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A “Acidente deTrabalho é aquele que

C
I ocorrer pelo exercício do trabalho, a
D serviço da empresa, provocando lesão
E corporal ou perturbação funcional que
N cause a morte, ou a perda, ou a redução
T permanente ou temporária da capacidade
E
para o trabalho.
DE

T
R Acidente de Trabalho é toda ocorrência
A que interfere no andamento normal do
B trabalho, envolvendo, além do
A trabalhador, outros fatores de produção
L
e resultando em : perdas pessoais, de
H
O materiais ou pelo menos de tempo.
       Um acidente de trabalho é determinado por
múltiplos fatores e, quando desencadeado, dá origem
a variadas consequências com efeitos induzidos aos
mais variados níveis.

As consequências dos Acidentes de Trabalho


são as manifestações externas que permitem o seu
reconhecimento e que podem ser chamadas de
indicadores das condições de trabalho.
Estas consequências podem ser verificadas
no plano material e humano:

No plano material, as consequências dos acidentes de


trabalho estão diretamente ligadas a fatores economicos,
tais como:
 a perda de parte do vencimento pelo sinistrado;
o eventual decréscimo do rendimento quando do seu

retorno ao posto de trabalho;


o valor do tempo perdido pelos colegas para o socorrer; o

menor rendimento do operário que o substitui;


o valor dos danos causados nas instalações, material de

trabalho, equipamentos, ferramentas, produtos, etc.


No plano humano:
além do sofrimento físico e moral sentido pelo
acidentado, surgem preocupações quanto aos
problemas de readaptação física e profissional,
indispensável à sua inserção numa nova
atividade que possa ser desempenhada com as
partes não comprometidas no acidente.
Qualquer acidente do trabalho
acarreta prejuízos para o acidentado,
para a empresa, para a Nação.

Se encararmos o acidente do ponto de vista


prevencionista (onde não há necessidade de
efeito lesivo ao trabalhador em virtude da
ocorrência), a simples perda de tempo para
normalizar a situação já representa um custo.
CONSEQUÊNCIAS DOS  ACIDENTES DE TRABALHO

Todos sofrem:
· a vítima, que fica incapacitada de
forma total ou parcial, temporária ou
permanente para o trabalho;
· a família, que tem seu padrão de vida
afetado pela falta dos ganhos normais,
correndo o risco de cair na
marginalidade;
• as empresas, com a perda de mão-de-
obra, de material, de equipamentos, tempo
e, conseqüentemente, elevação dos custos
operacionais;

• a sociedade, com o número crescente de


inválidos e dependentes da Previdência
Social.
Sofre, enfim, o próprio país, com todo o
conjunto de efeitos negativos dos acidentes
do trabalho.
Outra consequência dos acidentes são os custos relacionados com eles.
Após os estudos de H. W. Heinrich, em 1931, os custos dos acidentes de
trabalho passaram a ser classificados em dois tipos: 
1. Custos diretos
2. Custos indiretos 

Os custos diretos como o nome indica, são aqueles que podem


ser diretamente imputados a dado acidente e por norma podem
ser quantificáveis com facilidade. Também se designam por
custos segurados.
São exemplos de custos diretos:
•Salários;
•Indenizações;
•Assistência médica e medicamentos;
•Pagamento do prémio de seguro.
Estes custos estão normalmente cobertos pelos seguros de
trabalho, e são representados pelo respectivo prémio.
Os custos indiretos, não são facilmente quantificáveis, nem
normalmente cobertos.
São exemplos de custos indiretos:
Tempo perdido pelo acidentado e pelos outros trabalhadores;
Tempo de investigação da(s) causa(s) do acidente;
Tempo e gastos com o recrutamento, seleção e formação de um
substituto quando necessário; Perdas de produção motivadas pela
influência causada nos outros trabalhadores;
Perdas por produtos defeituosos produzidos após o acidente;
Perdas com o aumento dos desperdícios na produção após o
acidente;
Perdas da eficiência e da produtividade do acidentado após a
recuperação;
Perdas comerciais por não satisfação de prazos de entrega;
Perdas resultantes da degradação do nome e da imagem da
empresa no mercado.
Quais são os custos dos acidentes e
doenças do trabalho para as
empresas?

