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REVISÃO MORFOFUNCIONAL:
O fígado possui uma face côncava e outra convexa. A parte convexa é a face diafragmática e a
parte côncava é a face visceral. A superfície normal é lisa e brilhante e, nos filhotes, o fígado se
apresenta em maior volume, pois realiza a função de hematopoiese.
No espaço porta, há três estruturas: os ductos biliares, a veia porta e a artéria hepática. O
fígado possui uma circulação dupla, pois chega sangue através das duas estruturas: tanto da
artéria quanto da veia.
Além disso, há a anatomia funcional: a veia centro lobular e, do outro lado, o espaço porta. A
distribuição pelo fluxo sanguíneo ficaria dessa forma: zona 1, perto do espaço porta, a zona
periportal; a zona 2, no meio, a médio-zonal; zona 3, próxima a centro-lobular, a zona centro-
lobular. O sangue flui para a veia centro-lobular. A bile, produzida nos hepatócitos e lançada
nos canalículos biliares, flui no sentido contrário do sangue.
Funções do Fígado:
- Síntese e excreção de lipídios: entram no fígado ácidos graxos que vão ser transformados em
triglicerídeos e vão dar origem ao colesterol, a fosfolipídios ou ainda às lipoproteínas.
- Síntese e excreção de Bile: na bile há água, íons, fosfolipídeos. A bile é produzida através das
hemácias senescentes, que são degradadas pelo sistema retículo endotelial/fagocitário (baço,
fígado e med. óssea). A hemoglobina presente na hemácia vai ser quebrada na sua porção
heme e na sua porção globina. A porção globina vai ser novamente metabolizada em proteínas
e aminoácidos e a porção heme têm o ferro carreado e o que sobra dele, a biliverdina, vai ser
transportado pela ação oxidativa de uma enzima. Essa bileverdina vai sofrer redução pela
biliverdinaredutase e vai se transformar na bilirrubina. Tudo isso ocorre dentro do macrófago.
Esse macrófago, então, libera a bilirrubina, que se junta com a albumina para irem até o fígado
(bilirrubina não-conjugada). A bilirrubina não-conjugada, ao entrar no fígado, se desprende da
albumina e se junta ao ácido glicurônico, tornando-se uma bilirrubina conjugada. Essa
bilirrubina conjugada pode ser metabolizada a uroglinogênio e excretada pela urina ou pode
ser excretada pela circulação enterohepática e retornar para o ciclo ou excretada em forma de
extercobilina, que dá coloração às fezes. Na sua maioria, ela vai pela circulação enterro-
hepática e volta para o ciclo.
- Função imune: fica à cargo das células de Kupffer, cuja a função principal é fagocitose e
apresentação de antígenos.
É importante saber o que é a alteração post-mortem para não confundi-las com as alterações
ante-mortem. Cor, volume, superfície natural, consistência e superfície de corte são os
aspectos que devem ser avaliados durante a necropsia.
Podemos dizer que o fígado está aumentado quando as suas bordas estão abauladas. A
consistência do fígado normal é hepática. A superfície de corte normal é lisa e brilhante.
Na alteração post-mortem, podem se observar manchas brancas, que podem sugerir autólise,
inflamação ou necrose. Para diferenciar se uma mancha branca é autólise ou inflamação, é
necessário cortar o fígado. Depois de cortado, se a mancha se aprofundar no parênquima,
descarta-se a autólise, pois pode ser necrose ou inflamação.
A embebição biliar ocorre pela autólise da vesícula biliar, que derrama seu conteúdo e
impregna a região ao redor.
O enfisema é uma das alterações mais heterolíticas que cursa com a putrefação.
ALTERAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO
- Cistos congênitos: são estruturas dilatadas. Ocorre devido a não fusão de canalículos biliares
dentro do fígado – dilatação dos canalículos. Doença policística de origem hereditária
autossômica pode doença pode cursar com a insuficiência hepática.
- Atresia biliar: ausência de vesícula. *Há animais que não têm vesícula, como o cavalo, girafa
e o rato.
*O shunt é um desvio, no qual os vasos não chegam ao fígado, pois são desviados para a
grande circulação. Assim, não ocorre a detoxificação do que deveria ser depurado pelo fígado.
