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Teoria Geral do Direito Civil

Noções Introdutórias sobre Teoria Geral do Direito Civil

Aula teorica

Dr. Billy josé Julane


Ramos do direito
 A ordem jurídica e una mas impõe divisões (ramos do
direito)/princípios próprios.
 Roma/direito publico e privado

Critérios:
 Interesse:

1. Direito Publico: interesses públicos


2. Direito privado: interesses privados
Critica: os interesse publico corresponde, pelo menos
indirectamente, aos interesses particulares, os interesses
particulares são protegidos porque há um interesse publico
nesse sentido.
Cont
 Da qualidade dos sujeitos
1. Direito Publico: o direito que regulasse situações em que
interviesse o estado ou qualquer ente publico
2. Privado: o direito que regulasse as situações dos particulares
Critica: o estado e outros entes públicos podem actuar, e
frequentemente actuam, nos mesmos termos que qualquer
outro sujeito, utilizando as mesmas armas que os
particulares
 Da posição dos sujeitos
1. Direito publico: regula a actividade como entidade dotada de
ius imperii
2. Direito privado: regula as situações em que os sujeitos estão
em posição de paridade
Divisão
 Direito internacional e interno
1. Direito internacional: internacional público/internacional
económico/ comercio internacional/relações entre os estados
e as organizações internacionais
2. Direito interno: direito publico e privado/excepção: direito
internacional privado (art.14 a 65 CC) e penal (Art. 4 a 7 CP)
 Direito publico:
1. Direito constitucional
Cont
1. Direito administrativo
2. Direito penal ou criminal
3. Direito de mera ordenação
4. Direito financeiro
5. Direito fiscal e tributário
6. Direito processual civil/penal/trabalho/administrativo
 Direito privado: direito privado comum e especial/
conjunto ou sistema de normas jurídicas que , visando
regular a vida privada das pessoas, não conferem a
nenhuma delas poderes de autoridade sobre as outras,
mesmo quando pretendem proteger um interesse publico
considerado relevante.
Cont
1. Direito privado especial/sub ramo do dto privado: direito
comercial ou mercantil/direito do trabalho ou laboral
2. Direito privado comum/dto civil/dto da família, das coisas,
das sucessões e das obrigações
 Outros ramos do direito
1. Direito publico: direito publico da economia/
judiciário/militar/policial/escolar/da saúde/da informação/do
urbanismo/ do ambiente/ estradal ou rodoviário
2. Direito privado: direito de personalidade/ de autor/ da
segurança social/ industrial/ agrário
Novos ramos
 Direito comum (ex: a obrigação de alimentos, partindo do
direito comum das obrigações e depois adaptada as finalidades
da família) e institucional(ex: direito públicos - instituição
estado)
 Direito global/ direito continental europeu/ direito anglo
americano/ consideração do homem como pessoa (homo
homini persona)
 Principios:nullum crimen sine lege/ nulla poena sine lege/in
dubio pro reu/pro operario/pro patiente/pro
filiis/matrimonium/ ius novum universale.
Direito civil como parte do
direito publico
  Direito civil constitui o nucleo fundamental do
direito privado (comun ou geral)
 Historicamente →D privado=D civil
 Do dto privado surgiram por especialização ramos
autonomos de direito (Dcomercial/ Dlaboral)=direito
subsidiário
 Direito civil = disciplina /personalidade/relações
patrimoniais (os dtos reais, de credito e
obrigações)/familia/a transmissão dos bens por morte
Cont
 Outros ramos: normas dos codigos do notariado/ registo
predial e civil.
 A lei da organização tutelar de menores
Alcance prático da distinção entre Direito
Público e Direito Privado
 Vai determinar as vias judiciais a que o particular que se
considera lesado pelo estado ou por uma autarquia local deve
recorrer ou vice-versa
NB- nos termos do art 223/1 e 2 da CRM (espécies de tribunais)
 As acções entre particulares ou entre um particular e o Estado

ou outra Pessoa Colectiva Pública derivadas duma relação de


direito privado devem ser propostas nos tribunais judiciais.
NB-há certas questões que, sendo embora de natureza publica,
são atribuidas por lei aos tribunais judiciais. ex: os recursos de
decisões das autoridades administrativas em processo de
contra-ordenações.
Cont
 A responsabilidade civil- a obrigação de indemnizar os
prejuizos sofridos, decorrente de uma actividade de orgãos,
agentes ou representantes do Estado está sujeita a um regime
diverso, consoante os danos são causados no exercicio de uma
actividade de gestão pública ou de uma actividade de gestão
privada.
 Gestão pública- Tribunal administrativo (lesg administ)
 Gestão privada- Tribunal judicial (art 500 e 501 cc)
Formas de surgimento das normas juridicas civis

 As fontes do direito
 As normas aplicaveis as relações de direito civil
1. Os problemas de Direito Civil podem encontrar a sua solução
numa norma que não é de Direito Civil, mas de Direito
Constitucional.
 A Constituição contém, na verdade, uma “força geradora” de
Direito Privado. As suas normas não são meras directivas
programáticas de carácter indicativo, mas normas vinculativas
que devem ser acatadas pelo legislador, pelo juiz e demais
órgãos estaduais.
 O legislador deve emitir normas de Direito Civil não
contrárias à Constituição; o juiz e os órgãos administrativos
não devem aplicar normas inconstitucionais art 214 CRM.
Cont
 As normas constitucionais, designadamente as que reconhecem Direitos
Fundamentais, têm também, eficácia no domínio das relações entre
particulares. ex: art 63, 68 CRM,
 O reconhecimento e tutela destes direitos fundamentais e princípios valorativos
constitucionais no domínio das relações de Direito Privado processa-se
mediante os meios de produção próprios deste ramo de direito, nulidade, por
ser contra a ordem pública (art. 280º CC).
 A aplicação das normas constitucionais à actividade privada faz-se:
 a)      Através de normas de Direito Privado que reproduzem o seu conteúdo,
por ex. o art. 72º CC;
 b)      Através de cláusulas gerais e conceitos indeterminados, cujo o conteúdo é
preenchido com valores constitucionalmente consagrados;
 c)      Em casos absolutamente excepcionais, por não existir cláusula geral ou
conceito indeterminado adequado a uma norma constitucional reconhecedora
de um direito fundamental aplica-se independentemente da mediação de uma
regra de Direito Privado.
O sistema do codigo civil de
1966.
 O Código Civil de 1966 está sistematizado, segundo o
chamado "Plano de Savigny", que assenta na classificação
germânica das relações jurídicas de dt° privado.
 O Código Civil Português divide-se em:

1.  LIVRO I - Parte Geral


 Das leis, sua interpretação e aplicação

 Das relações jurídicas, mediante uma disciplina separada de

cada um dos elementos da relação jurídica (sujeito, objecto,


facto jurídico e garantia) 
2. LIVRO II - Direito das obrigações das obrigações em
geral(art 397 a 873); dos contratos em especial (art 874 a
1250 CC)
Cont
 LIVRO III - Direito das coisas (da posse, do dt° de
propriedade, do usufruto, uso e habitação, da enfiteuse, do dt°
de superfície, das servidões prediais.
Da posse – disposições gerais (art.1251 a 1257 CC), caracteres da
posse (1258 a 1262 CC), aquisição da posse (art1263 a 1267
CC), efeitos da posse (1268 a 1275 CC), defesa da posse (1276
a 1286 CC) e usucpião (1287 a 1301 CC)
Do direito de propriedade- propriedade em geral (1302 a 1315
CC), aquisição da propriedade (1316 a 1324 CC), acessão
(1325 a 1343 CC),propriedade de imóveis 1344 a 1388 CC),
propriedade de águas (1385 a 1402), compropriedade (1403 a
1413), propriedade horizontal (1414 a 1438 CC)
Cont

Do usufruto, uso e habitação- das disposições gerais (1439 a


1445), direitos do usufruto (1446 a 1467), obrigações do
usufrutuário ( 1468 a 1475), extinção do usufruto (1476 a
1483), uso e habitação (1484 a 1490),
Da enfiteuse – disposições gerais (1491 a 1496), constituição da
enfiteuse (art1497 a 1498), direitos de encargo do senhorio e
do enfiteuta (1499 a 1512), extinção da enfiteuse (1513 a
1515), disposições transitórias (art 1516 a 1523)
Do direito de superficie (1524 a 1542)
Das servidões prediais (1543 a 1575)
Cont.

 LIVRO IV - Direito da Família disposições gerais(art 1 a 15


LF), do casamento(art 16 a 201 LF), da união de facto (art202
a 203 LF) da filiação ( art 204 a 388 LF), da adopção (art389 a
406 LF), dos alimentos (art 407 a 429 LF).
 LIVRO V - Direito das sucessões das sucessões em geral(art
2024 a 2130 CC), da sucessão legítima (2131 a 2155 CC), da
sucessão legitimária( art 2156 a 2178 CC), da sucessão
testamentaria( art 2179 a 2334 CC).
Cont
 Definições de cada um deste tipo de relações
Obrigações
 São vínculos jurídicos, por virtude dos quais uma pessoa fica

adstrita para com outra à realização de uma prestação (art.


397° CC)
Credor
 O sujeito activo da obrigação (aquele que tem o poder de

exigir a prestação)
Devedor
 O sujeito passivo da obrigação (o que tem o dever de prestar)
Cont
Direito real
 um poder directo e imediato sobre uma coisa, adquirido por

força das relações de um sujeito jurídico com todas as outras


pessoas. ( ex: dt° de propriedade, do usufruto, da servidão
predial, da hipoteca, etc.)
Direitos de família
 São relações emergentes do casamento,do parentesco, da

afinidade ou da adopção. (ex: poder parental, dos deveres


pessoais dos cônjugues)
Direitos sucessórios
 São as relações dirigidas a actuar a transmissão dos bens por

morte do seu titular. (ex: poderes e deveres dos herdeiros e


dos legatários) (art.2024°)
Cont
 Três tipos de formulação legal, três tipos de Códigos
(Larenz)
Casuística
 Traduz-se na emissão de normas jurídicas prevendo o maior

número possível de situações da vida, descritas com todas as


suas particularidades e fazendo corresponder-lhe uma
regulamentação extremamente minuciosa.
 Num Código deste tipo, utiliza-se uma linguagem acessível a

qualquer cidadão e procura-se excluir toda a necessidade de


interpretação das normas pelos juízes. (Ex: Código
Prussiano)
Cont

Conceitos gerais- abstractos


 Este tipo de formulação, recorre a conceitos gerais e

abstractos, assenta na consciência da impossibilidade de


prever todas as hipóteses geradas na vida social e na
necessidade ou na conveniência de reconhecer o carácter
activo e valorativo da intervenção do juíz ao aplicar a lei
Meras directivas
 Neste tipo de formulação o legislador enuncia cláusulas gerais,

formula conceitos indeterminados, recorre a linhas de


orientação que fornece ao Juíz.
Alguns topicos do Código Civil
 A linguagem utilizada é de carácter técnico, especializado,
utilizando expressões e termos doutrinalmente apurados.
 Os trabalhos de elaboração do Código estenderam-se por 22
anos
 Foi aprovado e publicado através do Decreto-Lei n° 47344, de
25 de Novembro de 1966
  A publicação do Código Civil de 1966, justificou-se pela
existência de numerosa legislação avulsa posterior a 1867 (data
do Código Civil anterior) e pela inadequação às concepções
sociais e às doutrinas jurídicas do meado do século XX dum
diploma elaborado um século antes.
 Foi adaptado ao regime de direitos, liberdades e garantias
consagrado na C.R.P. de 1976 pelo Decreto-Lei n° 496/77, de
25 de Novembro
Cont
 Com a entrada em vigor do Código Civil de 1966, cessou a
sua vigência o Código Civil de 1867, chamado Código de
Seabra, nome do seu autor, que esteve vigente no nosso
ordenamento cerca de 100 anos
 Antes da entrada em vigor do Código de Seabra, o nosso
Direito Civil identificava-se com as Ordenações Filipinas
(1603), produto da revisão das Ordenações Manuelinas
(Séc.XVI) e das Ordenações Afonsinas (Séc. XV)
Principios do direito civil
 1. Personificação jurídica do Homem;
 2. Reconhecimento do Direitos de personalidade;
 3. Igualdade dos Homens perante a lei;
 4. Reconhecimento da família como instrumento fundamental;
 5. Personalidade colectiva;
 6. Autonomia privada;
 7. Responsabilidade civil;
 8. Propriedade privada;
 9. Reconhecimento do fenómeno sucessório.
Cont
 Princípio da personificação juridica do Homem
 Este princípio ganha mais importância quando no art. 43 CRM
diz que os preceitos constitucionais e legais relativos aos
direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados de
harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem
e a carta Africana dos direitos do homem e dos povos.
 O art. 66º CC diz que, a personalidade adquire-se no momento
do nascimento completo e com vida. A própria Personalidade
Jurídica é indispensável. No art. 69º, ninguém pode renunciar,
no todo ou em parte, à sua Capacidade Jurídica. A
Personalidade Jurídica é uma qualidade imposta ao Direito e
que encontra projecção na dignidade humana.
Cont
 Princípio do reconhecimento dos direitos de personalidade
 Personificar o Homem envolve um conjunto máximo de direitos de conteúdo

não patrimonial.
 O circulo de direitos vai desde os artigos 70 a 81 do CC

 Caracteristica dos direitos de personalidade: irrenunciaveis, Absolutos e

inalienáveis.
 Protecção dos direitos de personalidade

 Ilícito criminal

Desencadeia uma punição estabelecida no código penal em correspondência


com o respectivo tipo legal de crime (homicídio, ofensas corporais,
difamação, calúnia, injúria, cùarcere privado)
 Ilícito civil

