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Lei de Liberdade

Responsabilidade
Causa e Efeito
Allan Kardec num artigo da Revista Espírita que também
foi publicada no livro obras póstumas, fala que um dos
sinais do final dos tempos, seria o aumento do número de
suicídios, inclusive entre crianças. Ele faz ali uma profecia
que está se cumprindo nesses dias, que nós estamos
vivendo.

Aqui veremos um fato desses na década de 50, do


século passado, de uma pessoa que era médium
espírita.
Companheiro em Luta.
 A fase terminal de nossas tarefas na noite de 12 de agosto
de 1954, trouxe-nos à presença antigo companheiro de
líderes espíritas em Belo Horizonte que passaremos a
nomear simplesmente por irmão Lima, já que o respeito
fraternal nos impede de identificá-lo plenamente.

Lima que era pai de família exemplar desfrutava excelente posição social, e por
muitos anos exerceu os dons mediúnicos de que era portador em ambientes
íntimos.

Em 1949 como que minado por invencível esgotamento, suicidou-se sem razões
plausíveis. Trazendo com isso dolorosas surpresa a todos os seus amigos. Na noite
que nos referimos naturalmente trazido por amigos espirituais, utilizou-se das
faculdades psicofônicas do médium e ofertou-nos relatos de sua história comovente
que constitui para nós todos uma advertência preciosa.
 Venho da escura região dos mortos-vivos, a maneira de
muitos vivos mortos, que se agitam na Terra.

O espiritismo foi a minha grande oportunidade.


Fui médium.
Doutrinei.
Contribui para que irmãos sofredores e transviados
recebesse uma luz para o caminho.

Recolhi as instruções dos Mestres da sabedoria, e tentei


acomodar-me com as verdades que são hoje, o vosso mais
alto patrimônio espiritual.
A grande parte dos espíritas, como diz o irmão Jacó no livro Voltei, está nessa categoria. Muitas
daquelas pessoas que conviviam com ele chegava na dimensão espiritual totalmente opaco, sem
ter manifestado a própria luz interna.

Porque acomodaram-se no processo de


simplesmente auxiliar os outros, sem se auxiliar,
sem se trabalhar. Esse foi o maior equívoco do
Lima, que como médium, acomodado nas
questões de ordem moral, que pode acontecer
com qualquer pessoa, mas para o espírita é mais
intenso.

Se ele está acomodado, as chances de ele entrar


no processo obsessivo e adentrar em situações
muito graves como a que ele adentrou, é bem
grande.
 Fui consolado, e consolei.
Doentes enfraquecidos, desesperados, tristes, fracassados, desanimados,
derrotados da sorte, muitas vezes se reuniam junto de nós e junto de mim...

Através da oração, colaborei para que se lhes efetivassem o reerguimento.


Mas, no círculo de minhas atividades, a dúvida era como que o nevoeiro a
entontecer-me o Espírito e pouco a pouco deixei-me enredar nas malhas de velhos
inimigos, a me acenar do pretérito - do pretérito que guarda sobre o nosso presente
uma atuação demasiado, poderosa para que lhe possamos entender, de pronto, a
evidência...
...no círculo de minhas atividades a dúvida era como que o nevoeiro a
entontecer-me o Espírito e pouco a pouco deixei-me enredar nas malhas de
velhos inimigos, a me acenar do pretérito.

A dúvida se instalou dentro dele.

Quando ele começa a duvidar da importância do trabalho


dele na casa espírita, a dúvida começa a visita-lo e com
isso abre oportunidades para que os inimigos do passado
comecem a ter a chance de trabalhar na mente dele.
Todo processo obsessivo tem seu grau de sensações e comprometimentos. No caso do Lima por
ele ser médium, esclarecedor de reunião mediúnica e ter conhecimento doutrinário e mediúnico
teria facilidade de percepção se a aproximação desses inimigos fossem de uma forma explicita.
Ele iria notar e sem duvida procuraria ajuda para afastá-los.

