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Patologias do sistema Hepático

REVISÃO MORFOFUNCIONAL:

O fígado é um órgão parenquimatoso, sendo considerado a maior glândula do corpo. É


localizado na cavidade abdominal. Sua morfologia varia de acordo com as espécies. No cão,
suíno e no gato, o fígado é septado em lóbulos; no bovino e nos equinos quase não se vê essa
septação. Possui uma coloração vermelha-acastanhada e é revestido por uma cápsula (cápsula
de Lisson)

O fígado possui uma face côncava e outra convexa. A parte convexa é a face diafragmática e a
parte côncava é a face visceral. A superfície normal é lisa e brilhante e, nos filhotes, o fígado se
apresenta em maior volume, pois realiza a função de hematopoiese.

Microscopicamente, é constituído pelos hepatócitos (células grandes, de citoplasma volumoso


e eosinofílico, possuem núcleo redondo ovóide com nucléolos evidentes; tem um intenso
metabolismo). Os hepatócitos se arranjam em fileiras, que formam hexágonos; em cada
extremidade do hexágono há o espaço porta.

No espaço porta, há três estruturas: os ductos biliares, a veia porta e a artéria hepática. O
fígado possui uma circulação dupla, pois chega sangue através das duas estruturas: tanto da
artéria quanto da veia.

No enfileirado de hepatócitos (trabéculas), têm-se os hepatócitos, um capilar fenestrado


(possui espaço entre as células) chamado sinusóide e, dentro de um espaço virtual, chamado
espaço de Disse, têm-se as células lipossolúveis e as células de Kupffer (macrófagos
especializados). Esse é o normal histopatológico.

Além disso, há a anatomia funcional: a veia centro lobular e, do outro lado, o espaço porta. A
distribuição pelo fluxo sanguíneo ficaria dessa forma: zona 1, perto do espaço porta, a zona
periportal; a zona 2, no meio, a médio-zonal; zona 3, próxima a centro-lobular, a zona centro-
lobular. O sangue flui para a veia centro-lobular. A bile, produzida nos hepatócitos e lançada
nos canalículos biliares, flui no sentido contrário do sangue.

Funções do Fígado:

- Síntese e excreção de lipídios: entram no fígado ácidos graxos que vão ser transformados em
triglicerídeos e vão dar origem ao colesterol, a fosfolipídios ou ainda às lipoproteínas.

- Produção de proteínas:*principalmente albumina

- Produção dos fatores de coagulação: o fígado produz os fatores de coagulação, então se há


uma lesão significativa no fígado o animal pode apresentar hemorragia e edema como lesões
circulatórias e, além disso, anemia (devido a hemorragia)  esteatose hepática, degeneração
hidrópica.

- Síntese e excreção de Bile: na bile há água, íons, fosfolipídeos. A bile é produzida através das
hemácias senescentes, que são degradadas pelo sistema retículo endotelial/fagocitário (baço,
fígado e med. óssea). A hemoglobina presente na hemácia vai ser quebrada na sua porção
heme e na sua porção globina. A porção globina vai ser novamente metabolizada em proteínas
e aminoácidos e a porção heme têm o ferro carreado e o que sobra dele, a biliverdina, vai ser
transportado pela ação oxidativa de uma enzima. Essa bileverdina vai sofrer redução pela
biliverdinaredutase e vai se transformar na bilirrubina. Tudo isso ocorre dentro do macrófago.
Esse macrófago, então, libera a bilirrubina, que se junta com a albumina para irem até o fígado
(bilirrubina não-conjugada). A bilirrubina não-conjugada, ao entrar no fígado, se desprende da
albumina e se junta ao ácido glicurônico, tornando-se uma bilirrubina conjugada. Essa
bilirrubina conjugada pode ser metabolizada a uroglinogênio e excretada pela urina ou pode
ser excretada pela circulação enterohepática e retornar para o ciclo ou excretada em forma de
extercobilina, que dá coloração às fezes. Na sua maioria, ela vai pela circulação enterro-
hepática e volta para o ciclo.

- Detoxificação de substâncias exógenas/metais pesados: tem que haver conjugação e


degradação de hipertoxinas, o que é realizado pelas enzimas, que são oxidases de função
mista (OMFs), também conhecidas como enzimas do sistema p450. Essas enzimas atuam para
fazer biotransformação.

- Hematopoiese: no feto, possui função de hematopoiese. Após o nascimento, essa função


cessa. Em situações de anemia ou doenças crônicas, pode acontecer uma hematopoiese
extramedular, ocorrendo um resgate dessa função no fígado. O baço também faz a
hematopoiese nessas situações. Os megacariócitos ficam evidentes no fígado quando ocorre a
hematopoiese, coisa que não existe quando ele está exercendo sua função normal.

- Função imune: fica à cargo das células de Kupffer, cuja a função principal é fagocitose e
apresentação de antígenos.

AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA E POST MORTEM

É importante saber o que é a alteração post-mortem para não confundi-las com as alterações
ante-mortem. Cor, volume, superfície natural, consistência e superfície de corte são os
aspectos que devem ser avaliados durante a necropsia.

Podemos dizer que o fígado está aumentado quando as suas bordas estão abauladas. A
consistência do fígado normal é hepática. A superfície de corte normal é lisa e brilhante.

Na alteração post-mortem, podem se observar manchas brancas, que podem sugerir autólise,
inflamação ou necrose. Para diferenciar se uma mancha branca é autólise ou inflamação, é
necessário cortar o fígado. Depois de cortado, se a mancha se aprofundar no parênquima,
descarta-se a autólise, pois pode ser necrose ou inflamação.

O livor mortis pode se manifestar (manchas por conta do decúbito do cadáver).

A embebição biliar ocorre pela autólise da vesícula biliar, que derrama seu conteúdo e
impregna a região ao redor.

A pseudomelanose dá uma coloração cinza-esverdeada para o fígado.

O enfisema é uma das alterações mais heterolíticas que cursa com a putrefação.

ALTERAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO

- Cistos congênitos: são estruturas dilatadas. Ocorre devido a não fusão de canalículos biliares
dentro do fígado – dilatação dos canalículos. Doença policística de origem hereditária
autossômica pode doença pode cursar com a insuficiência hepática.
- Atresia biliar: ausência de vesícula. *Há animais que não têm vesícula, como o cavalo, girafa
e o rato.

- Shunts porto-sistêmicos: um desvio portossistêmico é um canla vascular anormal que


permite que o sangue do sistema venoso portal desvie do fígado e drene para a circulação
sistêmica. São derivações que podem ser arterio-portais (comunicação entre ramos da artéria
hepática e da veia porta), resultando da hipertensão portal e de derivações porto-sistêmicas
(comunicações diretas entre as tributárias da veia porta com a circulação sistêmica). Obs: os
shunts podem ser adquiridos também.

*O shunt é um desvio, no qual os vasos não chegam ao fígado, pois são desviados para a
grande circulação. Assim, não ocorre a detoxificação do que deveria ser depurado pelo fígado.
Quando é congênito, pode ocorrer um ou dois. Quando é adquirido, geralmente é múltiplo.

*Foto do slide: cristais de biurato de amônia na bexiga de cão portador de derivações


portossistêmicas congênitas – nesses casos, os níveis de amônia estão elevados no sangue, e
os cristais são eliminados na urina.

PROCESSOS DEGENERATIVOS

- Atrofia hepatocelular: pode acontecer por desnutrição severa e prolongada ou senilidade.

- Degeneração hidrópica ou vacuolar: acúmulo de líquido de água no citoplasma celular. A


hipóxia e a anóxia podem desencadear uma degeneração hidrópica, pois a bomba de sódio e
potássio não trabalha normalmente nessas condições de baixo oxigênio (não tem ATP); entra
sódio e água na célula. Intoxicações, jejum e agressões virais leves também podem causar
degeneração hidrópica.