A violação de um direito de personalidade, que não corresponde a um iícito


criminal, desencadeia a responsabilidade civil do infractor (art.70°/2 CC).
Bem como certas providências cautelares não especificadas
Cont
 Princípio da igualdade dos homens perante a lei
O Princípio da Igualdade dos Homens Perante a Lei encontra-se
na Constituição no seu art. 35, 36 e 37. Não se deixa de referir
na Constituição o princípio de tratar desigual aquilo que é
desigual.
A Lei Constitucional proíbe todas as formas de discriminação.
 Princípio do reconhecimento da família como instrumento

fundamental
O art 119 a 125 da CRM, versa que, a familia é o fundamento e a
base de toda a sociedade. O Estado protege o casamento como
instituição que garante a procecussão dos objectivos da
família.
Cont
 Princípio da personalidade colectiva
As Pessoas Colectivas jurídicas criadas pelo efeito do Direito
demarcam-se das pessoas jurídicas singulares, embora
funcionem também com centros autónomos de imputação de
direitos e deveres, as Pessoas Colectivas gozam de direitos e
estão sujeitas aos deveres compatíveis com a sua natureza.
 Características das pessoas colectivas :

 Centros de uma esfera jurídica própria

 Autonomia relativamente às esferas jurídicas dos seus membros

 Possuem um património próprio

 São titulares de direitos e destinatários de deveres

 Adquirem direitos e assumem obrigações através da prática de

actos jurídicos, realizados em seu nome pelos seus órgãos


Cont
Associações - Colectividades de pessoas que não têm por escopo o lucro
económico dos associados.
Fundações - Complexos patrimoniais ou massas de bens afectados por uma
liberalidade à prossecução de uma finalidade estabelecida pelo fundador ou
em harmonia com a sua vontade
Sociedades - conjunto de pessoas que contribuem com bens e serviços
para o exercício de uma actividade económica dirigida à obtenção de
lucros e à sua distribuíção pelos sócios
 Princípio da autonomia privada

Os efeitos só se produzem na medida em que o Direito os admite ou prevê.


Isto porque são fenómenos criados pelo Direito.
Este princípio está directamente ligado ao princípio da liberdade contratual,
segundo o qual, é lícito tudo o que não é proibido. A este princípio
contrapõe-se o princípio da competência. Segundo este, só é lícito aquilo
que é permitido.
Cont
 Princípio da responsabilidade civil
Consiste na obrigação, imposta pela lei, a quem com dolo ou mera culpa, viole
ilícitamente o direito de outrem ou qualquer disposição legal destinada a
proteger interesses alheios, a indemnizar o lesado pelos danos resultantes
da violação. (arts. 483° e 562° CC)
Com a evolução das relações comerciais passou a surgir um conceito de
responsabilidade objectiva. Já não tem a ver com o dolo do agente mas sim
com o risco que acompanha toda a actividade humana.
Teoria geral da relação juridica
 RELAÇÃO JURÍDICA em Sentido Amplo - toda a relação
da vida social relevante para o dto., isto é, produtiva de efeitos
jurídicos e, portanto, disciplinada pelo dto.
 RELAÇÃO JURÍDICA em Sentido Restrito - é a relação da
vida social disciplinada pelo dto., mediante atribuição a uma
pessoa de um dto. subjectivo e a imposição a outra pessoa de
um dever jurídico ou de uma sujeição.
 Falamos de relação jurídica abstracta por ex. modelo
contido na lei.
 Falamos de relação jurídica concreta relação jurídica
existente na realidade, entre pessoas determinadas, sobre um
objecto determinado, e procedendo de um facto jurídico
determinado.
Cont
 Elementos da relação juridica:
Existe entre Sujeitos;
- incide sobre um Objecto;
- advém de um Facto Jurídico;
 e está dotada de Garantias

Extrutura interna da relação juridica:


 DTOS. SUBJECTIVOS EM SENTIDO AMPLO
É o poder jurídico (reconhecido pela ordem jurídica a uma pessoa) de
livremente exigir ou pretender de outrém um comportamento positivo
(acção) ou negativo (omissão) ou de por um acto livre de vontade só de
per si ou integrado por um acto de autoridade pública, produzir
determinados efeitos jurídicos que inevitavelmente se impõem a outra
pessoa (contraparte ou adversário).
Cont
 Existem também, os chamados poderes-deveres, isto é, nos
dtos. subjectivos, de uma forma geral, o poder está num
sujeito (credor) e o dever num outro sujeito (devedor), ao
passo que, nos poderes-deveres reúnem-se num só sujeito,
quer os poderes, quer os deveres Ex. A pai de B, A tem o dto.
de exercer o poder paternal, mas simultaneamente, tem o
dever de o exercer, ou seja, não há, neste caso concreto,
liberdade de actuação, logo estes não são autênticos dtos.
subjectivos.
NB - Assim, dentro destes dtos. subjectivos em sentido amplo
encontramos:
- DTOS. SUBJECTIVOS PROPRIAMENTE DITOS
- DTOS. POTESTATIVOS
Cont
 DTOS. SUBJECTIVOS PROPRIAMENTE DITOS
Consiste no poder de exigir ou pretender de outrém um
determinado comportamento positivo (acção) ou negativo
(abstenção ou omissão).
 DTOS. POTESTATIVOS

