advérbios
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Plano Mineiro como modalizadores argumentativos.
93
de Desenvolvimento Integrado – 2016 a 2027. p. 75-77.
GÊNEROS EM DIÁLOGO
Proposta pública e declaração de direitos

Uma proposta pública tem como um de seus


FDR Presidential Library & Museum

objetivos ampliar os investimentos no esporte para


que ele cumpra com mais eficácia sua função
social: promover a educação e a saúde da
população. Muitas dessas propostas podem
embasar políticas públicas, projetos de lei e
declarações de direitos.
Uma das mais conhecidas e importantes é a
Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Eleanor Roosevelt, diplomata, ativista de direitos humanos e


ex-primeira-dama dos EUA, segura um cartaz da Declaração
94
Universal dos Direitos Humanos (em inglês), em 1949.
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vocativo

O vocativo não faz parte da estrutura sintática da oração; é um termo isolado que não pertence
nem ao sujeito nem ao predicado. Exemplo:

95
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vocativo
Vocativo e interjeição
Interjeição é a
palavra ou locução que
Alguns vocativos vêm acompanhados de interjeições. Exemplo: exprime sentimentos,
emoções, sensações.
Na escrita, em geral,
vem seguida de ponto
de exclamação.

Essas palavras e expressões – as locuções interjetivas – são importantes para formar o sentido,
ajudando o leitor a compreender o estado emotivo de quem as emprega. Assim como o vocativo, a
interjeição ou a locução interjetiva não desempenham função sintática na oração.
96
POR DENTRO DA LÍNGUA
Vocativo
Vocativo e pontuação

Na oralidade, o vocativo é destacado por pausas na fala; já na escrita geralmente é separado do


resto do enunciado por vírgula(s), em qualquer posição na oração. Pode também ser sucedido por
um sinal de exclamação (!), interrogação (?), os dois juntos (!?) etc.
A escolha da posição do vocativo – no início, no meio ou no fim do enunciado – é opção do
falante, considerando-se algumas condições, tais como: a situação de comunicação, o que ele quer
dizer, o modo com que deseja referir-se a seu interlocutor e o efeito que deseja produzir nele. Esse
efeito depende não só da posição do vocativo, mas também da pontuação empregada. Exemplos:

Ó céus, não aguento mais tanto trânsito! A ligação está falhando! Querida??

Para ir ao passeio, eu só preciso, mãe,


Mariana! Estamos atrasados!
da sua assinatura. 97
LINGUAGEM E SENTIDOS
Formação de palavras por derivação
Derivação parassintética

Acrescentam-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo a um radical. A palavra só existe com


o acréscimo dos dois morfemas ao mesmo tempo. Exemplos:

esclarecer enfileirar amolecer esfriar

Não se deve confundir esse tipo de derivação com a prefixal e sufixal, como na palavra
desigualdade, em que o prefixo des-, acrescentado ao radical igual, forma a palavra desigual; com o
sufixo -dade, forma a palavra igualdade.
Na parassintética, as palavras só existem com a junção de prefixo e sufixo ao mesmo tempo.
Não existem, por exemplo, as palavras esclare, enfile, isto é, sem os sufixos; nem as palavras
molecer, friar, sem os prefixos.
98
LINGUAGEM E SENTIDOS
Formação de palavras por derivação
Derivação imprópria
Consiste em mudar a classe gramatical
de uma palavra, sem alterar sua forma.
Exemplos ao lado:

Derivação regressiva
Ocorre quando se retira algum elemento da palavra. É mais comum na formação de substantivos
derivados de verbos. Exemplos: treino (treinar), foco (focar), debate (debater), perda (perder) etc.
Esses substantivos indicam sempre o nome de uma ação. Para obter esses nomes, basta
substituir a terminação verbal do modo infinitivo (-ar, -er, -ir) por uma das vogais a, e ou o.
A derivação regressiva é muito usada na linguagem coloquial para formar novos substantivos
derivados de verbos, como agito (de agitar), amasso (de amassar), entre outros.
99
PETIÇÃO ON-LINE
Explorando o gênero – O texto