- Amiloidose: é o depósito de material proteináceo fibrilar que fica entre os sinusóides, se


tratando de uma infiltração (fica entre as células). Isso faz com que as células não consigam
desenvolver suas funções por causa da quantidade de conteúdo que existe no interstício. A
amiloidose pode ser primária ou secundária. A secundária ocorre por causa de processos
tissulares crônicos.

No caso da amiloidose, há a produção de AL (cadeias de imunoglobulina) ou SAA. O fígado


produz normalmente a SAA. Em situações de inflamação, essa proteína acaba sendo produzida
de forma exacerbada e o macrófago não consegue degradar a proteína, então quando ele
tenta fazer a sua degradação, ele a transforma em uma forma insolúvel (uma glicoproteína).
Então, ela se junta com uma proteína chamada P (?), que dá origem ao amiloide.

Fígado aumentado de tamanho.

- Esteatose hepática: é o acúmulo de triglicerídeo dentro de hepatócito. A esteatose no fígado


é importante, pois é o local de síntese de lipídios. Macroscopicamente, é um fígado
aumentado de volume, superfície lisa, padrão lobular evidente, com coloração intensamente e
difusamente amarelada; ao corte, percebe-se faca mucosa e consistência friável.
Microscopicamente, há vacúolos, e o núcleo da célula é deslocado para a periferia, em forma
de anéis de cinete. Situações: gatos obesos (tecido conjuntivo rico em ac. Graxos – jejum – ac
graxo mobilizado pro fígado – esterificação – triglíceridio acumulado no fígado – esteatose –
insuficiência hepática fulminante) – ocorre similar em casos de cetose em bovinos que podem
ter sobrecarga de alimentação, com deslocamento de abomaso, onde também se observa
cetose; casos de vacas leiteiras onde a demanda metabólica é muito grande e pode ter
também a via da cetose ativada; acontece também em ovelhas e vacas principalmente com
partos duplos ou triplos e é mais frequente em ovelhas mais velhas; Hipóxia – animal que tem
anemia pode ter concomitantemente a esteatose, hipóxia favorece esterificação. – ouvir início
da segunda aula.

* Obs: a icterícia é a deposição de bilirrubina na íntima de vasos ou de tecidos ricos em


elastina, como a pele. Não é observada nos tecidos parenquimatosos.

ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS

TELANGECTASIA

Em algumas situações, ocorre dilatação dos capilares sinusoides, que são fenestrados –
alteração mais observada em bovinos, observada em casos de intoxicação por Pimelea spp. Já
foi relatada em cães e gatos por outras causas. Não tem sintomatologia/importância clínica,
mas leva a condenação da víscera por conta do aspecto.

Em gatos, deve-se diferenciar dos tumores vasculares (hemangioma/hemangiossarcoma).

Em cães tem relação com a Bartonella.

CONGESTÃO HEPÁTICA PASSIVA – AGUDA/CRÔNICA

Dificuldade do efluxo de sangue nas veias.

Geralmente ocorre sequenciada no fígado: inicialmente uma congestão aguda e


posteriormente, se o insulto continua como ocorre em caso da ICC, a congestão hepática se
torna congestão passiva crônica.

Causas: falha cardíaca (miocárdica ou valvular); obstrução de grandes veias hepáticas


(tumores, abcessos etc); obstrução da veia cava caudal (tumores, abcessos etc); anafilaxia e
situações de choque.

Macro: fígado vermelho escurecido (congestão aguda), padrão lobular evidente, ao corte flui
sangue.

Resumidamente, qualquer fator que leve a uma redução do efluxo sanguíneo em veias causa
congestão.

Lembrar que o sangue congesto é pobre em oxigênio, então no fígado pode haver
degeneração que pode causar necrose. Portanto, no fígado “noz moscada” observa-se na
microscopia, perto da veio centrolobular áreas de necrose, na região intermediária
degeneração, próximo ao peri-portal hepatócitos mais ou menos perto da normalidade; a área
de necrose vai sendo substituída por tecido conjuntivo fibroso, consistência do fígado tende
a ser mais firme – congestão crônica.

INFARTO

Lembrar do conceito: necrose de coagulação (“fantasma da célula”, possível reconhecer as


células na histopatologia), isquemia.
INFLAMAÇÃO

A inflamação no fígado pode ser de origem primária ou secundária (lembrar que o fígado
recebe sangue de vários lugares, portanto muitas infecções podem chegar até ele)

Vias de entrada: hematógena (mais frequente), direta, ascendente pelo sistema biliar.

Denominação:

- Fìgado: hepatite

- Vesícula biliar: colecistite

- Ducto biliar: colangite

- Ductos biliares intra-hepáticos: colangiolite

Pode ter conjugação, ex: colangio-hepatite.

Curso pode ser agudo ou crônico, o que vai diferenciar é presença de necrose e tempo de
instalação. Microscopicamente, na aguda observa-se necrose hepatocelular e alterações
circulatórias; na crônica pode se caracterizar pela presença de abcessos, granulomas, fibrose.

A inflamação pode ser:

- Focal

Exemplos de agentes que causam: Toxoplasma, Salmonella, corpo estranho na


reticuloperitonite/pericardite, Ascaris suum (vias biliares – suínos);

Via hematogênica: onfaloflebites – animal pode ter por ascendência uma infecção bacteriana
que chega ao fígado, formando abcessos hepáticos – normalmente se isola Staphylococcus,
Streptococcus, A. pyogenes, Fusobacterium necrophorum – causa hepatite necrosante
abscedativa, sequela da onfaloflebite. *lembrar da síndrome da veia cava...

*Tuberculose miliar – microscopicamente tem-se a formação de granulomas, com centro de


necrose caseosa, mineralização, circundada por um halo inflamatório, com macrófagos
epitelioides, células gigantes e conjuntivo ao redor delimitando. Lembrar que tuberculose
pode acometer qualquer órgão. Lembrar que no bovino o agente causador é Mycobacterium
bovis.

*Salmonelose – granulomas paratifoides

*PIF – na forma seca, há a presença de granulomas

- Difusa

Hepatite infecciosa canina (HIC) e Leptospirose.

Quanto à etiologia, as hepatites, podem ter origem viral, fúngica, bacteriana.

HEPATITES VIRAIS

 Hepatite infecciosa canina


Adenovírus canino tipo l

Na maioria das vezes vem sendo menos frequente pelo advento da vacinação.

Até um tempo atrás acreditava-se que era uma doença de filhotes ou cães jovens, mas há
relatos de acometimento em animais idosos.

As infecções podem ser assintomáticas. Quando o vírus persiste ou é um acometimento


fulminante, agudo desenvolve necrose hepática severa, CID e hemorragias disseminadas,
porque o vírus é endoteliotrópico, lesa o endotélio.

Lesão vascular  ativação da cascata de coagulação em vários locais (CID).

O animal pode apresentar trombocitopenia, trombocitopatia, tempo de protrombina


prolongado, atividade aumentada do fator VIII, aumento dos produtos de degradação da
fibrina.

Macro: fígado aumentado de volume, com pontos brancos que se aprofundam ao corte, de
consistência mais friável. Pode haver deposição de fibrina por conta da lesão vascular. Edema
de vesícula biliar. Uveíte (“olho azul”) – acúmulo de imunocomplexos (?). Na necropsia as
alças intestinais ficam com aspecto opaco e meio que enrugadas. Encéfalo pode apresentar
áreas de hemorragia.

Micro: visualização de corpúsculo de inclusão viral intranuclear basofílico (corpúsculo de


Rubarth), necrose periacinar, sinusoides dilatados.

