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Células

ERITRÓCITOS
Em alta resolução, os eritrócitos aparecem com discos pálidos. Eles apresentam alguma variação

de tamanho, mas usualmente possuem cerca de 7 m de diâmetro (HENRY, 2012).

Hemácias. Figura da esquerda: Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Hemat%C3%BAria>.


Acesso em: 04 ago. 2019.
Hemácias. Figura central: Disponível em: <https://www.renalfellow.org/2008/12/14/microhematuria-
in-potential-kidney/>. Acesso em: 04 ago. 2019.
Leveduras. Figura da direita: Disponível em: <https://www.biomedicinabrasil.com/2014/05/urina-
tipo-1.html>. Acesso em: 04 ago. 2019.

Leucócitos

Em microscopia de alta resolução, os leucócitos neutrofílicos aparecem como esferas granulosas


com cerca de 12 m de diâmetro. Os neutrófilos podem se tornar difíceis de serem diferenciados
das células epiteliais tubulares renais.

Leucócitos/piócitos. Figura da esquerda: Disponível em: <https://www.biomedicinabrasil.com/2014/05/urina-


tipo-1.html>. Acesso em: 04 ago. 2019.
Leucócitos/piócitos. Figura da direita: Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Uran%C3%A1lise>. Acesso
em: 04 ago. 2019.
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CÉLULAS EPITELIAIS RENAIS

Células Epiteliais Tubulares Renais


Pequenas quantidades de células tubulares podem ser observadas na urina normal, refletindo a
descamação normal das células mais velhas. Elas estão presentes num número um pouco maior
na urina dos recém-natos normais (HENRY, 2012).

Células tubulares renais


Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-urinalise>. Acesso
em: 07 jul. 2019

Célula tubular renal. Disponível em: < http://www.enjoypath.com/cp/Chem/Urine-Morphology/>. Acesso em: 13 jul. 2019.

CÉLULAS EPITELIAIS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR


CÉLULAS EPITELIAIS ESCAMOSAS
O terço distal da uretra é revestido por células epiteliais escamosas.
Na urina, essas células são grandes e achatadas, com citoplasma
abundante e núcleos centrais pequenos e arredondados.
Normalmente, as suas margens são dobradas.

Cilindros
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Cilindros hialinos
Ádamo Porto Gama. Disponível em: < http://adamogama.blogspot.com/2012/08/cilindros-na-urina.html >. Acesso
em: 21 jun. 2019. Imagem central e da direita.
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Cilindros hialinos
Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-
urinalise>. Acesso em: 07 jul. 2019
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1. Cilindros céreos

Eles representam em estágio avançado do cilindro hialino e são facilmente visualizados


devido aos seu alto índice de refração (Carmo, 2012).

Cilindros céreos
Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-urinalise>. Acesso
em: 07 jul. 2019
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Cilindros cominclusões
Grânulos pequenos (finos) e grandes (grosseiros), representam agregados proteicos plasmáticos
que passam para os túbulos a partir dos glomérulos lesados e restos celulares dos leucócitos,
remanescentes dos eritrócitos ou células tubulares renais lesados e principalmente de
precipitados salinos finos.

Cilindros granulosos
Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-urinalise>. Acesso
em: 07 jul. 2019.
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Desintegração de células epiteliais dos túbulos


Cilindros granulosos
Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-
urinalise>. Acesso em: 07 jul. 2019
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1. Cilindros gordurosos ou adiposos

Cilindros adiposos
Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em:
<https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-urinalise>. Acesso em: 07 jul. 2019

1. Cilindros hemáticos (Células vermelhas do sangue)


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2. Cilindros Leucocitários (Células sanguíneas, linhagem branca)


Os leucócitos usualmente penetram na luz tubular a partir do interstício. Eles entram
através e entre as células epiteliais tubulares.
Cilindros leucocitários

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3. Cilindros de células epiteliais tubulares renais


As dificuldades encontradas em distinguir os leucócitos das células tubulares são
ampliados quando se tenta identificar cilindros nos quais ambos os tipos de células estão
presentes. A coloração supravital, a microscopia de fase e a coloração de Papanicolaou
são uteis para a diferenciação entre os cilindros epiteliais e os cilindros leucocitários
(HENRY, 2012).

Cilindros epiteliais
Figuras: COUTINHO, Tamara. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/euripedes/atlas-de-urinalise>. Acesso em: 07 jul. 2019
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Disponível em: < https://sbci464ypd-flywheel.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2019/02/


Urinary_Casts.jpg>. Acesso em: 12 jul. 2019.
Diversos cilindros
Figuras: COUTINHO, Tamara.
Disponível em:

CRISTAIS

Cristais de uratos amorfos

Numerosos na urina fortemente ácida. Como o ácido úrico, só se apresentam como componentes


normais nos carnívoros. Aparecem como sais de urato ( sódio, potássio, magnésio e cálcio). Não
apresentam significado clínico.