São poderes jurídicos de, por um acto livre de vontade, só de per


si ou integrado por uma decisão judicial, produzir efeitos
jurídicos que obrigatoriamente se impõem à contraparte.
Correspondendo-lhes a sujeição, ou seja a contraparte vê
produzir-se forçosamente uma consequência na sua esfera
jurídica por mero efeito do exercício do dto. pelo seu titular.
Cont
 os dtos. potestativos constitutivos - produzem a constituição
de uma relação jurídica, por acto unilateral do seu titular. (Ex.
Art. 1550º - a constituição de servidão de passagem em
benefício de prédio encravado)
 os dtos. potestativos modificativos - tendem a produzir uma
simples modificação numa relação jurídica existente e que
continuará a existir, embora modificada (Ex. Art. 1568º - a
mudança de servidão para outro sítio, a separação judicial de
pessoas e bens)
 os dtos. potestativos extintivos - produzem a extinção de uma
relação jurídica existente. (Ex. Art. 1047º - a resolução do
arrendamento pelo senhorio, o dto. de obter o divórcio).
Cont
 A Relação Jurídica Simples - é aquela que se extingue pela
simples entrega da coisa e pelo correlativo cumprimento da
prestação (Ex. pagamento do preço)
 A Relação Jurídica Complexa - é aquela que agregada à
relação jurídica principal decorrem deveres secundários e
acessórios (Ex. A vende uma máquina - Principal - B paga o
preço, tem expectativa de que a máquina funcione
correctamente, caso assim não se verifique A tem o ónus de a
pôr a funcionar correctamente), ou seja, é uma relação
jurídica, que ao invés da simples, não se extingue com a
entrega da coisa e o cumprimento da prestação devida.
Cont
 Por ónus, entende-se a necessidade de adopção de um
comportamento para realização de um interesse próprio. (Ex.
B vai reclamar junto de A a entrega da máquina, A recusa
alegando que B não cumpriu a prestação, isto é, B ao invocar o
dto à entrega da coisa, tem o ónus da prova em como cumpriu
a prestação, por ex. através da apresentação da factura).
 Por expectativa jurídica, entende-se a situação activa, juridicamente
tutelada, correspondente a possibilidade de aquisição futura de um direito,
estando já parcialmente verificada a situação jurídica (o facto jurídico)
complexa, constitutiva desse dto. (Ex. é o caso do comprador sob condição
suspensiva: enquanto se não verificar a condição não adquire o dto. à
entrega da coisa, nem o dto. à propriedade sobre ela, tem, porém, uma
expectativa jurídica - não uma mera expectativa de facto - pois a lei
protege já, em determinados termos, a sua posição (Art. 273º).
Noção
 Os Sujeitos de Direito são os entes susceptíveis de serem
titulares de direito e obrigações, de serem titulares de relações
jurídicas.
São sujeitos de direito as pessoas, singulares e colectivas.
A Personalidade Jurídica traduz-se precisamente na
susceptibilidade de ser titular de direitos e se estar adstrito a
vinculações, art. 66º/1 CC.
À Personalidade Jurídica é inerente a Capacidade Jurídica ou a
Capacidade de Gozo de direitos (art. 67º CC).
Capacidade jjuridica - É a medida de direitos e vinculações de que
uma pessoa é susceptível, art. 67º CC, traduzindo esta inerência,
estabelece que “as pessoas podem ser sujeitos de quaisquer
relações jurídicas, salvo disposição legal em contrário: nisto
consiste na sua Capacidade Jurídica”.
Cont
 Capacidade de Gozo, é a medida de direitos e vinculações de
que uma pessoa pode ser titular e a que pode estar adstrita.
 Capacidade de Exercício, consiste na medida de direitos e de
vinculações que uma pessoa pode exercer por si só pessoal e
livremente.
 A Capacidade Genérica é quando a generalidade dos direitos
e das vinculações reconhecidas pela ordem jurídica. (art. 67º
CC).
 A Capacidade Específica, é a capacidade das pessoas num
âmbito mais restrito de apenas abranger certas categorias e
vinculações de direito, ex. Pessoas Colectivas, art. 160º/1 CC.
Cont
 Incapacidade Jurídica, que é a medida de direitos e
vinculações de que uma pessoa não é susceptível.
 Pode-se ter Capacidade de Gozo genérica e não ter uma

Capacidade de Exercício genérica, ex. menores.


Diferença:
A Incapacidade de Gozo não admite suprimento, enquanto que a
Capacidade de Exercício é suprível.
A Incapacidade de Gozo reporta-se à titularidade de direitos e
vinculações de que uma pessoa pode gozar.
Na Incapacidade de Exercício está em causa a impossibilidade de
certa pessoa que é titular de um determinado direito, exercê-lo
pessoalmente.
Cont
 Formas de suprimento da incapacidade
São os meios de actuação estabelecidos pelo Direito, tendo em
vista o efectivo exercício dos direitos e o cumprimento das
obrigações do incapaz. Implicam sempre a intervenção de
terceiros.
 Existem duas formas de suprimento: a representação e a

assistência.
A representação, quando o incapaz não é admitido a exercer os
seus direitos pessoalmente. (art. 258º CC, efeitos de
representação
A assistência, situações em que certas pessoas são admitidas a
exercer livremente os seus direitos. Ou seja, o suprimento da
incapacidade impõe única e simplesmente que outra pessoa
actue juntamente com o incapaz.
Cont
 Modalidades da assistência
Podem revestir de três modalidades: (1) a autorização; (2) a
comparticipação; (3) a ratificação.
A autorização, quando a vontade do assistente se manifesta no
momento logicamente anterior ao acto do incapaz, art.
153º/1CC
A comparticipação, verifica-se se a vontade do assistente se
manifesta no próprio acto, no qual o assistente deve também
participar.
A ratificação, diz-se que há ratificação ou aprovação quando a
manifestação de vontade do assistente é posterior à
manifestação de vontade do incapaz.
Cont
 O incapaz, é a pessoa que sofre de incapacidade genérica ou
de incapacidade específica que abranja um número
significativo de direitos e vinculações no campo pessoal ou
patrimonial.
 A legitimidade, é a susceptibilidade de certa pessoa exercer
um direito ou cumprir uma vinculação, resultante de uma
relação existente entre essa pessoa e o direito ou vinculação.
Para o prof. Castro Mendes, é a susceptibilidade ou
insusceptibilidade de uma certa pessoa exercer um direito ou
cumprir uma vinculação, resultante não das qualidades ou
situações jurídicas da pessoa, mas das relações entre ela e o
direito ou obrigações em causa
Cont
 A esfera jurídica, é o conjunto de direitos e vinculações que
certa pessoa está adstrita em determinado momento. Comporta
dois hemisférios distintos: o patrimonial e o não patrimonial
ou pessoal.
 Património

É tudo aquilo que se mostra susceptível de ser avaliado em


dinheiro.
 O hemisfério patrimonial da esfera jurídica, é o conjunto de

direitos e vinculações pertencentes a certa pessoa em


determinado momento e que é susceptível de avaliação em
dinheiro.
 O hemisfério não patrimonial da esfera jurídica, é constituído

pelos demais direitos e vinculações do sujeito.