O processo que se deu com o Lima foi uma


obsessão sutil. Os seus comparsas não foram
amadores, eram entidades que sabiam como
enredar ele num processo obsessivo sem que ele
percebesse facilmente.

Esse processo vai enredando a pessoa gradualmente, ponto a ponto, e a pessoa vai se deixando
levar. Então daí ocorre o processo de obsessão sutil, para mais tarde com a situação mais agravada
ocorrer uma subjugação ou uma fascinação.

Ele já trazia de outras reencarnações processos que não foram bem trabalhados. E os seus inimigos
sabendo disso acessaram com facilidade, tocando na ferida moral aberta que ele trazia no seu
psiquismo.
Ele começou a ter reminiscências do passado espiritual, e aí muito provavelmente do ponto de vista
psíquico, ele mergulhou nas falhas da existência anterior e aí, entre o mecanismo vivido na outra
existência que provavelmente tudo indica pela história, que foi o movimento de estar no ambiente
religioso de uma forma falsa, de uma forma não realmente espiritualizada, fez com que ele entrasse
em dúvida

Quando os obsessores começam a trabalhar nele emergindo do passado aquela personalidade em


que ele vivia de uma forma religiosamente falsa, ao invés dele reprimir essas lembranças ele as
alimenta, porque ainda apesar de fazer todos os trabalhos no bem, estava acomodado
moralmente. Isso deixa-nos claro que ainda permanecia no fundo aquela mesma pessoa de antes,
adormecida. Ele veio na condição atual para ressignificar isso, mudando a sua conduta de forma
verdadeira e não falseada como antes.

Os seus inimigos só “acordaram” o que ele era antes, e como não estava havendo ainda
uma mudança sincera, ele agradou do que se lembrou, foi como massagear o ego doente.
E ele não teve forças para reprimir porque na realidade essa era a sua personalidade . O
que o protegia dele mesmo era o véu do esquecimento, quando o despertaram ele se viu
numa realidade diferente da que ele era e isso o incomodou.
deixei-me enredar nas malhas de velhos inimigos,
a me acenar do pretérito

Por que espíritas com conhecimento mediúnico e doutrinário, se deixa influenciar?

Quando o trabalhador espirita está realmente disposto a dedicar-se a tarefa, a espiritualidade irá
ao seu encontro lhe dando apoio e sustentação necessárias. Mas isso não nos isenta da nossa
liberdade de escolhas que jamais é aviltada, portanto nos cabe ter o que Emmanuel aconselhou
ao Chico.

Disciplina, disciplina, disciplina. Sem ela iremos ser invigilante e a nossa fé irá
oscilar, e ai a dúvida pode achar campo aberto em nós.
 E esses adversários sutilmente impuseram a
lembrança do passado que se desenovelou, dentro de
mim, postergando-me, mil germes de boa vontade e fé,
assim como a ventania forte castiga a erva na terra.

Sutilmente impuseram, isso nos mostra como o processo obsessivo é complexo e sutil. Os
seus inimigos sabiam onde deviam trabalhar nele e acessaram justamente onde a fraqueza
moral não trabalhada dava a eles campo aberto para que o Lima não tivesse força para lutar
contra e aí ele diz – desenovelou dentro de mim, postergando-me... Ele aqui começa a
desprezar, a adiar a enjeitar o seu trabalho no bem e a doutrina passa a não ter mais sentido.
 Enquanto a vida foi só de provações aflitivas, o trabalho era meu
refúgio.

