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HEPATOPATIAS

RESUMO

• As hepatopatias são caracterizadas pelas doenças que acometem o fígado.


• As principais causas das doenças hepáticas são as hepatites que resultam da inflamação difusa do fígado e
são categorizadas em:

• Distúrbios • Hepatites A. B. C. D • Doenças hepáticas de


Metabólicos/Vasculares o Hepatite Infecciosa destaque são:
o Álcool o Citomegalovírus ✓ Doença hepática gordurosa
o Drogas o Herpes simples não alcóolica
o Obstrução Biliar o Adenovírus ✓ Cirrose
o Fitoterápicos o Varicela-Zoster ✓ Carcinoma hepatocelular
o Hepatite não-infecciosa o Epstein-Barr ✓ Hepatites fulminantes
o Distúrbios Autoimunes

ANATOMIA
• O Fígado é a maior glândula do corpo, produz, estoca, altera e excreta grande número de substâncias
• Abaixo dos arcos costais na porção superior direita da cavidade abdominal
• Peso:1500 gramas
• Possui quatro lobos

CIRCULAÇÃO HEPÁTICA
• A circulação sanguínea se faz por 75% da veia porta drenando do TGI os nutrientes e 25% da artéria
hepática rica em O2
• Veia hepática: drenagem venosa para veia cava inferior

CELULAS
• Hepatócitos: células funcionais metabólicas que desempenham várias funções no fígado
• Células de Kupffer: responsáveis pela captação, degradação de substâncias estranhas e tóxicas que
chegam ao fígado pelo sistema porta

FUNÇÕES HEPATICAS
• Regulação na concentração de Glicose • Coagulação: formação de fibrinogênio,
Sanguínea protrombina, fator VII (risco de hemorragia)
• Metabolismo de Proteínas – Albuminas / α e β • Excreção e detoxificação de drogas e
globulinas e lipoproteínas hormônios
• Metabolismo de lipídios – Degradação dos • Biotransformação Enzimas de Oxidase de
ácidos graxos Função Mista (OFM)
• Armazenamento de Vitaminas A, B12, D • Excreção de Bilirrubina e Urobilinogênio (fezes
• Armazenamento de Ferro como ferritina e urina)
• Formação da Bile e sais biliares

HEPATOPATIA
• A hepatopatia avançada acontece com perda de 60% hepatócitos
• Sinais e sintomas detectáveis após comprometimento de mais de 75% dos hepatócitos lesados ou mortos
• Os processos patológicos podem afetar os hepatócitos, vasos sanguíneos ou as células de Kupffer

EXAMES LABORATORIAIS USADOS NA AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES HEPÁTICAS

o Tempo alto porque demora mais para coagular, pois não há fatores de coagulação
o Não excreta as substancias, por isso elas estão alta quantidade
FISIOPATOLOGIA HEPATOPATIA FISIOPATOLOGIA CIRROSE (hepatomegalia)

FISIOPATOLOGIA HIPERTENSÃO PORTAL

• Obstrução do fluxo sanguíneo portal através do


fígado que eleva a pressão de todo o sistema
venoso portal
1) Formação de vasos portocavais (entre o sistema
venoso portal e a veia cava) colaterais (varizes) no
esôfago, duodeno, estômago, peritônio,
retroperitônio e reto.
2) Fonte de hemorragias gastrointestinal
3) Disfunção do sistema de coagulação
4) Esplenomegalia: anemia, dor esplênica,
trombocitopenia

SINAIS E SINTOMAS DAS HEPATOPATIAS


• Fadiga/desnutrição
• Edema
• Febre/Calafrios
• Icterícia/Prurido
• Hepatomegalia /Atrofia do fígado
• Sangramento
• Hálito fecal → Metilmercaptano
• Aumento da circunferência abdominal
• Confusão (amônia)
• Diarreia/Melena (varizes)
• Náusea/Vômito/Hematêmese (varizes)
• Falta de ar/dispneia (compressão/edema)
• Rebaixamento do nível de consciência
• Arritmias (potássio elevado)
• Asterixe
• Fluxo urinário reduzido
• Hipoglicemia
• Infecção-peritonite bacteriana espontânea
• Urina âmbar escura e espumosa
• Fezes cor de argila

ICTERÍCIA
• A icterícia é a coloração amarelada da pele, das escleras e de
outros tecidos causado pelo excesso de bilirrubina circulante.
• Icterícia torna-se visível quando o nível de bilirrubinas se encontra
entre 2 e 3 mg/dL (34 a 51 μmol/L).