Disponível em: < http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-na-urina.html>. Acesso em: 20 jun. 2019.


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1. Ácido úrico cristalino

Os cristais de ácido úrico ocorrem num pH baixo (5 a 5,5).


São encontrados sob várias formas e os cristais normalmente
são coloridos.

Figura da esquerda:
grânulos de urato
amorfo (400x)
Figura da direita:
Sedimento urinário
com grânulos de
urato amorfo
ressuspendido.
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Ácido úrico

Os estados patológicos em que se encontram aumentados no sangue são: Gota,


metabolismo das purinas aumentado, pode ocorrer em enfermidades febris agudas e nefrites
crônicas.

Disponível em: < http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-na-urina.html>. Acesso em: 20 jun.


2019.

2. Ácido hipúrico
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Encontram-se cristais de ácido hipúrico na urina ácida, neutra ou ligeiramente alcalina. Estes
cristais incolores são prismas, placas, ou em forma de agulha. Estes cristais são frequentemente
aglomerados em massas.

Cristais de ácido hipúrico


Disponível em: < http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-na-urina.html >. Acesso em: 20 jun. 2019.

3. Oxalatos de cálcio (Calcium Oxalate Crystals)

Cristais de oxalato de cálcio


Disponível em: < http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-na-urina.html>. Acesso em: 20 jun.
2019.

Cristais de oxalato de cálcio monoidratado e diidratado


Disponível em: <https://forum.facmedicine.com/threads/types-of-crystals-found-in-human-urine-and-their-clinical-
significance.32774/>. Acesso em: 12 jul. 2019
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Cristais encontrados em urina alcalina normal

Cristais de fosfato triplo amoníaco magnesiano

Podem ocorrer nos seguintes estados patológicos: pielite crônica, cistite crônica, hipertrofia de
próstata e retenção vesical. Aparecem também em urinas normais. 

Disponível em: < http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-de-urina-alcalina.html>. Acesso em:


20 jun. 2019.

Cristais de fosfato triplo amoníaco magnesiano


Disponível em: <>. Acesso em: 20 jun. 2019.
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Os cristais de fosfato hidrogenado di-cálcico são prismas longos, com três lados e extremidades
pontiagudas. São encontrados na urina neutra ou discretamente ácida. Formam aglomerados ou
rosetas.

Cristais de fosfato de cálcio


Disponível em: <http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-de-urina-alcalina.html>.
Acesso em: 20 jun. 2019

1. Carbonato de cálcio (Calcium Carbonate Crystals)

Os cristais de carbonato de cálcio


são cristais incomuns na forma de
pequenos grânulos ou esferas
incolores. Eles formam pares ou
grupos de quatro na urina alcalina.
O carbonato de cálcio produz
dióxido de carbono com ácidos.

Cristais de carbonato de cálcio.


Disponível em: <https://forum.facmedicine.com/threads/types-of-
crystals-found-in-human-urine-and-their-clinical-
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4. Biurato de amônio

Cristais de biurato de amônio.


Disponível em: <https://forum.facmedicine.com/threads/types-of-
crystals-found-in-human-urine-and-their-clinical-significance.32774/>.
Acesso em: 12 jul. 2019
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Cristais de biurato de amônio

Urato ou biurato de amônio pode aparecer em urinas alcalinas, ácidas ou neutras. São corpos
esféricos castanhos amarelados, com espículas longas e irregulares. São patogênicos se
aparecem em urina recém-emitida, como ocorre em doenças hepáticas. Podem ocorrer em
doenças hepáticasSão solúveis aquecendo a urina ou acrescentando o ácido acético e, se
ficar em repouso, formam cristais de ácido úrico.A precipitação de solutos depende do pH
urinário e da solubilidade e concentração do cristaloide.

Disponível em: <http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais-de-urina-alcalina.html>. Acesso em:


20 jun. 2019

Cristais encontrados na urina anormal


Quando cristais incomuns são encontrados na urina é aconselhável verificar o tratamento
medicamentoso do paciente.

1. Cristais de Cistina (Cysteine Crystals)

Cristais de cistina
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2. Cristais de Bilirrubina (Bilirubin crystals)

Os Cristais de bilirrubina são cristais anormais na urina. Eles se formam a partir de bilirrubina
conjugada e são cristais tipo agulha em formato granular de cor amarela.
 