Quando é congênito, pode ocorrer um ou dois. Quando é adquirido, geralmente é múltiplo.
PROCESSOS DEGENERATIVOS
ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS
TELANGECTASIA
Em algumas situações, ocorre dilatação dos capilares sinusoides, que são fenestrados –
alteração mais observada em bovinos, observada em casos de intoxicação por Pimelea spp. Já
foi relatada em cães e gatos por outras causas. Não tem sintomatologia/importância clínica,
mas leva a condenação da víscera por conta do aspecto.
Macro: fígado vermelho escurecido (congestão aguda), padrão lobular evidente, ao corte flui
sangue.
Resumidamente, qualquer fator que leve a uma redução do efluxo sanguíneo em veias causa
congestão.
Lembrar que o sangue congesto é pobre em oxigênio, então no fígado pode haver
degeneração que pode causar necrose. Portanto, no fígado “noz moscada” observa-se na
microscopia, perto da veio centrolobular áreas de necrose, na região intermediária
degeneração, próximo ao peri-portal hepatócitos mais ou menos perto da normalidade; a área
de necrose vai sendo substituída por tecido conjuntivo fibroso, consistência do fígado tende
a ser mais firme – congestão crônica.
INFARTO
A inflamação no fígado pode ser de origem primária ou secundária (lembrar que o fígado
recebe sangue de vários lugares, portanto muitas infecções podem chegar até ele)
Vias de entrada: hematógena (mais frequente), direta, ascendente pelo sistema biliar.
Denominação:
- Fìgado: hepatite
Curso pode ser agudo ou crônico, o que vai diferenciar é presença de necrose e tempo de
instalação. Microscopicamente, na aguda observa-se necrose hepatocelular e alterações
circulatórias; na crônica pode se caracterizar pela presença de abcessos, granulomas, fibrose.
- Focal
Via hematogênica: onfaloflebites – animal pode ter por ascendência uma infecção bacteriana
que chega ao fígado, formando abcessos hepáticos – normalmente se isola Staphylococcus,
Streptococcus, A. pyogenes, Fusobacterium necrophorum – causa hepatite necrosante
abscedativa, sequela da onfaloflebite. *lembrar da síndrome da veia cava...
- Difusa
HEPATITES VIRAIS
Na maioria das vezes vem sendo menos frequente pelo advento da vacinação.
Até um tempo atrás acreditava-se que era uma doença de filhotes ou cães jovens, mas há
relatos de acometimento em animais idosos.
Macro: fígado aumentado de volume, com pontos brancos que se aprofundam ao corte, de
consistência mais friável. Pode haver deposição de fibrina por conta da lesão vascular. Edema
de vesícula biliar. Uveíte (“olho azul”) – acúmulo de imunocomplexos (?). Na necropsia as
alças intestinais ficam com aspecto opaco e meio que enrugadas. Encéfalo pode apresentar
áreas de hemorragia.
HEPATITES BACTERIANAS
Abcessos hepáticos
Acontecem no fígado com uma certa frequência, principalmente porque eles tem uma gama
de vias de acesso (veia porta, veias umbilicais, artéria hepática, migrações parasitárias,
extensão direta de inflamação, como na retículo peritonite traumática.
*Síndrome da veia cava: pneumonia metastática. Lembrar: alguns bovinos com sobrecarga de
alimentação de carboidratos passam a apresentar uma ruminite; o pH baixa e possibilita a
proliferação do F. necrophorum, que passa pela parede desvitalizada, vai pro fígado, onde
causa abcessos hepáticos. Se esses abcessos estiverem próximos a veia cava, podem romper
êmbolos para dentro dessa veia, e chegando ao pulmão esses êmbolos sépticos formam uma
pneumonia metastática ou síndrome da veia cava. Onfaloflebites também podem originar essa
síndrome.
Hemoglobinúria bacilar
Patogenia: O animal ingere os esporos bacterianos esporos presentes nas células de Kupffer
(fígado) produção de toxinas, dentre elas a fosfolipase C toxinas causam necrose
hepatocelular e hemólise intravascular animal apresenta icterícia pré-hepática por conta
da hemólise, hemoglobinemia (acúmulo hemoglobina no sangue) e hemoglobinúria
(hemoglobina na urina) – *lembrar que hemoglobina nos rins causa nefrose hemoglobinúrica.