Enquanto a vida dele estava cheia de problemas- o trabalho no bem era refrigério para
ele, porque os desafios materiais na hora do trabalho reduzia as suas dificuldades, dava
a ele forças para suportar. E isso de certa forma era uma condição positiva que o anulava
das influências desses inimigos do passado. Ele se esforçava nos trabalhos da casa
espírita, mas, tinha um porém, no fundo o seu ego ainda trazia adormecido as suas
imperfeições do passado e que ainda não fora trabalhado verdadeiramente. Isso fazia com
que esses inimigos ficassem a espreita, apenas esperando uma oportunidade para
alcança-lo.
 No entanto à medida que o tempo funcionava como calmante Celeste sobre as minhas
feridas, adoçando-me as penas, o repouso conquistado como que se infiltrou em minha
vida por venenoso anestésico, através do qual as forças perturbadoras me alcançaram o
mundo íntimo.

E desse modo, a ideia da autodestruição avassalou meu pensamento.


Quando a vida se tornou mais fácil, que era para que ele se redobrasse ao trabalho, porque se
a vida material fica mais fácil, o que faz a pessoa consciente?
- Amplia mais a sua atuação no trabalho do bem, porque já não tem tantas
dificuldades que a impeça de estar sendo mais comprometido com a causa.
Enquanto as dificuldades faziam parte do processo para que ele buscasse a renovação no
trabalho do bem, ele se fortalecia para continuar lutando, mas quando tudo se ajeita na sua vida ai
nos faz refletir se o que ele buscava realmente era sincero ou queria apenas no fundo coisas
materiais, será que não era uma barganha? Porque já trazia isso forte do seu passado.

A ideia da autodestruição só vem quando nós perdemos o sentido da vida.


“As forças perturbadoras” que na realidade poderia ser a personalidade dele do passado ou a
ação magnética dos seus adversários agindo no seu psiquismo.
VI – Desgosto Pela Vida – Suicídio L.E
       943. De onde vem o desgosto pela vida que
se apodera de alguns  indivíduos sem motivos
plausíveis?
       
— Efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente
da saciedade. Para aqueles que exercem as suas
faculdades com um fim útil e segundo as
suas  aptidões naturais, o trabalho nada tem de
árido e a vida se escoa mais rapidamente;
suportam as suas vicissitudes com tanto mais
paciência e  resignação quanto mais agem tendo
em vista a felicidade mais sólida e mais durável
que os espera.

Como a vida financeira dele começou a lhe dar facilidades ele foi
anestesiando a própria consciência. Entrou na ociosidade, isso
somado as influencias dos seus inimigos que provavelmente
queriam que ele tomasse o caminho do suicídio, ajudou com que
ele perdesse o sentido da vida.
Relutei muito;

Relutei muito até que em dado instante, minha fraqueza, transformou-se em derrota.

Aqui começa o Dilema dele.

É o momento da escolha. Ele tinha certeza que a morte não existe, sabia das consequências
do suicídio e mesmo assim opta por se matar.

O que nos impulsiona a fazer escolhas, sejam boas ou ruins?

É a nossa consciência nos convidando a agir de forma consciencial, agir conforme as Leis
Divinas. Que nos da liberdade de agir como quisermos, mas, que não esqueçamos que seremos
responsáveis por essas escolhas.
Quando estamos diante de um dilema, em que nos é dado a oportunidade de escolha e sempre
teremos duas opções, seja boa ou má. O que nos fará escolher o caminho correto será a nossa
consciência no Bem e no cumprimento do Dever.
“O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do
vosso próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a vós
mesmos.”. E.S.E- Lázaro
Minha fraqueza transformou-se em derrota - Houve uma negligência de consciência.
Ele relutou, mas negligenciou todo o processo do aperfeiçoamento nas várias
experiências da vida, ele age conforme o ego desejava. Autoconsciência
Há duas formas de se negligenciar a consciência que são extremamente
negativas:
Negligência em se aperfeiçoar : Exigência da perfeição: A pessoa exercita o sentimento de
aprendiz, faz escolhas conscienciais
em sintonia com as virtudes da
verdade, da reflexão, do discernimento
para que as decisões sejam amorosa,
A pessoa faz escolhas A pessoa faz escolhas justas e caridosas consigo mesmo e
impulsivas dando vazão as movidas pelo medo das com o outro, fazendo um bom uso da
viciações egóicas. consequências e pela culpa. Lei de Liberdade, em sintonia com a
Lei do Progresso. .

