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Dispersões

Cap 45 – As Dispersões e suas classificações


Dispersão é uma mistura de duas ou mais substâncias, formando um material homogêneo ou heterogêneo. Por exemplo,
quando misturamos sal com água ou sal e areia obtemos duas dispersões. A substância que se encontra espalhada, de
maneira homogênea (como o sal na água) ou de maneira heterogênea (como a areia na água), é denominada “disperso”. Já
a água faz o papel de dispersante, nesses casos.

A diferença principal entre essas duas dispersões está no


tamanho das partículas do disperso. Enquanto os grãos de areia
podem ser vistos a olho nu, as partículas do sal ficam invisíveis.
Baseado nisso, as dispersões podem ser classificadas em três
tipos principais, que são:
O que define o tipo de dispersão?

Tamanho das partículas!


O que são soluções?
• Sãomisturas homogêneas nas quais não conseguimos ver as
partículas dispersas nem com microscópio.
• No caso das soluções, o disperso é chamado de soluto e o
dispersante de solvente.
• Assoluções não podem ser separadas por nenhum processo
de filtração, teríamos que realizar destilação!
Classificação Geral das Soluções

1. De acordo com o estado de agregação da solução:


 Soluções Sólidas: ligas metálicas (latão – Cu/Zn, Bronze – Cu/Sn), etc.
 Soluções Líquidas: Álcool 70o, soro fisiológico, xaropes medicinais, etc.
 Soluções Gasosas: o ar atmosférico, GLP, etc.

2. De acordo com a proporção entre o soluto e solvente:


 Soluções Diluídas: contém pouco soluto em relação ao solvente (por exemplo: 10g de sal comum por litro
de água).
 Soluções Concentradas: contém muito soluto em relação ao solvente (por exemplo: 330g de sal comum
por litro de água).

3. Classificação de acordo com a natureza do soluto:


 Soluções Moleculares: quando as partículas dispersas são moléculas, por exemplo, moléculas de açúcar
(C12H22O11) em água.
 Soluções Iônicas: quando as partículas dispersas são íons, por exemplo, os íons do sal de cozinha (Na+ e Cl-)
em água.
Como são formadas as soluções líquidas?
Líquido +
Álcool 70%
líquido
Soluções Sólido + Água
líquidas líquido salgada
Água
Gás +
gaseificad
líquido
a
4. Classificação de acordo com o calor liberado ou absorvido na dissolução
A dissolução de uma substância pode ser classificada como endotérmica ou exotérmica.
Endotérmica: o aumento da temperatura facilita a dissolução, ou seja, aumenta a solubilidade. Assim, a curva de
solubilidade é ascendente. 
Exotérmica: o aumento da temperatura dificulta a dissolução, ou seja, diminui a solubilidade. Assim, a curva de
solubilidade é descendente. 

DISSOCIAÇÃO: processo para separar as partículas do soluto (quebra de ligação), que envolve absorção de
energia, logo um processo endotérmico.
NaCl(s) → Na+(l) + Cl-(l) ΔHd > 0

SOLVATAÇÃO: processo para manter as partículas do soluto separadas, que envolve liberação de energia,
logo um processo exotérmico.
Na+(l) + Cl-(l) + H2O (l) → Na+(aq) + Cl-(aq) ΔHh < 0
NaCl(s) → Na+(l) + Cl-(l) ΔHd > 0 Na+(l) + Cl-(l) + H2O (l) → Na+(aq) + Cl-(aq) ΔHh < 0

No caso da água usada comumente como solvente, é uma


molécula POLAR e pode exercer atração eletrostática
sobre os solutos iônicos ou moleculares.
DISSOLUÇÃO ENDOTÉRMICA: ocorre quando a DISSOLUÇÃO EXOTÉRMICA: ocorre quando a
energia absorvida para separar as partículas do energia absorvida para separar as partículas do
soluto (dissociação) for maior que a energia soluto (dissociação) for menor que a energia
liberada na sua solvatação. Neste caso, o meio liberada na sua solvatação. Neste caso acontece
externo sofrerá um resfriamento, pois perderá energia liberação de energia para o meio externo e este será
para o meio onde ocorre a dissolução. aquecido.