Cristais de bilirrubina
Disponível em:< https://forum.facmedicine.com/threads/types-
of-crystals-found-in-human-urine-and-their-clinical-
significance.32774/>. Acesso em: 12 jul. 2019.

3. Cristais de Tirosina (Tyrosine


Crystals)

Cristais de tirosina
Aparecem em enfermidades hepáticas graves ou em tirosinose.
Disponível em: <http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais.html>. Acesso em: 20 jun. 2019.
Disponível

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4. Cristais de Leucina (Leucine Crystals)

São cristais raros. Os cristais são esferas amarelas com aspecto oleoso e com estrias radiais e
concêntricas.

Cristais de Leucina

Tem significado patológico importante como em enfermidades hepáticas em fase terminal,


comoCristais de sulfas
a cirrose, hepatite viral, atrofia amarela aguda do fígado e em severas lesões
As novas sulfas são muito solúveis em meio ácido; por isso, atualmente não se observam mais
hepáticas provocadas por envenenamento por fósforo, tetracloreto de carbono ou
estes cristais na urina. A maioria, quando ocorre tem aparência de agulhas em grupos, unida de
clorofórmio. Nas doenças hepáticas, estão normalmente associados a cristais de tirosina. 
forma concêntrica, de cor clara ou castanha.
Disponível
Disponívelem:em:< http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais.html>. Acesso
< http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais.html>. Acesso em:
em: 20 jun.20 jun.
2019.
2019.
Figura da direita:

5. Cristais de sulfonamida (sulfatiazina) – (Sulfanomide Crystals)


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Acetylsulfadiazine, como feixes de trigo com ligação excêntrica e células vermelhas do sangue,

Roseta de sulfametoxazol (Septra) e células vermelhas do sangue

6. Cristais de Indinavir

Figura: Cristais de Indinavir, Fonte: Yadav Raj (Pinterest)


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7. Ampicilina (dose alta) – Esses cristais ocorrem em pH de solução ácida. Cristais longos, finos e
incolores formam feixes grosseiros após a refrigeração.

8. Contraste radiológico (diatrizoato de meglumina) – esses cristais são observados num pH


ácido, logo após a realização de estudos radiológicos intravenosos. Lâminas rômbicas
chanfradas, achatadas, claras e incolores ou retângulos finos são observados. São facilmente
polarizados, apresentando cores interferentes. Também são encontrados após cistogramas
retrógrados como agulhas longas e incolores formando aglomerados após a refrigeração.

9. Colesterol (Cholesterol Crystals

Cristais de colesterol

Seu aparecimento indica uma excessiva destruição tissular e em quadros nefróticos, como
também na quilúria, está em consequência da obstrução a nível torácico ou abdominal da
drenagem linfática, ou por ruptura de vasos linfáticos no interior da pélvis renal ou no trato
urinário.

Disponível em: < http://atlasdeurinalise.blogspot.com/p/cristais.html>. Acesso em: 20 jun. 2019


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10. Cristais de cistina (Cysteine Crystals)

Cristais de cistina

Cristais de cistina são placas planas incolores e têm a característica cristais de forma hexagonal
com lados iguais ou desiguais. Eles ocorrem em urina ácida que estão associados com uma
doença hereditária. Presença de cristais de cistina representa um defeito tubular proximal na
reabsorção de aminoácidos.
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Principais cristais encontrados em urina

Disponível em: < https://www.imgrumweb.com/hashtag/cristaisdeurinaalcalina >. Acesso em: 21 jun. 2019.


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Miscelânea de outros cilindros ou estruturas similares a cilindros

Ocasionalmente bactérias podem ser incorporadas na matriz do cilindro. Com coloração


supravital elas apresentam coloração púrpura escura numa matriz rosa-pálida. Os filamentos
mucosos são comumente confundidos com cilindros. Entretanto, eles são mais largos, longos e
em forma de fita, com má definição de bordas e extremidades pontiagudas ou divididas. Com a
microscopia de fase, eles são imediatamente visíveis no fundo do sedimento (HENRY, 2012).

Novos cilindros vêm sendo identificados quando corados pelo método Papanicolaou. A urinálise
citodiagnóstica permite uma maior exatidão na identificação e quantificação dos tipos de cilindros
e de quaisquer inclusões presente. Os métodos imunocitológicos vêm sendo desenvolvidos para
analisar os sedimentos urinários com a utilização de anticorpos monoclonais (HENRY, 2012).