HEPATITES BACTERIANAS

 Abcessos hepáticos

Acontecem no fígado com uma certa frequência, principalmente porque eles tem uma gama
de vias de acesso (veia porta, veias umbilicais, artéria hepática, migrações parasitárias,
extensão direta de inflamação, como na retículo peritonite traumática.

Agentes associados: F. necrophorum, A. pyogenes, Salmonela spp, E. coli, Estreptococcus,


Estafilococcus.

*Síndrome da veia cava: pneumonia metastática. Lembrar: alguns bovinos com sobrecarga de
alimentação de carboidratos passam a apresentar uma ruminite; o pH baixa e possibilita a
proliferação do F. necrophorum, que passa pela parede desvitalizada, vai pro fígado, onde
causa abcessos hepáticos. Se esses abcessos estiverem próximos a veia cava, podem romper
êmbolos para dentro dessa veia, e chegando ao pulmão esses êmbolos sépticos formam uma
pneumonia metastática ou síndrome da veia cava. Onfaloflebites também podem originar essa
síndrome.

 Hepatite granulomatosa: tuberculose hepática. Lembrar da constituição histológica do


granuloma, já citada *podem haver cels. gigantes do tipo Langhans

 Hemoglobinúria bacilar

Conhecida como hepatite necrótica, causada por esporos do Clostridium haemolyticum.


Acomete com maior frequência bovinos e ovinos.

Patogenia: O animal ingere os esporos bacterianos  esporos presentes nas células de Kupffer
(fígado)  produção de toxinas, dentre elas a fosfolipase C  toxinas causam necrose
hepatocelular e hemólise intravascular  animal apresenta icterícia pré-hepática por conta
da hemólise, hemoglobinemia (acúmulo hemoglobina no sangue) e hemoglobinúria
(hemoglobina na urina) – *lembrar que hemoglobina nos rins causa nefrose hemoglobinúrica.

No fígado: focos necróticos com halo hiperêmico. Nessa doença o animal apresenta acúmulo
de líquido e fibrina nas cavidades.

*Foto de nefrose hemoglobinúrica: notar que o rim do bovino está aumentado de tamanho,
nota-se pelo afastamento da lobulação; além disso está escurecido, devido ao acúmulo de
hemoglobina, que leva a nefrose tóxica endógena hemoglobinúrica.

 Hepatite infecciosa necrosante

C. novyi (tipo B)

Essa bactéria produz três potentes toxinas: alfa (toxina letal); beta (toxina necrotizante e
hemolítica) e zeta (toxina hemolítica).

Acomete bovino e ovino e raramente suíno e equino.

Migração parasitária por Fasciola hepatica: para chegar na vesícula biliar, que é seu local de
predileção, a Fasciola migra pelo fígado deixando rastro parasitário, necrótico. Na região de
necrose, a concentração de oxigênio é baixa, o que favorece a proliferação dos esporos
anaeróbicos, inclusive o da bactéria da hemoglobinúria bacilar e da hepatite infecciosa
necrosante.

Macro: focos necróticos com halo hiperêmico. Animal apresenta congestão difusa com
líquido na cavidade. É uma doença de curso mais agudo e o animal entra em putrefação
rapidamente após o óbito, devido aos episódios de febre (lembrar que a condição corporal de
temperatura, a causa mortis entre outras coisas influenciam no tempo de instalação das
alterações pos mortem).

 Leptospirose

Fígado afetado em todas as espécies, qualquer idade, raça ou sexo.

Cursa com hepatite difusa; anemia hemolítica intravascular (principalmente se for Leptospira
do tipo hemolítica por exemplo).

Se observa um insulto isquêmico na região centrolobular. A Leptospira icterohaemorrhagiae


causa hemólise. O que vai causar dano ao fígado, primariamente, não é a Leptospira em si, e
sim a redução no aporte de oxigênio para a região centrolobular devido a lise de hemácias.

Ouvir minuto 50 da segunda aula – explicação sobre a chegada de substâncias e acometimento


isquêmico nas regiões do fígado. Substâncias tóxicas, por exemplo, tem efeito maior na região
periportal, efeito “médio” na região medizonal e efeito mais brando na região centrolubular –
portanto necrose na região periportal, degeneração na região medizonal, região centrolobular
mais íntegra. Já no caso da distribuição de oxigênio é diferente. O sangue que chega, mesmo
com pouco oxigênio, é capaz de distribuí-lo para região periportal, já na região medizonal
chega uma quantidade menor de oxigênio, e pouco sobra para a região centrolobular, que vai
sofrer portanto um insulto isquêmico – região periportal integra, medizonal com degeneração
e necrose na região centrolobular. Isso é importante porque de acordo com o padrão da lesão
observado na histopatologia pode haver uma sugestão da origem do processo.

A Leptospira Grippotyphosa é responsável pela hepatite crônico-ativa, na qual se observa


necrose, infiltrado misto, proliferação de ductos e padrão lobular evidente.

Tipos de leptospiroses canina e evolução clínica:

Hemorrágica (aguda)  hipertermia, prostração, anorexia, depressão, vômitos, hiperestesia


muscular generalizada, taquipneia, hemorragias por todo o organismo, morte precoce.

Ictérica (subaguda) – doença hepática e renal  menos aguda febre, síndrome hemorrágica,
icterícia, sangue nas fezes e na urina, rinite, conjuntivite, tosse.

Urêmica (crônica) – insuficiência hepática e renal  uremia, estomatite ulcerativa, halitose,


insuficiência hepática, nefrite intersticial crônica (inflamação do parênquima renal,
principalmente interstício, com presença de mononucleares e fibrose), enterite hemorrágica,
coma e morte.

Hepatite aguda na macroscopia apresenta padrão lobular evidente. Na microscopia observa-se


uma dissociação de hepatócitos, que ficam maiores.

Causa primariamente icterícia pré hepática devido à hemólise.

Obs: A hemólise causada pela Leptospira leva ao acúmulo de hemoglobina nos rins  nefrose
tóxica endógena hemoglobinúrica. Além disso causa também no rim nefrite intersticial.

 Outras infecções bacterianas:

Yersinia tularensis

Yersinia pseudotuberculosis

Pasteurella Haemolytica

Salmonella spp – granuloma paratifoide

Actinomyces pyogenes

Actinobacillus equalli

Nocardia asteroides – na abertura do animal observa tipo uma “sopa de tomate”, com alguns
pontos meio branco-amarelados de enxofre.

HEPATITES PARASITÁRIAS

Tipo de reação observada é uma reação eosinofílica.


Pode-se observar a formação de tuneis ou galerias pela migração larval; formação de abcessos
ou piogranulomas pela tentativa de encapsular, sequestrar as larvas. Além disso, pode haver
também calcificação.

Exemplos de parasitos:

Cisticercus tenuicollis – cisticercose (ruminantes e suínos são HI e cão é HD).

Acaris suum – suíno

Stephanurus dentatus – suíno

Strongylus spp. – equino

Equinococcus granulosus (hidatidose) – bovinos, caprinos e suínos (HI)

Fasciola hepática e F. magna – bovinos e ovinos

Dicrocelium dendriticum – carneiro

Toxoplasma gondii – todas as espécies, porém mais frequente no gato

Capilaria hepática – cão

Platynosomum fastosum – gato (vesícula biliar)

Eimeria stidae – coelho

*Leishmaniose – tem imagem no slide de macrófago repleto de Leishmania. Leishmaniose


causa hepatite, hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenomegalia.

- Cestódeos

Formas encistadas de parasita – Taenia

Taenia dydatigena (cães) - Cysticercus tenuicollis

Echinococcus granulosus - cisto hidático

Stilesia hepática, S. globipunctata, Thysanoma actinoides (todos parasitas do trato biliar).

