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ADJETIVOS

Ana Danielle Mayer


Marina Viana
Tainá Nínive
ADJETIVOS
segundo a gramática de Cunha & Cintra
Emprego do Adjetivo
Funções sintáticas : a rigor, o adjetivo só existe
referido a um substantivo.

Conforme se estabeleça a relação entre os dois termos


na frase, o adjetivo desempenhará as funções
sintáticas de Adjunto Adnominal ou Predicativo.
Adjetivo em função de adjunto
adnominal
Neste caso, o adjetivo refere-se, sem intermediário,
ao substantivo, podendo vir posposto ou anteposto.
O adjetivo forma com o substantivo um conjunto
significativo, marcado pela unidade de acento e
entoação, e pela identidade de função sintática.
Ex: Seus olhos negros me encantam.
O adjetivo desempenha uma função sintática acessória de
adjunto adnominal do substantivo olhos.
Adjetivo em função predicativa
Neste caso, a qualidade expressa pelo adjetivo
transmite-se ao substantivo por intermédio de um
verbo, que pode estar explícito ou implícito. Temos o
Adjetivo em função predicativa nas seguintes
construções:
1. Predicativo do sujeito, com verbo de ligação
explícito:
Ex: A cidade parece encantada.
Doce e brando era o seio de Jesus...
2. Predicativo do sujeito, com o verbo de ligação implícito:
Ex: Misterioso e mau, o Urucanã...
Ex: Estranho aquele casal.

3. Predicativo do objeto direto, com verbo nocional


transitivo:
Ex: Alguns julgaram-no inocente do crime assacado.
Ex: Afasto-me para que ele não se sinta tolhido, quero-o
livre.
4. Predicativo do objeto indireto, com verbo nocional
transitivo:
Ex: Na escola a professora também lhe chama teimoso.
Ex: A mulher toma ar aborrecido e chama-lhe antipático.

5. Predicativo do sujeito, com verbo nocional intrasitivo:


Ex: A casa-grande respirava tranquila.
Ex: As palavras rolam nítidas, desamparadas.
Diferença fundamental entre adjunto
adnominal e adjetivo em função de
predicativo:
O adjunto adnominal é termo acessório da oração,
integrante dela; quando e função predicativa, o
Adjetivo é termo essencial da oração.
Ex: O campo imenso está alagado. (Adjunto)
nesta frase o adjetivo imenso é parte do sujeito, uma dispensável
qualificação do substantivo que lhe serve de núcleo.
Ex: O campo é imenso.
O adjetivo predicativo não poderia faltar, pois, sendo termo
essencial, sem ele a oração não faria sentido.
A qualidade expressa por um adjetivo em função
predicativa vem marcada no tempo;
Ex: Ele está nervoso, mas era calmo.
o verbo é responsável pela relação cronológica entre a qualidade
e o ser é o verbo.

no caso do adjunto adnominal não se tem em mente


qualquer referência à ideia de tempo;
Ex: O bom aluno estuda.
Emprego adverbial do adjetivo
Em algumas orações, o adjetivo além de concordar em gênero
e número com o substantivo sujeito (adjetivo em função
predicativa) também modificará a ação expressa pelo verbo,
assumindo, de alguma forma, um valor adverbial:
Ex: O menino dorme tranquilo.
Ex: Os meninos dormem tranquilos.
 Porém, em construções como:
Ex: O menino dorme tranquilamente.
Ex: Os meninos dormem tranquilamente.
Aqui, o modo invariável, característica adverbial, impede a
possibilidade de concordância que prendia o adjetivo e sujeito.
É esse emprego do adjetivo em predicados verbo-
nominais, com valor fronteiriço de advérbio, que
explica o fenômeno da adverbialização de adjetivos
sem o acréscimo do sufixo –mente.
Ex: D.Felismina sorriu amarelo.
Ex: Tinham-se habituado a falar baixo.
As palavras amarelo e baixo são advérbios
 Embora o adjetivo adverbializado deva permanecer
invariável, não faltam abonações de sua concordância
com o sujeito da oração:
Ex: Maria necessitava de apoio, meia espantada,
meia grata...
Morfologia dos Adjetivos
Poucos são os adjetivos que podem ser considerados
primitivos, ou seja, que designem por si mesmos uma
qualidade, sem referência a uma substância ou ação
que representem.
Ex: brando, claro, curto, grande, livre, triste,
branco, etc.
 A maioria dos adjetivos é constituída por aqueles que
derivam de um substantivo ou de um verbo, com os
quais continuam a relacionar-se do ponto de vista
semântico.
Adjetivos Pátrios
Entre os adjetivos derivados de substantivos cumpre
salientar os que se referem a continentes, países,
estados, ou seja, regiões:
Ex: Europa - europeu, -ia
Ex: Brasil - brasileiro, -a
Ex: Minas Gerais – mineiro, -a
Adjetivos Pátrios Compostos:
Quando se quer indicar algo que é comum a dois
povos:
Ex: Império autro-húngaro
Ex: a civilização luso-brasileira

o primeiro adjetivo assume uma forma alatinada


reduzida.
Flexões dos Adjetivos
Como os substantivos, os adjetivos podem flexionar-
se em número, gênero e grau.