Cont
 Sentidos do património
Pode ser usado no seu sentido jurídico, identifica-se com o
hemisfério patrimonial. É o conjunto de direito e obrigações
pertencentes a certa pessoa e que são susceptíveis de avaliação
em dinheiro. Ex., direito de propriedade sobre um prédio
urbano.
Em sentido material, entende-se por património o conjunto de
bens pertencentes a certa pessoa em determinado momento
avaliáveis em dinheiro, ex., prédio urbano em si mesmo.
 Funções do património

O Património tem uma função externa, em que o património do


devedor é a garantia comum dos credores do seu titular art.601
CC.
Cont
 A garantia comum dos credores faz-se pela via judicial e por
efeito de uma acção executiva (penhora).
 O património é a garantia comum dos credores, mas tem dois

desvios:
Alargamento da garantia, traduz-se numa quebra do princípio da
igualdade dos credores, mediante a alguns deles de uma
posição mais favorável em relação ao património do devedor.
Limitação da garantia, pode ser de ordem legal ou convencional.
Limitação da garantia legal, os vários casos de
impenhorabilidade previstos na lei. Limitações de garantia
convencional, resultam da vontade dos próprios interessados.
Cont
 Garantias previstas no Código Civil para a conservação do
património
 1. Declaração de nulidade: possibilita que o credor obtenha a
declaração de nulidade de actos praticados pelo devedor
quando eles se projectem desfavoravelmente sobre a garantia
patrimonial, art. 605º CC;
 2. Acção sub-rogatória: só é possível quando seja essencial
para satisfação do credor ou para sua garantia, arts. 606º a
609º CC;
 3. Impugnação pauliana: respeita indistintamente a actos
válidos e inválidos praticados pelo devedor, desde que tenham
conteúdo patrimonial e envolvem diminuição e garantia
patrimonial, arts. 610º a 618º;
Cont
 4. Arresto: consiste numa apreensão judicial de bens do
devedor para o efeito de conservação da garantia patrimonial,
quando o credor tenha um justo receio de ver essa garantia
ameaçada por um acto do devedor. Trata-se de acautelar a
conservação dos bens a que respeita o tal receio do credor,
colocando esses bens á guarda do Tribunal, para que eles
existam e estejam em condições de poder ser penhorados
quando o credor esteja em condições de exercer efectivamente
o seu crédito, em execução parcial, arts. 619º e seguintes do
CC.
Cont
 Património colectivo
Massa patrimonial que é pertença por mais de uma pessoa.
 Características do património colectivo

Os credores deste tipo de património, só se podem fazer pagar pelo


valor dessa massa patrimonial que está em conjunto e só
posteriormente é que podem chamar os bens pessoais das
pessoas contitulares do património colectivo, caso aquele
património não tivesse suficiente para a satisfação do crédito
dos credores. Os credores pessoais dos membros do grupo que
são contitulares do património, não se podem fazer pagar pelo
bens deste património colectivo, e só após a divisão deste
património é que lhes será possível incidir o seu direito não
sobre o património colectivo, mas sobre bens desse património
que lhe foram atribuídos ao seu devedor na divisão
Cont
 Estado pessoal e estado civil
O Estado pessoal, é a qualidade da pessoa, quando essa é
relevante na fixação da capacidade dessa pessoa e da qual
decorre a investidura automática de um conjunto de direitos e
vinculações.
O Estado Civil, são as posições fundamentais da pessoa na vida
jurídica, posições essas que dada sua importância devem ser de
fácil conhecimento pela generalidade dos cidadãos.
 Individualização e identificação das pessoas

 São esquemas expeditos que promovem a identificação da

pessoa, através do apuramento de um conjunto de caracteres,


que são próprios das pessoas e que constituem a identidade. A
pessoa após o nascimento é imediatamente inscrita no Registo
Civil, este registo é obrigatório art. 1ºa) CRC.
Cont
 Elementos da individualização
 Podem ser elementos naturais ou intrínseco, ou elementos
circunstâncias ou externos.
 Elementos naturais ou intrínsecos, existem pela natureza da
pessoa (ex. sexo);
 Elementos circunstanciais ou exteriores, são o resultado da
acção do homem, ou de circunstanciais relacionadas de modo
estável com a pessoa e a que a lei dá relevância jurídica. Nos
elementos circunstanciais encontramos a, Naturalidade, que é
o vínculo que liga a pessoa ao seu local de nascimento; o
Nome Civil, tem a ver com o nascimento da pessoa, o nome é
dado pela pessoa que faz o registo e a composição do nome é:
dois nomes próprios, e quatro apelidos. Art.127, 128 e 129
Cont
 Identificação
Esta consiste em apurar qual o indivíduo concreto que
corresponde aos caracteres determinados pela
individualização. Temos como meio de identificação, o
conhecimento da identidade da pessoa pelo seu interlocutor ou
por um terceiro; o confronto da pessoa com meios que ele tem,
nos quais se encontra descrita a sua identidade.
NB. ler o manual de Delton Croce e Dleton Croce Junior.
Manual de Medicina legal. Editora saraiva. 8 ed, São Paulo
2012.
Pessoas juridicas
 Começo da personalidade art 66 CC
NB: Para o Direito Moçambicano adquire-se Personalidade
Jurídica quando há vida, (respiração) independentemente do
tempo que se está vivo.
Condição jurídica dos nascituro art 66/2 CC
Nascituros/concepturos - A lei permite que se façam doações aos
nascituros concebidos ou não concebidos (art. 952º CC) e se
defiram sucessões – sem qualquer restrição, quanto aos
concebidos (art. 2033º/1 CC) e apenas testamentária e
contratualmente, quando aos não concebidos (art. 2033º/2
CC).
Conceito
 Nascituro é o ser que já foi concebido e ainda não
nasceu.
 Concepturo é o ser que ainda não foi concebido,
embora haja a esperança de que venha a ser.
 Personalidade juridica é a aptidão para ser titular de
direitos e deveres
 Direitos sem sujeitos: Toda a relacão juridica
traduzida do lado activo num poder e do lado passivo
numa vinculação tem de estar conexionada com um
sujeito e não estando conexionada há um sujeito
chamamos de direitos sem sujeito.
Aquisição da personalidade
jurídica
 Art. 66/1 do CC: a personalidade jurídica
adquiri-se no momento do nascimento
completo e com vida.
 Art.158/1 do CC: a personalidade jurídica das
Pessoas Colectivas adquiri-se com o
reconhecimento, salva disposição especial da
Lei.
 NB: A Lei não preve a existência de nascituros
ou concepturos de Pessoas Colectivas.
Direitos sem sujeitos
1. Direito dos nascituros/concepturos (art.2033
e 952 do CC)
2. Abandono de um título ao portador ( o bilhete
para um espectáculo) uma senha para uma
refeição numa cantina.
3. As obrigações do de cujus na herança jacente
Condição juridica dos nascituros
 Estabelece o art.66/2 do CC que: Os direitos
reconhecidos por Lei aos nascituros,
dependem do seu nascimento.
Tutela jurídica dos direitos dos nascituros.
1. Aborto (art.358 do CP)