ΔHd > ΔHh ΔHd < ΔHh

A dissolução de cloreto de cálcio na água resfria o A dissolução de hidróxido de sódio na água aquece o
recipiente da dissolução, logo é um processo de recipiente da dissolução, logo é um processo de
dissolução endotérmico. dissolução exotérmico.
O que são dispersões coloidais ou coloides?

São misturas heterogêneas nas quais as partículas


dispersas medem entre 1 nm e 1μm, portanto
podem ser vistas com instrumentos ópticos. Alguns
exemplos são a maionese e a gelatina, suas
partículas não são visualizadas a olho nu, mas
podem ser vistas com o uso de microscópios.
PROPRIEDADES DOS COLÓIDES:

1. Efeito Tyndall:

O Efeito Tyndall ocorre quando há a dispersão da luz pelas partículas coloidais. Neste caso, é possível visualizar o trajeto
que a luz faz, pois estas partículas dispersam os raios luminosos.
2. Movimento Browniano:
Movimento Browniano é o movimento desordenado e caótico das partículas suspensas em um fluido (líquido ou gás),
resultante dos choques das moléculas do  fluido. Estes choques, como são muitos e independentes, provocam o
movimento aleatório das partículas.
O movimento Browniano foi observado pela primeira vez por Robert Brown em 1827 após ter verificado o movimento
aleatório de pequenas partículas na água.

Em 1905, Einstein explicou o fenômeno baseando­-se na teoria molecular segundo a qual as pequenas partículas se


movem devido às colisões com as moléculas de água que estão em constante movimento.
O que são suspensões?
• Sãomisturas heterogêneas nas quais as partículas dispersas
medem mais que 1000 nm, portanto podem ser vistas a olho
nu. Alguns exemplos são: areia na água, argila na água, leite de
magnésia, granito, etc....
• No caso das dispersões, a luz também é refletida. E a sua
separação pode ser feita por filtração comum.

https://www.youtube.com/watch?v=hNOAX7hZ7H0
COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE (Cs, Ks, S)
“O coeficiente de solubilidade é a máxima quantidade de soluto que se solubiliza em uma dada quantidade de solvente,
a uma dada temperatura.”
O coeficiente de solubilidade do sal na água, por exemplo, é igual a 36 g de NaCl/ 100 g de água a 20 °C. Não é possível
dissolver nenhum grama a mais de sal nessa quantidade de água e nessa temperatura, pois o coeficiente de solubilidade
é específico para cada substância. 
Outro ponto é que sempre que se menciona o coeficiente de solubilidade de um soluto em determinada quantidade de
solvente, é preciso indicar também a temperatura, pois esse é um fator que interfere. Por exemplo, se pegarmos 100 g de
água a 20 °C e adicionarmos 40 g de sal, 36 g solubilizar-se-ão e 4 g formarão o precipitado. Mas se levarmos essa solução
para o aquecimento, veremos que os 4 g dissolver-se-ão conforme a elevação da temperatura.
Isso nos mostra que um mesmo soluto dissolvido em uma mesma quantidade de solvente possui diferentes coeficientes
de solubilidade conforme o aumento da temperatura.
Veja um exemplo abaixo:

Coeficiente de solubilidade do
NH4Cl em relação à temperatura

Observe que, nesse caso, o coeficiente de solubilidade do NH 4Cl aumenta com o aumento da temperatura. Isso acontece
com a maioria dos sais em água. Porém, existem situações em que o coeficiente de solubilidade diminui com o aumento da
temperatura, como é o caso do Ce2(SO4)3.
Gráficos de solubilidade

Os gráficos de solubilidade relacionam a variação do coeficiente de solubilidade do soluto em dada quantidade de


solvente com a variação da temperatura.