Sedimento telescopado
Sedimento telescopado é o termo utilizado para descrever a ocorrência simultânea de elementos
da glomerulonefrite aguda e crônica, bem como daqueles que ocorrem na síndrome nefrótica, na
mesma amostra de urina. Um sedimento telescopado pode, portanto, incluir eritrócitos, cilindros
hemáticos, cilindros celulares, cilindros céreos largos, gotículas de lipídeos, corpos gordurosos
ovais e cilindros gordurosos (HENRY, 2012).
Significado clínico
Tal sedimento pode ser encontrado nas doenças vasculares do colágeno, sobretudo na nefrite
lúpica, e na endocardite bacteriana subaguda (HENRY, 2012).

Células Anormais e Outros Elementos Formados

Células tumorais
As células tumorais malignas esfoliadas da pelve renal, ureter, parede vesical e uretra são
melhores identificadas com a utilização de técnicas citológicas.
Células com inclusão viral
Células epiteliais com corpos de inclusão podem ser encontradas no sedimento urinário de certas
doenças virais. Células gigantes sinciciais contendo inclusão intranuclear eosinofílica são
observadas em pacientes com infecção herpética. Nas crianças ou pacientes imunodeprimidos
com doença de inclusão citomegálica, células epitelioides com inclusão intranuclear basófila ou
corpos citoplasmáticos podem ser observadas no sedimento urinário. As técnicas citológicas são
mais sensíveis do que a microscopia urinária convencional para a detecção de células infectadas
por vírus (HENRY, 2012).

Plaquetas
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Elas têm sido encontradas na urina, até 30.000/uL são encontradas na urina de pacientes com
síndrome urêmico-hemolítica, antes de após a terapia. Elas são observadas na microscopia de
fase e confirmadas pela microscopia eletrônica (HENRY, 2012).

Bactérias
A presença de bactérias pode ou não ser significativa, dependendo do método de coleta urinária
e quanto tempo se passou entre a coleta e a realização do exame. A urina não centrifugada e
bem misturada pode ser examinada com coloração de Gram. Se houver identificação de bactérias
na amostra não centrifugada sob uma lente de imersão, provavelmente existem mais de 100.000
organismos por milímetro (bacteriúria significativa). Bactérias com forma de bastonetes são as
mais comumente observadas, em virtude dos micro-organismos entéricos serem os mais
frequentemente encontrados nas infecções do trato urinário. Se a infecção do trato urinário estiver
presente, muitos leucócitos são visualizados no sedimento (HENRY, 2012).
A coloração ácido-resistente do sedimento urinário pode revelar o bacilo da tuberculose, mas
como a uretra pode conter organismos ácido-resistentes não patogênicos, a presença do bacilo
da tuberculose deve ser substanciado pela cultura (HENRY, 2012).

Fungos
Células de leveduras (Candida) são observadas na infecção do trato urinário (p.ex., no diabetes
mellitus), mas as leveduras também são contaminantes usuais da pele e do ar. Elas podem ser
confundidas com eritrócitos; normalmente são observados brotos que auxiliam na diferenciação.
Formas pseudomiceliais de Candida são encontradas ocasionalmente (HENRY, 2012).

Figura da esquerda: Células leveduriformes e formas pseudomiceliais de Candida sp.


Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/diagn%C3%B3stico-de-urina-tipo-i-zilda-ferreira>. Acesso
em: 21 jun. 2019.
Figura da direita: Células leveduriformes e formas pseudomiceliais de Candida sp
Disponível em: <http://bio-trabalho.blogspot.com/2011/03/eas-elementos-anormais-de.html>. Acesso em:
21 jun. 2019.
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Parasitas
Parasitas e ovos de parasitas podem ser encontrados no sedimento urinário como resultado de
contaminação fecal ou vaginal. Quando eles são detectados, o exame deve ser repetido com uma
amostra de urina nova, recente e colhida com todos os cuidados de assepsia. Nos pacientes com
esquistossomose devida ao Schistosoma haematobium, os ovos típicos são liberados
diretamente na urina junto com eritrócitos da bexiga. Trichomonas sp podem estar presentes
como resultado de contaminação vaginal. Quando se suspeita de uma infecção uretral ou vesical,
o protozoário deve ser investigado imediatamente numa preparação molhada do sedimento; a
motilidade do micro-organismo é útil para a realização da identificação adequada (HENRY, 2012).
O micro-organismo quando imóvel pode ser confundido com leucócito (CARMO, 2012). As
amebas raramente são encontradas na urina; elas podem atingir a bexiga através dos linfáticos e,
mais provavelmente, pela contaminação fecal da uretra. A Entamoeba histolytica patogênica
usualmente é acompanhada por eritrócitos e leucócitos (HENRY, 2012).
Alguns parasitas intestinais e seus cistos ou ovos podem alcançar os órgãos do sistema urinário
por meio de contaminação com material fecal. Ex. Enterobius vermicularis.