2. Direitos especiais do nascituro (Art.11/1, b),


Art.12/3 da Lei do Trabalho)
3. Direito de alimentos provisorios (Art.425 da
Lei de Família)
Teorias da personalidade
 Teoria natalista:
No instante em que principia o funcionamento
do aparelho cardiorespiratório, clinicamente
aferivel pelo exame de docimasia hidróstatica
de galeno o recem nascido adquire a
personalidade juridica. O nascituro detem uma
mera expectativa de direitos ja que é uma mera
expectativa de pessoa.
Cont.
 Teória da concepção:
Desde a concepção é reconhecido ao nascituro
a sua personalidade, sendo desta feita
considerado pessoa. Assim apenas para alguns
direitos especificos seria dependente do
nascimento com vida, como é o caso dos
direitos patrimoniais.
Cont.
 Teória da personalidade condicionada:
Esta teória apresenta uma mescla das duas
teses anteriormente explanadas, apontando
alguns autores como uma subdivisão da visão
concepcionista da personalidade jurídica do
nascituro. Oferece uma visão onde reconhece a
personalidade desde a concepção, porêm
condicionada ao nascimento com vida.
Cont.
 Alemanha e Portugal e Moçambique -
Teória natalista.
 Espanha – Exige que o neonato tenha forma
humana e que tenha vivido no minimo vinte e
quatro horas.
 Argentina- Teória concepcionista. Art.70 CC
 Brasil- Personalidade condicionada.Art.2 CC.
 França e Holanda- Teória da personalidade
condicionada.
Termo da personalidade juridica
 Termo da personalidade jurídica
a) Morte: art. 68º/1 CC. No momento da morte, a pessoa perde,
assim, os direitos e deveres da sua esfera jurídica,
extinguindo-se os de natureza pessoal e transmitindo-se para
seus sucessores mortis causa os de natureza patrimonial.
Mas, os direitos de personalidade gozam igualmente de
protecção depois da morte do respectivo titular (art. 71º/1
CC).
b) Presunção de comoriência: art. 68º/2 CC. Mortes
simultâneas susceptivel de prova em contrário – presunção
iuris tantum.
c) O desaparecimento da pessoa (art. 68º/3): aplica-se as regras
de morte presumida (arts. 114 seg. CC).
Direitos de personalidade
 Noção certo número de poderes jurídicos pertencentes a todas
as pessoas , por força do seu nascimento. Assim, toda a pessoa
jurídica (Art. 70º ss. CC), são direitos gerais (todos deles
gozam), extra-patrimoniais e absolutos.
Sobre que incidem:
Os dtos de personalidade sobre a vida da pessoa, a sua saúde
física, a sua integridade física, a sua honra, a sua liberdade
física e psicológica , o seu nome, ao pseudónimo, a sua
imagem, a reserva sobre a intimidade da sua privada
 Sua violação acareta: ilicito criminal ou civil art 70 nº2

(apreensões, publicação da sentença em jornais, etc.),


indemnização, O lesado pode recorrer a outro meio,
nomeadamente, as providências cautelares (meio mais célere
Caracteristicas do dto de
personalidade
 Características dos dtos de personalidade:
1) Absolutos - impõem-se “erga omnes”, tendo obrigatoriamente
de ser respeitados por todas as pessoas.
2) Gerais - porque se aplicam a toda a gente
3) Extrapatrimoniais - não são avaliáveis em dinheiro o valor
da vida ou honra, são inqualificáveis, porém, no caso da sua
violação, o ofensor terá de indemnizar a vítima ou os seus
herdeiros, indemnização essa, que se reporta não ao valor da
vida mas sim, ao custo da violação.
4) Inalienáveis - são indissociáveis e indisponíveis mesmo para
o seu titular
5) Irrenunciáveis - não pode ser renunciados
Cont
 Limitação voluntária do dto. à integridade física são: como
consentimento para intervenções médicas, para operações
estéticas, para benefício de saúde de terceiros, para participar
em jogos desportivos violento. Art 81 CC
 Quanto ao dto. à liberdade, parece ter-se por nula qualquer
limitação voluntária à liberdade física, mas já serão válidas,
desde que, conformes à ordem pública, designadamente se
temporal ou especialmente limitadas, quaisquer outras
restrições ao ar livre desenvolvimento de actividades
profissionais, materiais ou jurídicas. Sem ferir o artigo 280
CC.
Cont
 Pessoas Colectivas - são organizações constituídas por uma
colectividade de pessoas ou por uma massa de bens, dirigidos
à realização de interesses comuns ou colectivos, às quais a
ordem jurídica atribui personalidade jurídica.
 Há duas espécies fundamentais de pessoas colectivas as:

corporações (agrupamento de pessoas que visam um interesse


comum, sendo dirigida de dentro para fora);
fundações (são integrados por uma massa de bens, isto é
património adstrito pelo fundador, com vista a um bem social,
sendo a mesma governada de fora, pela vontade do fundador).
 
Cont
 Para haver uma Pessoa Colectiva, existem dois elementos
necessários:
Substrato - elementos de facto (conjunto de elementos - pessoal,
patrimonial, teleológico e intencional, organizados com vista
ao desempenho de uma dada actividade, são desta forma, os
elementos extra-jurídicos);
Reconhecimento - Art. 158º - elementos de dto. (transformação
de uma organização ou ente de facto num ente ou pessoa
jurídica).
Cont
 Substrato:
1. Elemento Pessoal ou Patrimonial –
 O elemento pessoal verifica-se nas corporações ou
associações, ou seja, é o conjunto dos associados, é elemento
fundamental
 O elemento patrimonial verifica-se nas fundações, massa de

bens ou dotação é elemento fundamental.


2. Elemento Teleológico-fim último
Requisitos: Art. 280ºCC
O fim da pessoa colectiva deve ser comum ou colectivo;
Terá de ser um interesse duradouro ou permanente
Cont
 Elemento Intencional - é a intenção que as pessoas,
associados, sócios ou fundadores têm de criar uma pessoa
colectiva.
verificavel nos seguintes termos: o acto de constituição nas
associações (Art. 167º) o contrato de sociedade para as
sociedades (Art.980º) e o acto de instituição nas fundações
(Art. 186º)
A falta deste elemento conduz a que não sejam pessoas
colectivas:
Comissões especiais art 200 CC,
Incapacidades plasmadas no
CC
 A incapacidade negocial de gozo - provoca a nulidade dos
negócios jurídicos respectivos e é insuprível.
 A incapacidade negocial de exercício - provoca a
anulabilidade (Art. 125º CC) dos negócios jurídicos
respectivos e é suprível
 Suprimento - instituto da representação legal (ex. Art. 124º
CC - suprimento da incapacidade dos menores pelo poder
parental, subsidiariamente, pela tutela; cfr. Art. 125º CC
“representante do menor”; Art. 139º CC) e o instituto da
assistência propriamente dita (ex. Art. 153º CC. "os
inabilitados são assistidos por um curador"), quer na do
consentimento conjugal na LF
Cont
 Distinção: O representante (ex. pai, tutor) substitui o incapaz
na actuação jurídica); o Assistente (ex. curador dos
inabilitados, em princípio) impede o incapaz de agir ou
intervém ao lado dele.
 Pontos a serem analisados das incapacidades:

Incapacidades Nupciais (pode uma criança de 6 anos casar ?)