Construção de um gráfico com curva de solubilidade


Por exemplo, o coeficiente de solubilidade do KNO3 é 31,2 g em 100 g de água a 20 °C. Se dissolvermos exatamente essa
quantidade de nitrato de potássio em 100 g de água a 20 °C, uma solução saturada. Qualquer quantidade adicional desse
sal vai precipitar-se (forma um corpo de fundo no recipiente).
No entanto, o coeficiente de solubilidade varia com a temperatura. Assim, se aquecermos essa solução saturada com
corpo de fundo de KNO3, o precipitado gradualmente se dissolverá na água. Observe a seguir os valores dos coeficientes
de solubilidade do KNO3 em 100 g de água em diferentes temperaturas:
Observe que a solubilidade desse sal em água aumenta com o aumento
da temperatura (Dissolução Endotérmica). Na maioria das substâncias,
isso também acontece. Se colocarmos esses valores em um gráfico,
teremos o seguinte:
Algumas dessas substâncias têm a solubilidade diminuída com o aumento da temperatura, como é o caso do CaCrO 4, que
possui curva de solubilidade descendente. Isso significa que, se aquecermos uma solução saturada desse sal, parte do sal
dissolvido precipitar-se-á.

Já para outras substâncias, o aumento da temperatura não interfere tanto na solubilidade, como ocorre com uma solução
de sal de cozinha (NaCl). Em 20 ºC, o coeficiente de solubilidade do NaCl é de 36 g em 100 g de água, mas, se
aumentarmos a temperatura para 100ºC, essa solubilidade aumentará somente para 39,8 g, um aumento muito pequeno.
Classificação de uma solução por meio de um gráfico com curva de solubilidade

As curvas de solubilidade também ajudam a determinar a saturação das soluções, ou seja, se elas são insaturadas,
saturadas, saturadas com corpo de fundo ou supersaturadas. Veja um exemplo:
Veja quais são os tipos de solução indicados pelos pontos A, B e C:
 A: Saturada com corpo de fundo. No ponto A, 30 g de soluto são
dissolvidos em 100 g de água a 20ºC. A curva mostra que nesse ponto o
coeficiente de solubilidade é cerca de 15 g/100 g de água. Assim, como
a quantidade de soluto presente é maior, obtém-se uma solução
saturada com corpo de fundo.
 B: Saturada. O ponto B está localizado exatamente na curva de
solubilidade, o que indica que a solução é saturada, pois há 30 g de
soluto dissolvidos em 100 g de água a 40ºC. Esse é, então, exatamente o
coeficiente de solubilidade desse soluto nessa temperatura.
 C: Insaturada. Há 30 g de soluto dissolvidos em 100 g de água a 60ºC. A
curva mostra que nesse ponto o coeficiente de solubilidade é maior que
50 g/100 g de água. Assim, como a quantidade de soluto dissolvida é
menor que o coeficiente de solubilidade, há uma solução insaturada.
Obs.: Pode ser que consigamos também, em determinadas situações específicas, dissolver uma quantidade de soluto no
solvente maior que o seu coeficiente de solubilidade, obtendo assim a chamada solução supersaturada. 

Por exemplo, imagine que uma solução formada com 100 g de água, a 20ºC, e 40 g de sal de cozinha (com 36 g dissolvidos
e 4 g precipitados), seja levada para aquecimento até atingir uma temperatura em que todo o soluto se solubilize. Em
seguida, essa solução é deixada em repouso para que ela esfrie até atingir a temperatura ambiente, que é próximo de
20ºC.

Se não houver nenhuma perturbação na solução, o soluto a mais permanecerá dissolvido, constituindo, então, uma
solução supersaturada. No entanto, esse tipo de solução é muito instável, e qualquer movimento brusco pode fazer com
que a quantidade acima do coeficiente de solubilidade para aquela temperatura cristalize-se. Desse modo, a solução que
era supersaturada passará a ser saturada com corpo de fundo.

Curva 1  DISSOLUÇÃO ENDOTÉRMICA Curve 2  DISSOLUÇÃO EXOTÉRMICA


(maior Temperatura  maior Solubilidade) (maior Temperatura  menor
Solubilidade)
Obs. Solubilidade em função da Pressão (para gases em líquidos).

LEI DE HENRY

Quando a fase de dispersão, ou solvente, é um líquido, a solubilidade do gás é governada pela lei de Henry, proposta em
1801 pelo químico inglês William Henry, a qual pode ser escrita como na equação

Sg = KH . Pg
em que Sg é a solubilidade do gás, KH a constante de Henry e Pg a pressão parcial do gás. A constante de Henry, KH,
depende da natureza do gás, do solvente e da temperatura

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