No fígado: focos necróticos com halo hiperêmico. Nessa doença o animal apresenta acúmulo
de líquido e fibrina nas cavidades.
*Foto de nefrose hemoglobinúrica: notar que o rim do bovino está aumentado de tamanho,
nota-se pelo afastamento da lobulação; além disso está escurecido, devido ao acúmulo de
hemoglobina, que leva a nefrose tóxica endógena hemoglobinúrica.
C. novyi (tipo B)
Essa bactéria produz três potentes toxinas: alfa (toxina letal); beta (toxina necrotizante e
hemolítica) e zeta (toxina hemolítica).
Migração parasitária por Fasciola hepatica: para chegar na vesícula biliar, que é seu local de
predileção, a Fasciola migra pelo fígado deixando rastro parasitário, necrótico. Na região de
necrose, a concentração de oxigênio é baixa, o que favorece a proliferação dos esporos
anaeróbicos, inclusive o da bactéria da hemoglobinúria bacilar e da hepatite infecciosa
necrosante.
Macro: focos necróticos com halo hiperêmico. Animal apresenta congestão difusa com
líquido na cavidade. É uma doença de curso mais agudo e o animal entra em putrefação
rapidamente após o óbito, devido aos episódios de febre (lembrar que a condição corporal de
temperatura, a causa mortis entre outras coisas influenciam no tempo de instalação das
alterações pos mortem).
Leptospirose
Cursa com hepatite difusa; anemia hemolítica intravascular (principalmente se for Leptospira
do tipo hemolítica por exemplo).
Ictérica (subaguda) – doença hepática e renal menos aguda febre, síndrome hemorrágica,
icterícia, sangue nas fezes e na urina, rinite, conjuntivite, tosse.
Obs: A hemólise causada pela Leptospira leva ao acúmulo de hemoglobina nos rins nefrose
tóxica endógena hemoglobinúrica. Além disso causa também no rim nefrite intersticial.
Yersinia tularensis
Yersinia pseudotuberculosis
Pasteurella Haemolytica
Actinomyces pyogenes
Actinobacillus equalli
Nocardia asteroides – na abertura do animal observa tipo uma “sopa de tomate”, com alguns
pontos meio branco-amarelados de enxofre.
HEPATITES PARASITÁRIAS
Exemplos de parasitos:
- Cestódeos
- Nematódeos
Migração parasitária, como por exemplo do Ascaris suun, deixa rastro necrótico, que incita a
inflamação cicatriz fibrosa – algumas tem formato em estrela (fígado com manchas
brancas). Stephanurus dentatus, Strongylus e Capilaria também causam.
- Trematódeos
Fasciola hepática:
REAÇÕES DO FÍGADO
Depende da agressão. Geralmente quando se tem uma lesão aguda se observa degeneração,
seja ela hidrópica ou gordurosa; colestase (parada do fluxo da bile) – bile retida nos
canalículos acaba incitando resposta inflamatória; necrose. Se for uma lesão crônica, observa-
se fibrose, hiperplasia biliar (proliferação dos ductos do espaço periportal); regeneração;
fígado terminal; neoplasias (lesões crônicas podem culminar em neoplasias, ex: ingestão de
aflatoxinas)
Imagem no slide: esteatose crônica difusa. Observar fibrose, áreas deprimidas, superfície
irregular. Bordas cortantes, atrofia do parênquima. Nesse estágio de lesão crônica observa-se
inflamação, proliferação de tecido conjuntivo fibroso, necrose, deg. gordurosa, diferente da
aguda na qual só se observa a degeneração gordurosa, alterações circulatórias e talvez um
pouco de necrose.
HEPATOTOXINAS
Mecanismos de ação:
A hepatotoxina pode ter caráter citotóxico, colestática ou mista, ou seja, ela vai influenciar
nos hepatócitos, nos ductos ou em ambos.
- Micotoxinas:
Aflatoxinas: Aspergilus flavus (aftx. B1, B2, G1 e G2) – fígado pálido, firme, áreas de esteatose
e necrose, hiperplasia biliar e fibrose (resposta crônica).