- Nematódeos

Migração parasitária, como por exemplo do Ascaris suun, deixa rastro necrótico, que incita a
inflamação  cicatriz fibrosa – algumas tem formato em estrela (fígado com manchas
brancas). Stephanurus dentatus, Strongylus e Capilaria também causam.

Na Capilaria o fígado tende a ficar mais consistente.

- Trematódeos

Fasciola hepática:

Parasito na vesícula  põe ovos (bile)  intestino  fezes  larvas (caramujo) –


transformação para cercárias  metacercárias (pasto)  ruminante  duodeno  migra pela
cavidade peritoneal  fígado  parênquima hepático, causando necrose e fibrose  ductos
biliares (causa fibrose)  vesícula.

Além da hepatite causa uma colangite (hepatoconlangite).


Causa bastante dor e desconforto ao animal. Metabolização de substâncias comprometidas
devido ao grave acometimento do fígado a partir da migração parasitária. A vesícula biliar
repleta de Fasciola, a bile que seria excretada com diversas substâncias fica retida (colestase).

Outros trematódeos: Dicrocoelium dendriticum, Eurytrema pancreaticum (ruminantes),


Pseomphistomum truncatum (cães e gatos), Platynosomum fastosum.

REAÇÕES DO FÍGADO

Depende da agressão. Geralmente quando se tem uma lesão aguda se observa degeneração,
seja ela hidrópica ou gordurosa; colestase (parada do fluxo da bile) – bile retida nos
canalículos acaba incitando resposta inflamatória; necrose. Se for uma lesão crônica, observa-
se fibrose, hiperplasia biliar (proliferação dos ductos do espaço periportal); regeneração;
fígado terminal; neoplasias (lesões crônicas podem culminar em neoplasias, ex: ingestão de
aflatoxinas)

Imagem no slide: esteatose crônica difusa. Observar fibrose, áreas deprimidas, superfície
irregular. Bordas cortantes, atrofia do parênquima. Nesse estágio de lesão crônica observa-se
inflamação, proliferação de tecido conjuntivo fibroso, necrose, deg. gordurosa, diferente da
aguda na qual só se observa a degeneração gordurosa, alterações circulatórias e talvez um
pouco de necrose.

LESÃO HEPÁTICA TÓXICA

O fígado é um local comum de agressão tóxica, principalmente devido ao seu suprimento


sanguíneo, visto que ele tem circulação dupla: chega sangue rico em nutrientes oriundos do
intestino e estômago (veia porta) e chega também sangue rico em oxigênio (artéria hepática).

As substâncias que chegam são metabolizados pelo sistema enzimático a partir da


bioativação/biotransformação. O hepatócito da zona 3 é quem é mais afetado, porque tem
baixa de oxigênio, está localizado longe da fonte, pelos altos níveis de enzimas do sistema
P450 e baixa concentração de glutationa peroxidase.

HEPATOTOXINAS

Mecanismos de ação:

- Intrínseca: conhecimento sobre a potencial lesão hepática, sobre a resposta à substância


tóxica, sobre a dose; é previsível, possível de reproduzir em experimento; mecanismo
conhecido; conhecimento da ação direta ou indireta – ex: aflatoxina

- Idiossincrática: resposta individual, que não se sabe porque acontece. Depende da


susceptibilidade do indivíduo; ex: as vezes você submete o animal a uma cirurgia, estando tudo
bem nos exames pré cirúrgicos, com teto cirúrgico adequado, mas ainda assim o animal pode
ter algum fator de origem idiossincrática que não tolera a medicação e o animal pode evoluir
para o óbito. Pequeno percentual de indivíduos.

Curso e tipo de lesão:

- Aguda: animal pode apresentar apatia, anorexia, cólica, distúrbios neurológicos. Na


macroscopia observa-se fígado aumentado de volume com padrão lobular evidente,
caracterizado por áreas pálidas entremeadas por áreas avermelhadas. Animal pode
apresentar ascite leve, algumas hemorragias no duodeno, principalmente em ruminantes.

- Crônica: icterícia, fotossensibilização e encefalopatia hepática. Resultam da detoxificação e


excreção inadequadas e esses padrões de hepatite e necrose vão ser variados.

A hepatotoxina pode ter caráter citotóxico, colestática ou mista, ou seja, ela vai influenciar
nos hepatócitos, nos ductos ou em ambos.

- Micotoxinas:

Aflatoxinas: Aspergilus flavus (aftx. B1, B2, G1 e G2) – fígado pálido, firme, áreas de esteatose
e necrose, hiperplasia biliar e fibrose (resposta crônica).

Esporidesmina: Eczema facial – Pithomyces chartarum – presente em azevem/forragens –


causa colangio-hepatite (colestase). A esporidesmina causa a colestase e junto a ela todas as
reações consequentes.

Fomopsina: atrofia e fibrose.

- Metais

-Tetracloreto de carbono: quando é metabolizado gera um tricloreto de carbono – radical livre

- Drogas medicamentosas

Primidona /fenobarbital

Acetaminofen

Obs: existem substâncias potencialmente hepatotóxicas, como alguns medicamentos, que vão
causar lesão a depender da dose prescrita ou da resposta do animal (pode ocorrer resposta
idiossintática). (ver tabela do slide)

- Elementos

Fósforo branco (presente em rodenticida) – causa esteatose/necrose

Cobre: está presente na metabolização de algumas enzimas; ele precisa existir, mas não pode
estar em quantidade aumentada porque causa hemólise e necrose. Situações relacionadas a
dieta ou a deficiência de molibdênio ou fatores hereditário que podem resultar em
colestase, junto com essa colestase vai ocorrer a retenção de cobre.

Questão: A Fasciola hepática, ocupando espaço na vesícula, impede o fluxo, causa colestase.
Tudo que precisaria ser liberado junto com a bile fica retido, inclusive o cobre, que vai causar
hemólise e necrose no parênquima hepático.

COBRE

O cobre é um microelemento essencial para muitos processos biológicos; é distribuído por


todos o organismo – em torno de 90% do cobre está ligado a uma proteína, que é a
ceruplasmina – é ligado a essa proteína que ele transita no corpo. Quando o cobre está em
excesso dentro do hepatócito ele precisa se ligar a metalotioneína para ser excretado do
hepatócito. O cobre funciona como um cofator para diversas enzimas; influencia a expressão
de alguns genes; está ligado a formação da hemoglobina (tem forte relação com o ferro); atua
na maturação das hemácias; atua na formação do tecido conjuntivo, ósseo, sistema imune;
importante para a integridade do sistema nervoso e musculatura. Sua necessidade varia de
acordo com a espécie; a espécie mais susceptível a um aumento de cobre é a espécie ovina -
tem diferenças ainda entre ovinos de corte e de lã, porque o ovino de corte é menos
suscetível, já o ovino de lã usa o cobre na formação do folículo piloso, então tem mais
susceptibilidade.

Algumas raças de cães (ver no slide) podem apresentar uma hepatite crônica por conta do
excesso de cobre.

O cobre é excretado basicamente pela via biliar. Se ocorre alguma alteração que leva a
colestase, o cobre, mesmo que não esteja em concentração aumentada, vai ter sua excreção
prejudicada, podendo haver intoxicação.

Pode causar:

- Hepatotoxicose aguda: quando acontece por ingestão incidental de uma grande quantidade
de cobre. Animal pode apresentar transtornos gastrointestinais graves, por conta da
característica cáustica do cobre.

- Hepatotoxicose crônica:

Primária: devido a ingestão de cama de frango, ração para outra espécie, pastagens
contaminadas, água de pedilúvio.