Incapacidade de Testar dos Menores não emancipados e dos
Interditos por anomalia psíquica (Art. 2189º CC)
Cont
 INCAPACIDADES DE EXERCÍCIO
As incapacidades de exercício resultam de :
1º Menoridade
2º Interdição
3º Inabilitações
4º Incapacidades Conjugais ou resultantes do casamento
5º Incapacidade Natural Acidental (consistindo no não
entendimento, por qualquer causa, do sentido da declaração
negocial ou na falte de livre exercício da vontade - Art. 257º
CC)
Cont
Incapacidade do menor -É uma incapacidade geral (Art. 123º),
mas não absoluta (Art. 127º)
Os negócios jurídicos praticados pelos menores, contrariamente à
proibição em que se cifra a incapacidade, sofrem de
anulabilidade (Art. 125º)
 Quem tem legitimidade para arguir essa anulabilidade ?

(Art. 125º)
- o representante do menor dentro de um ano a contar do
conhecimento do acto impugnado;
- o próprio menor dentro de um ano a contar da cessação da
incapacidade ou ;
- qualquer herdeiro igualmente dentro de um ano a contar da
morte, se o hereditando morreu antes de ter expirado o prazo
em que podia, ele próprio, requerer a anulação.
Cont
 A anulabilidade pode ser invocada normalmente por via de
excepção (é um facto novo, que o réu invoca, como extintivo
ou modificativo do dto. que contra ele é invocado pelo autor),
sem dependência de prazo, se o negócio não estiver cumprido.
Neste caso, (invocação por via de excepção) a pessoa com
legitimidade para arguir a anulabilidade não vem intentar uma
acção para esse fim, mas defende-se com a referida
anulabilidade, numa acção judicial em que se peça o
cumprimento do acto ou este seja invocado.
 O dto. de invocar a anulabilidade é preludiado pelo
comportamento malicioso do menor, no caso de este ter
usado de dolo ou má-fé a fim de se fazer passar por maior ou
emancipado (Art. 126º).
Cont
 A INCAPACIDADE DOS INTERDITOS
As interdições, só existem através de uma sentença judicial, e só são
extinguidos pelo mesmo meio (Art. 151º).
Quem pode ser interdito ?
 Esta incapacidade é apenas aplicada aos maiores (dado que os menores,

pelo simples facto de o serem, já sofrem de incapacidade de exercício, no


caso de transição para os 21 anos, ela pode ser requerida 1 ano antes da
maioridade - Art. 138º, n.º 2)
Quais são os fundamento do pedido de interdição ?
- Situações de anomalia psíquica (abrangendo, situações de deficiências do
intelecto, da afectividade ou da vontade), (Art. 138º);
- Situações de surdez-mudez ou cegueira, quando pela sua gravidade tornem o
interditando incapaz de reger a sua pessoa e bens (Art. 138º), tendo de ser
uma situação habitual ou duradoura.
 Qual o regime aplicável ?
Cont
 - O regime da incapacidade por interdição é idêntico ao da
incapacidade por menoridade, quer quanto ao valor dos actos
praticados em contravenção da proibição em que ela se difira,
quer quanto aos meios de suprir a incapacidade (Art. 139º)
Como se supre a incapacidade dos interditos ?
- Através de representação legal, estabelece-se uma tutela
regulada pelas mesmas normas que regulam a dos menores e que
é deferida pela ordem estabelecida pelo Art. 143º. Poderá ter
lugar eventualmente a administração de bens. Quando a tutela
recair nos pais, estes exercem o poder parental como se o
interdito fosse menor. A acção no que se refere à capacidade dos
interditos, é deferida para os Tribunais Comuns (Art. 140º)
A sentença de interdição definitiva deve ser registada, sob pena de
não poder ser invocada contra terceiro de boa-fé (Art. 147º).
Cont
Como se propõe uma acção de interdição ?
1º Tem de ser requerido no Tribunal Cível, sendo o requerimento
efectuado por advogado;
2º O juiz tem de dar publicidade à acção, de forma, a que as
pessoas cessem os negócios existentes;
3º Há lugar, a uma sentença, sendo que se for declarada a
interdição por anomalia psíquica, a mesma tem de ser
obrigatoriamente registada.
Cont
 Resultam tal como as interdições de uma decisão judicial.A
sentença pode determinar uma extensão maior ou menor da
incapacidade. Mas é menos grave que a interdição (arts. 152º a
156º CC).
 O regime subsidiário é também o regime da menoridade e isso
resulta do combinado dos arts. 156º e 139º CC.
 As pessoas sujeitas a inabilitação estão indicadas no art. 152º
CC.
 A primeira categoria, anomalias psíquicas, surdez-mudez ou
cegueira que provoquem uma mera fraqueza de espírito e não
uma total inaptidão do incapaz.
 A segunda categoria – habitual prodigalidade – abrange os
indivíduos que praticam habitualmente actos de delapidação
patrimonial (por ex. viciados no jogo).
Cont
 A terceira categoria – abuso de bebidas alcoólicas ou de
estupefacientes – representa uma inovação do Código Civil,
pois anteriormente tais pessoas não podiam ser declaradas
incapazes, salvo quando as repercussões psíquicas daqueles
vícios atingissem os extremos fundamentais da interdição por
demência.
 A fronteira entre a interdição e a inabilitação consiste na
gravidade maior ou menor dessas condutas. O art. 954º CPC,
permite ao juiz fixar a interdição ou a inabilitação.
Cont
 A inabilitação abrangerá os actos de disposição de bens entre
vivos e os que forem específicos na sentença, dadas as
circunstâncias do caso (art. 153º CC). Pode todavia, a própria
Administração do património do inabilitado ser-lhe retirada e
entregue ao curador (art. 154º CC).
Meios de suprimento
Pela assistência nos termos do art.153 CC e pelo curador nos
termos do art 154 CC. Mas a lei não estabelece qual a forma
de nomeação do curador, por efeito do art. 156º CC, temos que
recorrer à figura do regime subsidiário do tutor.
Se o curador não der a autorização para qualquer acto que o
inabilitado entenda que deve praticar, o próprio inabilitado
pode requerer ao juiz o suprimento judicial do curador nessa
Cont
 Cessação da inabilitação – art 155 CC – o CPC regula nos arts
968 e 963 a inabilitação.
Incapacidades acidentais
 O actual código não inclui regulamentação da incapacidade

acidental (art. 257º CC) na secção relativa às incapacidades,


regula-a conjuntamente com as várias hipóteses de falta ou
vícios de vontade na declaração negocial. (embriaguez, estado
hipnótico, intoxicação, delírio, ira, etc.)
 A anulação está sujeita ao regime geral das anulabilidades

(arts 287º seg.), pois não se prescreve qualquer regime


especial.
Cont
Valor dos negócios jurídicos indevidamente realizados pelos
incapazes
 Tratando-se de uma Incapacidade Jurídica (ou de gozo de

direitos), os negócios são nulos.


