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PROJETO DE PESQUISA

Auxílio à Pesquisa – Regular

Rotas para produção de pneus a partir da cana-de-açúcar:


conversão eficiente de açúcares em precursores de 1,3-butadieno e
avaliação técnico-econômica ambiental

Pesquisador responsável: Adriano Pinto Mariano


Professor Doutor
Faculdade de Engenharia Química
UNICAMP

Pesquisadores associados: Thaddeus Ezeji


Professor Associado
College of Food, Agricultural, and Environmental Sciences
Ohio State University

Rubens Maciel Filho


Professor Titular
Faculdade de Engenharia Química
UNICAMP

Este projeto está vinculado ao projeto temático FAPESP 2015/20630-4 “Desenvolvimento


Integrado de Biorrefinaria e Planta de Bioetanol de Cana-de-Açúcar com Emissão Zero de
CO2: Rotas para Converter Recursos Renováveis em Bioprodutos e Bioeletricidade”
coordenado pelo Prof. Dr. Rubens Maciel Filho (FEQ/UNICAMP).

Campinas, novembro de 2018.


RESUMO

Mudanças na indústria petroquímica têm resultado na diminuição da produção de


olefinas com quatro carbonos e, consequentemente, isto tem afetado o suprimento de 1,3-
butadieno para a indústria de borrachas de pneus. Por isso, empresas químicas vêm buscando
fontes renováveis de precursores de butadieno, gerando assim um mercado potencial para
empresas do setor sucroenergético. Contudo, não é evidente qual rota tecnológica pode trazer
a melhor solução ganha-ganha entre usineiros e empresas químicas. A rota baseada na
conversão do etanol de primeira geração (1G) em butadieno pode acelerar a entrada da cana
na cadeia de valor dos pneus pois não há necessidade de investimento por parte do usineiro.
Por outro lado, no caso de usinas interessadas em produzir etanol de segunda geração (2G) a
partir do bagaço, a conversão da fração hemicelulósica do bagaço em n-butanol ou 2,3-
butanodiol (duas outras rotas possíveis) pode ser mais interessante. Essas duas rotas podem
aumentar a viabilidade econômica do etanol 2G biocombustível e trazer vantagens de preço
de compra e de rendimento para a empresa química que converter o butanol ou o butanodiol
em butadieno. Não obstante, a conversão do hidrolisado hemicelulósico em butanol ou
butanodiol via fermentação enfrenta desafios técnicos principalmente porque o hidrolisado é
diluído (~20 g/L xilose) e inibidores microbianos gerados no prétratamento impedem a
conversão eficiente da xilose.

Esse projeto tem como objetivo aumentar a eficiência de conversão do hidrolisado


hemicelulósico (não detoxificado) do bagaço em n-butanol e 2,3-butanodiol. Para isso,
desenvolveremos uma estratégia de fermentação que combinará três elementos: mistura com
melaço, batelada alimentada e imobilização celular passiva no próprio bagaço de cana. Os
potenciais técnico-econômico e ambiental (pegada de carbono) da produção de 1,3-butadieno
a partir do butanol, do butanodiol e do etanol 1G serão avaliados. Dessa forma, espera-se com
esse projeto encontrar soluções tecnológicas para viabilizar a entrada da cana-de-açúcar na
cadeia de produção de borrachas de pneus de modo que seja economicamente e
ambientalmente atrativo tanto para o usineiro como para empresas químicas.

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Routes for production of sugarcane-based tires: efficient conversion of
sugars to 1,3-butadiene precursors and techno-economic-environmental
assessment

ABSTRACT

Changes in the petrochemical industry have resulted in decreasing production of four-


carbon olefins and, consequently, it has affected the supply of 1,3-butadiene to the rubber
tires industry. For this reason, chemical companies have been searching for renewable sources
of butadiene precursors, thereby creating a potential market for sugarcane companies.
However, it is not obvious which technological route can give sugarcane and chemical
companies the best win-win solution. The route based on the conversion of first-generation
ethanol (1G) to butadiene can accelerate the penetration of sugarcane in the tires value chain
because this option does not require investments from sugarcane companies. On the other
hand, for sugarcane companies planning to produce second-generation ethanol (2G) from
sugarcane bagasse, the conversion of hemicelluloses from the bagasse into n-butanol or 2,3-
butanediol (other possible routes) may be more interesting. These bagasse-based routes can
boost the economic feasibility of 2G ethanol biofuel while offering chemical companies better
buying price and yields. Nevertheless, fermentative conversion of the hemicellulose
hydrolysate faces technical challenges. The hydrolysate is dilute (~20 g/L xylose) and
biomass pretreatment-derived microbial inhibitors prevent the efficient conversion of xylose.

The present work plan aims at increasing the conversion efficiency of sugarcane
hemicellulose hydrolysate (non-detoxified) into n-butanol and 2,3-butanediol. To achieve this
aim, we will develop a fermentation strategy that features three aspects: mixing with
molasses, fed-batch operation, and cell immobilization using the sugarcane bagasse as cell
carrier. Moreover, we will assess the techno-economic and environmental (carbon footprint)
potential of producing 1,3-butadiene from butanol, butanediol, and 1G ethanol. Therefore,
with the proposed research we expect to find technological solutions that accelerate the
penetration of sugarcane in the tires value chain in a way that is economic and
environmentally attractive for sugarcane and chemical companies.