Fitógena: aumento da disponibilidade do cobre na pastagem devido à alta relação


cobre/molibdênio (pouca quantidade de molibdênio disponibiliza o cobre).

Hepatógena: lesão hepática que não permite a excreção do mineral. Lembrar da questão da
Fasciola.

Algumas lesões: depressão, fezes líquidas e escuras, icterícia, anorexia, sede, isolamento do
rebanho.

Macro: fígado de cor amarelada por conta da colestase, rins escurecidos, cav. abdominal com
líquido, fígado congesto, úlceras (devido a propriedade cáustica).

A patogenia desse tipo de alteração inclui três fases (crônica): pré-hemolítica, na qual não se
observa sinais clínicos ou esses sinais aparecem dias antes da segunda fase (1 mês a 2 anos);
fase hemolítica, na qual o excesso de cobre dentro do hepatócito vai levar a necrose, esse
excesso de cobre também leva a hemoglobinemia (minuto 20:50 da terceira aula), porque o
cobre tem relação com o ferro, ele oxida o ferro e portanto indisponibiliza que carregue o
oxigênio; forma-se também corpúsculos de Heinz (devido a oxidação do ferro) e icterícia. A
fase pós-hemolítica: se o animal sobrevive à fase hemolítica, tem recuperação lenta.

 Senecio: apresenta alcaloides pirrolizidínicos (fitotoxinas) – outras plantas como


Heliotrópio, Crotalaria
A susceptibilidade a intoxicação é variável, maior em bovinos e equinos. Animal
apresenta tenesmo, prolapso de reto, emagrecimento, distúrbios nervosos
(principalmente em equinos), diarreia.
Superfície capsular do fígado fica lisa e acinzetado, fígado bastante firme (fibrose
sobre áreas de telangectasia), com áreas renegerações, hiperplasia biliar.
Animal tem encefalopatia, edema, fotodermatite, icterícia, ascite.
NECROSE

Padrões de necrose hepatocelular:

- Focal

- Centrolobular: qualquer lesão que resulte em isquemia. Lembrar que a região centrolobular
está distante do fluxo de sangue que chega ao fígado. Causas: ICC e agentes hepatotóxicos
(aflatoxinas e Lantana câmara).

- Zonal: causada principalmente por glicocorticoides.

- Maciça – a nível de lóbulo: envenenamento crônico pelo cobre (fase hemolítica); diminuição
da vitamina E e Se (importantes para combater radicais livres, que levam a lise da membrana
celular).

*HEPATOSE DIETÉTICA: ocorre em suínos jovens que têm deficiência de vitamina E e Se,
resultando em necrose hemorrágica centrolobular/ massiva. As áreas necróticas
macroscopicamente ficam vermelho-escurecidas e friáveis. As áreas de necrose depois de um
tempo sofrem reparação por fibrose.

REAÇÕES DO FÍGADO A AGRESSÃO

- Regeneração: fígado possui grande capacidade de regeneração; se tiramos ¾ do fígado,


mesmo assim ele consegue se regenerar. Contudo, em alguns casos, a regeneração
preservando a morfologia não é possível.

Os lóbulos sofrem lesão  essa lesão pode não ser suficiente para persistir e ocorre
regeneração rápida; quando a lesão é tóxica e aguda, se repetida vai ocorrer uma lesão
crônica. Inicialmente, as células já começam a perder um pouco do contorno, a fibrose começa
a acontecer e, a partir da agressão repetida, ocorre fibrose progressiva. Nesses casos, há uma
resposta do tecido, mas essa resposta é uma regeneração desorganizada, porque o arcabouço
de reticulina, que dá sustentação aos hepatócitos sofreu lesão, então a regeneração ocorre de
forma nodular e não tem um alinhamento perfeito com os vasos nem com a excreção da
bile. Portanto, esse tipo de regeneração nodular vai trazer algumas consequências para o
funcionamento do fígado.

- Derivações porto-sistêmicas adquiridas (shunts): é uma outra forma do fígado responder a


agressões; pode ocorrer a formação de shunts múltiplos, único, duplo, calibroso ou não.

- Hiperplasia de ductos: observa-se na microscopia. (tem foto no slide)

FIBROSE E CIRROSE

A cirrose é um evento crônico caracterizado pela presença de fibrose, degeneração, nódulos


de regeneração, hiperplasia biliar. Muitos patologistas utilizam “fígado terminal” como
sinônimo de cirrose – associado a insuficiência hepática, aguda ou crônica. Um animal pode
apresentar cirrose e ainda não ter uma insuficiência instalada. Pode haver apenas um manejo
terapêutico de um animal com cirrose.

Há o desenvolvimento da fibrose, que pode ser biliar, pós-necrótica, hepática difusa,


centrolobular.

Causas: lesão tóxica crônica, inflamações crônicas do fígado, hipóxia prolongada, obstrução
biliar, congestão passiva crônica, cicatrização após necrose, metabolismo anormal de metais.
Necessita de uma lesão persistente o suficiente para causar o desenvolvimento da cirrose com
evolução para fígado terminal.

Normalmente no fígado há colágeno intersticial tipo l e ll. Na fibrose, o colágeno estará


presente em todas as porções dos lóbulos e será um colágeno tipo lll; a presença do colágeno
nessas regiões causará a obstrução do fluxo sanguíneo, impedindo a troca e difusão entre
hepatócitos de sangue, por conta da perda de fenestração das células do endotélio
sinusoidal – o hepatócito morre, e a produção da bile é prejudicada.

A síntese do colágeno na fibrose é feita pelas células de ITO (espaço de Disse), que em seu
funcionamento normal tem como principal função é o armazenamento de vitamina A; essas
células perdem essa função normal e passam a sintetizar colágeno. Ocorre distorção da matriz
extracelular, secreção de citocinas pelas células endoteliais, Kupffer, hepatócitos e linfócitos .
*As células de Kupffer liberam citocinas que produzem mais fibrose.

Após leve, grave e contínua lesão o colágeno não é degradado e se tem uma fibrose.

Características macroscópicas:

Fígado diminuído de volume, de consistência firme, superfície irregular, com nódulos de


regeneração de variados tamanhos que se aprofundam ao corte.

Consequências:

Manifestação clínica da insuficiência hepática, seja ela aguda (perda abrupta da função) ou
crônica (perda gradual da função).

Obs: em um fígado cirrótico, a pressão intravascular está aumentada, ocorre extravasamento


de líquido para a cavidade abdominal – ascite. Portanto, no fígado insuficiente, produzindo
pouca albumina e consequentemente levando a hipoalbuminemia, diminuição da pressão
oncótica nos vasos e edema, outra causa do edema é também por conta da fibrose, que
pressiona os vasos. Além disso, a fibrose prejudica também o fluxo biliar, ocorrendo a
colestase. Outra coisa: como há aumento da pressão nas veias, além de extravasar, induz a
busca por rotas alternativas, gerando os shunts – desvio de substâncias tóxicas, podendo
levar a encefalopatia hepática.

ALTERAÇÕES PROLIFERATIVAS:

- Hiperplasia nodular: pode ser única ou multifocal – diferenciar do adenoma hepático


(neoplasia benigna; massa esférica, marrom-amarelada de crescimento expansivo) – observar
a questão da compressão, que via de regra não ocorre na hiperplasia.

- Carcinoma hepatocelular – é uma neoplasia maligna de hepatócitos. Quando é bem


diferenciado, parece bastante com um adenoma. Apresentação geralmente massiva, com
padrão nodular sólido. Histo: perda da orientação, hepatócitos grandes, pleomórficos, áreas
de necrose.

- Hiperplasia conlangiocelular (ductos)

- Colangiocarcinoma – neoplasia maligna de ductos. Aspecto umbilicado; via de regra o fígado


com essa neoplasia tem uma alteração de cor por conta da colestase. Microscopicamente vê-
se a proliferação de ductos; possível diferenciar de hiperplasia de ductos.