A petição on-line é um gênero textual que


possibilita ao cidadão exercer seu papel na
defesa de direitos ou contra ilegalidades ou
abuso de poder, em um suporte que é
agilizado e amplificado pela conexão via
internet. Antes restrita ao meio jurídico, a
petição on-line permite que muitas pessoas
defendam seus pontos de vista a respeito de
temas diversos, mobilizem-se para fazer
pedidos oficiais e atraiam o apoio de pessoas
que partilham das mesmas ideias.
CONTRA a abertura de novos zoos e aquários na cidade de
São Paulo. Abaixo-assinado de AMPARA Animal. 100
Change.org., mar. 2019.
PETIÇÃO ON-LINE
Explorando o gênero – A composição

A petição on-line tem um caráter


battler/Shutterstock.com

argumentativo expresso por meio de


argumentos variados, como exemplificação,
apresentação de causa e consequência,
explicitação de autoridade. Os argumentos
visam persuadir o interlocutor da relevância
da causa. Geralmente, a petição é
introduzida com a apresentação de um
problema e é concluída com a convocação
do interlocutor a aderir à causa.

AMPARA Animal criou este abaixo-assinado para pressionar


Prefeitura de São Paulo e 4 outros 101
PETIÇÃO ON-LINE
Explorando o gênero – A linguagem

A petição é marcada pelo uso do registro


formal, visto que se trata de um texto do campo
político e de cidadania. Por ser usado para veicular
uma reivindicação, uma denúncia, uma reclamação,
entre outros, as escolhas lexicais devem permitir ao
leitor compreender o apelo contido no texto.
Predomina o uso da 3a pessoa, aspecto que dá o
tom de impessoalidade ao texto.

CONTRA a abertura de novos zoos e aquários na cidade de São


Paulo. Abaixo-assinado de AMPARA Animal. Change.org., mar. 2019. 102
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação e subordinação
As orações coordenadas têm sentidos independentes, isto é, embora estejam interligadas, elas
podem ser entendidas dentro do contexto em que se encontram. As orações subordinadas
dependem de outra oração para que seus sentidos sejam apreendidos.
Exemplo:

103
POR DENTRO DA LÍNGUA
Período composto por coordenação e subordinação
• A primeira oração do exemplo anterior traz uma informação necessária ao entendimento das
demais, por isso ela é chamada de oração principal. Observe que ela não é iniciada por nenhuma
conjunção.

• A segunda oração, iniciada pela conjunção embora, introduz a ideia de contrariedade ao que foi
dito antes. Note que ela necessita da informação contida na oração anterior para ser compreendida.
Essa conjunção é subordinativa, e a oração é subordinada.

• A terceira oração, iniciada pela conjunção e, introduz uma informação extra ao que foi dito
anteriormente. Observe que ela não depende de nenhuma outra para ser compreendida. Essa
conjunção é coordenativa, e a oração é coordenada.

As orações coordenadas e subordinadas podem ser classificadas com base nas conjunções que
as iniciam e nas relações de sentido que atribuem às respectivas orações. 104
UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Recursos de coesão sequencial
Os articuladores textuais, além de possibilitar a coesão e a progressão textual, estabelecem
diferentes relações de sentidos. Veja o quadro a seguir.

No exemplo ao lado, o articulador por exemplo Na educação, por exemplo, práticas


introduz uma explicação a respeito do que se desportivas funcionam como ferramentas
espera que seja desenvolvido na área da educação: pedagógica e motivacional [...]. 105
MÓDULO 7 – FLUÊNCIA E INFLUÊNCIA

• Imagem de abertura
• Anúncio de propaganda
• Código de Trânsito Brasileiro
• Orações subordinadas adverbiais I
• Modalização e argumentatividade
• Carta aberta
• Orações subordinadas adverbiais II
• Pontuação das orações subordinadas adverbiais

106
10
7
Edu Lyra/Pulsar Imagens
ANÚNCIO DE PROPAGANDA
Explorando o gênero – O texto

A propaganda e a publicidade recorrem a diferentes estratégias, de acordo com o que


anunciam e o público que pretendem conquistar.
O apelo emocional serve para persuadir o público pela emoção. Para tanto, relaciona o
produto ou serviço a sentimentos ou experiências. O apelo racional tenta convencer o público
com o uso de argumentos racionais que demonstrem qualidades e efeitos reais.

