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3 - CRISTALIZAÇÃO
3.1 - Introdução
3.2 - Supersaturação
Exemplo 1: Uma solução aquosa de dicromato de potássio contém 18% em peso de K 2Cr2O7. 700
lb de água são evaporadas de 1000 lb da solução e o restante é resfriado para 20C. Calcular a
quantidade e o rendimento dos cristais produzidos. A solubilidade do K 2Cr2O7 em água a 20C é
0,390 lbmol/1000lb de água.
A Supersaturação significa que existe uma diferença de concentração entre uma
solução com cristais crescendo e uma em equilíbrio com os cristais. As duas fases estão
muito próximas na mesma temperatura.
A supersaturação (S) pode ser expressa como um coeficiente:
A curva para o nitrato de potássio (KNO3) é típica, sua solubilidade aumenta com a
temperatura e não existem hidratos, existe fase sólida em toda a curva.
A curva do cloreto de sódio (NaCl) é um caso especial, existe somente uma fase
sólida e a solubilidade aumenta continuamente com a temperatura. Mas, esta curva é
marcada por ser muito plana; a solubilidade aumenta de 35,9 partes de sal por 100 partes de
água a 0C para 40 partes de sal por 100 partes de água a 100C.
3.3 – Rendimento
16VM2 N a a3
B C. exp 2
0
3 2
em unidade CGS (1)
3 RT s
Legenda:
1- Alimentação da solução não-saturada
2- A solução resfria até a saturação
3- Entrada na zona „metaestável‟, início da
nucleação
4- Nucleação rápida
5- A concentração diminui com o
crescimento dos cristais
6- Crescimento dos cristais no ciclo de
resfriamento
7- Solução de saída, supersaturada
Figura 2 – Progressão da Cristalização,
Teoria da supersaturação de Miers
A equação (3) satisfaz sólidos regulares com s próximo de 1, mas não satisfaz para
discos e agulhas com valores muito pequenos de s. Na prática, L é considerado igual ao
tamanho determinado por peneiramento (análise granulométrica).
Os cristais são compostos de átomos, íons ou moléculas, organizados de uma forma
ordenada e de maneira repetida, e localizados em matrizes ou em arranjos espaciais. As
distâncias entre estes planos imaginários no cristal são normalmente medidas por difração
de raios-x, bem como o ângulo entre estes planos. Os cristais apresentam-se como poliedros
que possuem faces chatas e cantos pontiagudos.
Existem seis classes de cristais, dependendo do arranjo dos eixos aos quais os
ângulos se referem. As classes são:
- cúbica: três eixos iguais com ângulo reto entre eles
- tetragonal: três eixos todos com ângulo reto, um maior que os outros dois
- ortorômbica: três eixos todos com ângulo reto, mas todos com comprimentos
diferentes
- hexagonal: três eixos iguais em um plano inclinado a 60 entre eles, um com ângulo
reto em relação a este plano mas não necessariamente com o mesmo comprimento
dos outros
- monoclínica: dois eixos com ângulo reto em um plano, e um terceiro eixo com
ângulo inclinado em relação a este plano
- triclínica: 3 eixos com ângulo inclinado entre eles.
Q H 2 H v H1 (4)
Para a recuperação dos cristais, após sua separação do líquido mãe, utilizam-se os
seguintes processos:
sedimentação
centrifuga ção lavagem secagem
filtração
Cristalizador de tabuleiro:
São constituídos por tabuleiros nos quais se permite que uma solução arrefeça e
cristalize. Hoje, na indústria, raramente são usados exceto em operações de pequena
escala, pois ocupam muito espaço e muita mão-de-obra e os produtos obtidos são de
baixa qualidade.
Cristalizador Swenson-Walker:
É um cristalizador de resfriamento destinado a operar continuamente. Consiste numa
grande calha semicilíndrica, com 24 in de largura e 10 ft de comprimento, com camisa
de água de resfriamento e um misturador de fitas que gira cerca de 7 rpm. A solução
quente concentrada é introduzida continuamente numa das extremidades do
cristalizador e flui lentamente para a outra extremidade enquanto vai resfriando. O
agitador é utilizado para raspar os cristais das paredes frias da unidade e agitar os
cristais na solução, de modo que a precipitação ocorra principalmente pelo acúmulo de
material sobre os cristais formados anteriormente, ao invés de ser fruto da formação de
novos cristais. No final do cristalizador, o líquido mãe e os cristais saem juntos e são
drenados, a partir daí o líquido mãe retorna ao processo e os cristais úmidos são
centrifugados.
Figura 4 – Cristalizador Swenson - Walker
Cristalizador a vácuo:
A evaporação é obtida pelo “flash” da solução quente num vaso a baixa pressão. A
energia para vaporização é obtida pelo calor sensível da carga e, por isso, a temperatura
de mistura do líquido e vapor, depois do “flash” é muito mais baixa que antes do
“flash”. Este resfriamento provoca a cristalização. As unidades podem ser operadas
descontinuamente; a carga é bombeada para o vaso e inicia-se a agitação da solução.
Dá-se a partida nos ejetores, a pressão e a temperatura do sistema diminuem
gradualmente. Durante a corrida, a vaporização do líquido ocorre em todas as pressões
situadas entre a atmosférica e a pressão mínima final.
Figura 5 – Cristalizador a vácuo
Cristalizador Krystal
A unidade é adaptada para a produção de cristais uniformes, grandes, que são
usualmente um pouco arredondados. O equipamento é um evaporador com circulação
forçada, com calefator externo contendo uma combinação de filtro para o sal e de
classificador de partículas no fundo do corpo do evaporador. Quando se deseja, o
aquecedor externo pode ser usado como resfriador, e assim a cristalização ocorre pelo
resfriamento da solução. O fluxo de líquido ascende pelo aquecedor externo. O tubo de
escoamento, que transpassa o corpo do cristalizador, vai até o fundo do coletor e
classificador de cristais. O escoamento é ascendente no classificador, o que possibilita o
contato entre os cristais e a solução ligeiramente supersaturada, simultaneamente com a
classificação dos cristais. Esta é uma característica peculiar do equipamento. As
partículas maiores são as que atingem o fundo do classificador e são retiradas na forma
do magma (cristais suspensos na solução) do produto. Os cristais finos e a solução
saturada saem pelo topo do leito e são reciclados.
Figura 7 – Cristalizador Krystal.
A – Topo com vapor; B – câmara de
crescimento dos cristais; C – bomba de
circulação;
D – aquecedor ou resfriador; E – tudo de
descarga no fundo do leito de cristais; F –
tomada da bomba de circulação; G –
Descarga de produto
Partículas Cristalizadas:
Exemplo 4: Uma solução pesando 10000kg com 30% (b.u.) de Na2CO3 é resfriada a 20C.
O sal cristaliza como decaidrato. Qual será o rendimento de cristais de Na 2CO3.10H2O? A
solubilidade dos cristais é de 21,5 kg de Na2CO3 (anidro) / 100kg de água. Assuma duas
situações:
A – não há evaporação de água
B – no processo, são retirados 3% do peso por evaporação da água.
BIBLIOGRAFIA:
FOUST, A.S., WENZEL, L.A., CLUMP, C.W., MAUS, L., ANDERSEN, L.B.
Princípios das Operações Unitárias, Rio de Janeiro: LTC Editora, 2 a Edição, 1980