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1. Enunciado do problema

O 1,3-butadieno é matéria-prima para produção de borrachas de butadieno (PBR) e de


butadieno-estireno (SBR) usadas em pneus e outros produtos. O butadieno é suprido pela
indústria petroquímica e pelo menos um terço da produção mundial de ~10 milhões ton/ano é
destinada à fabricação de pneus (Farzad et al., 2017). Contudo, apesar do enorme mercado de
borrachas, nos últimos anos o suprimento de butadieno vem diminuindo devido a mudanças
na base da indústria petroquímica. A mudança no contexto internacional, principalmente na
América do Norte, é o advento da exploração do gás natural de xisto (shale gas). O preço
atrativo e a maior disponibilidade do gás natural tornaram este mais vantajoso do que a nafta
do petróleo (Baker, 2013). Com isso, a substituição da nafta pelo gás natural na produção de
olefinas leves (etileno e propeno) tem impactado a produção de butadieno porque o
rendimento de olefinas com quatro carbonos diminui quando a matéria prima é o gás natural
(NREL, 2016). Já no Brasil, a oferta de butadieno pode diminuir por causa do aumento da
exploração do petróleo pesado das reservas do pré-sal. O refino deste tipo de petróleo gera
menor quantidade de nafta (Meirelles et al., 2014). Além disso, nas reservas do pré-sal se
encontram grandes quantidades de gás natural, cuja inserção na indústria petroquímica tem
sido apontada como uma solução para tornar o Brasil autossuficiente nesse setor (Estrella,
2014). Dessa forma, com o aumento da substituição da nafta pelo gás natural na indústria
petroquímica, empresas da cadeia de valor das borrachas de pneus (p.ex. Braskem, Lanxess,
BASF, Eni-Versalis) vem buscado fontes alternativas de butadieno (Lane, 2013a & b; Setor
Energético, 2015). Com isso, o bio-butadieno, que pode vir a ser produzido a partir da cana-
de-açúcar, atenderá a demanda de empresas produtoras de pneus como a francesa Michelin, a
qual vem ativamente buscando matérias primas renováveis (NREL, 2016).

Para a cana entrar na cadeia de valor dos pneus, os seus açúcares, sejam estes a sacarose
presente no caldo (primeira geração, 1G) ou açúcares lignocelulósicos derivados do bagaço
(segunda geração, 2G), podem ser convertidos via fermentação em químicos precursores de
1,3-butadieno. Estes são o etanol, o n-butanol e o 2,3-butanodiol, os quais dão origem às três
rotas tecnológicas consideradas neste projeto (Figura 1). No caso da rota do etanol, a
conversão catalítica do etanol em butadieno já foi explorada comercialmente (processo
Lebedev) em períodos de crise de suprimento internacional de petróleo (Makshina et al.,
2012). Com o ressurgimento do interesse por essa rota, um estudo recente investigou o
potencial econômico e ambiental do bagaço da cana como fonte de açúcares no contexto da
África do Sul (Farzad et al., 2017). Esse estudo mostrou que apesar dessa rota oferecer um

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abatimento de 85% da pegada de carbono em relação ao butadieno de origem fóssil, a
viabilidade econômica do investimento (planta de etanol 2G + conversão catalítica do etanol)
depende que o butadieno seja vendido a preços duas vezes acima do valor atual de mercado.
Alternativamente, a viabilidade econômica da rota do etanol para produção de butadieno
pode aumentar se o etanol for produzido a partir do caldo da cana no Estado de São
Paulo (hipótese 1 do projeto). Essa opção baseada no etanol 1G, em contraponto ao etanol
2G, pode acelerar a entrada da cana no mercado de borrachas. O setor sucroenergético vem
passando por crise financeira nos últimos anos e está descapitalizado (Takar, 2018). Esta
situação associada aos riscos técnicos das tecnologias de etanol 2G tem sido um entrave para
investimentos na produção de etanol a partir do bagaço. Por outro lado, a venda de etanol 1G
para uma empresa produtora de butadieno (a qual seria responsável pelo investimento na
etapa catalítica) poderia aumentar as margens de lucro do etanol. Além disso, novos mercados
para o etanol (ou seja, novos usos da cana) podem mitigar os efeitos da recorrente queda de
preço do açúcar no mercado internacional.

Processo Lebedev
etanol

cana-de-açúcar n-butanol Desidratação 1-buteno Desidrogenação


1,3-butadieno
Borrachas
2-buteno oxidativa
de pneus

Desidratação
2,3-butanodiol

Figura 1. Rotas tecnológicas que usam açúcares da cana-de-açúcar para produzir 1,3-butadieno usado na
fabricação de borrachas de pneus. Estas rotas são consideradas potencialmente viáveis por Lanzafame et al.
(2014) e pela empresa Lanxess (ICIS News, 2011).

As duas outras rotas para a produção de butadieno, a do butanol e do butanodiol,


podem ser mais atrativas para usinas interessadas em ampliar suas carteiras de
produtos a partir do uso da hemicelulose do bagaço (hipótese 2). Apesar de não haver
estudos na literatura que evidenciem os potenciais técnico-econômicos e ambientais do uso da
hemicelulose do bagaço para produção de butadieno (seja via butanol ou butanodiol),
acreditamos que essa estratégia seja promissora devido aos pontos apresentados a seguir.

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Primeiro, ao se reservar a celulose do bagaço para a produção de etanol biocombustível, as
usinas poderão se beneficiar do programa RenovaBio criado pela Política Nacional de
Biocombustíveis. Segundo, enquanto a levedura Saccharomyces cerevisiae usada nas usinas
não fermenta o açúcar xilose derivado da hemicelulose, este açúcar é metabolizado pelas
bactérias produtoras de butanol e butanodiol. Terceiro, ao se associar a produção de químicos
com um combustível (etanol), as biorrefinarias se aproximam do modelo de negócios de
refinarias de petróleo. Ou seja, enquanto os químicos aumentam o valor gerado, a produção
de etanol proporciona economias de escala principalmente na etapa agrícola. Por último,
sugerimos que as usinas se posicionem na cadeia de valor como produtores dos químicos
(butanol ou butanodiol), e estes sejam vendidos a empresas que os convertam a butadieno.