O anúncio de propaganda tem a finalidade de persuadir o público a aderir a uma ideia e a


adotar novas atitudes diante de uma questão social ou de uma causa de interesse coletivo.
A propaganda é divulgada em diversos meios de comunicação – internet, rádio, TV, jornais,
revistas, folhetos, entre outros –, podendo ser locais, regionais ou nacionais, conforme o
público que pretende atingir.

108
ANÚNCIO DE PROPAGANDA
Explorando o gênero – A composição
O anúncio de propaganda, como o anúncio publicitário,
Getz Comunicação

geralmente é composto de texto verbal e imagem, que se


complementam para construir sentidos por meio de recursos
variados, como diferentes estilos e tamanhos das letras, cores,
elementos gráficos, slogan, entre outros aspectos. Todos visam
à atração e à persuasão do leitor para fazê-lo aderir à causa
propagada.

Logotipo é a composição característica – formato, tamanho


e posição das letras – que identifica o nome de uma empresa,
produto ou serviço, cuja logomarca é seu símbolo gráfico. 109
Getz Comunicação

ANÚNCIO DE
PROPAGANDA
Explorando o gênero –
A linguagem

Para se dirigir diretamente ao leitor e fazê--


lo aderir à causa da campanha, o autor escolhe
com cuidado as palavras, as formas verbais no
imperativo (apoie, dê, seja) e as figuras de
linguagem.

110
GÊNEROS EM DIÁLOGO
Anúncio de propaganda e
Código de Trânsito Brasileiro

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB),


estabelecido pela Lei no 9.503, de 23 de setembro
de 1997, contém artigos a respeito da segurança
dos ciclistas no trânsito, assegurando direitos e
deveres para eles.

BRASIL. Presidência da República. Lei n o 9.503, de 23 de


setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
DOU, Brasília, DF, 23 set. 1997.
111
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais I

No exemplo a seguir, a primeira oração apresenta a informação principal do período e, por isso,
se chama oração principal. A segunda oração depende dela para ter sentido, ou seja, é uma oração
subordinada.

As orações subordinadas adverbiais exercem a função sintática de adjunto adverbial da oração


principal, motivo pelo qual levam esse nome. No exemplo, a oração subordinada indica uma ideia de
consequência em relação ao fato expresso na oração principal.
112
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais I

O período que contém orações subordinadas é chamado de período composto por


subordinação. A oração subordinada adverbial é classificada de acordo com a relação de sentido
que estabelece com a oração principal, marcada pela conjunção subordinativa que liga as orações.

Conjunções subordinativas são palavras invariáveis que ligam orações sintaticamente


dependentes, subordinadas. As conjunções são um dos recursos usados para dar coesão a textos
falados e escritos.

Classificação das orações subordinadas adverbiais:


• Comparativas • Temporais • Conformativas
• Consecutivas • Causais • Finais
• Concessivas • Condicionais • Proporcionais 113
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais I
Classificação das orações subordinadas adverbiais I

1. Comparativas – Indicam uma comparação entre o fato expresso na oração principal e o


expresso na oração subordinada. Exemplo:

Conjunções subordinativas comparativas: assim como, bem como, como, tanto quanto, tão
quanto, tal qual, entre outras.
114
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais I
Classificação das orações subordinadas adverbiais I

2. Consecutivas – Indicam a consequência do fato expresso na oração principal. Exemplo:

Conjunções subordinativas consecutivas: tal que, tanto que, tão que, de forma que, de modo que,
entre outras.
115
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais I
Classificação das orações subordinadas adverbiais I

3. Concessivas – Indicam uma concessão, ou seja, a ideia de que algo poderia impedir a
ocorrência do fato expresso na oração principal, mas não o faz. Exemplo:

Conjunções subordinativas concessivas: embora, mesmo que, ainda que, por mais que, apesar
de (que), entre outras.
116
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais I
Classificação das orações subordinadas adverbiais I

4. Temporais – Indicam circunstância de tempo; determinam o momento em que ocorre o fato


expresso na oração principal. Exemplo:

Conjunções subordinativas temporais: quando, sempre que, assim que, logo que, desde que,
enquanto, entre outras.
117
LINGUAGEM E SENTIDOS
Modalização e argumentatividade
Os efeitos de sentido produzidos por substantivos e adjetivos são essenciais para a construção
argumentativa do anúncio.

