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Direito Tributário:

Teoria Geral e Direito Financeiro


Rafael de Souza Medeiros
Doutorando em Direito Tributário pela Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, Alemanha. Mestre em
Direito Tributário e Teoria do Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2017).
Especialização em Direito Tributário Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (2013). Graduado,
com láurea acadêmica, em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (2010). Professor (Dozent) na graduação da Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg e em cursos
de pós-graduação no Brasil. Advogado nas áreas de Direito Tributário e Direito Empresarial em Porto
Alegre-RS. Associado do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT) e da
Steuerrechtswissenschaftliche Vereinigung Heidelberg e.V. (StRWV). Autor da obra Responsabilidade
Tributária de Grupo Econômico (2018) e de artigos em periódicos de circulação nacional.

Rafael Medeiros – rafael@welschmedeiros.com.br


Orçamento
• “Constituição Orçamentária”
• Principalmente arts. 165 a 169
• Arts. 157 a 162
• Arts. 70 a 75
• Dispositivos esparsos

• Plano Plurianual (PPA)

• Planejamento • Lei de Diretrizes


Art. 165 CF/88 Orçamentárias (LDO) • Orçamento fiscal
Art. 165,
• Orçamento anual (LOA) • Orçamento de investimento das estatais § 5º,
CF/88
• Orçamento da seguridade social
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Orçamento
• Plano Plurianual (PPA)
• Planejamento de médio prazo
• Diretrizes e metas de acordo com as regiões
• Programas de duração continuada (mais de um exercício) e despesas de
capital (investimentos)
• Vigência de 4 anos (art. 35, § 2º, I, ADCT)
• Responsabilização (art. 167, § 1º, CF/88)

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Orçamento
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
• Metas e diretrizes para o exercício subsequente Lei anual
• Execução do PPA por meio da orientação da LOA
• Dispor sobre alterações na legislação tributária
• Anexo de metas fiscais (art. 4º, § 2º, LRF) Planejamento trienal
• Anexo de riscos fiscais (art. 4º, § 3º, LRF)
• Autorizar o aumento de despesas de pessoal
MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI CATARINENSE Nº 9.901, DE 31.07.95: CRIAÇÃO DE
CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO DE FISCAIS DE TRIBUTOS ESTADUAIS E DE AUDITORES INTERNOS. ALEGAÇÃO DE QUE A EDIÇÃO
DA LEI NÃO FOI PRECEDIDA DE PREVIA DOTAÇÃO ORCAMENTARIA NEM DE AUTORIZAÇÃO ESPECIFICA NA LEI DE DIRETRIZES
ORCAMENTARIAS (ART. 169, PAR. ÚNICO, I E II, DA CONSTITUIÇÃO). [...] 2. Interpretação dos incisos I e II do par. único do art. 169
da Constituição, atenuando o seu rigor literal: e a execução da lei que cria cargos que esta condicionada as restrições previstas, e
não o seu processo legislativo. A falta de autorização nas leis orcamentarias torna inexequivel o cumprimento da Lei no mesmo
exercício em que editada, mas não no subsequente. Precedentes: Medidas Liminares nas ADIS n.s. 484-PR (RTJ 137/1.067) e
1.243-MT (DJU de 27.10.95). 3. Ação Direta de Inconstitucionalidade não conhecida, ficando prejudicado o pedido de medida
cautelar. (ADI 1428 MC, Relator(a): MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 01/04/1996, DJ 10-05-1996 PP-15131 EMENT
VOL-01827-03 PP-00371 RCJ v. 21, n. 138, 2007, p.113)

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Orçamento
Princípio da
• Lei Orçamentária Anual (LOA) unidade do
• Discriminação de receitas e autorização de despesas orçamento

Art. 5º LRF
• Composto por três documentos diferentes, porém o orçamento é uno (art.
165, § 7º, CF/88):
• Orçamento fiscal (receitas e despesas da União)
• Orçamento de investimento das empresas (receitas e despesas das empresas em que a
União detém a maioria das ações com direito a voto)
• Orçamento da seguridade social (receitas e despesas do INSS e de órgãos vinculados)
• Princípios:
• Universalidade
• Exclusividade

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Orçamento
• Lei Orçamentária Anual (LOA)
• Orçamento “impositivo”
• Natureza de lei em sentido formal, não material
• Autorização – não obrigação – para gastar
• Emenda Constitucional 86/2015
• Art. 166, §§ 9º e 11, CF/88
Despesas de execução
• Emendas individuais ao orçamento de parlamentares
obrigatória
• Reserva do possível
• Colisão com direitos fundamentais Tema 6 - Dever do Estado de fornecer medicamento de
• Medicamentos (RE 566.471) alto custo a portador de doença grave que não possui
condições financeiras para comprá-lo.
• Controle de constitucionalidade
• Carência de abstração, generalidade e impessoalidade
• Alteração da jurisprudência do STF