Figura da esquerda: Trichomonas sp.


Disponível em: < https://www.linkedin.com/pulse/diagn%C3%B3stico-de-urina-tipo-i-zilda-ferreira>. Acesso em: 21
jun. 2019.
Figura da direita: Disponível em: <http://bio-trabalho.blogspot.com/2011/03/eas-elementos-anormais-
de.html>. Acesso em: 21 jun. 2019.

Contaminantes e artefatos
Fibras musculares ou células vegetais parcialmente digeridas podem ser encontradas quando há
contaminação fecal.
Algumas vezes pode haver espermatozoides na urina do homem e, ocasionalmente, na urina da
mulher.
Os grãos de pólen contaminam as amostras sazonalmente.
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Algodão, cabelos e outras fibras podem estar presentes e são facilmente identificadas.
Fibras de madeira podem ser encontradas quando forem utilizados palitos para misturar o
sedimento.
Fibras pequenas de fraldas descartáveis são facilmente confundidas com cilindros.
Diferentemente dos cilindros, essas fibras polarizam brilhantemente.
Grânulos de amido possuem uma aparência brilhante, são discretamente estriados e não devem
ser confundidos com células. Eles possuem uma borda irregular e uma depressão central. O
amido de luvas cirúrgicas é o contaminante mais comum da urina.
As gotículas de óleo de lubrificante de cateteres podem ser confundidas com células,
especialmente com os eritrócitos, mas não possuem estrutura. O material lipídico de cremes
vaginais também forma gotículas na urina e podem agregar em grandes conjuntos amorfos.

Espermatozoides
Figura superior esquerda: Disponível em: <https://docplayer.com.br/50323752-Exame-microscopico-da-urina-
professora-melissa-kayser.html>. Acesso em: 21 jun. 2019
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Corantes e colorações
Microscopia em campo claro de urina não corada
Uma luz suave é necessária para que sejam delineados os elementos formados mais
transparentes da urina, tais como os cilindros hialinos, cristais e filamentos mucosos. A
identificação de leucócitos (neutrófilos, eosinófilos, linfócitos), histiócitos, células epiteliais renais,
células com inclusão viral, células neoplásicas e cilindros celulares pode ser muito difícil nas
preparações não coradas. A microscopia de fase é altamente recomendável para a detecção de
cilindros.
Microscopia em campo claro com coloração supravital
Os detalhes celulares são melhor observados em sedimentos corados. Uma coloração com
violeta-cristal safranina pode ser utilizada como auxiliar na identificação de elementos celulares.
REAGENTES
Solução I Violeta cristal 3,0 g
Álcool etílico 95% 20,0 mL
Oxalato de amônio 0,8 g
Solução II Safranina O 1,0 g
Álcool etílico 95% 40,0 mL
Água destilada 400,0 mL

Preparo
Três partes da solução I e 97 partes da solução II são misturadas e filtradas. A mistura deve ser
clarificada, através de filtração, a cada duas semanas. Deve ser descartada após três meses.
Separadamente, as soluções I e II mantêm-se indefinidamente em temperatura ambiente. Em
amostras urinárias altamente alcalinas, o corante precipita.
Procedimento
Adicione uma ou duas gotas do corante violeta-cristal safranina em aproximadamente 1 mL de
sedimento urinário concentrado. Misture e com uma pipeta coloque uma gota dessa suspensão
numa lâmina e cubra com uma lamínula (HENRY, 1999, p. 446).
Obs.: A solução de azul de metileno a 2% e o azul de toluidina também podem ser utilizados
como um corante supravital simples.
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Bibliografia
ABNT NBR 15268, 2005.
CARMO, Andréa Moreira S. Análise Laboratorial da Urina Humana: Urinálise. 1ª ed. Joinville –
SC: Clube dos Autores, 2012. p. 112.
European Urinalysis Guideline, 2000; NCCLS, 2001
DIAGNÓSTICOS clínicos e tratamento por métodos laboratoriais de Henry. 21. São Paulo Manole

2012 1 recurso online ISBN 9788520451854.

Mundt, Lillian A. Exame de urina e de fluidos corporais de Graff [recurso eletrônico] / Lillian
A. Mundt, Kristy Shanahan; tradução: Cynthia Maria Kyaw, Martha Maria Macedo Kyaw;
revisão técnica: Miguel Luis Graciano. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre:
Artmed, 2012.
STRASSINGER, Susan King. Uroanálise e Fluídos Biológicos. 3. ed. Premier Editorial. 2000.

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