- Metais
- Drogas medicamentosas
Primidona /fenobarbital
Acetaminofen
Obs: existem substâncias potencialmente hepatotóxicas, como alguns medicamentos, que vão
causar lesão a depender da dose prescrita ou da resposta do animal (pode ocorrer resposta
idiossintática). (ver tabela do slide)
- Elementos
Cobre: está presente na metabolização de algumas enzimas; ele precisa existir, mas não pode
estar em quantidade aumentada porque causa hemólise e necrose. Situações relacionadas a
dieta ou a deficiência de molibdênio ou fatores hereditário que podem resultar em
colestase, junto com essa colestase vai ocorrer a retenção de cobre.
Questão: A Fasciola hepática, ocupando espaço na vesícula, impede o fluxo, causa colestase.
Tudo que precisaria ser liberado junto com a bile fica retido, inclusive o cobre, que vai causar
hemólise e necrose no parênquima hepático.
COBRE
Algumas raças de cães (ver no slide) podem apresentar uma hepatite crônica por conta do
excesso de cobre.
O cobre é excretado basicamente pela via biliar. Se ocorre alguma alteração que leva a
colestase, o cobre, mesmo que não esteja em concentração aumentada, vai ter sua excreção
prejudicada, podendo haver intoxicação.
Pode causar:
- Hepatotoxicose aguda: quando acontece por ingestão incidental de uma grande quantidade
de cobre. Animal pode apresentar transtornos gastrointestinais graves, por conta da
característica cáustica do cobre.
- Hepatotoxicose crônica:
Primária: devido a ingestão de cama de frango, ração para outra espécie, pastagens
contaminadas, água de pedilúvio.
Hepatógena: lesão hepática que não permite a excreção do mineral. Lembrar da questão da
Fasciola.
Algumas lesões: depressão, fezes líquidas e escuras, icterícia, anorexia, sede, isolamento do
rebanho.
Macro: fígado de cor amarelada por conta da colestase, rins escurecidos, cav. abdominal com
líquido, fígado congesto, úlceras (devido a propriedade cáustica).
A patogenia desse tipo de alteração inclui três fases (crônica): pré-hemolítica, na qual não se
observa sinais clínicos ou esses sinais aparecem dias antes da segunda fase (1 mês a 2 anos);
fase hemolítica, na qual o excesso de cobre dentro do hepatócito vai levar a necrose, esse
excesso de cobre também leva a hemoglobinemia (minuto 20:50 da terceira aula), porque o
cobre tem relação com o ferro, ele oxida o ferro e portanto indisponibiliza que carregue o
oxigênio; forma-se também corpúsculos de Heinz (devido a oxidação do ferro) e icterícia. A
fase pós-hemolítica: se o animal sobrevive à fase hemolítica, tem recuperação lenta.
- Focal
- Centrolobular: qualquer lesão que resulte em isquemia. Lembrar que a região centrolobular
está distante do fluxo de sangue que chega ao fígado. Causas: ICC e agentes hepatotóxicos
(aflatoxinas e Lantana câmara).
- Maciça – a nível de lóbulo: envenenamento crônico pelo cobre (fase hemolítica); diminuição
da vitamina E e Se (importantes para combater radicais livres, que levam a lise da membrana
celular).
*HEPATOSE DIETÉTICA: ocorre em suínos jovens que têm deficiência de vitamina E e Se,
resultando em necrose hemorrágica centrolobular/ massiva. As áreas necróticas
macroscopicamente ficam vermelho-escurecidas e friáveis. As áreas de necrose depois de um
tempo sofrem reparação por fibrose.
Os lóbulos sofrem lesão essa lesão pode não ser suficiente para persistir e ocorre
regeneração rápida; quando a lesão é tóxica e aguda, se repetida vai ocorrer uma lesão
crônica. Inicialmente, as células já começam a perder um pouco do contorno, a fibrose começa
a acontecer e, a partir da agressão repetida, ocorre fibrose progressiva. Nesses casos, há uma
resposta do tecido, mas essa resposta é uma regeneração desorganizada, porque o arcabouço
de reticulina, que dá sustentação aos hepatócitos sofreu lesão, então a regeneração ocorre de
forma nodular e não tem um alinhamento perfeito com os vasos nem com a excreção da
bile. Portanto, esse tipo de regeneração nodular vai trazer algumas consequências para o
funcionamento do fígado.
