Você está na página 1de 3

Icterícia: não-colestática e colestática

- Manifesta-se clinicamente se: degradação pelas bactérias, transformando-


Bilirrubina > 2,5 em adultos e 8-9 no neonato se em urobilinogênio

ICTERÍCIA NÃO-COLESTÁTICA 8. Parte do urobilinogênio ganha a


- Relacionadas à maior oferta de bilirrubina ao circulação êntero-hepática, é reabsorvida e
fígado: hiperbilirrubinemia indireta parte excretada nas fezes

- Etiologias:
Icterícia em decorrência de hemólise:
Hemólise

Deficiências nutricionais que cursam com Lab: anemia, reticulocitose, aumento do ferro
hipoalbuminemia sérico, aumento desidrogenase lática, aumento
reticulócitos, baixos valores de haptoglobina (se
Drogas que competem com a bilirrubina no seu liga à Hb após hemólise)
local de menor afinidade de ligação com a
albumina ICTERÍCIA COLESTÁSTICA

Baixo débito cardíaco - Captação da bilirrubina pelo fígado depende:

Nutrição parenteral prolongada no neonato > Concentração sérica


> Força de ligação com albumina
Doença de crigler-najar I e II (ausência /
> Fluxo sanguíneo no sinusoide
acentuada redução de UDP-glicoroniltransferase)
> Mecanismos de difusão passiva
Doença de Gilbert (atividade reduzida de UDP- > Existência de substâncias captadoras e
glicuroniltransferase) transportadoras
> Presença de fenestrações na membrama
 Metabolismo da bile plasmática das células sinusoidais (passagem de
proteínas para o espaço de Disse e o acoplamento
1. Hb -> heme + globina do complexo albumina-bilirrubina à membrana
hepatocitária)
2. Heme -> biliverdina + Co + Fe
- Bile:
3. Biliverdina -> bilirrubina indireta
> Formada por: ácidos biliares, bilirrubina,
4. Bilirrubina indireta + albumina -> lecitina (fosfolipídio) e colesterol
fígado
> Auxilia no processo de digestão: emulsificação
5. UDP- glucoroniltransferase converte BI de lipídios para que sejam degradados pelas
em BD enzimas pancreáticas

> Papel imunológico: transporta IgA para o


A BI é lipossolúvel, por isso pode se
intestino
acumular nos núcleos da base, causando
kernicterus (encefalopatia bilirrubinica)
6. BD é excretada para a bile - Aparelho secretor da bile:

 Membrana sinusoidal do hepatócito


7. No íleo terminal e colon, sofre
 Complexo juncional: alterações na
integridade aumentam a permeabilidade do
espaço intercelular e canalículo sinusoidal

Regurgitação de água, solutos e


componentes da bile para o interior dos
hepatócitos e corrente sanguínea ->
icterícia e prurido (deposição de BD e sais
biliares na pele)

- Causas:
Xantomas e xantelasmas -> acumulo de
colesterol tecidual
Inflamação e fibrose dos ductos biliares
 Retículo endoplasmático liso: sede da Alteração nos sistemas de transporte e secreção
biotransformação de drogas (CYP-450). da bile pelos hepatócitos ou obstrução das vias
Contém 7-hidroxilase (metaboliza biliares intra-hepáticas
colesterol) e a glicuroniltransferase -> Desequilíbrio entre os gradientes osmóticos
 Citoesqueleto que participam do processo de secreção biliar
Microtúbulos: constituídos de tubulina,
secretam albumina e lipoproteínas -> Alteração na fluidez da membrana plasmática

-> Redução da atividade da bomba de Na e K:


Microfilamentos: constituídos de actina. aumento das enzimas da membrana plasmática –
Envolvem os canalículos e mantêm o FA, gama-gt e 5-nucleotidase
tônus, a contratilidade e a integridade das
microvilosidades. São os mais lesados na
colestase. COLESTASE EXTRA-HEPÁTICA

- Ocorre por obstrução mecânica ao fluxo da bile


Colestase: edema do citoesqueleto ->
- Pode ocorrer desde a emergência do ducto
hipertrofia e hipocontratilidade ->
hepático comum até a ampola de Vater
dilatação canalicular -> estagnação da bile
 Vesículas da membrana plasmática
 Vesículas do complexo de golgi

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS COLESTASE

COLESTASE INTRA-HEPÁTICA

- Icterícia

- Hipocolia / acolia fecal

- Prurido: principalmente durante a noite,


- Dor: - USG: primeiro exame a ser solicitado;
Limitações: detecção de cálculos pequenos
Intra-hepática: rara. Quando ocorre: surda, em localizados na porção distal do colédoco
peso e constante
- Elastografia: mede grau de fibrose do fígado
Extra-hepática: em cólica, em hipocôndrio - TC: melhor visualização de lesões
direito, podendo irradiar-se para dorso e ombro parenquimatosas do fígado, vesícula biliar e
direito e epigástrio. pâncreas.

> Visualização de fluxo em nódulos


Colangite: tríade de charcot: dor, febre e calafrio > Visualização pâncreas (retroperitoneal)

- Hepatomegalia: mais frequente na colestase - Colangiopancreotografia por RM (CPRM):


extra-hepática elevada acurácia na detecção de dilatação biliar
ductal. Melhor visualização de obstrução
- Esplenomegalia: pode ocorrer em caso de
doenças colestáticas crônicas - CPRE (colangiopancreatografia retrógrada
endoscópica): diagnostico e intervenção
- Déficits nutricionais: não absorção de vitaminas (papilotomia em caso de coledocolitíase)
lipossolúveis – ADEK-
Osteodistrofia, osteoporose e
hipoprotrombinemia (tendencia a hemorragias)
Cegueira noturna
Fraqueza neuromuscular

- Esteatorreia

- Xantomas: região palmar, abaixo dos seios, no


tórax, dorso, pescoço e ao redor dos olhos
(xantelasma)

TRATAMENTO

MANIFESTAÇÕES LABORATORIAIS  Prurido:

- Aumento TGO e TGP


> Fenobarbital e antagonistas opioides
- Elevação: FA, Gam-gt, 5-nucleotidase
> Quelantes de sais biliares: colestiramina
(desproporcionalmente aos níveis séricos das
e ácido ursodesoxicólico
aminotransferases)
 Déficits nutricionais: administração de
- Elevação BD dieta rica em TGL de cadeia média e
reposição vitamínica
- Intra-hepática: elevação TGO, TGP, diminuição  CPRE: coledocolitíase com ou sem sinais
atividade protrombina, hipoalbuminemia de colangite hipertensiva – papilotomia
(corte da papila de vater) e retirada dos
-Extra-hepática: colesterol sérico elevado
cálculos

MÉTODOS DE IMAGEM

Você também pode gostar