- Metástases são frequentes no fígado.

TUMORES

- Hemangiomas

- Hemangiossarcomas

- Linfomas – no fígado geralmente não é nodular, e sim infiltrativo no parênquima; fígado


pode se apresentar mais friável por conta da infiltração dos linfócitos.

Metastáticos:

- Melanomas

- Carcinomas pancreáticos

- Carcinomas mamários

- outros

OBS: o fígado pode sofrer rupturas, como por exemplo em casos de trauma (acidentes,
fraturas de costelas) – se preocupar não somente com ruptura de baço em acidentes, mas
também do fígado; leva ao hemoperitônio  pode levar a hipovolemia. A ruptura pode
ocorrer também a partir de um fígado muito congesto, em situações de anestesia, em
situações de insuficiência cardíaca crônica; em animais com Leptospirose; algumas neoplasias
a exemplo do linfoma; em casos de esteatose difusa, intensa também pode levar a rachaduras
no parênquima, que predispõe a hemorragias – a esteatose pode também levar a formação de
cistos gordurosos, que podem romper e consequentemente levar a ruptura do parêquima;
amiloidose intensa e difusa pode gerar compressão, atrofia do parênquima e também ruptura.

0BS2: o deslocamento do fígado pode ocorrer caudal ao diafragma, em situações de efusões


pleurais; o fígado desloca cranialmente em casos de hérnia diafragmática, que pode ser
congênita ou traumática.

VESÍCULA BILIAR

É um órgão muscular e armazena a bile; tem uma adventícia, uma muscular bem desenvolvida,
tem submucosa e mucosa constituída por epitélio cúbico simples com núcleos apicais, inclusive
com célula colunar ciliar.
A inflamação da vesícula biliar pode ser ascendente ou pode também ser uma evolução de
uma inflamação do parênquima hepático – lembrar que os ductos podem ser intra-hepáticos,
extra-hepáticos e vesícula. A inflamação da vesícula biliar se chama colecistite.

Obstrução biliar – pode ocorrer em um animal que não está se alimentando e portanto não
tem o start para liberar a bile pelo colédoco – bile se concentra na vesícula formando colélitos,
que podem obstruir; se obstrui, deixa de excretar substâncias, a exemplo do cobre.
COLETITÍASE: assintomática; quando apresenta sintomatologia é porque já está obstruindo.
Colélitos são compostos de colesterol, sais e ácidos biliares, pigmentos, cálcio e matriz
proteica; originam-se de colecistites crônicas, a exemplo da fasciolose e ascaridíase; causam
obstrução e icterícia do tipo pós hepática.

O fígado produzindo a bile normalmente, porém havendo uma obstrução do fluxo por
preenchimento da vesícula com colélitos, esse fluxo para e começa a haver retorno; quando
esse fluxo volta, causa uma inflamação no parênquima hepático. Portanto, a colestase de
refluxo tem consequências para o parênquima hepático.

A obstrução biliar causa distensão da vesícula e icterícia. Pode ser causada por massas de
detritos celulares, por parasitos, por estenose cicatricial dos ductos, por compressão de
tumores do pâncreas e duodeno e tumores e abcessos do hilo e linfonodos portais . Pode
ocorrer a ruptura dessa vesícula, levando ao vazamento de bile para a cavidade peritoneal
com consequente peritonite química aguda.

[foto] Colélitos na vesícula biliar de suíno – a Salmonella causa a formação de um molde


fibrinoso.

[foto] Critais de biurato de amônia na bexiga de cão portador de derivações portossistêmicas –


nesse casos, os níveis de amônia estão elevados no sangue, e os cristais são eliminados na
urina. *no shunt deve-se pensar em alteração renal, hepática, encefalopatia.

*colangite/colangiohepatite dos felinos – interação com pâncreas e intestino; síndrome muito


importante no gato.

*uma alteração observada em alguns animais, principalmente gatos é a vesícula


bilobada/trilobada, que não tem tanta importância clínica, desde que não curse com
obstrução.

*lembrar que o edema de vesícula é comum na HIC.

Alterações proliferativas: lesão poliposa, adenoma de vesícula biliar, cistadenoma biliar cístico
– diferenciar de colangiocarcinoma.

INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

Perda da função hepática normal por lesão severa aguda ou crônica (o que diferencia é o
tempo de instalação e fibrose). Na aguda, como é uma perda abrupta de função, não dá tempo
de observar alteração em outros sistemas na mesma velocidade, mas se é crônica, o tempo de
instalação da perda das funções é gradual, suficiente para causar alterações em outros
sistemas.

Para entender a insuficiência, o ideal é relembrar as funções do fígado e assim fazer as


associações. Por exemplo, o fígado é responsável pela metabolização da bilirrubina, quando
ele está insuficiente então pode haver colestase, icterícia; metabolização das gorduras 
fígado insuficiente pode ter também a esteatose, e se essa esteatose for difusa, quais
consequências eu vou observar? Se ocorrer uma hemólise muito violenta, o fígado não dá
conta da metabolização  icterícia.

Consequências da insuficiência hepática:

- Distúrbios do fluxo biliar, então o animal vai apresentar icterícia e colestase

- Manifestações neurológicas – encefalopatia hepática.

CONSEQUÊNCIAS DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA

 Icterícia
 Colestase

Pode ser extra-hepática pela obstrução do fluxo biliar, ou intra-hepática por


disfunção dos hepatócitos. Na extra-hepática a obstrução é mecânica, já na intra-hepática se
deve por uma disfunção dos hepatócitos, principalmente das enzimas que estão responsáveis
pela metabolização da bile.

Quando na macroscopia não tem nada que te indique uma obstrução mecânica, nem
de grandes ductos, nem de vesícula, na histologia consegue observar que a obstrução é do
hepatócito.

 Fotossensibilização

Outra consequência da insuficiência é a fotossensibilização.

- Primária = ingestão de substâncias fotodinâmicas, então o animal vai comer, e ela vai ser
ativada pelo sol (não entendi direito essa parte – 05:38).

- Endógena = deficiência enzimática

- Hepatogênica (é a que mais interessa) = a lesão hepática resulta no acúmulo da filoeritrina.

A ingestão do tóxico leva à lesão que resulta no acúmulo do pigmento biliar e icterícia.
Também pode acontecer do animal comer na pastagem que tem muita clorofila, essa clorofila
sofre transformação microbiana no TGI virando a filoeritrina, que é um fator fotodinâmico,
esse agente cai na circulação, vai para a pele e causa inflamação. O acumulo a filoeritrina na
pele que vai causar fotossensibilização. A Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola,
Brachiaria brizantha e Brachiaria rhuzisiensis podem causar.

A região da fotossensibilização fica exposta à infecções bacterianas secundárias.

 Hemorragia

 Encefalopatia Hepática

É outra consequência. É uma anormalidade neurológica que varia desde a letargia a


inconsciência, ocorre na presença de disfunção hepática aguda (IHA) ou crônica (IHC).
Diferente do que foi visto em renal, na insuficiência hepática não tem aquela coisa de se é
uremia é crônica. Na hepática você pode ter um animal com insuficiência hepática fulminante
e ele apresentar um pouco de icterícia, porque a causa é por exemplo uma leptospirose, não é
porque o fígado não conseguiu (?) mas porque a causa influenciou na instalação da icterícia.
Uma coisa que tem reparado é a ascite que demora um pouco para desenvolver. Um animal
com IHA não apresenta ascite, na crônica sim, a icterícia pode estar acompanhada. A
hemorragia depende do (não entendi – 08:55) que ele tem de fator de coagulação e o quão
fulminante é essa lesão.

