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LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO

1 horas
MECANISMOS DE HIPOTERMIA

Condução- dispersão de calor


através de sólidos ou líquidos;
Convecção- perda de calor quando
ar passa por uma superfície;
Radiação– calor que é emitido de
um objecto;
Evaporação– arrefecimento que
ocorre através da secagem do suor
da superfície do corpo
LESÕES PELO FRIO

Fatores de risco

– Fadiga

– Sono

– Desidratação

– Desnutrição

– Vento frio

– Bem-estar fisico e psiquico

- Falta de experiência com


clima frio
Lesões Pelo Frio
VELOCIDA- TEMPERATURA AMBIENTE EM GRAUS CENTÍGRADOS VELOCIDA-
DE DO DE DO
VENTO 4,4 1,7 -1,1 -3,9 -6,7 -9,4 -12,2 -15 VENTO

Km/h Temperatura equivalente Km/h

0 4,4 1,7 -1,1 -3,9 -6,7 -9,4 -12 -15 0

8 2,8 0,6 -2,8 -6,1 -8,9 -11,1 -14,4 -17,2 8

16 -2,2 -6,1 -8,9 -12,8 -15,6 -18,9 -22,8 -26,1 16

24 -5,6 -8,9 -11,7 -17,2 -20,6 -23,9 -27,8 -31,7 24

32 -7,8 -11,1 -16,1 -20 -23,3 -27,2 -31,7 -35,6 32

40 -8,9 -13,9 -17,8 -21,7 -26,1 -30 -33,9 -38,3 40

48 -10,6 -15 -18,9 -23,9 -27,8 -32,2 -36,1 -40,6 48

56 -11,7 -16,1 -20 -25 -28,9 -32,8 -37,2 -41,7 56

64 -12,2 -17,2 -21,1 -26,1 -29,4 -33,9 -38,3 -42,8 64


Desidratação em ambiente frio

Causas

– Evaporação do suor

– Calor respiratório e perdas de calor pelo ambiente

– Diurese induzida pelo frio

- Reflexo da sede diminuído

• Abordagem

– Hidratação
Distúrbios leves
– Congelamento por contato
– Enregelamento
– Urticária pelo frio
– Perniose
– Queratite solar

Distúrbios graves
– Lesões cutâneas localizadas (Frostbite)
– Lesões por frio distintas de congelamento
– Congelamento
- Geladuras
Enregelamento

Lesões reversíveis, por curta


exposição ao frio.

Avaliação
– Palidez cutânea e parestesias
localizadas, na maioria das vezes na
face (nariz e orelhas)
Urticária pelo frio

Urticária física

Anafilaxia sistémica

Aquecimento e anti-histamínicos
Perniose (frieiras)

Avaliação
Pequenas lesões cutâneas pruriginosas e
dolorosas
– Roxas ou púrpura na superfície
extensora dos dedos, orelhas, nariz
– Pode evoluir para pústula, erosão e
úlcera
– Exposição crónica ao frio, surgem após
exposição aguda e desaparecem em 7-14
dias

Abordagem
• Resolve com a evicção do frio
• Proteção adequada
Queratite solar (cegueira da neve)

Avaliação
- Queimadura apenas evidente às 6-12h.
– Lacrimejo, dor ocular, edema palpebral, fotofobia,
cefaleias, sensação de corpo estranho ocular e visão
turva.

– Intervenção
• Penso oclusivo no olho afetado ou óculos sol
• Evacuação até avaliação por Oftalmologia
Queratite solar (cegueira da neve)

PREVENÇÃO
 Nos ambientes cobertos com neve,

usar óculos de sol com proteções


laterais.
Lesões de congelamento

Pé de imersão
Imersão prolongada em água fria

Pé de trincheira
Exposição prolongada ao frio e circulação diminuída
GELADURA “FROSTBITE”
Fatores predisponentes
Humidade
Vento
Uso da nicotina e o álcool
Roupas molhadas e apertadas
Má preparação física e cansaço
Idade
Roupa e calçado apertado
 Doença vascular periférica
Considerações Gerais
Congelamento da água do tecido corporal;
 A medida que os cristais de gelo se formam,
expandem-se e provocam lesões nos tecidos
locais;
 Podem-se formar coágulos sanguíneos
(dificultando a circulação);
 São mais vulneráveis a esta situação as pessoas
que não podem mexer-se.
1º grau – Congelamento da epiderme.
 Palidez extrema
 Indolor
 Rubor
 Parestesias

2º grau – congelamento de toda a espessura da epiderme e


derme superficial
 Coloração cianosada da zona atingida
 Flictenas
 Entorpecimento (sensação de tensão)
 Edema
 Dor
3º grau – congelamento de toda a espessura da pele e tecido
subcutâneo
 Zona negra azulada
 Escara

4º grau – Congelamento de toda a espessura da pele, tecido


subcutâneo, músculo, tendão e osso.
 Pele com coloração vermelho intenso a cianótica
 Mais tarde, fica com aspeto seco, negro e mumificado

