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Química Analítica Quantitativa

Curso de Graduação em Farmácia

Análise Gravimétrica – Parte 1


Profa. Dra. Flávia Nunes Costa
O que vamos estudar?

Unidade III:
1. Análise Gravimétrica
1.1 Bases dos métodos gravimétricos
1.2 Formação de precipitados
1.3 Supersaturação relativa
1.4 Nucleação
1.5 Crescimento de partículas
Introdução

• Os métodos gravimétricos de análise utilizam-se de


medidas de massa feitas com uma balança analítica;
• Balança analítica: são balanças de precisão, nas
quais a leitura da massa é feita através de uma
escala digital;
• Devem ser exatas, estáveis e sensíveis;
• Sensibilidade varia 0,1 a 0,0000001 g (0,1 µg)
a depender do modelo.
Introdução

• A sensibilidade indica o menor incremento de massa que pode


ser medido.
Introdução

• A balança analítica é um instrumento delicado que você


precisa manusear com cuidado;
• Regras gerais no trabalho com uma balança analítica:
1) Conhecer previamente o modo de funcionamento do
aparelho;
2) Verificar se a balança está nivelada;
3) Manter a balança e seu gabinete limpos;
Introdução

4) Proteger a balança contra a corrosão (usar materiais


inertes);
5) Sempre deixar que um objeto que tenha sido aquecido,
retorne à temperatura ambiente antes de pesá-lo;
6) Utilizar luva ou pinça para prevenir a absorção da umidade
de seus dedos por objeto secos;
7) Pesar os objetos centralizados no prato da balança e com
as janelas laterais fechadas.
Atividade Próxima Aula - POP

➢Vocês se dividirão em três grupos para elaborar e apresentar o POP


(Procedimento Operacional Padrão) para alguns equipamentos.
➢Sorteio: 1 – balança; 2 – estufa; 3 – mufla.
➢Alguns integrante de cada grupo deve ir ao laboratório fazer o registro
fotográfico e anotações (modelo, marca e voltagem).
➢O POP deve ser entregue impresso (faça uma capa para identificação)
e também ser apresentado oralmente pelo grupo na próxima aula.
➢Informações mínimas: fabricante, aplicação, descrição do
equipamento, cuidados e procedimento de utilização e as referências.
Estudo Dirigido – Skoog (17/10)

Copiar e responder as questões que serão vistadas em sala:


1) O que são métodos gravimétricos? Em que se baseiam?
2) Como o analito é separado do meio na gravimetria por precipitação?
3) Quais partículas são desejáveis nos procedimentos gravimétricos e
por que?
4) O que é uma solução supersaturada?
5) Como varia o tamanho de partícula com a supersaturação relativa?
6) De acordo com o controle experimental, quais variáveis favorecem a
produção de precipitados cristalinos e coloidais?
Métodos Gravimétricos

• São métodos analíticos quantitativos que se baseiam na


determinação da massa de um composto puro ao qual o
analito está quimicamente relacionado;
• Consistem em pesar produtos e/ou reagentes antes e depois
de alguma reação química;
• Na gravimetria por precipitação, o analito é separado de uma
solução da amostra como um precipitado e é convertido a
uma espécie de composição conhecida que pode ser pesada.
Gravimetria por Precipitação

De forma sintética:
• O analito é convertido a um precipitado pouco
solúvel, após a adição de um agente precipitante
à solução;
• Esse precipitado é filtrado e lavado para a
remoção de impurezas;
• Convertido a um produto de composição
conhecida por meio de um tratamento térmico
adequado e pesado.
Propriedades dos Precipitantes e Precipitados

• Idealmente, um agente precipitante gravimétrico deve reagir


especificamente, ou pelo menos seletivamente com o
analito;
• Os reagentes específicos, que são raros, reagem apenas
com uma única espécie química;
• Já os reagentes seletivos, que são mais comuns, reagem
com um número limitado de espécies.
Propriedades dos Precipitantes e Precipitados

• Além disso, o reagente precipitante ideal deve provocar uma


reação com o analito para formar um produto que seja:
✓ Facilmente filtrado e lavado para remoção de contaminantes;
✓ De solubilidade baixa para que as perdas sejam
desprezíveis;
✓ De tamanho suficientemente grande para não passar pelo
meio filtrante;
✓ De composição química conhecida após sua secagem ou, se
necessário, calcinação.
Formação de Precipitados