OBS: encefalopatia = excesso de amônia na circulação sanguínea e equimoses = ausência de fatores de coagul
VISÃO GERAL DO METABOLISMO DA BILIRRUBINA
• A quebra do heme produz bilirrubina (um produto insolúvel) e outros pigmentos biliares.
• Bilirrubina precisa ser solúvel em água para ser excretada.
• Ocorre em 5 passos: formação, transporte plasmático, captação hepática, conjugação e excreção biliar.
• Formação: cerca de 250 a 350 mg de bilirrubina não conjugada são formados diariamente; 70 a 80%
derivam da quebra de hemácias degeneradas; e 20 a 30% vêm de outras proteínas heme da medula óssea
e do fígado. A porfirina é o substrato para a formação da bilirrubina.
• A hemoglob é degradada em ferro e biliverdina, q/ é convertida em bilirrubina livre (lipossolúvel/ñ conjugada)
• Transporte plasmático: bilirrubina não conjugada (ou indireta) não é hidrossolúvel e, assim, é transportada
ligada à albumina. Não passa pela membrana glomerular para a urina.
• Essa ligação à albumina se enfraquece sob certas condições (p. ex., acidose) e algumas substâncias (p.
ex., salicilatos, alguns antibióticos) competem pelos locais de ligação.
• Captação hepática: o fígado capta rapidamente a bilirrubina, mas não aquela ligada à albumina sérica.
• Conjugação: bilirrubina não conjugada é conjugada no fígado para formar basicamente
diglicuronilbilirrubina (bilirrubina conjugada [reação direta]). Essa reação é catalisada pela enzima
glicuroniltransferase e torna a bilirrubina solúvel em água.
• Excreção biliar: Uma vez excretada do hepatócito, a bile é transportada dos canalículos biliares para os
dúctulos, destes para os ductos interlobulares e destes para os ductos septais, e, assim, sucessivamente,
até atingir os dois principais ductos hepáticos que emergem dos lobos direito e esquerdo do fígado.
• A bilirrubina conjugada é secretada dentro do canalículo biliar, com outros constituintes biliares.
• No intestino: Pelas vias biliares, ela alcança o intestino. No intestino, através da ação das bactérias, a
bilirrubina conjugada é reduzida em urobilinogênio (altamente solúvel).
• Posteriormente metabolizado em estercobilinas, as quais colorem de marrom as fezes.
• Na obstrução biliar completa, as fezes se tornam cinza-claras (fezes com cor de argila).
• Um pouco do urobilinogênio é reabsorvido e reexcretado na bile (circulação entero-hepática).
• A maior parte é novamente excretada pelo fígado para o intestino e 5% excretado pelos rins (urina)
• A bilirrubina conjugada é excretada na urina e a bilirrubina não conjugada não é, apenas a
hiperbilirrubinemia conjugada (p. ex., decorrente de icterícia hepatocelular ou colestática) provoca
bilirrubinúria.

ASCITE
• O fígado sintetiza albumina, como há um déficit dessa produção, não há circulação de albumina
• Não há transportação de água, ou seja, reabsorção de água para dentro dos vasos
• Anorexia, náuseas e vômitos, fadiga, fraqueza, alterações do nível de consciência
• Distensão abdominal, cicatriz umbilical protusa, veias abdominais proeminentes, dor abdominal
• Edema periférico, dispneia, derrame pleural, desequilíbrio ventilação/ perfusão
• Alterações da mobilidade, equilíbrio e autoimagem
• Dieta, repouso no leito e terapêutica diurética
• Paracentese: drenagem da cavidade abdominal, c/ agulha, para remover grandes quantidades de líquidos
• TIPS (Transjugular Intrahepatic Portasystemic Shunt): indicado para ascites intratáveis e volumosas, em
pacientes que aguardam transplante hepático
• Tratamento: paracentese