Se na negligência a pessoa faz escolhas impulsivas, na exigência as escolhas são amedrontadas. A pessoa as
vezes até nem faz escolhas porque prefere não agir por medo das consequências, por que ela traz
intrinsecamente dentro dela uma culpa muito grande, a pessoa teme as consequências devido a culpa,
desenvolvendo com isso as máscaras do ego. É um processo de pseudo aperfeiçoamento não há
verdadeiramente um desenvolvimento de valores das virtudes essenciais, a pessoa reprimi os sentimentos
egóicos evidente, desenvolvendo os sentimentos egóicos mascarados. Nessa situação o movimento que
somos convidados a praticar é o da auto-consciência, que é o exercício do sentimento de aprendiz.
Errar faz parte da vida.
Se o erro não fizesse parte da pedagogia do Criador para nós, teríamos sido criados perfeitos e
não simples e ignorantes.

Se nós fomos criados simples e ignorantes conforme nós vemos a questão 115[ (...) alguns foram
criados bons e outros maus?] do Livro dos Espíritos, o aperfeiçoamento é feito pelo erro e pelo
acerto. Quando erramos somos convidados aprender com os erros. Então as escolhas
conscienciais em sintonia com as virtudes da Verdade, da reflexão, do discernimento, para que as
decisões sejam amorosas, justas e caridosas consigo mesmo e com outro, fazendo bom uso da
Liberdade. Aprender sempre com todas as experiências. Esse é o segredo para que nós nos
libertemos da culpa, nos sentirmos aprendizes, em sintonia com a Lei do Progresso saber que
como aprendizes da vida nós erramos e acertamos. Todas as vezes que erramos nós somos
convidados pela Lei de Responsabilidade a nos esforçar para reparar os erros.

É no esforço que o Espírito vai se aperfeiçoando. Não existe Lei de perfeição


abrupta, é Lei de aperfeiçoamento constante, até a perfeição relativa do
Espírito.
Porque às vezes a pessoa é médium, conversa com Espíritos, os
Espíritos se comunicam através dele, então, dúvida real sobre a vida
espiritual não existia, o que não foi exercitado?

O esforço para trabalhar no bem de si mesmo, no


desenvolvimento das virtudes, cumprindo as Leis. E especialmente as
virtudes do amor, da justiça e da caridade, para cumprir a Lei Maior,
especialmente o auto amor.
É um processo muito complexo, um espírita que realmente tem conhecimento, um médium
com todas essas questões, ele não vai se matar assim, salvo num processo de subjugação
muito grave, mas no caso desse, de obsessão simples que vai sorrateiramente, minando as
forças, é bastante complexo, e são vários dilemas conscienciais que a pessoa tem e que pode
impedir o processo.
Somente a pessoa pode impedir esse processo de prosseguir.

Houve uma luta interna muito grande nele, porque ele sabia que
cometendo o ato o que estaria esperando não seria nada fácil, mas
não teve forças para vencer as influências negativas.

Poderíamos questionar, porque a espiritualidade Maior não interveio


nesse processo? Afinal ele devia ter algum mérito por ter sido um
trabalhador por anos na casa espirita.

Lembram da lei de liberdade? Somos livres para fazer nossas escolhas, e não
tenhamos dúvida de que os seus mentores tentaram lhe mostrar a realidade,
mas quando ele põe em duvida a sua fé, ele escolhe quem ele iria se sintonizar
dali pra frente. Aqui podemos perceber o mal uso que ele fez do seu livre-
arbítrio.
 Dizer que foi o suicídio para um aprendiz da fé que abraçamos, ou relacionar o tormento
de um Espírito consciente da própria responsabilidade é tarefa que escapa os meus
recursos.

