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Faculdade de Engenharia

Princípios Básicos de Engenharia de Processos


Curso de Engenharia do Ambiente

Eng. Rodrigues Manjate (Msc)


rsmanjate@yahoo.com.br
(2022)

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues
Manjate
Objectivo geral
O objectivo geral da cadeira é de conferir ao estudante as
bases teóricas necessárias para a prossecução dos
estudos dos Processos no campo do Ambiente, ao nível
da especialidade.

Temas:

1 – Introdução, Conceitos básicos e Sistemas de unidades.


2 – Balanços mássicos em operações unitárias
3 – Balanços mássicos em operações envolvendo a vaporização.
4 – Balanços mássicos com diagramas de equilíbrio de fases.
5 – Balanços mássicos envolvendo processos unitários.
6 – Balanços energéticos em operações e processos unitários.

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
 AVALIAÇÃO
 
• Serão realizados dois testes de frequência com igual peso na nota final.
• Serão realizados trabalhos de casa (TPC’s) organizados em grupos que não devem exceder três
elementos.
• Serão admitidos ao exame final aqueles que tiverem na Nf ≥ 10 valores
• Será realizado um exame final.
• Será realizado um exame de recorrência.
 
Cálculo da nota de frequência (N F): NF = 0,8MT + 0,2MTPC
Cálculo da avaliação final (A F): AF = 0,5 (NF + NE)
Onde:
MT – Média dos testes;
MTPC – Média dos trabalhos de casa;
NE – Nota de exame.
 

Datas de Avaliações
1ª Avaliação ----- (Cap I II e III ) – Maio
2ª Avaliação------ -(Cap V , VI e VII ) – Junho
1º. TPC------------ Balanços mássicos

 
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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues
Manjate
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
 
Houghen, O. A.; Watson, K. M. and Ragatz, R. A. (1973): Princípio dos
processos químico-tecnológicos.1ª Parte, John Willey & Sons, Inc.. New
York.

Felder, R. M., Rousseau, R. W. (2000) Princípios elementares dos


processos químicos., LTC, 3ª. Edição, John Willey & Sons, Inc. New
York.

Perry, R. H.; Chilton, C. H. and Kirkpatrick, S. D. (1963): The chemical


engineers’Handbook. 4th ed., McGraw-Hill Co. New York.

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues
Manjate
1.1 Operações unitárias e Processos unitários

• A maioria dos cálculos da engenharia são baseados em equações


e correlações empíricas, sintetizando um elevado número de dados
experimentais, obtidos no laboratório ou em instalações piloto.

• Qualquer processo tecnológico que tem lugar numa unidade fabril


envolve operações unitárias e os processos unitários

• Operações unitárias – são aquelas que envolvem transformações


físicas dos materiais.P. ex. Destilação, Decantação, Filtração...
• Processos unitários - são aqueles que envolvem as
transformações químicas dos materiais P.ex. Fermentação,
Hidrogenação, Neutralização, Combustao…
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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Operações unitários Processos unitários
(Fenómenos físicos) (Fenómenos químicos)

Destilação; Combustão;
Evaporação; Oxidação;
Secagem; Hidrogenação;
Extracção (Liqu/Liqu;Liqu/Sol); Electrólise;
Absorção; Nitração;
Filtração; Esterificação;
Humidificação; Sulfonação;
Sedimentação; Fermentação;
Moagem;
Polimerização;
Cristalização;
Neutralização;
Centrifugação;
Redução;
Etc.
Etc.
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1.2 - Sistemas de Unidades
Todas as quantidades ou grandezas físicas têm unidades ou dimensões
que se exprimem como produto de dois valores:
Um é a grandeza da unidade escolhida (unidade física) e o outro é o
número dessas unidades (quantidades)
Por exemplo: 20kg, 10m/s e 9.8m/s2

Grandeza física
Quantidade Unidade Grandeza
Massa 20 kg 20kg

Velocidade 10 m/s 10m/s

Aceleração 9.8 m/s2 9.8m/s2

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Tipos de sistemas de unidades
Grupo I - Sistemas absolutos (MLT) – sistema coerente
Grupo II - Sistemas gravitacionais (FLT) – sistema coerente
Grupo III - Sistemas mistos (FMLT) – sistema não coerente

Coerentes Não Coerentes

I - Absolutos II - Gravitacionais III – Mistos


Unid cgs MKS Inglês MKfS Inglês Inglês

Funda
M g kg lb lb
mental L
T cm m ft ft
s s s s
F kgf lbf lbf
L
T m ft
s s
g cm s-2 kg m s-2 lb ft s-2
derivadades
Unidades