Contudo, a produção de butanol e butanodiol a partir da fermentação de açúcares


derivados da hemicelulose do bagaço ainda enfrenta desafios técnicos. Durante a etapa de
prétratamento de biomassa são gerados subprodutos (inibidores) que afetam a fermentação do
butanol (Su et al., 2015) e do butanodiol (Ji et al., 2011). Além disso, a corrente de
hidrolisado hemicelulósico é geralmente diluída (20-30 g/L xilose). A concentração dessa
corrente via evaporação (necessária para ajustar a concentração de açúcar de acordo com a
demanda da fermentação) gera dois problemas: o alto gasto energético e a concentração dos
próprios inibidores, principalmente os fenólicos não voláteis. Outro problema é a baixa
produtividade, resultando num número excessivo de fermentadores. A baixa produtividade
também acarreta um custo alto de aeração no caso da fermentação do butanodiol. Por outro
lado, estes problemas podem ser resolvidos com uma estratégia que combine melaço ao
hidrolisado hemicelulósico em uma fermentação com imobilização celular (hipótese 3).
O melaço é um subproduto da produção de açúcar atualmente usado na produção de etanol
por ser rico em sacarose (> 300 g/L). Assim, o melaço elevaria a concentração de açúcares
aos níveis desejados pelas fermentações do butanol (60 g/L) e do butanodiol (120 g/L) e ao
mesmo tempo forneceria nutrientes. Além disso, em um esquema de alimentação da
fermentação iniciada com melaço e posterior alimentação com hidrolisado (batelada
alimentada), espera-se eliminar a necessidade de tratamentos para retirar os inibidores. Se a
imobilização celular for incluída nesse esquema de fermentação, é possível um modo de
operação em batelada repetida com maior produtividade.

Em suma, esse projeto visa encontrar soluções tecnológicas para o desafio de inserir a
cana-de-açúcar na cadeia de valor das borrachas de pneus de modo que seja economicamente
e ambientalmente atrativo tanto para o usineiro (produtor do precursor) como para empresas

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químicas responsáveis pela conversão do precursor em 1,3-butadieno. Para tal, organizamos
esse projeto em dois objetivos específicos:

1) Analisar a viabilidade técnico-econômica e ambiental (pegada de carbono) das três


rotas tecnológicas de produção de 1,3-butadieno a partir de açúcares obtidos da
cana-de-açúcar, bem como quantificar ganhos esperados a partir da estratégia de
fermentação proposta (estudos conceituais para verificar as hipóteses 1 e 2).

2) Desenvolver estratégia de fermentação para produção de butanol e butanodiol a


partir do hidrolisado hemicelulósico misturado com melaço (estudos experimentais
para verificar a hipótese 3).

2. Resultados esperados

Do objetivo específico 1 (análise técnico-econômica e ambiental) são esperados os


seguintes resultados:

Essa etapa do projeto visa fundamentalmente gerar soluções ganha-ganha entre


usineiros e empresas químicas. Mais especificamente, nesse projeto vamos considerar
que o usineiro se insere na cadeia de valor das borrachas de pneus produzindo os
precursores (etanol, butanol ou butanodiol) de 1,3-butadieno. Nesse sentido, vamos
identificar qual das 3 rotas tecnológicas pode gerar o melhor balanço entre o preço de
venda (do usineiro) e o de compra (pela empresa química) do precursor de modo que
ambas partes tenham retorno econômico atrativo. Outro resultado importante da análise
econômica é o de encontrar metas de custos de investimento e de eficiência da etapa de
fermentação. As metas estabelecidas para a etapa de fermentação servirão de guia para
os trabalhos experimentais desse projeto. Similarmente, será possível determinar os
ganhos econômicos oferecidos pelas estratégias de fermentação desenvolvidas nesse
projeto. Já a análise ambiental tem como entrega principal calcular quanto a cana-de-
açúcar pode oferecer para diminuir a pegada de carbono da produção de pneus. Além
disso, vamos determinar possíveis ganhos econômicos via créditos de carbono.

Do objetivo específico 2 (estratégia de fermentação para produção de butanol e


butanodiol) são esperados os seguintes resultados:

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• Eliminar a necessidade da etapa custosa de detoxificação do hidrolisado
hemicelulósico;

• Aumentar a conversão de xilose (obtida a partir do bagaço) em butanol e butanodiol;

• Aumentar a produtividade e, consequentemente, reduzir (i) o número de dornas de


fermentação e (ii) o custo de aeração no caso da fermentação do butanodiol.

Detalhes da estratégia de fermentação são apresentadas no item a seguir.

3. Desafios científicos e tecnológicos e os meios e métodos para superá-los

Para a execução do objetivo específico 1 serão criados cenários técnico-econômicos


que contemplam as 3 rotas tecnológicas propostas para produção de butadieno (etanol 1G,
butanol 2G, butanodiol 2G). Balanços de massa e energia de uma usina que processa 4
milhões de toneladas de cana por safra serão calculados em planilhas Excel com base em
dados disponíveis na literatura. A usina será a mesma que vem sendo considerada pelo projeto
temático FAPESP (2015/20630-4), ao qual a presente proposta está vinculada. Caso haja
necessidade, dados de processo (principalmente referentes à etapa de separação do
butanodiol) serão obtidos via simulador comercial (Aspen Plus®). Balanços obtidos via
simulador de processos serão incorporados nas planilhas Excel via modelos do tipo caixa
preta (entrada-saída). Os dados dos balanços de massa e energia dos processos integrados
alimentarão o modelo econômico. Dados de custos (operacionais e de investimento) serão
obtidos pela fatoração de valores disponíveis na literatura e base de dados oficiais (p.ex.
CEPEA, USP; plataforma COMEX Stat do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços). Finalmente, mediante análise de fluxo de caixa serão calculados indicadores de
desempenho econômico (p.ex., preço mínimo de venda e TIR). Destaca-se que a integração de
balanços de massa e energia com o modelo econômico em planilhas Excel facilita a inclusão
de parâmetros técnicos (p.ex., conversão e rendimento) em análises de risco de Monte Carlo
(essa estratégia adotamos em trabalhos recentes, por exemplo, Pereira et al., 2018 e Braz &
Mariano, 2018). Como as análises de risco demandam milhares de simulações (5 - 10 mil),
isto inviabiliza usar simuladores de processo como o Aspen Plus. Os simuladores demandam
vários minutos para que o usuário consiga fazer convergir cada simulação. Cabe ainda
ressaltar que a avaliação econômica também calculará o preço máximo de compra do

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precursor (etanol, butanol ou butanodiol) que garanta uma taxa de retorno mínima (p.ex., TIR
= 12%) ao produtor de 1,3-butadieno (empresa química). Para tal, também será necessário
incluir nas planilhas Excel balanços de massa e energia e estimativas de custos de uma planta
de 1,3-butadieno (disponíveis em Farzad et al., 2017, por exemplo).