 A lei não diz de uma forma genérica, mas é essa a solução

geralmente definida e a que se impõe, dada a natureza dos


interesses que determinaram as incapacidades de gozo. Poderá
encontrar-se-lhe fundamento legal no art. 294º CC, do qual
resulta ser a anulabilidade uma forma de invalidade
excepcional.
Cont
 Na incapacidade dos menores, dos interditos ou dos
inabilitados, a anulabilidade tem as características enumeradas
no art. 125º CC, aplicável por força dos arts. 139º e 156º CC.
Domicilio
 O conceito de Domicílio voluntário geral, é nos fornecido
pelo art. 82º CC, e coincide com o lugar da residência
habitual. não coincide com o paradeiro, cuja noção se pode
descortinar no art. 82º/2 CC. Os que tem varias residências,
art.82/1 CC.
A residência ocasional, não faz surgir um domicílio, embora na
falta de domicílio de uma pessoa, funcione como seu
equivalente (art. 82º/2 CC).
 O domicílio profissional (art. 83º CC), verifica-se para as

pessoas que exercem uma profissão e é relevante para as


relações que esta se referem, localizando-se no lugar onde a
profissão é exercida.

Cont
 O domicílio electivo (art. 84º CC), é um domicílio particular,
estipulado, por escrito, para determinados negócios jurídicos.
 O domicílio legal ou necessário, é um domicílio fixado por lei,

portanto independentemente da vontade da pessoa.


Os critérios de distinção entre domicílio voluntário e o legal ou
necessário, são: (1) a vontade do indivíduo; (2) quando ele
escolhe é voluntário, quando não escolhe é legal ou necessário.
 Domicílio legal dos menores e inabilitados

É regido pelo art. 85º CC.:


·        Caso os pais sejam casados, o menor tem domicílio no lugar
de residência da família (art. 85º/1 CC, residência de família);
·        Caso os pais não sejam casados (juntos), o menor tem
domicílio na residência comum dos pais;
Cont
Caso não exista residência de família, o menor tem domicílio, o
do progenitor a cuja a guarda estiver (art. 85º/1 CC);
·        Caso o menor esteja entregue a terceira pessoa ou a
estabelecimento de educação ou assistência, o menor tem
como domicílio o do progenitor que exerce o poder paternal
(art. 85/2 CC);
·        Caso de tutela, o menor tem como domicílio o do tutor (art.
85º/3 CC);
·        No caso de interdito, o domicílio é o do tutor (art. 85º/3).
No art. 85º/5 CC, há uma lacuna, pois diz que estas disposições
acima expostas só valem para o domicílio no território
nacional.
Cont
 entanto não se refere qual o regime para o domicílio no
estrangeiro. Por analogia aplica-se o art. 82º CC, Domicílio
Geral Voluntário.
 Importância do domicílio

-         Funciona como critério geral de competência para a prática


de actos jurídicos;
-         Funciona como ponto legal de contacto não pessoal:
Ex. conservatória competente para a prática de certos actos
jurídicos;
Ex. cumprimento de obrigações, arts 772º e 774º CC.
-         Fixação do Tribunal competente para a propositura da
acção local para a abertura da sucessão, art. 2031º CC.
Cont
 Ausência – suas consequências e elementos.
 Curadoria provisória – pressupostos art 89 CC -
desaparecimento de alguem sem noticia ; a necessidade de
prover acerca de administração dos seus bens; a falta de
representante legal ou de procurador.
NB – há uma presunção legal nos termos do art.350 CC, do
regresso do ausente.
Legitimidade: art. 91 CC, o MP/qualquer interessado.
Quem pode ser curador provisório: art.92 CC, (1) cônjuge; (2)
algum ou alguns dos herdeiros presumidos; (3) ou alguns dos
interessados na conservação dos bens.
Cont
 O curador funciona como um simples administrador (art. 94º
CC), devendo prestar caução (art. 93º CC) e apresentar
anualmente ou quando o Tribunal o exigir (art. 95º CC).
 Termo da curadoria provisória – art 98 CC.

Curadoria difinitiva – dois anos depois sem se saber parte do


ausente A probabilidade de a pessoa ausente não regressar é
nessa fase maior, visto que a lei a possibilita o recurso à
justificação da ausência no caso de ele ter deixado
representante legal ou procurador bastante art. 99º CC).
Cont
Como requisitos é necessário:
a)      Ausência qualificada
b)      Existência de bens carecidos de Administração;
c)      Certo período da ausência.
Legitimidade: art 100 CC
NB ja na curadoria difinitiva ha espaço para abertura de
testamento art 101 CC – art 2205 e 2206 CC.
Quem são os havidos como curadores difinitivos art 104 CC
Aparecimento dos novos interessados art105 CC
Exigibilidade de obrigações art 106 CC
Caução art 107 CC
Cont
 A curadoria definitiva termina (art. 112º CC).
 Restituição dos bens ao ausente art 112 CC.
 Morte presumida: Assenta no prolongamento anormal do
regime da ausência. Há uma inversão da probabilidade de o
ausente estar vivo.
 Decorridos dez anos sobre a data das últimas notícias, ou
passados cinco anos, se entretanto o ausente completar oitenta
anos de idade, os interessados para o efeito do requerimento
da curadoria definitiva, têm legitimidade para pedirem a
declaração de morte presumida do ausente (art. 114º/1 CC).
Contudo, se a pessoa ausente for menor, é necessário que
decorram cinco anos sobre a data declarada a morte presumida
(art. 114º/2 CC).
Cont
 Com fundamento numa alta probabilidade prática da morte
física do ausente, o art. 115º CC, prescreve que a declaração
da morte presumida produz os mesmos efeitos que a morte.
 Mas, por exemplo o casamento não cessa ipso facto (art. 115º
CC), embora o art. 116º CC dê ao cônjuge do ausente a
possibilidade de contrair novo casamento sem necessidade de
recorrer ao divórcio.
 Nb aqui não há lugar a caução art117 CC
Cont
 Na esfera patrimonial, em caso de regresso, verifica-se um
fenómeno de sub-rogação geral, isto é, tem o ausente direito:
a)      Aos bens directamente adquiridos por troca com os bens
próprios do seu património (sub-rogação directa);
b)      Aos bens adquiridos com o preço dos alienados, se no
documento de aquisição se fez menção da providência do
dinheiro (sub-rogação indirecta);
c)      Ao preço dos bens alienados (sub-rogação directas).
E, obviamente, ser-lhe-á devolvido o património que era seu, no
estado em que se encontrar
Cont
 Havendo, porém, má-fé dos sucessores, o ausente tem direito
também à indemnização do prejuízo sofrido (art. 119º CC).
 Direitos eventuais do ausente art.120 CC.

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