FIBROSE E CIRROSE
Causas: lesão tóxica crônica, inflamações crônicas do fígado, hipóxia prolongada, obstrução
biliar, congestão passiva crônica, cicatrização após necrose, metabolismo anormal de metais.
Necessita de uma lesão persistente o suficiente para causar o desenvolvimento da cirrose com
evolução para fígado terminal.
A síntese do colágeno na fibrose é feita pelas células de ITO (espaço de Disse), que em seu
funcionamento normal tem como principal função é o armazenamento de vitamina A; essas
células perdem essa função normal e passam a sintetizar colágeno. Ocorre distorção da matriz
extracelular, secreção de citocinas pelas células endoteliais, Kupffer, hepatócitos e linfócitos .
*As células de Kupffer liberam citocinas que produzem mais fibrose.
Após leve, grave e contínua lesão o colágeno não é degradado e se tem uma fibrose.
Características macroscópicas:
Consequências:
Manifestação clínica da insuficiência hepática, seja ela aguda (perda abrupta da função) ou
crônica (perda gradual da função).
ALTERAÇÕES PROLIFERATIVAS:
TUMORES
- Hemangiomas
- Hemangiossarcomas
Metastáticos:
- Melanomas
- Carcinomas pancreáticos
- Carcinomas mamários
- outros
OBS: o fígado pode sofrer rupturas, como por exemplo em casos de trauma (acidentes,
fraturas de costelas) – se preocupar não somente com ruptura de baço em acidentes, mas
também do fígado; leva ao hemoperitônio pode levar a hipovolemia. A ruptura pode
ocorrer também a partir de um fígado muito congesto, em situações de anestesia, em
situações de insuficiência cardíaca crônica; em animais com Leptospirose; algumas neoplasias
a exemplo do linfoma; em casos de esteatose difusa, intensa também pode levar a rachaduras
no parênquima, que predispõe a hemorragias – a esteatose pode também levar a formação de
cistos gordurosos, que podem romper e consequentemente levar a ruptura do parêquima;
amiloidose intensa e difusa pode gerar compressão, atrofia do parênquima e também ruptura.
VESÍCULA BILIAR
É um órgão muscular e armazena a bile; tem uma adventícia, uma muscular bem desenvolvida,
tem submucosa e mucosa constituída por epitélio cúbico simples com núcleos apicais, inclusive
com célula colunar ciliar.
A inflamação da vesícula biliar pode ser ascendente ou pode também ser uma evolução de
uma inflamação do parênquima hepático – lembrar que os ductos podem ser intra-hepáticos,
extra-hepáticos e vesícula. A inflamação da vesícula biliar se chama colecistite.
Obstrução biliar – pode ocorrer em um animal que não está se alimentando e portanto não
tem o start para liberar a bile pelo colédoco – bile se concentra na vesícula formando colélitos,
que podem obstruir; se obstrui, deixa de excretar substâncias, a exemplo do cobre.
COLETITÍASE: assintomática; quando apresenta sintomatologia é porque já está obstruindo.
Colélitos são compostos de colesterol, sais e ácidos biliares, pigmentos, cálcio e matriz
proteica; originam-se de colecistites crônicas, a exemplo da fasciolose e ascaridíase; causam
obstrução e icterícia do tipo pós hepática.
O fígado produzindo a bile normalmente, porém havendo uma obstrução do fluxo por
preenchimento da vesícula com colélitos, esse fluxo para e começa a haver retorno; quando
esse fluxo volta, causa uma inflamação no parênquima hepático. Portanto, a colestase de
refluxo tem consequências para o parênquima hepático.
A obstrução biliar causa distensão da vesícula e icterícia. Pode ser causada por massas de
detritos celulares, por parasitos, por estenose cicatricial dos ductos, por compressão de
tumores do pâncreas e duodeno e tumores e abcessos do hilo e linfonodos portais . Pode
ocorrer a ruptura dessa vesícula, levando ao vazamento de bile para a cavidade peritoneal
com consequente peritonite química aguda.