Para determinar a pegada de carbono do 1,3-butadieno produzido a partir das rotas


tecnológicas propostas, faremos análise de ciclo de vida (LCA, normas ISO 14040, 14044 e
13065) usando o programa de acesso livre openLCA (v.1.5.0) combinado com a base de dados
do Ecoinvent 3.3 (Categoria de impacto: Global Warming Potential - IPCC 2013 - GWP
100a) e do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). Essas
ferramentas usamos recentemente em Braz & Mariano (2018). A unidade funcional será 1 ton
de 1,3-butadieno produzido por uma empresa química no estado de São Paulo e as fronteiras
da análise considerarão a abordagem cradle-to-gate (lavoura de cana até o portão de saída da
fábrica de butadieno). Coprodutos serão computados na análise de ciclo de vida através de
diferentes métodos (substituição, alocações mássica, energética e econômica). Um resumo da
metodologia para execução do objetivo específico 1 é mostrado na Figura 2.

cana-de-açúcar opção 1
4 milhões t/safra Usina integrada etanol 1G
(etanol/açúcar)

melaço bagaço
hidrolisado
Usina 2G celulósico
(pretratamento ácido/ etanol 2G
hidrólise enzimática) Planta de
1,3-butadieno
1,3-butadieno
Pegada de carbono
opção 2
Planta
butanol 2G (g CO2 eq./t butadieno)
hidrolisado butanol
hemicelulósico

opção 3
Planta
2,3-BDO 2G
butanodiol

Usineiro Empresa química


- preço mínimo de venda - preço máximo de compra

Balanços de massa e energia e modelo econômico integrados em planilhas Excel

- análise de sensibilidade
(efeito de variáveis técnicas e econômicas em indicadores econômicos)

- análise de risco (Monte Carlo)


(risco técnicos e econômicos combinados)

Figura 2. Cenários técnico-econômicos e abordagem metodológica para execução do objetivo específico 1


(análise técnico-econômica e ambiental). As opções de rotas tecnológicas são excludentes.

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Para a execução do objetivo específico 2 (estudos experimentais) será desenvolvida
uma estratégia de fermentação do hidrolisado hemicelulósico do bagaço que combinará três
elementos: mistura com melaço, batelada alimentada e imobilização celular. Abaixo
mostramos como esses três elementos serão aplicados para superar o desafio de converter
eficientemente o hidrolisado hemicelulósico em butanol e butanodiol.

Nesse projeto vamos utilizar hidrolisado hemicelulósico produzido a partir do


prétratamento do bagaço de cana com ácido diluído (0.5 % v/v, 145°C, 15 min). O tratamento
será realizado na planta piloto do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol
(CTBE). Uma característica do prétratamento com ácido diluído (Oliveira et al., 2018) e de
outros como o tratamento térmico com água (Qureshi et al., 2018a) é a geração de inibidores
de fermentação como o ácido acético, furfural, hidroximetilfurfural (HMF) e compostos
fenólicos. Isto dificulta o uso do hidrolisado hemicelulósico, que contem principalmente
xilose, para a produção de químicos via fermentação. De fato, pesquisas que estamos
realizando sobre a recuperação integrada de butanol durante a fermentação ABE (acetona-
butanol-etanol) (bolsas FAPESP 2016/23042-9 e 2017/07390-0) tem mostrado que bactérias
do gênero Clostridium não são capazes de fermentar o hidrolisado hemicelulósico produzido
na planta piloto do CTBE. Nestas pesquisas, o hidrolisado hemicelulósico continha (g/L): 20
xilose, 3,0 ácido acético, 0,2 furfural e 0,4 HMF.

Para solucionar o problema dos inibidores sem a necessidade de etapas custosas de


detoxificação do hidrolisado, propomos nesse projeto de pesquisa uma estratégia de
fermentação fundamentada no trabalho de Qureshi et al. (2018b). No referido trabalho, os
pesquisadores conseguiram produzir butanol (fermentação ABE) a partir de hidrolisado
hemicelulósico de bagaço de sorgo em um esquema de batelada alimentada. Iniciaram a
fermentação com hidrolisado celulósico, o qual continha baixa concentração de inibidores, e
após 20 horas de fermentação adicionaram o hidrolisado hemicelulósico bruto (não
detoxificado). Assim, os inibidores foram diluídos, permitindo que o microrganismo
(Clostridium beijerinckii P260) consumisse a xilose alimentada. Além disso, parte do ácido
acético gerado no prétratamento também foi consumido pois o ácido acético é um produto
intermediário convertido em acetona na fermentação ABE. Interessantemente, a adição de
ácido acético também favorece a conversão de açúcares em butanodiol pelo microrganismo
Paenibacillus polymyxa (Nakashimada et al., 2000; Wang e Hong-Zhang, 2014; Jurchescu,
2014). Ácido acético é um coproduto na fermentação do butanodiol e age como indutor de
três enzimas responsáveis pela conversão de piruvato a butanodiol. Para tal é necessário que o

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pH do meio de cultivo esteja próximo de 6.5, favorecendo a forma dissociada (menos tóxica)
do ácido acético (Ji et al., 2011). Assim, a nossa hipótese é a de que se as fermentações do
butanol e do butanodiol forem iniciadas com melaço e o hidrolisado hemicelulósico for
alimentado no tempo de crescimento exponencial celular, será possível converter a xilose sem
que haja necessidade de detoxificação do hidrolisado. Ainda mais, a fermentação poderá se
beneficiar do ácido acético gerado no prétratamento, aumentando o rendimento de butanol e
butanodiol. Finalmente, é possível que os nutrientes e sais presentes no melaço sejam
suficientes para atender a demanda das fermentações, evitando respectivos custos.