 Sei somente que, desprezando meu corpo de carne, senti-me sozinho e desventurado.
Perambulei nas sombras de mim mesmo, qual se estivera amarrado a madeira de
fogo, lambido pelas chamas do remorso.

Ele tinha plena consciência da responsabilidade dele, um suicídio numa situação como essa, é
um agravante muito caro. Agora a sua consciência começa o processo da cobrança, o
chamando a realidade, só que era tarde demais, o momento daqui para frente será de imensa
dor para que ele consiga ter a chance de aprender com seus erros.
Por que espíritas com conhecimento doutrinário, comete esse ato?
A razão está nos processos obsessivos e na falta de disciplina, que leva a
pessoa mesmo sabendo de uma verdade, tendo plena percepção consciente
dessa verdade, mas, num movimento de subconsciência emocional espiritual
acabam tirando a vida.
A mente subconsciente é como um disco rígido
de um computador. Ela contém memórias,
hábitos, crenças, autoimagem e controla as
funções autônomas corporais. 

A Men­te Sub­con­sci­en­te é a se­de de to­das


as emo­ções, de to­dos os sen­ti­men­tos.
A mente subconsciente não distingue verdade ou mentira, não faz diferença entre
imagem real e imaginação, não vê diferença entre o sim e o não.

O Instrutor de André Luiz - Calderaro nos afirma que o subconsciente é a soma de


todas as nossas vidas. O conjunto de nossos conhecimentos e experiências compõe a
nossa mente subconsciente. Se é verdade que plantamos o que colhemos, também é
verdade que somos o resultado do que construímos. A mente subconsciente é o passado
em nosso presente. No Mundo Maior-capitulo 3- pg. 42 à 50

A mente subconsciente guarda os dados desta vida e das


reencarnações passadas.  Está tudo registrado em
algum canto que você não tem acesso. Esses dados se
manifestam através do nosso jeito de ser, do nosso
comportamento, nossas manias e fobias, nosso
conjunto de crenças e valores.
 Após muito tempo de agoniada
constrição, percebi que o alívio Celeste
me visitava.
Aqui nós temos a Lei de Misericórdia, que vai
sempre oportunizar aquele que se equivoca a
reabilitar-se quantas vezes forem necessárias.

Neste momento é dado ao Espírito a oportunidade da reparação. Deus é


infinitamente Bom e Misericordioso.
Não a espaço para culpa e castigo, isso não existe. O convite que sempre nos
é dado é o arrependimento da falta e a reparação.

“(...) Nada ocorre sem a permissão de Deus... Se vieres a sucumbir restar-


lhe-á a Consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a Bondade Divina
lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi mal feito.” L.E, pgt 258ª
 Senti-me mais sereno, mas lúcido, desde então, porém, estou na condição daquele rico da
parábola evangélica, por que muitos dos encarnados e desencarnados que recebiam junto
de mim as migalhas que nos sobravam a mesa, surgem agora, ante a minha visão,
vitoriosos e felizes, enquanto me sinto queimar na labareda invisível do arrependimento,
ouvindo a própria consciência a execrar-me, gritando:

- Resigna-te ao sofrimento expiatório!


Quando te regalavas no banquete da Luz, os Lázaros da sombra, hoje
triunfantes, apenas conheceram amargura e lágrimas!...
Ele ficou preso no circuito fechado da culpa e do remorso.
Ele tinha muito conhecimento, mas estava apenas no nível do
saber e não no nível do sentir.
Ele teve muitas oportunidades de aprendizado e de serviço. Agora
lhe restava colocar em prática tudo aquilo que ele aprendeu. Mesmo
depois da escolha equivocada, ele precisava trabalhar em si agora o
sentimento de humildade e enxergar que aquele sofrimento todo lhe
servia como aprendizado. Que não adiantaria mais ficar se culpando
pelo erro, isso só o levaria a estagnação. Agora é trabalhar para
reparar e aprender com o erro.
 E ponho-me, assim, o dever de clamar a todos os companheiros quantos ao
impositivos do serviço constante.