Alterações proliferativas: lesão poliposa, adenoma de vesícula biliar, cistadenoma biliar cístico
– diferenciar de colangiocarcinoma.
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
Perda da função hepática normal por lesão severa aguda ou crônica (o que diferencia é o
tempo de instalação e fibrose). Na aguda, como é uma perda abrupta de função, não dá tempo
de observar alteração em outros sistemas na mesma velocidade, mas se é crônica, o tempo de
instalação da perda das funções é gradual, suficiente para causar alterações em outros
sistemas.
Icterícia
Colestase
Quando na macroscopia não tem nada que te indique uma obstrução mecânica, nem
de grandes ductos, nem de vesícula, na histologia consegue observar que a obstrução é do
hepatócito.
Fotossensibilização
- Primária = ingestão de substâncias fotodinâmicas, então o animal vai comer, e ela vai ser
ativada pelo sol (não entendi direito essa parte – 05:38).
A ingestão do tóxico leva à lesão que resulta no acúmulo do pigmento biliar e icterícia.
Também pode acontecer do animal comer na pastagem que tem muita clorofila, essa clorofila
sofre transformação microbiana no TGI virando a filoeritrina, que é um fator fotodinâmico,
esse agente cai na circulação, vai para a pele e causa inflamação. O acumulo a filoeritrina na
pele que vai causar fotossensibilização. A Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola,
Brachiaria brizantha e Brachiaria rhuzisiensis podem causar.
Hemorragia
Encefalopatia Hepática
Esquema do slide: No normal tem o intestino e nele algumas proteínas são metabolizadas, a
amônia no fígado se transforma em ureia, vai para o rim e vai embora. Quando se tem
encefalopatia hepática as proteínas são metabolizadas em amônia, só que o fígado não está
conseguindo fazer a metabolização de ureia e essa amônia toma tudo. No sistema nervoso
ocorre uma degeneração (??), um edema (??) que forma essas microcavitações. É diferente a
apresentação nos ovinos, bovinos, cães e gatos acontece nessas espécies a degeneração. No
equino e no homem observa a presença de astrócitos modificados (não tenho certeza)
similares à doença de Alzheimer.
2 – A hepatose dietética dos suínos acomete suínos jovens com deficiência de vitamina E e
Se, o fígado apresenta necrose massiva e hemorragia, correto? Verdadeiro.
A)manchas brancas
b)embebição biliar
C) pseudomelanose
d)enfisema.
4 – Trematódeos adultos como a Fasciola, Notoedris e (?) causam colangite e
colangiohepatite – tem que saber se são trematódeos e se causam colangite e
colangiohepatite.
7 –A hepatite crônica ativa pode ser observada em animais infectados por Leptospira e
Adenovirus. É observado em Leptospira mas não é observada em Adenovírus, agente da
hepatite infecciosa canina.
9- Animais intoxicados por senécio apresentam fígado aumentado de volume com superfície
(não entendi) e cinzenta e consistência friável (acho que ela falou isso). O fígado fica duro,
firme.
11 – Quais alterações você esperaria observar nos rins e no fígado de um animal portador de
insuficiência cardíaca congestiva? Fígado cardíaco, vai estar congesto. Um animal com ICC não
vai estar com a circulação normal, o sangue não vai estar com a oxigenação desejada, então
independentemente do órgão ele pode apresentar degeneração, necrose, se tem necrose vai
reparar por fibrose, se, a depender da situação tem necrose e fibrose, pode ter nódulos
regenerativos, é o fígado noz moscada, fígado cardíaco. Se tem necrose, isso pode incitar um
processo inflamatório, então esse animal pode desenvolver uma hepatite por conta da
necrose. Quanto aos tipos de processos degenerativos a gente pode observar degeneração
hidrópica, esteatose.
OBS: diabetes pode causar esteatose, e o mecanismo é pela mobilização excessiva de gordura.