Número: o adjetivo toma a forma singular ou plural


do substantivo que ele qualifica.
Ex: aluno estudioso / Alunos estudiosos
Ex: perfume francês / perfumes franceses
 Plural dos adjetivos simples: os adjetivos seguem as
mesmas regras a que obedecem os substantivos.
Ex: blusa elegante / blusas elegantes
 Plural dos adjetivos compostos: apenas o último
elemento recebe a forma de plural.
Ex: letras anglo-germânicas
Observação:
Excetuam-se:
a) surdo-mudo, que faz surdos-mudos;
b) os adjetivos referentes as cores, que são invariáveis quando o
segundo elemento é um substantivo:
Ex: blusas vermelho-sangue;
Gêneros: o substantivo tem sempre um gênero, o que
não acontece com o adjetivo, que assume o gênero do
substantivo.
Do ponto de vista morfológico, o único traço que singulariza
adjetivo como uma parte do discurso diversa das demais é o
poder de (na maioria das vezes) apresentar duas terminações de
gêneros.

Observação: mesmo os adjetivos uniformes, quando no


superlativo absoluto sintético, passam a apresentar os
morfemas de gênero -o, -a.
Ex: um exercício fácil / um exercício facílimo
Ex: o momento feliz / o momento felicíssimo
Formação do feminino
 Os adjetivos são geralmente biformes, ou seja,
possuem uma forma para o masculino e outra para o
feminino:
Ex: bom - boa
 O processo de formação do feminino é idêntico ao
do substantivo:

1. Os terminados em -o átono forma o feminino


mudando o -o em -a:
Ex: belo/bela
2. Os terminados em -u, -ês e -or formam geralmente o
feminino acrescentando -a ao masculino:
Ex: cru/crua
Ex: francês/ francesa
Ex: encantador/ encantadora

Porém, existem exceções, casos em que o adjetivo é invariável:


a) finalizados em -u: gentílicos hindu;
b) finalizados em -ês: cortês, descortês, etc.;
c) finalizados em –or: os comparativos (melhor, superior, etc.);
3. Os terminados em -ão formam o feminino em -ã ou
em -ona:
Ex: são/ sã
Ex: chorão/ chorona
4. Os terminados em -eu (com e fechado) formam o
feminino -éia:
Ex: europeu/ européia
Excetuam-se: judeu e sandeu/ judia e sandia
5. Os terminados em -eu (com e aberto) forma o
feminino -ao:
Ex: tabaréu/ tabaroa
6. Alguns adjetivos que no masculino possuem o tônico
fechado , além de receberem a desinência -a, mudam
o o fechado para o aberto:
Ex: formoso/ formosa
Ex: disposto/ disposta
Outros, porém, conservam no feminino o o fechado
do masculino:
Ex: fosco/ fosca
Ex: fofo/ fofa
Adjetivos uniformes:
Há adjetivos que têm uma só forma para os dois gêneros:
a) terminados em -a, muitos dos quais funcionam também como
substantivos:
Ex: hipócrita, homicida;
b) terminados em -e:
Ex: árabe, breve, humilde, etc.
entre os quais se incluem todos os formados com o sufixos:-
ense, -ante, -ente e –inte:
Ex: constante, crescente;
c) terminados em -l:
Ex: cordial, infiel;
d) terminados em -ar e -or (apenas os comparativos):
Ex: exemplar, ímpar, superior;
e) paroxítonos terminados em -s:
Ex: reles, simples, etc.;
f) terminados em -z:
Ex: audaz, feliz, arroz, etc.;
g) terminados em -m gráfico:
Ex: virgem, comum, etc.;
Observação: existem exceções:
Ex: bom/ boa
Ex: espanhol/ espanhola
Feminino dos adjetivos
compostos:
 Nos adjetivos compostos, apenas o segundo elemento
pode assumir a forma feminina:
Ex: a literatura hispano-americana