HEMORRAGIA GASTROINTESTINAL
• Causa sangramentos e é considerada uma urgência
• Acesso venoso para reposição volêmica (hemoderivados)
• Entubação e ventilação mecânica: proteção de vias aéreas
• Realização de endoscopia Digestiva Alta
1) Escleroterapia (adrenalina, álcool absoluto)
2) Ligaduras (elásticos)
3) Mecânico (Balão esofágico)
• Balão esofágico: exerce pressão sobre a cárdia e contra as varizes sangrantes por um duplo balão
esofágico, prevenir que não sangre mais
• Sonda de 3 vias: aspiração ou drenagem gástrica, via balão esofágico e gástrico.
• Pressão do balão: 25 a 30 mmHg.
• Fazer tração no local de inserção.
• Complicações: úlceras isquêmicas no local de inserção (narina), balões mantidos por longo tempo e altas
pressões úlcerações e necrose.
• Cirúrgicos: derivações portossistêmicas (Shunt).
• Objetivo: Reduz a hipertensão portal desviando o fluxo sanguíneo do sistema porta obstruído.
• Colocação de TIPS (Shunt portossistêmico intra-hepático transjugular).
AGENTES FARMACOLÓGICOS
1) Vasopressina: redução da pressão portal através da vasoconstricção das artérias esplênicas.
2) Betabloqueadores: Reduz a hipertensão portal através da ação bloqueadora β-adrenérgica

FORMAÇÃO DE AMÔNIA
• Sangramento no trato gastrointestinal produz maior carga de nitrogênio.
• Ação bacteriana maior formação de amônia.
• Tratamento:
1) Ingesta proteica limitada de 20 a 40 g/dia
2) Uso de Lactulose: limpeza do TGI depuração de produtos nitrogenados redução do pH
3) Uso de Neomicina ou Metronidazol para redução das colônias bacterianas

PROCESSO DE ENFERMAGEM

EXAMES DIAGNÓSTICOS
• Exames laboratoriais
• USG, TC – utilizados para identificar estruturas normais e anormais do fígado
• Laparoscopia – avaliação macroscópica do tecido hepático e possibilita biópsia hepática, determina a
etiologia da ascite, estágio do tumor de fígado
• Biópsia hepática (BX) – exame anatomopatológico das células hepáticas, confirma suspeita de
malignidade, não é tão indicada em casos precoces

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
• NUTRIÇÃO DESEQUILIBRADA: MENOS QUE AS NECESSIDADES CORPORAIS
• Relacionada com a gastrite crônica, anorexia e motilidade GI diminuída.
• RISCO DE DESEQUILÍBRIO ELETROLÍTICO
• Relacionado a deficiência de albumina, hipertensão portal e deficiência no metabolismo da aldosterona.
• RISCO PARA GLICEMIA INSTÁVEL
• Relacionada a deficiência na metabolização da glicose
• RISCO DE DESEQUILÍBRIO DE VOLUME DE LÍQUIDOS
• Relacionado ao edema e ascite
• INTOLERÂNCIA À ATIVIDADE
• Relacionado com a fadiga
• RISCO PARA SANGRAMENTO
• Relacionado com os distúrbios de coagulação
• DOR AGUDA
• Relacionado a hepatomegalia e aos procedimentos invasivos
• RISCO DE INFECÇÃO
• Leucopenia
• RISCO DE LESÃO
• Relacionado a metabolização das proteínas, fatores de coagulação e armazenamento das vitaminas.
• DISTÚRBIO NA IMAGEM CORPORAL
• Relacionado a alteração na imagem corporal

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
• Realizar cuidados com nutrição parenteral • Atentar para sinais de infecção (hipertermia, calor,
• Avaliar níveis de eletrólitos (sódio, potássio, rubor na região do peritônio)
magnésio, cloro, etc.) • Manter rep absoluto (insuficiência hepática grave)
• Atentar para sinais de hipoglicemia • Realizar balanço hídrico 2/2 horas
• Avaliar débito urinário (observar presença de • Manter restrição hídrica
oligúria-lesão renal aguda) • Realizar mudança de decúbito de 2/2 horas
• Avaliar presença de sangramentos (melena, • Realizar massagem de conforto com hidratantes
hematêmese, nasal, etc.) • Avaliar nível de consciência
• Avaliar por meio de escala numérica ou visual a dor

Qual é o papel fundamental do enfermeiro frente aos cuidados de um paciente com hepatopatia?
• Ações educativas (autogerenciamento do cuidado) para o paciente e familiares no reconhecimento dos
sinais da disfunção hepática (discreta confusão, mudança no ritmo do sono, hálito adocicado, icterícia)
• Facilita para a família e o paciente buscarem mais cedo o tratamento médico
• Encorajamento pela enfermeira para o paciente integrar grupos de apoio na cessação do alcoolismo
• PREVENÇÃO!!
TIPOS DE HEPATITES