• A precipitação ocorre após a adição do reagente ao analito e


geralmente é executada em solução aquosa;
• O tamanho das partículas de sólidos formados por precipitação
varia enormemente;
• As partículas coloidais, que são invisíveis a olho nu, variam de
10−7 a 10−4 cm de diâmetro. Assim não apresentam tendência
de decantar a partir de soluções e não são facilmente filtradas.
Formação de Precipitados

• Uma mistura que contém partículas coloidais em um solvente


é conhecida como suspensão coloidal;
• No outro extremo estão as partículas com as dimensões da
ordem de décimos de milímetros ou maiores, chamadas de
partículas cristalinas;
• Essas partículas tendem a decantar espontaneamente, são
facilmente filtradas e são os mais favoráveis para análises
gravimétricas.
Formação de Precipitados

• Os cientistas têm estudado a formação de precipitados há


muitos anos, mas seu mecanismo ainda não é totalmente
compreendido;
• Mas sabe-se, que o tamanho da partícula do precipitado é
influenciado por variáveis experimentais como: a solubilidade
do precipitado, a temperatura, as concentrações dos reagentes
e a velocidade com que os reagentes são misturados.
Supersaturação Relativa (SR)

• Uma solução supersaturada é uma solução instável que contém


uma concentração do soluto mais elevada que uma solução
saturada;
• Mesmo quando um reagente precipitante é adicionado gota a
gota a uma solução contendo um analito, uma supersaturação
ocorrerá;
• O efeito das condições de precipitação sobre o tamanho das
partículas foi estudado pela primeira vez por Von Weimarn;
Supersaturação Relativa (SR)

• Ele expressou como o efeito resultante dessas variáveis pode ser


estimado, relacionando-as a uma única propriedade do sistema
denominada supersaturação relativa (SR):

• Onde, Q é a concentração do soluto em qualquer instante e S a


sua solubilidade no equilíbrio.
Supersaturação Relativa (SR)

• Evidências experimentais indicam que o tamanho das


partículas de um precipitado varia inversamente com a
supersaturação relativa.
• Assim, quando SR é grande, o precipitado tende a ser coloidal;
• Quando SR é pequeno, a formação de um sólido cristalino é
mais provável;
• A finalidade é manter um baixo grau de SR durante a
precipitação.
Supersaturação Relativa (SR)

• Cristalinos: aumentar S e minimizar Q para que SR seja


minimizada.
• Coloidais: diminuir S para que a SR permanece elevada.
Mecanismo de Formação

• Para ocorrer a precipitação é preciso ter-se inicialmente uma


solução supersaturada da substância de interesse, à
temperatura constante;
• Uma solução supersatura é instável e tende a precipitar o
excesso de soluto até atingir o equilíbrio – solução saturada;
• Os precipitados são formados por dois processos:
✓ Nucleação
✓Crescimento de partículas
Mecanismo de Formação

• A precipitação em geral é iniciada pela nucleação (ou


formação de núcleos), que envolve a associação de alguns
íons, átomos ou moléculas para formar um sólido;
• Esses núcleos crescem até atingirem tamanhos de partículas
coloidais e daí em diante, ou param neste estágio;
• Crescimento de partículas é o processo pelo qual um núcleo já
formado na nucleação aumenta de tamanho;
Mecanismo de Formação

• O tamanho da partícula de um precipitado formado é


determinado pelo mecanismo predominante;

• Se a nucleação predomina, o resultado é um precipitando


contendo um grande número de pequenas partículas;

• Se o crescimento predomina, um número pequeno de


partículas grandes é produzido;
Mecanismo de Formação

• Sabe-se que a velocidade da nucleação aumenta


enormemente com a elevação da supersaturação relativa;

• Sob uma supersaturação relativa baixa, por outro lado, a


velocidade de crescimento das partículas tende a
predominar, obtendo-se partículas maiores e mais
adequadas para a análise gravimétrica.
Mecanismo de Formação
Mecanismo de Formação

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