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Orçamento
[...] II. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS ORÇAMENTÁRIAS. REVISÃO DE JURISPRUDÊNCIA. O
Supremo Tribunal Federal deve exercer sua função precípua de fiscalização da constitucionalidade das leis e dos atos
normativos quando houver um tema ou uma controvérsia constitucional suscitada em abstrato, independente do caráter
geral ou específico, concreto ou abstrato de seu objeto. Possibilidade de submissão das normas orçamentárias ao controle
abstrato de constitucionalidade. III. LIMITES CONSTITUCIONAIS À ATIVIDADE LEGISLATIVA EXCEPCIONAL DO PODER
EXECUTIVO NA EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS PARA ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO. Interpretação do art.
167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso I, alínea "d", da Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (art. 62), a
Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e
urgentes. Ao contrário do que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (art. 62), que se submetem a uma
ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (art.
167, § 3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões "guerra", "comoção
interna" e "calamidade pública" constituem vetores para a interpretação/aplicação do art. 167, § 3º c/c o art. 62, § 1º, inciso
I, alínea "d", da Constituição. "Guerra", "comoção interna" e "calamidade pública" são conceitos que representam realidades
ou situações fáticas de extrema gravidade e de conseqüências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que dessa
forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias. A leitura atenta e a análise
interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP n° 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a
prover despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP n° 405/2007
configurou um patente desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a
abertura de créditos extraordinários. IV. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. Suspensão da vigência da Lei n° 11.658/2008, desde a
sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008. (ADI 4048 MC, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
14/05/2008, DJe-157 DIVULG 21-08-2008 PUBLIC 22-08-2008 EMENT VOL-02329-01 PP-00055 RTJ VOL-00206-01 PP-00232)

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Orçamento
• Processo legislativo
• Art. 165, § 9º, CF/88:
• Lei complementar ainda não editada
• Aplicação do art. 35, § 2º, ADCT

• Iniciativa do Presidente da República

• Lacuna orçamentária
Prorrogação do orçamento anterior
ou
Aplicação do projeto de lei ainda em tramitação

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Receita Pública
• Conceito
“Receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições
ou correspondências no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo” (BALEEIRO,
Aliomar. Uma introdução à ciência das finanças. 14ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, p. 116).

• Classificação
• Receitas originárias: decorrentes de relação jurídica de direito privado, especialmente pela exploração
do patrimônio do Estado (preços públicos, compensações financeiras e ingressos comerciais)

• Receitas derivadas: decorrentes do poder de império do Estado, ou seja, a atividade tributária (tributos
e multas)

• Receitas transferidas: decorrentes de transferência de recursos de outros entes federados

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Receita Pública
• Royalties:
• Compensação financeira (indenização) e participação governamental
• Art. 20, § 1º, CF/88
• Não possui natureza tributária

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO FINANCEIRO. FEDERALISMO FISCAL. ESTADO PATRIMONIAL.


ROYALTIES. REGIME CONSTITUCIONAL. PARTICIPAÇÃO ESPECIAL. COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA EXPLORAÇÃO DE
RECURSOS MINERAIS – CFEM. RECEITA PÚBLICA NÃO TRIBUTÁRIA. RECEITAS ORIGINÁRIAS DA UNIÃO. RECEITAS
TRANSFERIDAS AOS ESTADOS E MUNICÍPIOS. ESTADOS E MUNICÍPIOS PRODUTORES E CONFRONTANTES. RATEIO
FEDERATIVO. LEI FEDERAL E ORDINÁRIA. ARTIGO 20, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. Os royalties
possuem natureza jurídica de receita transferida não tributária de cunho originário emanada da exploração econômica do
patrimônio público, afastada sua caracterização seja como tributo, seja como indenização. Precedente: RE 228.800, de
relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 16.11.2011. 2. Os royalties são receitas originárias da União,
tendo em vista a propriedade federal dos recursos minerais, e obrigatoriamente transferidas aos Estados e Municípios. 3. A
legislação prevista no parágrafo único do art. 20 da Constituição da República possui natureza ordinária e federal.
Precedente: ADI 4.606, de relatoria do Ministro Alexandre de Moraes, Tribunal Pleno, j. 28.02.2019. 4. É constitucional a
imposição legal de repasse de parcela das receitas transferidas aos Estados para os municípios integrantes da territorialidade
do ente maior. 5. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida a que se nega procedência. (ADI 4846, Relator(a): EDSON
FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 09/10/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-034 DIVULG 17-02-2020 PUBLIC 18-02-2020)

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Despesa Pública
• Conceito
Despesa pública é a soma dos dispêndios do Estado para a realização de obras e para a prestação de
serviços públicos

• Classificação (art. 12, Lei 4.320/64)


• Despesas correntes: gastos rotineiros
• Despesas de custeio: despesas na manutenção e operação de serviços já criados e instalados (gastos com pessoal e
material de consumo, por exemplo)
• Transferências correntes: despesas às quais não corresponde contraprestação direta e imediata (inativos, pensionistas e
entidades de caráter assistencial, por exemplo)

• Despesas de capital: gastos que contribuem para a formação ou aquisição de um bem de capital
• Investimentos
• Inversões financeiras
• Transferências de capital

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Despesa Pública
• Novo Regime Fiscal
• Emenda constitucional 95/2016
• Inserção dos arts. 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113 e 114 nos ADCT
• “Teto de gastos”
• Vigência de 20 anos
• Limitação das despesas primárias (especialmente dispêndios com pessoal,
investimentos e manutenção), corrigindo anualmente pelo IPCA

Crescimento real zero da


despesa primária total

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