A glicose não está sendo utilizada então ocorre a lipólise, então tem AGs no fígado. A glicose
no sangue de um animal com diabetes vai estar alta, e o rim filtra o sangue. Quando a glicose
passa a célula tubular tenta reabsorver, mas como está em excesso ocorre o acúmulo, o nome
disso é gotas hialinas. Gotas hialinas é uma denominação dada para o acumulo de proteína no
rim, só que em determinadas situações como a diabetes pode ter o acumulo de glicose, esse
acúmulo dentro dessas células tubulares da origem à degeneração glicogênica, mas essa tem
que ser diferenciada de um outro tipo de degeneração, que é a hidrópica. Para fazer isso a
gente lança a mão de colorações especiais, e aí você observa se cora em PAS que aí é
glicogênio, se não corar é hidrópica. A grande dificuldade é que o glicogênio puxa agua, mas se
corou é glicogênio.
Na ICC vai ter no rim nefrose isquêmica que se deve à redução do fluxo sanguíneo e do aporte
do oxigênio para o rim.
Um animal com piometrite espera observar qual lesão renal? Na piometra tem um estímulo
antigênico e forma complexo antígeno anticorpo que circula pelo corpo e para na membrana
glomerular e incita uma resposta inflamatória e fixação de complemento, e a membrana que
tinha buraquinhos pequenos fica com buracos grandes. Então eu espero que pela fixação do
antígeno-anticorpo num animal que tem piometra que o animal tenha uma glomerulonefrite
imunomediada. Macroscopicamente vê que o animal tem glomerulonefrite pelos pontinhos
avermelhados (exceto no equino, que é normal)
OBS: quando tem um fígado com cirrose aumenta a pressão hidrostática, então há
extravasamento e acúmulo na cavidade abdominal (ascite), a volemia desse animal vai estar
baixa, então o rim ativa o sistema renina-angiotensina-aldesterona, aí segura o Na pra junto
com ele vir água, ativa na adrenal a aldosterona para tentar elevar a pressão. Consegue elevar
momentaneamente porque está tudo ativado para tentar elevar a pressão, e quando você
consegue elevar vai passar pelo fígado, e aí extravasa, alimenta o edema e novamente a
volemia abaixa, ativa de novo o sistema renina-angiotensina-aldosterona e fica um ciclo que se
torna vicioso e maléfico. Então o edema que se observa no animal com insuficiência hepática
tem a hipoproteinemia e tem o aumento da pressão hidrostática e ativação continuada do
sistema renina-angiotensina-aldosterona.
12- O que a Fasciola hepática vai causar no rim e no fígado? No rim ela vai causar nefrose
colêmica por conta da bilirrubina. Ela fica na vesícula biliar obstruindo, ta causando
inflamação, colestase, o animal vai ter icterícia e nefrose colêmica.
13 – Deu entrada na clínica do hospmev um cão da raça spitz alemão de 5 anos de idade,
apresentando desidratação, oligúria e dificuldade respiratória. Segundo o relato do
proprietário o animal apresentava vômito e diarreia há dois dias. A bioquímica revelou
aumento significativo de ureia e creatinina. Apesar de todo o esforço da equipe médica o
animal evoluiu para o óbito. O clinico encaminhou o cadáver para o setor de patologia para a
realização da necropsia, assinalando na ficha (não entendi). Diagnóstico do caso: animal
portador de nefrite intersticial aguda resultando em insuficiência renal aguda sendo possível
observar um caso clássico de uremia pré renal. Você concorda com o clínico? Justifique. Esse
animal tem desidratação, oligúria, dificuldade respiratória e apresentou vômito e diarreia.
Vômito e desidratação a volemia está baixa. O aumento de ureia e creatinina, sistema renal.
Além disso o animal tem oligúria. O clinico colocou nefrite instersticial. O que é nefrite?
Processo inflamatório, no caso não tem nada que indique processo inflamatório, mas existem
dicas de um processo agudo. Se não é inflamatório, é neoplásico? Circulatório? Degenerativo?
É uma nefrite? Se não é, tem que dar o diagnóstico. O animal vomitou, esta desidratado e a
volemia está baixa, a volemia baixa causa no rim nefrose isquêmica. O animal é portador de
nefrose isquêmica resultando em insuficiência renal aguda, porque não foi observado
alterações multissistêmicas, que justificariam uremia (IRC) e o tempo de acometimento foi
pequeno. Uma das principais causas de insuficiência renal aguda em cães e gatos é a necrose
ou nefrose tubular aguda e a glomerulonefrite. Não é quadro clássico de uremia, e sim de
azotemia pré-renal. O único órgão que você vai observar qualquer tipo de alteração é o
pulmão, porque as 3 principais causas de óbito se referem à acidose metabólica,
cardiotoxicidade pelo potássio e insuficiência respiratória aguda pelo edema profuso.
