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Métodos Gravimétricos de

Análise
Prof. Jessica Tombini
GRAVIMETRIA
ESTÁ BASEADA NA MEDIDA DIRETA OU INDIRETA DA MASSA DE UM OU MAIS CONSTITUINTES
DE UMA AMOSTRA.

Geralmente as determinações gravimétricas referem-se à transformação da espécie a ser


determinada em um composto estável e puro que possa ser convertido numa forma
apropriada para a pesagem.
Quando a determinação da massa não é direta o teor (determinação quantitativa) da espécie
desejada é obtido pela estequiometria.

Tipos de análises gravimétricas


• Precipitação química,
• Eletrodeposição,
• Volatilização,
• Extração.
Gravimetria por Precipitação
Gravimetria por Precipitação

Em uma análise gravimétrica utiliza-se uma série de operações para se


determinar a quantidade de um constituinte de uma amostra, tanto
por pesagem direta do elemento puro, quanto por um de seu
derivado, cuja composição é conhecida e bem definida.

Esse procedimento analítico constitui-se em método de extensa


aplicação na determinação de macro constituintes de uma amostra.
Gravimetria por Precipitação

As principais vantagens da análise gravimétrica constituem-se em


operações unitárias de fácil execução e utiliza-se equipamentos
simples; entretanto,

As desvantagens são: tempo muito longo para sua execução e


sujeito a uma série de erros acumulativos.
Aplicações da gravimetria dentro da área de
interesse do curso de farmácia:
• Determinação dos íons cloreto em amostras de soro fisiológico através da
precipitação com AgNO3;
• Determinação de ferro em amostras de suplementos alimentares através
da precipitação do íons férrico com excesso de amônia formando o
hidróxido de ferro;
• Determinação do teor de bário em amostras de medicamentos através da
precipitação com sulfato;
• A determinação de chumbo em cosméticos através da precipitação com
acetato, entre outras.
Gravimetria por
Precipitação
No procedimento de uma análise gravimétrica deve-se
observar as etapas sucessivas que compõem esse tipo de
análise, a saber:
• 1 - Preparação da Amostra (Abertura);
• 2 - Ataque da Amostra (Precipitante);
• 3 - Precipitação
• 4- Digestão;
• 5 - Filtração;
• 6 - Lavagem;
• 7 - Calcinação ou Secagem;
• 8 - Pesagem;
• 9 - Cálculos.
Propriedades Reagentes Precipitantes
• Idealmente, um agente precipitante gravimétrico deve reagir
especificamente, ou pelo menos seletivamente com o analito.

• Os reagentes específicos, que são raros, reagem apenas com uma única
espécie química.

• Já os reagentes seletivos, que são mais comuns, reagem com um número


limitado de espécies.
Propriedades Reagentes Precipitantes

Além da especificidade e da seletividade, o


reagente precipitante ideal deve provocar uma
reação com o analito para formar um produto que
seja:
1. Facilmente filtrado e lavado para remoção dos
contaminantes; Poucos reagentes, produzem
precipitados que apresentam todas
2. De solubilidade suficientemente baixa para que essas propriedades desejáveis.
não haja perda significativa do analito durante a
filtração e a lavagem;
3. Não reativo com os constituintes da atmosfera;
4. De composição química conhecida após sua
secagem ou, se necessário calcinação.
Propriedade dos Precipitados
Tamanho de partícula e Filtração dos Precipitados

Precipitados constituídos por partículas grandes


são geralmente desejáveis nos procedimentos
gravimétricos

Por que essas partículas são fáceis de filtrar e de


lavar, visando à remoção de impurezas.

Além disso, os precipitados desse tipo são


geralmente mais puros que aqueles formados por
partículas pequenas.
Fatores que Determinam o Tamanho das Partículas de Precipitados

O tamanho das partículas de sólidos formados por precipitação varia enormemente.

Suspensões coloidais: Suspensão cristalina


Partículas invisíveis a olho nu (10 -7 a 10-4 cm de
diâmetro)  partículas com as dimensões de décimos de
milímetros (10-3 cm) ou maiores
Não apresentam tendência para decantar a partir de
soluções Tendem a decantar espontaneamente

Não são facilmente filtradas (adiciona-se um  São facilmente filtradas


coagulante)
Fatores que Determinam o Tamanho das Partículas de Precipitados
O mecanismo do processo de formação de precipitado ainda não é totalmente compreendido. Então, o
que determina o tamanho das partículas?
Uma solução supersaturada é uma solução
instável que contém uma concentração do soluto
 Solubilidade do Precipitado; mais elevada que uma solução saturada.
Como o excesso de soluto precipita com o tempo,
Temperatura;
a supersaturação diminui para zero.
Concentração dos Reagentes;
Velocidade de mistura;

O efeito líquido dessas variáveis pode ser estimado, considerando que o tamanho da partícula esteja
relacionado a uma única propriedade do sistema denominada supersaturação relativa, onde:

Onde Q = Concentração dos íons em solução no instante anterior ao da precipitação


S = Solubilidade do precipitado no estado de equilíbrio

↑ SUPERSATURAÇÃO RELATIVA = PRECIPITADO TENDE A SER COLOIDAL


↓ SUPERSATURAÇÃO RELATIVA = PRECIPITADO TENDE A SER SÓLIDO CRISTALINO
Controle Experimental do Tamanho das Partículas
Variáveis que minimizam a supersaturação (produzindo precipitados cristalinos):

Temperaturas elevadas para aumentar a solubilidade do precipitado (S da equação);


 Soluções diluídas (para minimizar a concentração dos íons Q);
 Adição lenta do agente precipitante, sob agitação eficiente.
 O pH também pode interferir no tamanho dos cristais, portanto, controla-lo pode ser
favorável.
 Infelizmente muitos precipitados não podem ser formados como cristais sob condições
normais de laboratório sendo comum a formação de precipitados coloidais.
Mecanismo de Formação de Precipitado

A formação de precipitados é Para aumentar o tamanho das partículas de


um precipitado, minimize a supersaturação
determinada por dois processos: relativa durante a formação do mesmo
nucleação e crescimento de partícula.
Precipitados Coloidais

• São muito pequenos, portanto não são


retidas por filtros comuns muito menos
decantam-se facilmente.

• Uma alternativa é realizar sua


coagulação ou aglomeração, de forma
que as partículas individuais possam
gerar uma massa amorfa filtrável que irá
se decantar.
Precipitados Coloidais – Coagulação de Coloides

Pode ser obtida por aquecimento, agitação e


pela adição de um eletrólito ao meio.

Naturalmente precipitados coloidais possuem


estabilidade porque todas as partículas de um
coloide são carregadas positivamente ou
negativamente e assim se repelem.

A carga é resultante dos cátions ou ânions que


estão ligados à superfície das partículas.
Tratamento Prático de Precipitados Coloidais
Lembrando: Coloides são mais bem precipitados a partir de soluções aquecidas e agitadas
contento eletrólito suficiente para garantir a coagulação.

A filtrabilidade de um coloide coagulado frequentemente melhora deixando-o descansar


por uma hora ou mais em contato com a solução da qual foi formado (solução mãe).

Durante esse processo, conhecido como digestão, moléculas de água fracamente ligadas
parecem se desligar do precipitado.

O resultado é uma massa mais densa que é mais fácil de filtrar.


Precipitados Cristalinos
• São mais facilmente filtrados e purificados que os coloides
coagulados.
Contaminação dos Precipitados
O precipitado ao se formar pode arrastar da solução outros constituintes que são
normalmente solúveis e que são removidos por simples lavagem do precipitado.

As impurezas que acompanham o precipitado constituem a maior fonte de erros na


análise gravimétrica e podem ser incorporadas ao precipitado por co-precipitação.

Co-precipitação: processo pelo quais substâncias solúveis se incorporam aos


precipitados durante sua formação. Pode ocorrer de duas maneiras:

• a) Co-precipitação por adsorção superficial


• b) Co-precipitação por oclusão
Secagem e Calcinação de Precipitados
Nem sempre o constituinte pode ser pesado na mesma forma química
de precipitação.

É que, muitas vezes, uma forma de precipitação não se constitui em


uma adequada forma de pesagem:

 seja por não possuir uma composição bem definida;


 seja por não suportar o processo de dessecação por aquecimento
que quase sempre deve anteceder a pesagem.
Secagem e Calcinação de Precipitados
Após a filtração, um precipitado gravimétrico é
aquecido até que sua massa se torne constante.

O aquecimento remove o solvente e qualquer espécie


arrastada com o precipitado.

Alguns precipitados também são calcinados para


decompor o sólido e para formar um composto de
composição conhecida.
Secagem e Calcinação de Precipitados

• A temperatura requerida para produzir as formas de


pesagem adequadas varia de precipitado para
precipitado.

• Dados da perda de massa são obtidos com uma


termobalança automática: instrumento que registra a
massa de uma substância continuamente à medida que
sua temperatura é elevada a uma velocidade constante.
Secagem e Calcinação de Precipitados

• O aquecimento dos três precipitados (cloreto de


prata, sulfato de bário e óxido de alumínio)
simplesmente provoca a saída de água e talvez
eletrólitos voláteis.

• Temperaturas diferentes são requeridas para


produzir um precipitado anidro de massa constante.
Secagem e Calcinação de Precipitados
A curva térmica para o oxalato de cálcio é mais complexa.

A 135°C a água não ligada é eliminada para formar a espécie


monohidratada.

A 225°C este composto é convertido ao oxalato anidro.

A mudança abrupta na massa ocorre a 450°C onde ocorre a


decomposição oxalato para carbonato de cálcio e monóxido
de carbono.

A etapa final é a passagem do carbonato a óxido de cálcio e


dióxido de carbono.

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