Contudo, no caso da fermentação do butanol, há duas restrições importantes para o


planejamento da nossa proposta de batelada alimentada (melaço seguido pelo hidrolisado
hemicelulósico). A primeira é a inibição pelo produto da fermentação. Na fermentação ABE a
concentração do butanol geralmente não ultrapassa ~10 g/L. Consequentemente, sendo o
rendimento do butanol aproximadamente 0.2 g/g, a carga total de açúcares (sacarose + xilose)
está limitada a ~50 g/L. A outra restrição é a disponibilidade de melaço nas usinas. A partir
dum estudo anterior onde avaliamos a viabilidade econômica de se produzir butanol a partir
do hidrolisado hemicelulósico do bagaço de cana (Mariano et al., 2012, onde não
consideramos a mistura com o melaço), é possível verificar que a quantidade de sacarose (no
melaço) produzida numa usina é aproximadamente igual a quantidade de xilose produzida a
partir do bagaço. Assim, abaixo discutimos como as duas restrições podem afetar
negativamente a proposta de batelada alimentada e como solucionar esse problema usando
imobilização celular.

Assumindo que a batelada alimentada (fermentação do butanol) inicie com melaço


diluído contendo 60 g/L sacarose e que o hidrolisado hemicelulósico a ser alimentado
posteriormente contenha 20 g/L de xilose e uma concentração hipotética referencial de 1 g/L
de inibidores, é possível verificar por balanço de massa que numa proporção volumétrica de
3:1 (melaço diluído:hidrolisado) a carga total de açúcares no fermentador é adequada (51
g/L). Além disso, os inibidores são diluídos quatro vezes (0,25 g/L). Contudo, a carga de
sacarose é nove vezes maior do que a de xilose e incompatível com a disponibilidade de
melaço em usinas (alternativamente, o tamanho da planta de butanol teria que diminuir para
possibilitar que a sacarose seja o açúcar em maior proporção). Por outro lado, se a proporção
volumétrica for invertida (1:3), as cargas de sacarose e xilose são equivalentes. Contudo, a
carga total de açúcares é diluída (34 g/L) e a quantidade de inibidores (0,75 g/L) é próxima do
valor original. Para contornar o desafio da carga alta de inibidores, propomos que a

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fermentação seja conduzida em batelada repetida com imobilização celular passiva (inovação
proposta nesse projeto referente ao objetivo específico 2). Nesse esquema, a primeira e a
segunda batelada teriam uma proporção volumétrica (3 melaço diluído : 1 hidrolisado) que
dilui os inibidores. Uma vez formado o biofilme na superfície do agente imobilizador, é
possível que nas bateladas seguintes as células suportem a concentração original de inibidores
(1 g/L). O aumento de robustez de biofilmes em relação aos inibidores foi observado em
fermentações etanólicas com Zymomonas mobilis (Todhanakasem et al., 2015). Dessa forma,
essa estratégia de fermentação possibilitaria que nas bateladas repetidas o caldo seja
preparado diluindo o melaço diretamente no hidrolisado hemicelulósico bruto. Nesse caso, a
quantidade de melaço adicionado é tal que atende a restrição de disponibilidade da usina,
resultando em uma carga de açúcares de 40 g/L em cada batelada.

O agente imobilizador que vamos usar é o próprio bagaço de cana. Trabalhos anteriores
mostram que tanto o bagaço de cana (Kong et al., 2015; fermentação em batelada e continua)
como o de sorgo (Cai et al., 2015; fermentação em batelada repetida) quando adicionados ao
caldo fermentativo trazem ganhos importantes de produtividade à fermentação ABE. Serão
conduzidas fermentações em modo batelada alimentada e batelada repetida (mínimo de 7
bateladas) (Figura 3). Estas serão realizadas em frascos de 250 mL contendo bagaço de cana
disperso no caldo fermentativo. As fermentações serão incubadas a 30 oC em câmara de
anaerobiose (Coy Laboratory Products Inc., EUA; adquirida com recursos do projeto regular
FAPESP 2015/07097-5 supervisionado pelo proponente desse projeto) utilizando a cepa
Clostridium saccharoperbutylacetonicum DSM 14923 (N1-4). Esta cepa tem altos
rendimentos de butanol a partir de xilose em hidrolisado hemicelulósico (Magalhães et al.,
2018; Grassi et al., 2018). Outro fator importante é que quando essa cepa foi imobilizada em
superfície de poliuretano, a produtividade de butanol aumentou (Shamsudin et al., 2006).
Adicionalmente, espécies de C. saccharoperbutylacetonicum foram usadas comercialmente
em plantas alimentadas com melaço na África do Sul e EUA (Poehlein et al. 2017). Estudos
iniciais avaliarão o efeito da carga de bagaço na produtividade e rendimento da fermentação.
A análise morfológica do bagaço será realizada mediante microscopia eletrônica de varredura
(MEV) no laboratório de serviços da FEQ (LRAC - Laboratório de Caracterização de
Biomassa, Recursos Analíticos e de Calibração). No LRAC também será determinada a área
superficial do bagaço.

Resumidamente, os estudos sobre a fermentação do butanol terão as seguintes etapas:

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1. Avaliação da fermentabilidade do melaço e hidrolisado hemicelulósico isoladamente
(bruto e detoxificado via overliming);

2. Fermentações em batelada alimentada (sem imobilização celular);

3. Fermentações em batelada repetida (com imobilização celular).

É importante ressaltar que enquanto a fermentação em batelada alimentada (Figura 3)


oferece uma solução mais simples para vencer o problema dos inibidores, essa opção pode
resultar em escalas menores de produção devido à restrição da disponibilidade de melaço nas
usinas. Por isso, as duas opções (batelada alimentada e batelada repetida) serão comparadas
na análise econômica.

Hidrolisado hemicelulósico bruto (20 g/L xilose)


alimentado no tempo de
crescimento exponencial celular
Batelada proporção volumétrica 3:1
Alimentada (melaço diluído:hidrolisado)
t = 0h Melaço diluído
(60 g/L sacarose) % mássica de açúcares
90% sacarose
10% xilose

Batelada repetida
...
troca de meio

com imobilização
celular no bagaço mantem-se o
de cana bagaço
Batelada 1 Batelada 2 Batelada 3 Batelada 7

t = 0h melaço diluído t = 0h melaço diluído diretamente


(60 g/L sacarose) no hidrolisado hemicelulósico
+ (40 g/L sacarose + xilose )
t = fase de crescimento hidrolisado hemicelulósico
% mássica de açúcares
exponencial (20 g/L xilose) 50% sacarose
50% xilose
proporção volumétrica 3:1
(melaço diluído:hidrolisado)
% mássica de açúcares
90% sacarose
10% xilose

Figura 3. Representação das estratégias de fermentação em batelada alimentada e batelada repetida com
imobilização celular passiva em bagaço (objetivo específico 2) - caso da fermentação do butanol.