Vejamos que são dois tipos de serviços:

O serviço para fora, atuando no Bem e o serviço para dentro, atuando na transformação
interior.
No primeiro momento ele fez o serviço para fora, como ele diz aqui - ajudou muita gente,
que agora estavam felizes, mas não fez o principal, que era o serviço interior. Quando a vida
facilitou para ele, para ampliar o serviço de dentro e o de fora, ele acaba por não fazer a
escolha consciencial e acaba por eliminando a própria vida .

E aí ele vem e nos dá essa advertência, o dever de clamar a todos os


companheiros, quanto aos impositivos do serviço constante, é praticar o
dever e não nos deixar levar pelo prazer.
 Ação infatigável no Bem é semelhante à luz do sol, a refletir-se no espelho de nossa mente,
e a projetar-se de nós sobre a estrada alheia. Contudo no descanso além do necessário
nossa vida interior passa a retratar as imagens obscuras de nossas existências passadas,
de que se aproveita antigos desafetos, arruinando-nos os propósitos de regeneração.

Mesmo que nós, não nos lembrarmos, objetivamente, mas, só o fato de ficar na ociosidade, nós
estaremos repetindo o processo do passado, em que nós estávamos, nas lides cristãs, ociosos,
usurpando muitas vezes os bens de outras pessoas. Então, a advertência é nesse sentido. Descanso,
apenas o necessário, porque realmente não é esse o grande objetivo do Espírito. O repouso e o
trabalho fazem parte da vida mas o repouso além do necessário amolenta o caráter, faz com que a
pessoa entre num processo de preguiça, de preguiça em todos os sentidos da palavra, principalmente
a preguiça moral, como ele diz aqui.

– o descanso além do necessário na nossa vida interior retrata as imagens obscuras


de nossas existências passadas.
 Comunicando-me convosco, associo-me às preces.
Sou vosso irmão Lima, companheiro de jornada, médium, que por vários anos
guardou nas mãos o archote da Verdade, sem saber iluminar a si próprio.

A mesma reclamação do irmão Jacó, só que o irmão Jacó não se suicidou, ele continuou
trabalhando por vários anos, mas não trabalhou a auto iluminação. O Lima além de não
trabalhar a auto iluminação, vem a tirar a própria vida.

 Creio que o mendigo ulcerado e faminto à vossa porta não vos inspiraria maior
compaixão.
Cortei o fio de minha responsabilidade.
Amigos generosos, estende-me aqui os braços, no entanto, vejo-me na posição
do sentenciado que condena a si mesmo, por quanto a minha consciência não
consegue perdoar-se.
Aqui mostra bem a cultura da culpa ainda arraigada dentro dele.

Deus não quer a morte do pecador, Ele quer a morte do pecado, não foi o que Jesus ensinou?
Temos que nos libertar dessa visão dogmática que existe castigo Divino. Deus não castiga
ninguém, Ele nos dá a liberdade de escolhas, mas sempre encontraremos as consequências
pelos atos livres permitidos por Ele. Deus quer que tomemos consciência dos nossos erros e
aprendamos com ele, e não quer que fiquemos eternamente presos e estagnados na culpa e no
remorso
E nos convida a reabilitar perante a nossa consciência, porque toda ação má gera dor e sofrimento.
A Lei de Liberdade implica - Responsabilidade e não temos como fugir disso. Podemos querer não
praticar as boas ações, fazer más escolhas e somos livres para isso, mas, não temos como
escapar das suas consequências.

Os amigos espirituais buscavam consola-lo, buscavam acolhe-lo, mas ele próprio fugia disso, não
aceitava o consolo, por um processo de culpa, de remorso. Nós somos convidados, a transformar
essa cultura da culpa na cultura da ação responsável. Lei de Responsabilidade agindo.