Com base no histórico, quais as possibilidades de causa mortis? No caso de uma insuficiência
renal de qualquer natureza aguda: cardiotoxicidade do potássio, acidose metabólica e edema
pulmonar. Se fosse na patologia 1 nesse caso, ia dizer que o animal morreu de choque
hipovolêmico ou insuficiência respiratória.
OBS: quando se tem uma IRA, se tem uma alteração de metabolismo (não entendi), então
além da elevação de ureia e creatinina você tem alteração de metabolitos que aumentam a
permeabilidade vascular, que levam à alcalose e o edema pulmonar acontece.
Ainda com base no histórico, durante a necropsia, quais características macroscópicas você
esperaria observar nos rins desse animal? Superfície lisa brilhante, estrias brancacentas na
região cortical que caracterizam a nefrose.
14 – Foi realizada a necropsia de um cão com 18 messes, Basset, com suspeita de infecção
por Adenovirus tipo 1, cite as alterações que você esperaria observar no sistema hepato-
biliar e renal. Hepatite, edema de vesícula. O vírus causa uma reação transitória, uma
glomerulite e se é persistente essa glomerulite pode evoluir para uma glomerulonefrite
imunomediada, causa hemorragia porque é um vírus endotelial, por isso que é uma hepatite
fibrinohemorrágica.
Doença da segunda feira – ex. de mula que andou sem parar o dia todo e o animal depois
começa a urinar sangue e em posição de cavalete, o ácido lático provocou ruptura. A alteração
observada no rim é nefrose toxica endógena, ou nefrose mioglobinurica. É uma insuficiência
renal aguda e tem azotemia.
16 – Deu entrada no setor de patologia do hospmev um cão da raça dálmata com histórico
clinico de anúria, associada à vômitos, evoluindo para óbito. Posteriormente foram liberados
os resultados dos exames bioquímicos com alteração de ureia e creatinina, no laudo de
necropsia o patologista descreve do seguinte modo as alterações observadas: rins com
coloração difusamente avermelhada, superfície lisa (congestão renal) intercalada por três
áreas brancacentas deprimidas, tais áreas ao corte aprofundavam no parênquima e
possuíam formato triangular envolvendo zonas cortical e medular estando a base voltada
para superfície do órgão (infarto crônico) e pontos brancacentos que se aprofundam no
parênquima (nefrite intersticial multifocal aguda). Para o exame das superfícies internas
realizou-se a abertura dos órgãos a partir de cortes longitudinais atingindo a pelve renal que
se encontrava dilatada (hidronefrose), foram visualizadas ainda estriações pálidas dispostas
radialmente pela região cortical (nefrose). Os ureteres apresentavam dilatados e repletos de
líquidos amarelados (hidroureter), a bexiga mostrou-se com parede espessa e na mucosa
havia formações circunscritas branco amarelada com halo hiperêmico (cistite folicular)
distribuídas difusamente além da presença de estrutura solida, amarelada de diferentes
tamanhos (urolitos de urato). Os pulmões aumentados de volume, superfície úmida,
hipocrepitante, ao corte deixava fluir grande quantidade de liquido brancacento espumoso,
os demais órgãos não apresentavam nada de incomum. Você acredita que esse animal
desenvolveu insuficiência renal? Sim, IRA.
Bovinos com alimentação rica em carboidratos desenvolve uma ruminite resultante de acidose
lática, essa ruminite o Fusobacterium vai liberar substâncias que liquefazem, vai chegar na
corrente sanguínea até o fígado. No fígado vai incitar uma resposta de neutrófilo por conta
dessas substâncias que ela libera formando abscessos. Quando esses abscessos estão perto da
veia cava eles podem causar erosão da parede vascular e esses embolos sépticos vão para o
pulmão e formam uma chuva de êmbolos e abscessos. Esse animal pode ter morte súbita pela
ruptura vascular e ele apresenta principalmente hemoptise, epistaxe e dificuldade respiratória.