12
No caso da fermentação do butanodiol, a mesma estratégia da batelada repetida com
imobilização celular no bagaço tem como um dos objetivos aumentar a produtividade da cepa
Paenibacillus polymyxa DSM 365 e aumentar o rendimento de butanodiol. Em geral, a
retenção celular em fermentações reduz o tempo e a quantidade de açúcar demandado para o
crescimento celular. Esses ganhos são especialmente importantes para o microrganismo que
escolhemos, pois este, apesar de ter várias vantagens, tem produtividade de butanodiol
relativamente baixa. A principal vantagem do P. polymyxa se deve ao fato deste pertencer ao
nível 1 de biossegurança (não patogênico). Essa condição é essencial para o desenvolvimento
de um processo industrial para produção de commodities, especialmente em usinas brasileiras.
Outra vantagem do P. polymyxa é a sua capacidade de produzir o isômero levogiro (R,R-2,3-
butanodiol) com até 98% de pureza. Esse isômero é mais suscetível a transformações
químicas (ou seja, tem maiores possibilidades de usos/mercados) e é desejado para a produção
de butadieno (Okonkwo et al., 2017). Contudo, o desempenho do P. polymyxa (concentração
final de produto e produtividade) é inferior ao de outros microrganismos (Enterobacter,
Klebsiella e Serratia sp.) de classe de risco 2 (patogênicos), os quais são predominantes nas
pesquisas da fermentação do butanodiol. Enquanto a concentração final de butanodiol em
uma batelada convencional com P. polymyxa geralmente não ultrapassa 50 g/L (produtividade
de ~1,5 g/L.h quando a fonte de carbono é glicose e o meio é definido), com microrganismos
nível 2 a concentração costuma ser três vezes superior e a produtividade aproximadamente 4
g/L.h (Häßler et al., 2012; Okonkwo et al., 2017). Para diminuir essa desvantagem da
produtividade, a técnica de imobilização em meios porosos tem sido considerada promissora
(Celińska & Grajek, 2009). Por isso, um dos objetivos da estratégia da batelada repetida com
imobilização celular é o de aumentar a produtividade de butanodiol por P. polymyxa.

O desafio de aumentar a produtividade é importante especialmente no caso do consumo


de xilose pela cepa P. polymyxa. Esse microrganismo é capaz de fermentar xilose em meios
contendo apenas essa fonte de carbono; contudo, a taxa de consumo é normalmente mais lenta
do que em meios contendo apenas glicose como fonte de carbono (Laube et al., 1984). Além
disso, em meio de xilose o rendimento de butanodiol decresce em favor de maior produção de
acetato (coproduto) pois nestas condições a cepa não consegue reassimilar acetato (Marwoto
et al., 2004) (fato que pode ser intensificado pelo acetato gerado no prétratamento do bagaço).
Por outro lado, o referido estudo também demonstrou que a alimentação combinada de
glicose com xilose ao longo da fermentação (batelada alimentada) aumenta o rendimento de
butanodiol pois possibilita a reassimilação do acetato. Esta vantagem da alimentação

13
combinada de glicose e xilose suporta a nossa proposta de estratégia de fermentação em
batelada repetida onde o caldo vai ser preparado diluindo o melaço diretamente no hidrolisado
hemicelulósico bruto.

Assim como no caso da fermentação do butanol, vamos dividir os estudos da


fermentação do butanodiol em (i) batelada alimentada e (ii) batelada repetida com
imobilização celular em bagaço de cana. No caso da batelada alimentada, as fermentações
serão realizadas em frascos de 250 mL em câmara incubadora com agitação orbital
(equipamento solicitado nesse projeto). Nessa etapa vamos avaliar a fermentabilidade do
melaço e do hidrolisado hemicelulósico isoladamente (bruto e detoxificado via overliming).
Também avaliaremos o efeito da agitação, temperatura e carga de inóculo mediante
planejamento fatorial. A temperatura, por exemplo, deverá ter limite inferior de 35 oC
(recomendado por Okonkwo et al. 2017) e superior de 40 oC. As temperaturas elevadas de 39
e 40 oC são recomendadas para melhor conversão de xilose (Marwoto et al. 2002) e sacarose
(Häßler et al., 2012), respectivamente. As variáveis de resposta da otimização via
planejamento fatorial serão rendimento, concentração final e produtividade de butanodiol e
conversão de açúcares. A batelada alimentada iniciará com melaço diluído contendo 120 g/L
sacarose. A proporção de hidrolisado hemicelulósico (~20 g/L de xilose) alimentado
posteriormente também será uma variável a ser estudada. Como discutido no caso do butanol,
essa variável impacta a concentração de inibidores e está relacionada com a restrição de
disponibilidade de melaço nas usinas. É esperado que o consumo de melaço seja maior no
caso do butanodiol. Dessa maneira, a análise econômica desse projeto também determinará
qual deve ser a escala de produção de butanodiol para atender a restrição de disponibilidade
de melaço nas usinas.

A segunda etapa, batelada repetida com imobilização celular em bagaço, também


seguirá o planejamento proposto para o caso do butanol. Ou seja, após as duas primeiras
bateladas, o caldo será preparado diluindo o melaço no hidrolisado hemicelulósico bruto. Na
fase inicial dessa etapa, o efeito da carga de bagaço no meio de cultivo será avaliado em
câmara incubadora (shaker). Uma vez otimizada a carga de bagaço e resolvidos possíveis
problemas relacionados com a composição do meio de cultivo (não sabemos ainda se P.
polymyxa será capaz de fermentar o melaço diluído no hidrolisado hemicelulósico bruto),
avaliaremos o efeito da velocidade de agitação (rpm) e da taxa de aeração (vvm e respectivo
coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio, kla) no desempenho da batelada repetida
usando um fermentador de 5 L (New Brunswick Bioflo 310). O coeficiente kla será medido de

14
acordo com a metodologia de Garcia-Ochoa & Gomez (2004) baseado em medidas de
oxigênio dissolvido durante aeração do meio de cultivo previamente desairado com N2.