Lei de Causa e Efeito, é a consequência dessas atitudes, ela vem ao nosso encontro para
nos proteger de nós mesmos. Sem ela abafaríamos a consciência fingindo que tudo está
na mais perfeita ordem.
Quando o Espírito se coloca indigno de receber o amparo da Lei de Misericórdia, ele cria uma pseudo
perfeição. Quando ele reencarnar, e provavelmente pode estar reencarnado, fica muito mais trabalhoso
para o Espírito lidar com a própria consciência, porque fica o tempo todo se sentindo culpado, é aquela
pessoa que qualquer coisa que acontece, ele sente pior das criaturas, mesmo que ele não tenha
responsabilidade alguma sobre determinada situação, gera processos como esse.

Porque ela já traz isso como se fosse um criminoso, e na verdade não existe crime que não tenha solução.
O próprio processo reencarnatório nos ajuda a solucionar isso.
Mas ele diz aqui - o sentenciado que condena a si mesmo, por quanto a minha consciência não
consegue perdoar-se. Olha a falta do auto perdão, que é tão necessária para todos nós.

Se ele já começa a se perdoar na dimensão espiritual, a reencarnação vai ser muito mais
tranquila, o processo de recuperação é muito mais suave, por isso, é muito importante trabalhar
em nós a virtude do sentimento de aprendiz da vida, para que nos libertemos do processo da
culpa, e assumamos uma postura de responsabilidade frente à vida, e não de culpa.
Sinto-me intimado ao retorno...

A experiência carnal compele-me à volta.


Antes, porém, da aprovação necessária visito quanto possível os ambientes familiares em
nossa fé, buscando mostrar aos irmãos espiritistas que a nossa mesa de fraternidade e
oração simboliza o altar do Amor Universal de Jesus Cristo.

De todas as religiões, o Espiritismo é a mais bela, por facultar-nos a prece pura e livre em
torno de lenho sagrado, como sacerdotes de nós mesmos, à procura da inspiração Divina
que jamais é negada aos corações humildes, que aceitam a dor e a luta por elementos
básicos da própria redenção.

Podemos perceber que ele tem consciência da Misericórdia Divina, mas ele recusa esse amor para ele mesmo,
ele reconhece e fala para os outros, continua ainda focado no outro, e com ele, ele recusa o processo,
psicologicamente é isso que está acontecendo. Ele ainda não se sente digno de Misericórdia. Porque
anteriormente ele diz- vejo-me na posição do sentenciado que condena a si mesmo, por quanto a minha
consciência não consegue perdoar-se.
O Lima está sendo convidado a colocar em prática esses próprios conselhos que ele está dando aqui para todos
nós. Colocar tudo isso na vida dele, como todos nós somos convidados a colocar. Estava faltando o exercício de
auto amor, por isso o movimento de se condenar. A culpa traz: autojulgamento, autocondenação e
autopunição, isso é o movimento de ódio a si mesmo que só o auto amor é que vai nos libertar.
 Estou suplicando ao Senhor me conceda, oportunamente a graça de reencarnar em um bordel. Isso
por haver desdenhado o Lar que era meu templo...
Indispensável que eu sofra, para redimir-me diante de mim mesmo.

O movimento da culpa e da autopunição, faz com que ele deseje sofrer mais intensamente para se libertar,
porque foi a condição que ele escolheu.

 Cabia-me aproveitar o tesouro da amizade, enquanto me era claro e quando o corpo carnal -
enxada Divina - estava jungido à minha existência como instrumento capaz de operar-me a
renovação.
Ah! Meus amigos que as minhas lágrimas a todos sirvam de exemplo sou trabalhador que
abandonou o campo antes da hora justa.
O tormento da de deserção dói muito mais que o martírio da derrota.