Os substantivos Os adjetivos
A seleção de substantivos ao escrever Os adjetivos atuam como modalizadores e
textos, especialmente publicitários, não é qualificadores dos substantivos a que se
aleatória: reforça a argumentação da peça referem, aumentando ou diminuindo sua força
publicitária. No anúncio, a escolha dos argumentativa. A adjetivação é um valioso
substantivos Bicicleta, Automóvel, par e recurso linguístico que ajuda a evidenciar o
relação evidencia a intenção argumentativa do posicionamento do enunciador. Na publicidade
anunciante de persuadir os leitores motoristas em geral, a adjetivação dá dinamismo ao texto
a respeitar o ciclista. e sustenta sua argumentação.

118
CARTA ABERTA
Explorando o gênero –
O texto
O gênero carta aberta, que integra
os gêneros textuais persuasivos e
argumentativos, é usado por uma
pessoa ou um grupo de pessoas para
manifestar publicamente, por meio de
um veículo de comunicação impresso
ou virtual, seu posicionamento ou sua
reivindicação a respeito de um assunto
de interesse coletivo. O objetivo da carta
aberta é conscientizar destinatários
específicos ou o público leitor em geral
JUVENTUDE PELO CLIMA. Nós, jovens, não aceitaremos uma vida
para que promovam a solução do com medo e devastação. El País. Carta aberta elaborada pelo
problema apontado. grupo de coordenação do movimento. 119
Bruno Fahy/AFP/Getty Images
CARTA ABERTA
Explorando o gênero –
A composição

Uma carta aberta geralmente é


composta de título, introdução,
desenvolvimento e conclusão. De
acordo com o tema, pode ter um caráter
argumentativo ou persuasivo. Na carta
aberta da Juventude pelo Clima, foi
desenvolvida uma estratégia
persuasiva, apelando para os
sentimentos dos destinatários diretos e
dos leitores. Protesto de jovens contra a falta de conscientização climática em
Antuérpia, Bélgica, em 2019. 120
Bruno Fahy/AFP/Getty Images

CARTA ABERTA
Explorando o gênero –
A linguagem

Como a carta aberta é um texto de


caráter persuasivo, contém palavras e
expressões qualificadoras, pontuação
expressiva, construções com tom
imperativo, que revelam a intenção dos
enunciadores, nesse caso. Geralmente,
prevalece a linguagem formal, pois se trata
de um documento reivindicatório, que, por
isso, precisa transmitir maior seriedade.
Protesto de jovens contra a falta de conscientização climática em
Antuérpia, Bélgica, em 2019. 121
POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais II
Classificação das orações subordinadas adverbiais II

1. Causais – Indicam a causa do fato expresso na oração principal. Exemplo:

Conjunções subordinativas causais: porque, como, uma vez que, já que, visto que, entre outras.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais II
Classificação das orações subordinadas adverbiais II

2. Condicionais – Indicam a condição para que o fato expresso na oração principal se realize.
Exemplo:

Conjunções subordinativas condicionais: se, caso, desde que, contanto que, a não ser que,
exceto se, entre outras.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais II
Classificação das orações subordinadas adverbiais II

3. Conformativas – Indicam acordo, concordância, conformidade do fato expresso na oração


subordinada com o expresso na principal. Exemplo:

Conjunções subordinativas conformativas: conforme, como, segundo, consoante, entre outras.

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POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais II
Classificação das orações subordinadas adverbiais II

4. Finais – Indicam a finalidade, o objetivo do que está expresso na oração principal. Exemplo:

Conjunções subordinativas finais: para que, a fim de que, entre outras.


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POR DENTRO DA LÍNGUA
Orações subordinadas adverbiais II
Classificação das orações subordinadas adverbiais II

5. Proporcionais – Indicam uma proporção ou gradação em relação ao fato expresso na oração


principal. Exemplo:

Conjunções subordinativas proporcionais: quanto mais, quanto menos, à medida que, ao


passo que, entre outras.

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UMA QUESTÃO DE ESCRITA
Pontuação das orações subordinadas adverbiais

A separação das orações subordinadas adverbiais é, portanto, semelhante à dos adjuntos


adverbiais em uma oração. Exemplos:

“Se meu pai bater na porta, / eu não abro.” Eu não abro se meu pai bater na porta.

Eu não abro, se meu pai bater na porta. “Irmão, se bater, / eu mato.”


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