A aeração estimula a formação de butanodiol em fermentações com P. polymyxa e é


considerada a variável mais importante nessa fermentação (Celińska & Grajek, 2009); por
outro lado, é um custo operacional importante. P. polymyxa é um microrganismo anaeróbio
facultativo e obtém energia através dos mecanismos de respiração e fermentação. Quando o
suprimento de O2 é limitado, ambos mecanismos estão ativos. O suprimento reduzido
(microaeração) de O2 favorece a produção de butanodiol pois limita a respiração; por outro
lado essa condição também reduz o crescimento celular e consequentemente a produtividade e
rendimento de butanodiol. Nesse contexto, é possível que com a retenção de células
(imobilizadas no bagaço) ao longo das bateladas repetidas predomine a condição de
microaeração. Além disso, o esperado aumento de produtividade devido à imobilização
celular resulta em tanques de fermentação menores, demandando potência (custo) menor de
aeração.

Nos experimentos de fermentação do butanol e do butanodiol, as concentrações dos


açúcares serão determinadas via cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). A
concentração de produtos será determinada via cromatografia gasosa. As cromatografias serão
realizadas de acordo com as condições operacionais descritas por Assumpção et al. (2018) e
Okonkwo et al. (2017).

4. Cronograma

O projeto de pesquisa terá duração de 24 meses com início previsto para o primeiro
semestre de 2019. Todas etapas do projeto (Tabela 1) serão executadas nos laboratórios
LOPCA e LOPCA-Ferm da FEQ/UNICAMP, coordenados pelo Prof. Rubens Maciel Filho e
pelo proponente desse projeto.

15
Tabela 1. Cronograma do projeto
Data Data
Atividade Descrição (mês) (mês)
início fim
Objetivo específico 1
Estudo da viabilidade técnico-econômica das três rotas
tecnológicas de produção de 1,3-butadieno. Também será
Análise econômica T1 1 24
avaliado o efeito das propostas tecnológicas desse projeto
na viabilidade econômica.

Análise ambiental Análise ambiental (pegada de carbono) das três rotas


T2 tecnológicas de produção de 1,3-butadieno a partir de 12 24
(pegada de C) açúcares obtidos da cana-de-açúcar
Objetivo específico 2

Estudo de fermentabilidade Avaliação da fermentabilidade do melaço e hidrolisado


T3 hemicelulósico isoladamente (bruto e detoxificado via 1 3
(Butanol) overliming) – fermentação do butanol
Batelada alimentada Fermentações em batelada alimentada (sem imobilização
T4 celular) – fermentação do butanol 3 12
(Butanol)
Batelada repetida com
imobilização celular Fermentações em batelada repetida (com imobilização
T5 12 24
celular– fermentação do butanol
(Butanol)

Estudo de fermentabilidade Avaliação da fermentabilidade do melaço e hidrolisado


T6 hemicelulósico isoladamente (bruto e detoxificado via 1 3
(butanodiol) overliming) – fermentação do butanodiol
Batelada alimentada Fermentações em batelada alimentada (sem imobilização
T7 celular) – fermentação do butanodiol 3 12
(butanodiol)
Batelada repetida com
imobilização celular Fermentações em batelada repetida (com imobilização
T8 12 24
celular– fermentação do butanodiol
(butanodiol)

5. Disseminação, avaliação e formação de recursos humanos

Os resultados do projeto serão disseminados por meio de apresentações em congressos e


publicação de artigos em periódicos indexados. Serão treinados recursos humanos em níveis
de pós-graduação e de graduação (iniciação científica). Projetos de iniciação científica serão
vinculados aos trabalhos de pós-graduação.

6. Outros apoios

O pesquisador responsável declara que não está pleiteando ou recebendo auxílio de


outras fontes para a mesma finalidade da proposta de pesquisa apresentada.

16
7. Vínculo com projeto temático FAPESP

O presente projeto visa contribuir com os estudos em desenvolvimento do projeto


temático FAPESP 2015/20630-4 (vigência 01/04/2017 a 31/03/2022) no qual participo como
Pesquisador Associado. Os objetivos do projeto temático “estão relacionados com o aumento
da produção de etanol em combinação com cogeração e meios eficazes de converter a
biomassa da cana em etanol e químicos, incluindo aqueles com valor agregado”. De acordo
com as justificativas apresentadas no item Enunciado do problema do presente projeto,
visamos fomentar novas oportunidades de negócios para empresas produtoras de etanol e
também expandir a produção de etanol ao se combinar etanol 2G (produzido a partir do
hidrolisado celulósico do bagaço de cana) com butanol ou butanodiol produzidos a partir do
hidrolisado hemicelulósico.

Declaro que as propostas do presente projeto não duplicam estudos que serão
desenvolvidos pelo projeto temático. Ou seja, o estudo das rotas tecnológicas para produção
de pneus a partir da cana-de-açúcar é uma ideia original do presente projeto.

Projeto temático FAPESP 2015/20630-4: “Desenvolvimento Integrado de


Biorrefinaria e Planta de Bioetanol de Cana-de-Açúcar com Emissão Zero de CO2:
Rotas para Converter Recursos Renováveis em Bioprodutos e Bioeletricidade”
(Coordenação Prof. Dr. Rubens Maciel Filho - FEQ/UNICAMP).

8. Capacitação do Proponente e pesquisadores associados

O proponente do projeto é docente (professor doutor) em regime de dedicação exclusiva


pela Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP desde janeiro de 2015, onde coordena
um grupo de pesquisas com foco em (1) projetos de biorrefinarias (desenvolvimento de
processos, análise técnico-econômica e avaliação de ciclo de vida) e (2) tecnologias de
fermentação. O proponente coordenou o projeto regular FAPESP 2015/07097-5 cujo objetivo
foi o desenvolvimento de um processo flexível para a produção de butanol e etanol em usinas
kraft de celulose. A abordagem adotada no referido projeto é semelhante ao do projeto atual,
ou seja, estudos conceituais em combinação com experimentos. Os resultados do projeto
anterior foram publicados em 3 artigos científicos:

Assumpção D.C., Rivera E.A.C., Tovar L.P., Ezeji T.C., Maciel Filho R., Mariano A.P. (2018).
Resolving mismatches in the flexible production of ethanol and butanol from eucalyptus wood with
vacuum fermentation. Bioprocess and Biosystems Engineering 41(11):1651-1663.