Em linhas gerais pode-se dizer que o custo do


acidente é o somatório dos custos diretos e
.
indiretos envolvidos.
C = CD + CI

O custo direto não tem relação com o acidente em si. É o


custo do seguro de acidentes do trabalho que o empregador
deve pagar ao Instituto Nacional de Seguridade Social -
INSS, conforme determina o artigo 26 do decreto 2.173, de
05 de março de 1997
A contribuição do custo direto é calculada a partir do
enquadramento da empresa em três níveis de risco de acidente
do trabalho (risco leve, médio e grave) e da folha de pagamento
de contribuição da empresa, da seguinte forma: 
I – 1 % (um por cento) para a empresa em cuja atividade
preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado
leve; 
II – 2 % (dois por cento) para a empresa em cuja atividade
preponderante esse risco de acidente do trabalho seja
considerado médio; 
III – 3 % (três por cento) para a empresa em cuja atividade
preponderante esse risco de acidente do trabalho seja
considerado grave. 
 Essa porcentagem é calculada em relação a

folha de pagamento de contribuição e é


recolhida juntamente com as demais
contribuições devidas INSS. 
      

A classificação da empresa (risco leve, médio ou grave) será feita a


partir de tabela própria, organizada pelo Ministério da Previdência
Social.
Tendo em vista que o custo direto é a taxa de seguro de acidentes
do trabalho paga pela empresa a Previdência Social, esse custo
também é chamado de "custo segurado" e representa saída de caixa
imediata para o empregador. 
FAP - FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO

FAP, é um multiplicador sobre a alíquota de 1%, 2% ou


3% correspondente ao enquadramento da empresa
segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas – CNAE. Esse multiplicador deve variar em um
intervalo fechado contínuo de 0,5 a 2,0.

O objetivo do FAP é incentivar a melhoria das condições


de trabalho e da saúde do trabalhador estimulando as
empresas a implementarem políticas mais efetivas de
saúde e segurança no trabalho para reduzir a
acidentalidade.
Assim, o FAP, que será recalculado periodicamente,
individualizará a alíquota de 1%, 2% ou 3%,
majorando ou reduzindo o valor da alíquota conforme
a quantidade, a gravidade e o custo das ocorrências
acidentárias em cada empresa. Portanto, com o FAP,
as empresas com mais acidentes e acidentes mais
graves passarão a contribuir com um valor maior,
enquanto as empresas com menor acidentalidade
terão uma redução no valor de contribuição.”

.
Principal fonte de dados, na empresa, para o Fator Acidentário de
Prevenção:
Registros da Comunicação de Acidentes do Trabalho (CAT)
 Embora os custos para o empregador
aumentem,em função da gravidade do
acidente, certamente é o trabalhador
quem mais perde:

 Preço de uma vida?


 Preço da perda devido a uma
mutilação?
 Como calcular os prejuízos morais?
 Como calcular o valor do sofrimento?
Qual a importância de levantar os custos de acidentes
de trabalho em sua empresa?

Mostrar à empresa os prejuízos decorrentes da falta de


prevenção;
Comparar os custos de acidentes com os custos de
prevenção (aqueles associados às ações de implantação de
medidas de controle);
Buscar mais apoio para implantação das medidas
preventivas;
Controlar melhor os custos da empresa
Estudo de caso:

Imagine que, durante a operação de


uma ponte rolante, um cabo se rompa
e a carga de 3 toneladas despenque
sobre um conjunto de equipamentos.
Estilhaços são projetados e um deles
atinge a cabeça do operador, causando
sangramento e levando o mesmo ao
desmaio.
A equipe de socorristas presta os primeiros socorros à
vítima, que é encaminhada ao hospital mais próximo pela
ambulância da empresa.
O grave acidente causa grande comoção nos funcionários que,
preocupados, buscam incessantemente informações sobre o
companheiro acidentado.
Uma equipe multidisciplinar, composta por Técnicos e um
Engenheiro de Segurança do Trabalho, funcionários do setor,
gerentes, coordenadores e cipeiros é acionada para analisar
as causas do acidente.
Devido à investigação e à manutenção, a ponte rolante
ficou interditada por 2 dias, o funcionário permaneceu
afastado por 30 dias e perdeu a visão de um dos olhos.
Quais os custos deste acidente?