F (Dine) (Newton) (Poundal)

kgf m-1 s-2 lbf ft-1 s-2


(umm) (slug)
M
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Unidades fundamentais e derivadas do SI
Grandezas físicas Unidade Símbolo Definição
1. Grandezas fundamentais
Massa Quilograma kg
Comprimento Metro m
Tempo Segundo s
Corrente eléctrica Ampere A
Temperatura Kelvin K
Intensidade Candela cd
Quantidade de substância Mol mol
2. Grandezas derivadas
Força Newton N kg.m.s-2
Energia,calor,trabalho Joule J N.m
Potência Watt W J/s
Pressão Pascal Pa N.m-2
Entalpia * J/kg
Capacidade calorífica * J/kgK
*Também podem-se exprimir em termos de mole (mol) ou 9
kilograma-mole (k-mol)
1.3 Princípio de Homogeneidade Dimensional :

“Quando se escreve uma equação que traduz uma


determinada lei física ou química, ambos os membros da
equação devem ser representados pela mesma
quantidade e dimensões físicas”.

Ex.: e=vxt

(espaço) = (velocidade) x (tempo)


200 m = 20 m/s x 10 s
200 = 20 x 10 → igualdade numérica (quantidades)
m = m/s x s → igualdade dimensional (unidade física)

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
1.4 Dedução de Factores de Conversão
Os problemas de conversão de unidades dum sistema para outro,
assume na prática, dois aspectos:

1) Antecipadamente conhece o factor de conversão.

Ex.: 1km = 1000m factor de conversão é 1000

1h = 3600s factor de conversão é 3600

1ton = 1000kg factor de conversão é 1000

1m3 = 1000L factor de conversão é 1000

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
(2) Antecipadamente não conhece o factor de conversão.

A partir dos factores de conversão tabelados (conhecidos) podemos tirar


as seguintes razões de conversão:

Dimensão : 1km=1000m  1= 1000m/Km


1in=2,54cm  1= 2,54cm/in
1ft=12in  1= 12in/ft

Tempo: 1h=3600s  1= 3600s/h


1h=60mn  1= 60mn/h

Massa: 1kg=1000g  1= 1000g/kg


1lb=0,454kg  1= 0,454kg/lb

Energia: 1BTU=252cal  1= 252cal/BTU

Então podemos calcular:


2Km = 2km x 1 = 2km x 1000m/km = 2000m
2h = 2h x 1 = 2h x 60mn/h = 2 x 60mn 12
O princípio de homogeneidade dimensional (coerente) permite-nos
deduzir qualquer factor de conversão de unidades, como por
exemplo:

1N = y dine y?
Ora: 1N=kg.m/s2 e 1dine=g.cm/s2
Substituindo:
kg.m/s2 = y g.cm/s2
1000g.100cm/s2 =y g.cm/s2
105 g.cm/ s2 =y g.cm/ s2
Então y=105
Logo 1N=105dines
Nota: O membro da igualdade que tem a incógnita não se usa para o
cálculo, serve de referência.
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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Dedução num sistema não coerente:

1kgf = z N z?
1kgf = 1kg x 9,8 m/s2
1N=kg.m/s2
Definição: Força F = m.g
Substituindo:
1kg x 9,8 m/s2 = z kg.m/s2
Ora: z = 9,8
Logo:
1kgf = 9,8N

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
1.6 Principais Variáveis dos Processos

• Temperatura
A temperatura de uma substância num determinado estado de agregação (sólido,
líquido e gasoso) é uma medida de energia cinética média que possuem as
moléculas da substância.

As escalas de medição da temperatura mais comuns são defenidos usando o ponto


de congelamento (Tf) e o ponto de ebulição da água (Teb) a pressão de 1 atm.

Ebulição 100oC 373,16K 212oF 672oR

Gelo 0 oC 273,16K 32ºF 491,68ºR


Celsius Kelvin Fahrenheit Rankine

(100-0)/100=1oC (373-273)/100 =1K (212-32)/100=1,8oF (672-492)/100=1,8oR


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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
• Em termos de escala os factores de conversão das
grandezas físicas da temperatura podem ser:

1oC=1K=1,8oF=1,8oR

• A conversão dos valores de temperaturas (equivalências)


podem ser deduzidas com base nas seguintes fórmulas tendo
como referência a temperatura de gelo puro (0oC).

t=25oC

T(K) = T(oC) + 273,16  T(298,16K) = T (25oC) + 273,16

T(oF) = 1,8*(ToC) + 32  T(77oF) = 1,8*(25oC) + 32

T(oR) = T(oF) + 491,68  T(568,68oR) = T(77oF) + 491,68

Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate 16


• Pressão

Uma pressão (P) é a razão entre a força normal (F) e a área (A) sobre
a qual esta força actua. P = F/A

A unidade de pressão no sistema SI é N/m2, chamada Pascal (Pa).