A grande vilã da encefalopatia hepática é a concentração acentuada de amônia. Essa


amônia está presente no sangue, no líquido cefalorraquidiano e vai para o encéfalo, quando
ela vai para o encéfalo causa sintomatologia nervosa. Ela provém de AG de cadeia curta, da
não metabolização dos mercaptanos e do GABA.

Esquema do slide: No normal tem o intestino e nele algumas proteínas são metabolizadas, a
amônia no fígado se transforma em ureia, vai para o rim e vai embora. Quando se tem
encefalopatia hepática as proteínas são metabolizadas em amônia, só que o fígado não está
conseguindo fazer a metabolização de ureia e essa amônia toma tudo. No sistema nervoso
ocorre uma degeneração (??), um edema (??) que forma essas microcavitações. É diferente a
apresentação nos ovinos, bovinos, cães e gatos acontece nessas espécies a degeneração. No
equino e no homem observa a presença de astrócitos modificados (não tenho certeza)
similares à doença de Alzheimer.

Na presença de shunts (desvios porto-sistêmicos) vai observar apenas a encefalopatia


hepática? Depende. O que está causando a encefalopatia? Uma é a presença de shunts, outra
é uma insuficiência hepática. Mas se disser, por exemplo, que o animal tem uma necrosa
hepática difusa esse animal pode ter encefalopatia. No caso dos shunts o animal pode
apresentar no rim os cálculos, encefalopatia hepática, e ele pode ter aquele outro quadro pela
não metabolização de substâncias que não só a amônia como mercaptanos também.

1 – São consideradas neoplasias primárias do fígado:

Adenoma – sim / Carcinoma – sim / Colangiocarcinoma – sim / Fibrossarcoma é uma neoplasia


maligna do conjuntivo, fígado tem conjuntivo, então pode ser primário. / Leiomiossarcoma –
sim, no fígado tem artéria e na artéria tem músculo. / Hemangiossarcoma – sim

2 – A hepatose dietética dos suínos acomete suínos jovens com deficiência de vitamina E e
Se, o fígado apresenta necrose massiva e hemorragia, correto? Verdadeiro.

3- As alterações post mortem que podem ser observadas no fígado incluem:

A)manchas brancas

b)embebição biliar

C) pseudomelanose

d)enfisema.
4 – Trematódeos adultos como a Fasciola, Notoedris e (?) causam colangite e
colangiohepatite – tem que saber se são trematódeos e se causam colangite e
colangiohepatite.

5 – Atresia biliar pode levar à um quadro de icterícia, raquitismo e falha na absorção de


enzimas? Raquitismo você tem falha na mineralização dos ossos, a bile não tem relação direta
com os minerais. É falsa.

6 – Nos casos de Leishmaniose observa-se predominantemente uma hepatite histiocítica


portal. Histiócito é macrófago, a Leishmania parasita macrófago, então tem grande chance de
ser verdade. Ela é portal e periportal.

7 –A hepatite crônica ativa pode ser observada em animais infectados por Leptospira e
Adenovirus. É observado em Leptospira mas não é observada em Adenovírus, agente da
hepatite infecciosa canina.

8 – As vias pelas quais as bactérias podem chegar ao fígado e induzir a formação de


abscessos incluem: veia porta, umbilical (não tenho certeza), artéria hepática, processos
inflamatórios.

9- Animais intoxicados por senécio apresentam fígado aumentado de volume com superfície
(não entendi) e cinzenta e consistência friável (acho que ela falou isso). O fígado fica duro,
firme.

10 – Fotossensibilização primária pode ser causada pela ingestão de Brachiaria decumbens e


(não entendi)

11 – Quais alterações você esperaria observar nos rins e no fígado de um animal portador de
insuficiência cardíaca congestiva? Fígado cardíaco, vai estar congesto. Um animal com ICC não
vai estar com a circulação normal, o sangue não vai estar com a oxigenação desejada, então
independentemente do órgão ele pode apresentar degeneração, necrose, se tem necrose vai
reparar por fibrose, se, a depender da situação tem necrose e fibrose, pode ter nódulos
regenerativos, é o fígado noz moscada, fígado cardíaco. Se tem necrose, isso pode incitar um
processo inflamatório, então esse animal pode desenvolver uma hepatite por conta da
necrose. Quanto aos tipos de processos degenerativos a gente pode observar degeneração
hidrópica, esteatose.

OBS: diabetes pode causar esteatose, e o mecanismo é pela mobilização excessiva de gordura.
A glicose não está sendo utilizada então ocorre a lipólise, então tem AGs no fígado. A glicose
no sangue de um animal com diabetes vai estar alta, e o rim filtra o sangue. Quando a glicose
passa a célula tubular tenta reabsorver, mas como está em excesso ocorre o acúmulo, o nome
disso é gotas hialinas. Gotas hialinas é uma denominação dada para o acumulo de proteína no
rim, só que em determinadas situações como a diabetes pode ter o acumulo de glicose, esse
acúmulo dentro dessas células tubulares da origem à degeneração glicogênica, mas essa tem
que ser diferenciada de um outro tipo de degeneração, que é a hidrópica. Para fazer isso a
gente lança a mão de colorações especiais, e aí você observa se cora em PAS que aí é
glicogênio, se não corar é hidrópica. A grande dificuldade é que o glicogênio puxa agua, mas se
corou é glicogênio.
Na ICC vai ter no rim nefrose isquêmica que se deve à redução do fluxo sanguíneo e do aporte
do oxigênio para o rim.

A principal causa de insuficiência renal aguda em cães e gatos

Um animal com piometrite espera observar qual lesão renal? Na piometra tem um estímulo
antigênico e forma complexo antígeno anticorpo que circula pelo corpo e para na membrana
glomerular e incita uma resposta inflamatória e fixação de complemento, e a membrana que
tinha buraquinhos pequenos fica com buracos grandes. Então eu espero que pela fixação do
antígeno-anticorpo num animal que tem piometra que o animal tenha uma glomerulonefrite
imunomediada. Macroscopicamente vê que o animal tem glomerulonefrite pelos pontinhos
avermelhados (exceto no equino, que é normal)

OBS: quando tem um fígado com cirrose aumenta a pressão hidrostática, então há
extravasamento e acúmulo na cavidade abdominal (ascite), a volemia desse animal vai estar
baixa, então o rim ativa o sistema renina-angiotensina-aldesterona, aí segura o Na pra junto
com ele vir água, ativa na adrenal a aldosterona para tentar elevar a pressão. Consegue elevar
momentaneamente porque está tudo ativado para tentar elevar a pressão, e quando você
consegue elevar vai passar pelo fígado, e aí extravasa, alimenta o edema e novamente a
volemia abaixa, ativa de novo o sistema renina-angiotensina-aldosterona e fica um ciclo que se
torna vicioso e maléfico. Então o edema que se observa no animal com insuficiência hepática
tem a hipoproteinemia e tem o aumento da pressão hidrostática e ativação continuada do
sistema renina-angiotensina-aldosterona.

12- O que a Fasciola hepática vai causar no rim e no fígado? No rim ela vai causar nefrose
colêmica por conta da bilirrubina. Ela fica na vesícula biliar obstruindo, ta causando
inflamação, colestase, o animal vai ter icterícia e nefrose colêmica.