A única exceção é surdo-mudo, que faz o feminino


surda-muda.
Grau do Adjetivos
 A gradação pode ser expressa por processos
sintáticos ou morfológicos. Dois são os graus do
adjetivo:
Comparativo e superlativo:
1. O comparativo pode indicar:
a) que um ser possui determinada qualidade em grau
superior, igual ou inferior a outro:
Ex: Pedro é mais estudioso do que Paulo.
b) que num mesmo ser determinada qualidade é
superior, igual ou inferior a outra que possui:
Ex: Pedro é tão inteligente quanto estudioso.
2. O superlativo pode denotar:
a) que um ser apresenta em elevado grau determinada
qualidade (superlativo absoluto):
Ex: Paulo é muito inteligente.
b) que, em comparação com a totalidade dos seres que
apresentam a mesma qualidade, um se sobressai por
possuí-la em grau maior ou menor (superlativo
relativo)
Ex: Carlos é o aluno mais estudioso do colégio.
Formação do grau comparativo:
1. Forma-se o comparativo de superioridade antepondo-se o
advérbio mais e pospondo-se a conjunção que ou do que ao
adjetivo:
Ex: Pedro é mais do que estudioso.
2. Forma-se o comparativo de igualdade antepondo-se o advérbio
tão e pospondo-se a conjunção como ou quanto ao adjetivo:
Ex: Carlos é tão jovem como Álvaro.
3. Forma-se o comparativo de inferioridade antepondo-se o
advérbio menos e pospondo-se a conjunção que ou do que
ao adjetivo:
Ex: Paulo é menos idoso que Álvaro.
Formação do grau superlativo:
 Superlativo absoluto pode ser:
a) sintético, se expresso por uma só palavra (adjetivo
+sufixo):
Ex: estudiosíssimo
Ex: tristíssimo
b) analítico, se formado com a ajuda de outra palavra,
geralmente um advérbio indicador de excesso:
Ex: muito estudioso
Ex: excessivamente fácil
Superlativo absoluto sintético:
1. Forma-se pelo acréscimo ao adjetivo do sufixo
-íssimo:
Ex: fértil/ fertilíssimo
Se o adjetivo terminar em vogal, esta desaparece ao aglutinar-se ao sufixo:
Ex: belo/belíssimo
2. Muitas vezes, ao receber o sufixo -íssimo, reassume a
primitiva forma latina:
a) -vél : formam -bilíssimo (amavél/ amabilissimo);
b) -z: formam -císsimo (capaz/ capacíssimo);
c) Terminadas em vogal nasal ( -m gráfico) formam -níssimo
d) Terminados no ditongo -ão fazem -aníssimo;
Outras formas de superlativo:
Pode-se também formar superlativo com:
a) acréscimo de um prefixo ou pseudoprefixo:
Ex: ela é hipersensivel.
b) a repetição do próprio adjetivo:
Ex: O céu está lindo, lindo.
c) uma comparaçao breve:
Ex: -Isso é claro como água.
d) certas expressoes:
Ex: Paulo é um pianista de mão cheia.
e) o artigo definido marcado, marcado por uma tonicidade e
duração particular
Ex: Ela é a cantora.
Superlativo relativo:
1. O superlativo relativo é sempre analítico;
a) o de superioridade forma-se pela anteposição do
artigo definido ao comparativo de superioridade:
Ex: Este aluno é o mais estudioso do colégio.
b) o de inferioridade forma-se pela anteposição do
artigo definido ao comparativo de inferioridade:
Ex: Este aluno é o menos estudioso do colégio.
2. O termo da comparação é expresso por um
complemento nominal introduzido pela preposição
de, ou por uma oração adjetiva restritiva, como nos
exemplos mencionados.
3. O superlativo relativo denotador dos limites da
possibilidade forma-se com a posposição da palavra
possível (ou expressão equivalente):
Ex: O arraial era o mais monótono possível.

Observação: a função do superlativo relativo pode ser também


desempenhada por um numeral ordinal ou por adjetivos que
denotem posições extremas:
Ex: O Amazonas é o principal rio do Brasil.
Comparativos e superlativos
anômalos:
Quatro adjetivos formam o comparativo e o
superlativo de modo especial: bom, mau, grande e
pequeno.
Adjetivos que não se flexionam em
grau
 Assim como os adjetivos de relação, outros adjetivos
de tipo classificatório não se flexionam; como, por
exemplo, as terminologias cientificas, que se
caracterizam por seu sentido especifico.
Para que um adjetivo tenha comparativo e
superlativo, é indispensável que o seu sentido admita
variação de intensidade.
NOMINAIS
segundo a gramática de Perini
CLASSE: independente do contexto

FUNÇÃO: dependente do contexto

Ex: Gato
CLASSE é um conjunto das formas
que têm o mesmo potencial
funcional.

Cada forma então pertenceria a


uma e só uma classe.
Problemas com essa concepção:

AMIGO:

“Meu amigo vai telefonar às oito horas.”

“Eu sempre prefiro consultar um médico amigo”


Algumas das classes tradicionais são
toleravelmente adequadas, como
preposição, artigo, quantificadores.

Mas não acontece com os substantivos e


adjetivos, por isso se falará em nominais.
Nominais
Segundo o comportamento sintático de palavras
como mesa, amigo, pulmonar, alto, faz-se
necessário a definição de uma nova classe.
Os nominais são palavras que podem ocorrer
como constituintes imediatos de um SN.

Ex: Essa blusa branca da Patrícia.


Traços gramaticais dos nominais:

Somente os nominais podem ter gênero (inerente ou

governado).
Somente os nominais podem ter número marcado pelo
sufixo “–s”.
Somente os nominais podem ter potencial referencial.
Tipos de nominais
NOMES: os tradicionalmente chamados de
substantivos e de adjetivos
PRONOMES

ARTIGOS E PREDETERMINANTE

QUANTIFICADORES ETC.

POSSESSIVOS
Caracteriza-se por seu potencial referencial,
mas não é exclusivo dele.

Potencial qualificativo assumido por


verbos:
“Ela brilha”
“Ela é brilhante”

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