HEPATITE A
o Como é transmitida: A hepatite A pode ser transmitida através do contato com água ou alimentos
contaminados.
o Na maioria das vezes a hepatite A apresenta sintomatologia discreta, caracterizada por cansaço, fraqueza,
diminuição do apetite e dor na parte superior da barriga, mas pode ocorrer um quadro de hepatite
fulminante.
o As pessoas que já tiveram hepatite A apresentam imunidade a este tipo de hepatite, no entanto, continua
susceptível aos outros tipos.
o O que fazer: É importante realizar a higiene na hora de comer e de preparar dos alimentos, para evitar que
haja contato com o vírus da hepatite A.
o Além disso é importante evitar compartilhar escovas de dente e talheres e evitar contato íntimo
desprotegido.

HEPATITE B
o Como é transmitida: A hepatite B é transmitida através do contato com sangue ou secreções
contaminadas, como transfusões sanguíneas, compartilhamento de seringas e agulhas e relação sexual
desprotegida, principalmente, o que torna a hepatite B uma doença sexualmente transmissível (DST).
o A hepatite B pode ser assintomática, mas, mesmo assim, precisa de tratamento para evitar a progressão da
doença e deterioração do fígado.
o O que fazer: A melhor maneira de prevenir a hepatite B é com a vacinação ainda na maternidade, para que
a criança crie imunidade contra esse vírus. Para a hepatite B existe vacina disponível nos postos de saúde.
o Crianças e jovens de até 20 anos devem tomar as três doses da imunização.
o A vacina também é indicada para profissionais de saúde, manicures, bombeiros, policiais, hemofílicos,
pacientes que fazem hemodiálise ou grupos de comportamento de risco.
o OBS: Apenas os portadores da hepatite B podem ser infectados com o vírus do tipo D. As formas de
contágio são as mesmas, mas o vírus D só se manifesta se já houver a contaminação pela hepatite B.

HEPATITE C
o Como é transmitida: A hepatite C é uma infecção do fígado causada pelo contato com sangue ou
secreções contaminadas com o vírus e que tem cura quando é descoberta precocemente e o tratamento é
rapidamente iniciado.
o Caso não seja tratada, a hepatite C pode evoluir para a hepatite crônica, que pode levar à cirrose ou
insuficiência hepática. O tipo C é o que tem mais chance de se tornar crônico. Apenas 20% das pessoas
que se contaminam conseguem eliminar o vírus nos seis primeiros meses; 80% das pessoas terão hepatite
C crônica, podendo desenvolver quadros de cirrose, icterícia, inchaço, alterações no sangue e câncer no
fígado.
o As formas de contágio são semelhantes às dos tipos B e D.
o O que fazer: Assim que surgirem os primeiros sintomas da hepatite C, é indicado ir ao infectologista ou
hepatologista para que seja fechado o diagnóstico e o tratamento iniciado. Normalmente o tratamento
indicado é feito com antivirais, como Interferon, Daklinza ou Sofosbuvir e dura cerca de 6 meses.

HEPATITE D
o Como é transmitida: A hepatite D, também chamada de hepatite Delta, é uma infecção que pode ser
assintomática, sintomática ou sintomática grave
o Acontece quando há contato com pele e mucosa contaminadas com o vírus, relações sexuais desprotegidas
ou compartilhamento de agulhas e seringas.
o O vírus da hepatite D depende do vírus da hepatite B para replicar e causar doença.
o Caso não seja tratado, poderá resultar em hepatite fulminante, que é uma inflamação grave no fígado que
pode provocar a morte da pessoa.
o O que fazer: A prevenção da hepatite D se dá através da vacinação contra a hepatite B, pois o vírus da
hepatite D depende do vírus da hepatite B para se replicar.

✓ OBS: Outra forma de transmissão da hepatite é da mãe para o bebê.


✓ Pode acontecer o contágio durante o parto ou aleitamento.
✓ Existe tratamento para as formas crônicas de hepatite
✓ O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e controle da doença.
✓ Nas formas agudas das hepatites do tipo A e E, o tratamento é eficaz
✓ As formas agudas de hepatite tipos B, C e D não possuem tratamento.
✓ O que é feito é o controle dos sintomas através de medicação e repouso.
✓ O próximo passo é controlar a doença e tomar medidas para impedir o aparecimento da cirrose e câncer.

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