13 – Deu entrada na clínica do hospmev um cão da raça spitz alemão de 5 anos de idade,
apresentando desidratação, oligúria e dificuldade respiratória. Segundo o relato do
proprietário o animal apresentava vômito e diarreia há dois dias. A bioquímica revelou
aumento significativo de ureia e creatinina. Apesar de todo o esforço da equipe médica o
animal evoluiu para o óbito. O clinico encaminhou o cadáver para o setor de patologia para a
realização da necropsia, assinalando na ficha (não entendi). Diagnóstico do caso: animal
portador de nefrite intersticial aguda resultando em insuficiência renal aguda sendo possível
observar um caso clássico de uremia pré renal. Você concorda com o clínico? Justifique. Esse
animal tem desidratação, oligúria, dificuldade respiratória e apresentou vômito e diarreia.
Vômito e desidratação a volemia está baixa. O aumento de ureia e creatinina, sistema renal.
Além disso o animal tem oligúria. O clinico colocou nefrite instersticial. O que é nefrite?
Processo inflamatório, no caso não tem nada que indique processo inflamatório, mas existem
dicas de um processo agudo. Se não é inflamatório, é neoplásico? Circulatório? Degenerativo?
É uma nefrite? Se não é, tem que dar o diagnóstico. O animal vomitou, esta desidratado e a
volemia está baixa, a volemia baixa causa no rim nefrose isquêmica. O animal é portador de
nefrose isquêmica resultando em insuficiência renal aguda, porque não foi observado
alterações multissistêmicas, que justificariam uremia (IRC) e o tempo de acometimento foi
pequeno. Uma das principais causas de insuficiência renal aguda em cães e gatos é a necrose
ou nefrose tubular aguda e a glomerulonefrite. Não é quadro clássico de uremia, e sim de
azotemia pré-renal. O único órgão que você vai observar qualquer tipo de alteração é o
pulmão, porque as 3 principais causas de óbito se referem à acidose metabólica,
cardiotoxicidade pelo potássio e insuficiência respiratória aguda pelo edema profuso.
Com base no histórico, quais as possibilidades de causa mortis? No caso de uma insuficiência
renal de qualquer natureza aguda: cardiotoxicidade do potássio, acidose metabólica e edema
pulmonar. Se fosse na patologia 1 nesse caso, ia dizer que o animal morreu de choque
hipovolêmico ou insuficiência respiratória.

OBS: quando se tem uma IRA, se tem uma alteração de metabolismo (não entendi), então
além da elevação de ureia e creatinina você tem alteração de metabolitos que aumentam a
permeabilidade vascular, que levam à alcalose e o edema pulmonar acontece.

Ainda com base no histórico, durante a necropsia, quais características macroscópicas você
esperaria observar nos rins desse animal? Superfície lisa brilhante, estrias brancacentas na
região cortical que caracterizam a nefrose.

Qual a patogenia da oligúria? Isquêmica tem a destruição da membrana, debris celulares


dentro do túbulo e eles dificultam a passagem do filtrado, da urina. Além disso, o rim está com
menor aporte de sangue, consequentemente vai ter uma reabsorção maior e uma menor
concentração de formação de urina.

14 – Foi realizada a necropsia de um cão com 18 messes, Basset, com suspeita de infecção
por Adenovirus tipo 1, cite as alterações que você esperaria observar no sistema hepato-
biliar e renal. Hepatite, edema de vesícula. O vírus causa uma reação transitória, uma
glomerulite e se é persistente essa glomerulite pode evoluir para uma glomerulonefrite
imunomediada, causa hemorragia porque é um vírus endotelial, por isso que é uma hepatite
fibrinohemorrágica.

15 – Cite 2 alterações observadas em um animal com insuficiência renal crônica e comente


sobre a sua patogenia. Estomatite e Gastrite ulcerativa, porque a amônia vai causar lesão
vascular que é a degeneração. Para causar a ulceração tem a degeneração fibrinoide, tem a
deposição de material necrótico nessas áreas de ulceração, tem hálito amoniacal. A mandíbula
de borracha acontece porque o animal com IRC vai ter a relação de Ca e P vai estar alterada,
retendo mais P e eliminando mais Ca, o PTH vai atuar porem o rim vai continuar eliminando Ca
porque está insuficiente, sendo assim vai tentar aumentar a absorção intestinal do Ca,
vitamina D. A mandíbula de borracha ocorre porque o turnover é mais rápido, a renovação,
então é uma das primeiras estruturas a sofrer osteodistrofia fibrosa. Na paratireoide acontece
hipertrofia e hiperplasia, esse processo se chama de hiperparatireoidismo secundário renal.
Como acontece a anemia? A eritropoietina é produzida pelo rim, se ele está insuficiente não
consegue produzi-la e regular a hematopoiese. Animal com IRC apresenta hemorragia, além
disso o tempo de vida da hemácia está prejudicado porque ela está sofrendo com metabolitos
tóxicos.

Doença da segunda feira – ex. de mula que andou sem parar o dia todo e o animal depois
começa a urinar sangue e em posição de cavalete, o ácido lático provocou ruptura. A alteração
observada no rim é nefrose toxica endógena, ou nefrose mioglobinurica. É uma insuficiência
renal aguda e tem azotemia.
16 – Deu entrada no setor de patologia do hospmev um cão da raça dálmata com histórico
clinico de anúria, associada à vômitos, evoluindo para óbito. Posteriormente foram liberados
os resultados dos exames bioquímicos com alteração de ureia e creatinina, no laudo de
necropsia o patologista descreve do seguinte modo as alterações observadas: rins com
coloração difusamente avermelhada, superfície lisa (congestão renal) intercalada por três
áreas brancacentas deprimidas, tais áreas ao corte aprofundavam no parênquima e
possuíam formato triangular envolvendo zonas cortical e medular estando a base voltada
para superfície do órgão (infarto crônico) e pontos brancacentos que se aprofundam no
parênquima (nefrite intersticial multifocal aguda). Para o exame das superfícies internas
realizou-se a abertura dos órgãos a partir de cortes longitudinais atingindo a pelve renal que
se encontrava dilatada (hidronefrose), foram visualizadas ainda estriações pálidas dispostas
radialmente pela região cortical (nefrose). Os ureteres apresentavam dilatados e repletos de
líquidos amarelados (hidroureter), a bexiga mostrou-se com parede espessa e na mucosa
havia formações circunscritas branco amarelada com halo hiperêmico (cistite folicular)
distribuídas difusamente além da presença de estrutura solida, amarelada de diferentes
tamanhos (urolitos de urato). Os pulmões aumentados de volume, superfície úmida,
hipocrepitante, ao corte deixava fluir grande quantidade de liquido brancacento espumoso,
os demais órgãos não apresentavam nada de incomum. Você acredita que esse animal
desenvolveu insuficiência renal? Sim, IRA.

17 – Quais as principais causas de uma síndrome nefrótica? Glomerulonefrite e amiloidose.

Bovinos com alimentação rica em carboidratos desenvolve uma ruminite resultante de acidose
lática, essa ruminite o Fusobacterium vai liberar substâncias que liquefazem, vai chegar na
corrente sanguínea até o fígado. No fígado vai incitar uma resposta de neutrófilo por conta
dessas substâncias que ela libera formando abscessos. Quando esses abscessos estão perto da
veia cava eles podem causar erosão da parede vascular e esses embolos sépticos vão para o
pulmão e formam uma chuva de êmbolos e abscessos. Esse animal pode ter morte súbita pela
ruptura vascular e ele apresenta principalmente hemoptise, epistaxe e dificuldade respiratória.

18 – Foi feita a necropsia de um animal com sintomatologia nervosa, durante a necropsia


não foram observadas quaisquer lesões no SN, chamando atenção necrose massiva hepática.
Responda: você correlacionaria a lesão hepática aos sintomas nervosos relatados no
histórico do animal? Como vc denominaria essa alteração? Qual o principal fator incriminado
na patogênese? Encefalopatia hepática, amônia. Em que outra situação também observaria a
encefalopatia hepática exceto numa necrose massiva? shunts

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