Custo decorrente da parada da produção;


Custos de materiais usados para primeiros socorros ao
acidentado;
Despesas com transporte do acidentado;
Custos da diminuição da produtividade da equipe de
trabalho devido ao impacto psicológico;
Despesas com reparo, substituição de peças da ponte
rolante;
Prejuízo material dos equipamentos danificados
Horas de trabalho despendidas pelos supervisores e por
outras pessoas na ajuda ao acidentado e na investigação
das causas do acidente;
Custo de afastamento do empregado com pagamento do
seu salário integral durante os 15 primeiros dias de
afastamento, sem ele estar trabalhando na empresa;
Possíveis despesas jurídicas com defesa da empresa, caso o
empregado processe a empresa, solicitando indenização
pelos danos e perda da visão;
Custos na seleção e preparo de novo empregado para
operar a ponte rolante;
Horas extras pagas necessárias para suprir o atraso da
produção;
Atraso no cronograma de produção e entrega de
mercadoria.
Como pode ser visto, um acidente de trabalho gera vários
custos e prejuízos para empresa.
Quais medidas poderiam ter sido tomadas para evitar o
acidente narrado?

Após investigação do acidente por uma equipe multidisciplinar, foram


verificadas algumas não conformidades que resultaram no
acidente. Foram elas:
Não foi identificado um plano de manutenção preventiva
registrado em livro próprio.
Segundo os itens 12.111 e 12.112 a empresa deve ter a
manutenção preventiva de seus equipamentos, planejadas e
registradas em livros próprios como pode ser visto abaixo.
12.111 As máquinas e equipamentos devem ser submetidos à
manutenção preventiva e corretiva, na forma e periodicidade
determinada pelo fabricante, conforme as normas técnicas oficiais
nacionais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas
internacionais.
12.111.1 As manutenções preventivas com potencial de
causar acidentes do trabalho devem ser objeto de
planejamento e gerenciamento efetuado por profissional
legalmente habilitado.
12.112 As manutenções preventivas e corretivas devem ser
registradas em livro próprio, ficha ou sistema informatizado,
com os seguintes dados: a) cronograma de manutenção; b)
intervenções realizadas; c) data da realização de cada
intervenção; 16 d) serviço realizado; e) peças reparadas ou
substituídas; f) condições de segurança do equipamento; g)
indicação conclusiva quanto às condições de segurança da
máquina; e h) nome do responsável pela execução das
intervenções.
Não havia inspeção rotineira antes da operação da ponte rolante.
Segundo o item 12.131 da NR 12, “Ao início de cada turno de trabalho ou
após nova preparação da máquina ou equipamento, o operador deve
efetuar inspeção rotineira das condições de operacionalidade e
segurança e, se constatadas anormalidades que afetem a segurança, as
atividades devem ser interrompidas, com a comunicação ao superior
hierárquico.”
O operador afirmou não conhecer essa obrigatoriedade e a empresa não
apresentou procedimentos, ordens de serviço ou instrução de
trabalho que orientassem-no da necessidade da inspeção rotineira.
O fato descumpre, também a determinação do item 11.1.3.1 da NR 11
(TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE
MATERIAIS), que afirma: “Especial atenção será dada aos cabos de aço,
cordas, correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados,
permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas.”
Ausência de áreas exclusivas para circulação de cargas
suspensas.
Segundo os itens 12.93 e 12.93.1 deve-se priorizar a existência
de áreas exclusivas devidamente delimitadas e
sinalizadas para a circulação de cargas suspensas.
12.93. Durante o transporte de materiais suspensos devem ser
adotadas medidas de segurança visando a garantir que não haja
pessoas sob a carga.
12.93.1 As medidas de segurança previstas no item 12.93 devem
priorizar a existência de áreas exclusivas para a circulação de
cargas suspensas devidamente delimitadas e sinalizadas.
Diante do exposto é possível concluir que simples mecanismos de
gestão poderiam evitar o acidente.
Com um treinamento adequado aos operadores, inspeção
rotineira dos equipamentos e plano de manutenção
preventiva, a empresa poderia ter identificado anomalias na
operação da ponte rolante e reparado com antecedência. Além disso,
a delimitação de área exclusiva para operação de cargas suspensas
poderia evitar que equipamentos fossem danificados e estilhaços
atingissem o operador.

O que custa mais caro?


Executar o plano de manutenção e treinar os funcionários a
executarem inspeção rotineira?
Ou pagar por todos os custos acidentários acima expostos?
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
ATIVIDADE 2

1. Quais as perdas consequentes dos AT


tanto do ponto de vista humano, quanto do
ponto de vista financeiro e da Nação?

2. Apresente o relato de um Acidente de Trabalho


e, com base neste relato, identifique os possíveis
custos consequentes desse AT.

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