* O grau de ulceração muitas vezes fica evidente só dias


depois da lesão.
Intervenção do socorrista
 Afastar o militar do ambiente frio para uma área aquecida e
Envolver a vítima num cobertor;
 Não esfregar as áreas afetadas isso pode contribuir para a
destruição dos tecidos;
Ingerir líquidos aquecidos (e não alcoólico) se disponíveis
(dependendo do nível de consciência );
Administrar oxigénio a 3 l/m;
 Avaliar e registar sinais vitais
Prosseguir com o exame da vítima.
Congelamento superficial - colocar a área afetada em contato
com a área aquecida do corpo, como proteger as orelhas
congeladas com mãos aquecidas ou colocar dedos afetados das
mãos na axila
 Congelamento Profundo – medidas de cuidados de suporte e
transporte rápido para um hospital adequado
 Os congelamentos profundos devem ser aquecidos em
ambiente controlado
 O Aquecimento é muito doloroso para o militar. É
necessário analgésicos intravenosos.
 Elevar a região afetada suavemente para evitar o
edema enquanto for mantido o aquecimento;
 Os dedos devem ser separados com gazes ou
algodão para diminuir a irritação da pele e evitar a
aderência entre eles;
 Se houver formação de bolhas, estas deverão ser
deixadas intatas e não perfuradas;
HIPOTERMIA
HIPOTERMIA
É definida como uma condição na qual a temperatura
corporal central está abaixo de 35ºC;
A hipotermia pode ocorrer em ambientes com temperaturas
acima do nível de congelamento;
Se não identificada e tratada convenientemente pode ser
fatal.
Classificação

Ligeira - < 35ºC


 O aquecimento é eficaz
 Risco de arritmia é baixo
Moderada 35 - 32ºC
 O aquecimento deve ser central
 Risco de arritmia cardíaca moderado

Severa - < 32 ºC
 É necessário o aquecimento central;
 Elevado risco de arritmia cardíaca
Se temperatura central é inferior a 35ºC – a frequência cardíaca
e ventilatória, a pressão sanguínea e a perfusão cerebral e
periférica começam a baixar;
Diurese fria, provocada pelo aumento de volume sanguíneo
central;
Tremores – tentativa de produzir calor, eventualmente cessam e
os músculos tornam-se rígidos quando a temperatura corporal
desce abaixo de 32ºC
Hipoxia celular periférica
Militares com hipotermia moderada (temperatura corporal
central acima de 32°C).
 apresentam alteração do nível de consciência, mostrando
confusão, voz empastada,
alteração na marcha e falta de coordenação.
Avaliação
Temperatura corporal central cair abaixo de 32°C -
militar provavelmente não se queixa de frio;

 Nível de consciência reduzido, possivelmente a ponto


de inconsciência ou coma;

 As pupilas reagem lentamente;

 Ventilação reduzida a 1 ou 2 movimentos por minuto.

Um ECG pode mostrar fibrilhação auricular ou


ventricular.
Colocá-lo num lugar aquecido

Retirar roupas molhadas

Evitar movimentação desnecessária da vítima

A vítima deve ser protegida com uma coberta impermeável


ao vento

Se a vítima estiver consciente e alerta, pode beber líquidos


aquecidos e doces.

A vítima deve evitar líquidos com álcool ou cafeína.

Fluidos intravenosos devem ser aquecidos a 40°C e


administrados
LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO
LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO
LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO
LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO
Intoxicação por Monóxido de Carbono (C0)

Causas
Aumento da concentração de monóxido de carbono no sistema
sanguíneo.
Avaliação
Dores de cabeça, confusão, vertigens , sonolência (com bocejos
excessivos).
 Boca e lábios cor de cereja ou acinzentados em indivíduos de raça
negra.
Inconsciência.
Intervenção
 Deslocar a vítima para fora da área - ar fresco;
 Solicitar ajuda médica;
 RCP se necessário.
LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO

Prevenção

Alimentação equilibrada

Andar protegido (gorros, luvas, etc);

Trocar de meias e luvas sempre que estejam húmidas

Não usar roupas que impeçam uma boa circulação

Não abusar das bebidas alcoólicas


Prevenção

 Ingestão de refeições e bebidas quentes;


 Incentivar refeições em grupo;
 Refeições frequentes (suplemento antes de dormir);
 Esquema regular ingestão de água;
 Preferir ingestão bebidas quentes (chá, café, cacau);
 Evitar ingestão bebidas alcoólicas;
 Não ingerir neve ou gelo (derreter e purificar);
 Avaliar a cor da urina;
 Evitar consumo excessivo de sal;
Ingerir refeições intermédias (merendas manhã, tarde e
ceia).
Trauma Térmico

                                                                 

“Formar não é barato nem fácil, é uma estratégia.”


Ernesto Ferreira da Silva
12/09/2009

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