Atmosfera mmHg kgf/cm2 kPa p.s.i.(lbf/in2)

1,000 760 1,0133 101,33 14,69

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___Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues
• Caudal mássico, volumétrico e densidade

• Caudal – quantidade de material que flui em cada unidade de tempo.


Qm = Δm/Δt  Caudal mássico
Unidades: kg/s , Lbm/h,

Qv = ΔV/Δt  Caudal volumétrico


Unidades: m3/s , L/s, ft3/h

• Densidade – quantidade de material na unidade do volume


ρ=m/v
Unidades: kg/m3, g/cm3 , Lbm/in3

• Conversão de caudais mássico e volumétrico

ρ=m/v  ρ=Δm/Δv ρ=Qm/ Qv


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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate 18
• Concentrações
Num gás ideal não existem forças de atracção intermoleculares e o
espaço ocupado pelas moléculas é nulo.

Equação de Estado de um gás ideal: Pv = n.R.T


Onde:
P – Pressão absoluta
V – volume de moles no sistema
T – Temperatura absoluta
n - no de moles do gás
R – Constante universal dos gases ideais

Grama-mol = massa da substância em gramas / massa molecular


g.mol = m/M onde m e M em u.m.a

Libra-mol = massa da substância em libras / massa molecular

Lb.mol = m/M onde m em libras e M em u.m.a


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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Para MISTURA DE GASES que comportam idealmente, aplicam-se as
seguintes leis:
Lei de Dalton – A pressão total (P) de um sistema de mistura de gasosa
é igual à somatória das pressões parciais dos componentes da mistura.
P = PA + PB +PC +...= ∑Pi

A pressão parcial de um componente i de uma mistura gasosa é a


pressão que ele exerceria se estivesse só num recipiente de igual volume
e à mesma temperatura da mistura.
Da lei de Dalton resulta:
PiV = ni RT P i = y iP
Onde yi representa a fracção molar do componente:
yi = ni /nt
ni – moles do componente nt – total de moles do sistema

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Lei de Amagat – o volume total (V) de um sistema de mistura gasosa é
igual à somatória dos volumes parciais dos componentes:
Vt = VA + VB +VC +...= ∑Vi
O volume parcial de um componente i é o volume que esse componente
ocuparia se ele estivesse só, à mesma pressão e temperatura da mistura.
Da lei de Amagat, podemos deduzir a seguinte igualdade:
V i = yi . V t

Para os gases ideais:

Para líquidos e sólidos:

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
• Massa molecular da mistura gasosa
Composição em fracção volumétrica ou molar: ya , yb…yi.

MM=ya.Ma+ yb.Mb+…+yi.Mi

Composição em fracção mássica (Ponderal):xa , xb…xi

1/MM=xa/Ma+ xb/Mb+…+xi/Mi

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Modos correntes de expressar a concentração de um
componente A (soluto) numa mistura binária de A e B (solvente)
Unidade Simbolo Definição
% molar %(n/n) =100moles A/moles total =100nA/N
% volumétrica % (v/v) =100vol. parcial A/vol. total
= 100VA/V
% ponderal %(w/w) =100massa A/massa total =100mA/m
Fracção molar yA =moles A/moles total = 100nA/N
Fracção volumétrica ZA =vol.parcial A/vol. total =vA/V
Fracção ponderal xA =massa A/massa total =mA/m
Massa específica ρA = massa de A/vol.total=mA/V
Concentração CA = moles A/vol. total = nA/V
volumétrica
Razão molar YA = moles A/moles B=nA/nB
Razão ponderal XA = massa A/massa B=mA/mB

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Relacções possíveis entre alguma unidades de concentração,
para o soluto e para a mistura:
MA e MB  massas moleculares de A e de B
Componente A (soluto) Mistura
%(n/n)= 100yA %A + %B =100
%(v/v)= 100z A % A(v/v) + %B(v/v) = 100
%(w/w) = 100xA % A(w/w) + %B(w/w) =100
ρA=C A.M A ρ= ρA+ ρB
xA= ρA / ρ 1 = xA + xB
nA = mA/M A N = nA + nB
CA = ρA /M A C = C A + CB
yA =C A/C 1 = yA +yB

yA = (xA/M A)/( xA/M A + xB/MB) M = ρ/C


xA =(yA.M A)/( yA.MA + yB.MB) M = yA.M A + yB.MB
YA = yA/( 1-yA) 1/M = xA/M A + xB/MB
yA = YA/ (1+YA)

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate
Bibliografia

1- Felder, R.M. e Rousseau, R.W. – Princípios Elementares dos


Processos Químicos. 2005, LTC, Brazil.

2- Hougen, O.A., Watson, K.M. e Ragatz, R.A. - Princípios dos


Processos Químicos. Parte I 1973, John Willey & Sons. INC, New
York

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Cap 1 - Introdução e Sistemas de Unidades Eng. Rodrigues Manjate

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