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PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE

RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (CDR)

Ana Carolina Medina Jimenez

ENE-206: Energias Renováveis (Biomassa)

Programa de Pós-Graduação em Energia

Universidade Federal do ABC


ENE-206: Energias Renováveis (Biomassa)

INTRODUÇÃO 209.280 ton/dia de resíduos

Associação Brasileira de Empresas de


Limpeza Pública e Resíduos Especiais

1,041 Kg/habitante/dia

• 58,3% Depositado em aterros sanitários


• 24,3% Depositados em aterro controlado
• 17,4% Depositado em lixões
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
Lei 12.305/2010
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Recuperação de energia a partir da incineração de


resíduos sólidos em plantas WTE (waste to energy)

Redução do 90% de volume


e 75% de massa dos
resíduos, aumentando a vida
útil dos aterros.

Reduz a emissão de
gases do efeito estufa

Solução de saneamento básico, onde são evitados os efeitos indesejáveis


característicos da disposição inadequada de resíduos como, transmissão
de doenças, formação de efluentes líquidos, contaminação do solo e
lençóis d’água, odores indesejáveis e ocupação indevida do solo
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Linha de processamento típico em uma WTE

3. Sistema de incineração.
4. Caldeira de recuperação
6. Recuperador de calor dos gases de combustão
7. Captura de ácidos e mercúrio dos gases de combustão.
8. Filtros

5. Turbo
gerador
9. chaminé
2. Alimentação
do sistema de
incineração

1. Descarga da
Biomassa
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PODE-SE INCINERAR
RSU CDR

Apenas itens grandes e/ou Neste caso o resíduo recebido é primeiro


não combustíveis são separado e classificado com a finalidade
descartados de recuperar produtos recicláveis e/ou
comercializáveis (vidros, metais, plásticos).
Para logo passar por o tratamento de
produção de CDR.
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Vantagens do CDR
Os regulamentos atuais exigem elevado padrão de qualidade para o
CDR, de modo que este pode ter aceitação como combustível substituto
ou auxiliar em muitos sistemas de combustão, com o mínimo de
modificações no esquema padrão da planta.
Sua utilização acarreta inúmeros benefícios, dentre os quais se destaca:

• O elevado poder calorífico.


• A homogeneidade da composição físico-química.
• O fácil armazenamento, manipulação e transporte
• A baixa emissão de poluentes.
• A reduzida necessidade de excesso de ar durante a combustão.

Desvantagens do CDR
Entretanto, a produção de CDR com elevado poder calorífico pede uma
complexa linha de produção, leva à maior quantidade de passos e menor
massa final de CDR. Isso conduz a custos mais elevados de produção os
quais reduzem o apelo de mercado do produto.
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Caracterização dos Resíduos


ENE-206: Energias Renováveis (Biomassa)

Autores: Prof. Alcides Lopes Leão


MSc. Sivoney F. de Souza
Matheus Zorzetto UNESP 2011.
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Produção de CDR
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pedaços muito
grandes de papel,
papelão ou
plástico filme

É rica em umidade e
material putrescível,
como cinzas, areia e
cacos de vidro

• Trituração
• Secagem
• Peneira rotativa
• Moinho de pelete
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Para a produção do CDR, considerou-se a seleção e classificação do resíduo
sólido, através de processos mecanizados, para a obtenção de combustível a
ser comercializado para queima em fornos industriais. Caputo e Pelagagge
(2002) analisaram operacional e economicamente diversas configurações de
linhas
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Linha de Produção selecionada para o CDR densificado

Adotou-se a utilização de uma linha de equipamentos composta por:


triturador, peneira rotativa, separador de Focault, triturador, peneira
rotativa, separador magnético, moinho de martelos, peneira rotativa. A
escolha da linha se deu em uma análise do estudo de Caputo e
Pelagagge (2002), considerando a configuração de custo e eficiência
medianos.

PCI: 4083 [kcal/ kg de CDR] ou 17,094 [MJ/ Kg CDR]


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Custo dos equipamentos


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Mauricio Mamede
(2013). Avaliação
Econômica e
Ambiental do
aproveitamento
energético de
resíduos sólidos no
Brasil. UNICAMP

INDIRETOS
DIRETOS
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Impactos Ambientais
O centro de investigações energéticas e meio ambientais (CIEMAT) em
convenio com o Ministério de meio ambiente, estudo as emissões de
dioxinas na indústria do cimento em Espanha:
“ As emissões de dioxinas e furanos não são afetadas por a substituição
de combustíveis fosseis por resíduos, os valores das emissões encontram-
se por debaixo dos limites exigidos por a legislação.

Emissões do incinerador Fonte: (DOKA, 2003)


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Conclusões
• A Recuperação Energética é hoje uma realidade e importante alternativa
no gerenciamento dos resíduos urbanos. Países que adotaram esse
processo, além de criar novas matrizes energéticas, conseguiram reduzir
substancialmente o volume de seus resíduos sólidos, esse, um benefício
incalculável para as cidades com problema de espaço.

• Estudos sobre a composição gravimétrica e caracterização física e


química dos componentes do RSU constitui um importante passo na
estratégia do manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, e deve fazer parte do
PGIRS (Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos Urbanos)
de qualquer prefeitura ou organismo responsável pela gestão dos RSU.
Esses dados serão importantes para se quantificar e conhecer o tipo de
CDR que pode ser produzido.
• O valor energético do combustível encontrado é suficientemente elevado
para a combustão, não sendo necessário um combustível suplementar,
sendo dessa forma viável a geração de energia elétrica (LEÃO, 2011).
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Conclusões
• Para a aplicação desta tecnologia no âmbito nacional é necessário
adotar tarifas de tratamento de RSU maiores que as praticadas em
aterros sanitários, e/ou incentivos na comercialização de energia elétrica
e combustíveis provenientes deste material.

• Para se evitar ao máximo a emissão de gases de efeito estufa é


necessário combinar uma reciclagem de alta qualidade e processos de
recuperação energética de alta eficiência, indicando que, ante a
implementação dessas soluções combinadas, seria possível reduzir as
emissões em cerca de 57Mt CO2eq/ano.

• O uso de CDR como substituto de algum combustíveis fosseis no sector


industrial favorece as boas praticas ambientais, já que os gases de
efeito estufa gerados por os combustíveis fosseis serão diminuídos.
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Referências
ABRELPE. (2012). Cuaderno Informativo: Recuperação Energética. Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

ABRELPE. (2013). Panorama dos resíduos sólidos no Brasil. Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos, São Paulo, SP.

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