17
Pereira G.C.Q., Braz D.S., Hamaguchi M., Ezeji T.C., Maciel Filho R., Mariano A.P. (2018) Process
design and economics of a flexible ethanol-butanol plant annexed to a eucalyptus kraft pulp mill.
Bioresource Technology 250:345-354.

Braz, D.S., Mariano, A.P. (2018) Jet fuel production in eucalyptus pulp mills: Economics and carbon
footprint of ethanol vs. butanol pathway. Bioresource Technology 268:9–19.

Os primeiros autores de cada artigo (Assumpção; Pereira; Braz) foram alunos de


mestrado do supervisor do presente projeto. O coautor Prof. Thaddeus Ezeji foi pesquisador
associado do projeto anterior e exercerá a mesma função no projeto atual. O Prof. Ezeji
visitou a FEQ/UNICAMP em 2017 financiado pelo Auxílio de Mobilidade FAPESP-Ohio
State University (2015/50243-2) vinculado ao projeto anterior. O coautor Rivera E.A.C.
trabalhou por um ano como pós-doutorando no laboratório do Prof. Ezeji com bolsa FAPESP
(16/01785-0) também vinculada ao projeto regular anterior. Também vinculado ao projeto
anterior está a bolsa de pesquisador visitante do exterior FAPESP 2016/23647-8. Essa bolsa
financiará a visita do Prof. Paul Stuart (École Polytechnique de Montréal) à FEQ/UNICAMP
em 2019. Outro trabalho vinculado ao projeto anterior que merece destaque é a ferramenta
web de projetos de biorrefinarias florestais desenvolvida por um aluno de Iniciação Científica
bolsista da FAPESP (2017/06149-7). Foi solicitado registro de software via agência
INOVA/UNICAMP e a versão beta da ferramenta está hospedada no endereço:
http://www.feq.unicamp.br/biorefinerydesign/home.html.

O Auxílio de Mobilidade FAPESP-Ohio State University 2015/50243-2 também


financiou a minha visita (Adriano Mariano) ao laboratório do Prof. Thaddeus Ezeji em janeiro
do presente ano. Nessa visita surgiu o interesse mútuo de colaboração em um projeto que
envolvesse tanto a fermentação do butanol como a do butanodiol. Cabe salientar que o Prof.
Ezeji é renomado por suas pesquisas na fermentação do butanol, tanto na área microbiológica
como no desenvolvimento de tecnologia de fermentação. Em anos mais recentes, o Prof. Ezeji
também tem pesquisado a fermentação do butanodiol pelo microrganismo P. polymyxa (por
ex., Okonkwo et al., 2017). A carta de anuência formal do Prof. Ezeji está anexada no SAGe.

O professor Rubens Maciel Filho possui reconhecida experiência no desenvolvimento


de tecnologia e processos para a produção de biocombustíveis e entre 2009 e 2014 coordenou
o projeto temático 2008/57873-8 e atualmente coordena (1) o projeto temático 2015/20630-4
e (2) o projeto Auxílio à Pesquisa - Programa Centros de Pesquisa em Engenharia
(2017/11958-1). O pesquisador associado também coordena o laboratório BIOFABRIS –

18
Instituto de Biofabricação que visa desenvolver peças de implante médico a partir de
polímeros de origem verde.

Bibliografia

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22
9. Planilhas de orçamento e cronogramas físico-financeiros

23
24
10. Documentos adicionais necessários para a análise da proposta

a) Justificativa para cada um dos itens solicitados no orçamento

Material permanente nacional

Item Equipamento Justificativa


Câmara incubadora com agitação
1 Experimentos de fermentação do butanodiol
orbital (shaker)
2 Ultrafreezer Armazenamento de culturas microbiológicas

3 Refrigerador 553 L - Branco Armazenamento de amostras e reagentes

4 Microondas 20 L - Branco Preparação de meios de cultivo


Sistema filtração de membrana
5 Esterilização da solução de vitaminas de meio de cultivo
millipore
6 Placa aquecimento e agitação Preparação de meios de cultivo

7 Espectrofotômetro de bancada Quantificação de crescimento celular (Densidade Ótica)

8 Ultrapurificador de Água Água para cromatografia líquida (HPLC)


Preparação de amostras de fermentação para quantificar
9 Centrífuga refrigerada
produtos voláteis (p.ex., acetona, butanol, etanol)
10 Bomba de vácuo Vácuo no sistema de filtração (item 5)

25
Material de consumo a ser adquirido no Brasil

Item na
planilha Material Justificativa
FAPESP
Meio de cultivo para preparação de inóculo e
1 Reagentes - Meio de cultura - Químicos
fermentação; padrões para cromatografia
Gases para cromatografia gasosa e atmosfera
2 Gases - CG e Câmara de anaerobiose
anaeróbia da câmara de cultivo
Frascos para cultivo de inóculo e armazenamento de
3 Vidraria para laboratório
soluções
Cromatografia (colunas e pré colunas Determinação de concentração de açúcares e
4
GC/HPLC, vials, filtros HPLC) produtos das fermentações
Tomada e preparação de amostras. Filtros para
Material plástico
5 preparação de soluções estéreis de vitaminas de
(pipetas/ponteiras/tubos/seringas)
meio de cultivo

26
b) Três orçamentos para itens de Material Permanente Nacional.

Conforme orientação do SAGe, foram incluídos 3 orçamentos “para cada Material


Permanente cujo valor supere dez salários mínimos”. Ou seja, valores acima de R$ 9.540,00.

Assim, foram incluídos orçamentos para os itens:

1 - Câmara incubadora com agitação orbital (shaker)

2 - Ultrafreezer

8 - Ultrapurificador de Água

9 - Centrífuga refrigerada

c) Descrição do apoio institucional e infraestrutura disponível para


desenvolvimento do projeto

Itens encontram-se anexos na seção correspondente no SAGe.

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