Ele desertou da tarefa. A deserção é muito mais dolorosa do que a pessoa que realizando a tarefa sai
derrotado no sentido de ter feito a tarefa de qualquer maneira. Vamos supor que ele continuasse a existência
até o final, mesmo agindo da forma como agiu, acomodado, ali fazendo alguma coisa no centro espírita,
seria mil vezes melhor ou menos pior, do que aquilo que ele fez, é isso que ele reconhece aqui.
Então é o trabalhador que abandonou o campo antes da hora justa. Temos o direito de viver no
mundo com o que ele nos oferece, mas, somos convidados a Bem Viver e, Bem viver numa
visão espiritual é, cumprir as Leis Divinas, praticando as virtudes cristãs dentro de nós.

 Devo regressar.
Entrarei pela porta da angústia.
Serei enjeitado, por que enjeitei...
Serei desprezado, por haver desprezado sem consideração...
E, mais tarde, encadear-me-ei, de novo aos velhos adversários.
Sem a força da tentação, não chegaremos ao reajuste.

A ultima frase dele nos deixa uma importante reflexão, todos nós necessitamos passar pelas
provas para nos testar se realmente estamos realizando os esforços necessários para o nosso
reajuste. Ele iria reencarnar e como percebemos com muito sentimento de culpa, passando
provavelmente pelas influências dos seus inimigos do passado que irão permanecer no
umbral.
A chance do Lima se não modificar a forma de pensar, de agir, se não houver mudança
dessa forma de se viver de forma culposa, a chance de entrar no processo obsessivo
são muito grandes. Essa dupla: culpa e influencia espiritual são dois mecanismos
perigosos.

Porque a culpa é o plug, como diz tanto Philomeno de Miranda, como André Luiz - o
processo obsessivo é como a tomada , em que o Espírito vai lá e acessa todo o
processo, uma das possibilidades é essa. Porque todo suicida, sente um desejo de se
matar, é uma das provações que ele necessariamente irá ter que lhe dar novamente.

Esse movimento da culpa e do remorso, é muito prejudicial ao Espírito. Somos


convidados a assumir responsavelmente a nossa condição de aprendizes, evoluindo
gradualmente sem querer exigir em demasia o que ainda não damos conta de fazer. Mas
sempre buscando a nossa reforma interior. Sem esse esforço constante e sincero
estaremos sujeitos a passarmos por situações que irá nos levar a muita dor e sofrimento,
porque a responsabilidade dos nossas escolhas é nossa e as consequências virão ao
nosso encontro (causa e efeito) para nos tirar da acomodação e nos proteger de nós
mesmos, para que não permaneçamos estagnados no erro.
 Rogo, pois, a Deus para que o trabalho não se afaste de minhas mãos e para que aflição não me
abandone...
Que a carência de tudo seja socorro espiritual em meu benefício e, se for necessário que a lepra me
cubra e proteja para que eu possa finalmente vencer.
Não me olvides nas vibrações de amizade e que Jesus nos abençoe.
Lima.

Podemos finalizar fazendo nossa reflexão íntima em cima dessa narrativa e advertência
comovente desse companheiro em luta.
Estamos tendo a mesma oportunidade que ele teve, com os trabalhos na casa, com as
instruções recebidas nos estudos, nas reuniões mediúnicas e também oportunidades com
as dificuldades que nos chega para nos ensinar o que necessitamos aprender ainda.

Podemos perceber que em toda a sua narrativa ele nos deixa explicito que o maior
responsável por tudo foi ele, que seus algozes o conduziram ao processo obsessivo pela
sua invigilância e acomodação moral, que a sua lição de vida seja para nós um exemplo.
Biografia:

Historia real retirada do livro -Instruções psicofônicas – Francisco Xavier

Justiça Divina e Consciência: libertando-se da cultura de culpa pela ação responsável - #09 -#10

- módulo 2

Facilitador: Alírio de Cerqueira Filho

Links complementares:
https://www.contioutra.com/a-melhor-religiao-e-aquela-que-te-faz-melhor/

http://www.espiritoimortal.com.br/espiritismo-e-o-subconsciente/

https://www.youtube.com/watch?v=6rg0Ia_f1gc&t=6s

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