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Medição de Forças e Torque

Prof. Marcus Valério


Introdução
O desenvolvimento dos métodos de medições de força
é recente na história da instrumentação. Seu surgimento
basicamente se deu em função da necessidade de
desenvolver máquinas confiáveis estruturalmente que
pudessem atender à produção em massa. Além do mais,
principalmente por questões econômicas, a antiga prática
de superdimensionamento dos componentes estruturais
e as análises puramente empíricas por ensaio e erro
passaram a ser impraticáveis nos setores mais avançados da
industria.
Assim a pesquisa científica desenvolvida pela física,
Eletrônica e Mecânica Aplicada resultou no surgimento da
extensometria que tornou capaz a determinação de esforços
experimentais, sob condições reais de serviço
Definição e Conceitos Básicos
Em 1678, Robert Hooke estabeleceu a relação que
existe entre tensões e deformações em corpos submetidos
a solicitações mecânicas. Se o material for isótropo
(apresenta a mesma propriedade física em todas as
direções) e homogêneo e seu limite elástico não for
superado, então verifica-se que a relação entra tensão e a
deformação é linear. Baseado nesse princípio pode definir-
se extensometria da seguinte forma:
“Extensometria é o método que tem por objetivo a
medida das deformações superficiais dos corpos”
O conceito de deformação é expresso mediante uma
relação dimensional:
ε=SL/L
Em que:
ε – deformação axial específica;
SL- variação do comprimento;
L- comprimento inicial.
O esforço de tensão é medido pela unidade de
força por unidade de área (N/mm2).
A medida da rigidez que um material apresenta
quando solicitado longitudinalmente é denominado
Módulo de Elasticidade Longitudinal ou Módulo de
Young, e é representada pela letra (ε). Quanto maior
for o módulo menor será a deformação elástica
resultante da aplicação de uma tensão, e mais rígido
será o material.
Abaixo do limite elástico se cumpre a relação
de Hooke.
Mas o estudo da extensometria não se limita
apenas à relação de tensão e deformação dos
materiais realizados por Robert Hooke. Outro grande
cientista Willian Thomson, anos mais tarde ao realizar
estudos experimentais com condutores de cobre e
ferro submetidos a solicitação mecânica de tração
verificou a resistência elétrica que percorria esses
condutores era uma função da constante de
resistividade elétrica do material e das variáveis
comprimento e seção transversal.

R=ρL/A

onde :
R- resistência elétrica do condutor
ρ - resistividade do condutor
L- comprimento do condutor
A- seção transversal do condutor.
Dessa forma então, relacionando
suas verificações com os estudo de
Hooke, ele chegou a seguinte
conclusão:
“ Quando uma barra metálica é
esticada, ela sofre um alongamento
em seu comprimento e também uma
diminuição do seu volume, resultado da
diminuição transversal dessa barra e
um conseqüente aumento de sua
resistência elétrica. Da mesma
maneira, quando a barra é comprimida
a resistência diminui devido ao
aumento da área transversal e
diminuição do comprimento.”
Classificação das medidas
extensométricas

Tomando como critério a evolução no tempo


dos esforços a serem medidos, a extensometria
classifica-se em:
• Medidas estáticas- compreendem o estudo de
esforços que variam lentamente em função do
tempo.(estrutura de uma represa)
• Medidas estáticas dinâmicas- consistem na
medida simultânea de esforços sujeito à variações
rápidas e esforços graduais. ( ponte )
• Medidas dinâmicas- limitam-se às componentes
de variação rápida.(rotor quando em
balanceamento)
Strain Gauges ( Células
Extensométricas)
Dentre os diferentes procedimentos existentes
para converter deformações mecânicas em sinais
elétricos proporcionais, o mais conhecido é o que
utiliza elementos cuja resistência elétrica varia em
função de pequenas deformações longitudinais. Esses
elementos são pequenas células extensométricas
afixadas na superfície do corpo de prova, formado um
conjunto solidário e recebem o nome de Strain
gauges.
Strain Gauges
Strain Gauges
Tipos de Strain Gauges
Gauges Metálicos subdividem em dois tipos:

• Gauges de filamento (wire strain gauge)- o


elemento sensível é um fio condutor metálico (liga
de níquel com cobre e cromo) com uma seção
circular de diâmetro 0,0025mm e colados sobre um
suporte isolante de resina epóxi, poliéster ou
material análogo. Para oferecer o máximo
comprimento ativo dentro de uma área reduzida, o
fio é disposto em várias dobras.

• Gauge de trama pelicular(foil strain gauge)- o


elemento sensível uma película de metal com
poucos micros de espessura, recortada mediante
ataque fotoquímico.
O princípio de medida dos gauges metálicos se
baseiam então em três premissas enunciadas ao longo
dos textos introdutórios:

• O valor da resistência de um condutor é em função de


suas características geométricas.

• A todo aumento de comprimento de um condutor


corresponde uma redução da seção transversal.

• A variação da resistividade é proporcional à variação


relativa de volume.
Os extensômetros elétricos têm as seguintes
características gerais, que denotam sua importância e
alto uso:
• alta precisão de medida;
• baixo custo;
• excelente linearidade;
• excelente resposta dinâmica;
• fácil instalação;
• pode ser imerso em água ou em atmosfera de
gases corrosivos (com tratamento adequado);
• possibilita realizar medidas à distância.
Princípio de Funcionamento e Uso

Na sua forma mais completa, o strain-gauge ou


extensômetro elétrico é um resistor composto de uma
finíssima camada de material condutor, depositado
então sobre um composto isolante. Este é então
colado sobre a estrutura em teste com auxílio de
adesivos como epóxi ou cianoacrilatos. Pequenas
variações de dimensões da estrutura são então
transmitidas mecanicamente ao strain-gauge, que
transforma essas variações em variações equivalentes
de sua resistência elétrica (por esta razão, os strain
gauges são definidos como transdutores).
Os strain-gauges são usados para medir
variações de carga, pressão, torque, deslocamento,
tensão, compressão, aceleração, vibração. A seleção
do strain-gauge apropriado para determinada
aplicação é influenciada pelas características
seguintes: material da grade metálica e sua
construção, material do suporte isolante, material do
adesivo, tratamento e proteção do medidor e
configuração. O design dos gauges incorpora várias
funcionalidades como alto fator de medição, alta
resistividade, insensibilidade à temperatura, alta
estabilidade elétrica, alta resistência mecânica,
facilidade de manipulação, baixa histerese, baixa troca
termal com outros materiais e durabilidade. A
sensibilidade à temperatura é um ponto fundamental
no uso de strain-gauges, e freqüentemente o circuito
de medição contém um compensador de temperatura.
Da mesma forma, o tipo de adesivo usado para
fixar o strain-gauge à estrutura a ser monitorada é de
suma importância. O adesivo deve transmitir as
variações mecânicas com o mínimo de interferência
possível, por isso deve ter alta resistência mecânica,
alta resistência ao cisalhamento, resistência dielétrica
e capacidade de adesão, baixas restrições de
temperatura e facilidade de aplicação.
Bandas para esforços radiais e
tangenciais
Os gauges de trama pelicular admitem configurações
que tornam possível a medida de esforços radiais e
tangenciais:

A – Banda para medidas de esforço tangencial.


B – Banda para medidas de esforços radial e tangencial.
C – Banda para medidas de esforço radial.
Strain Gauges
Metodos de medida
As banda extensométricas ao sofrerem deformações,
proprocionalmente variam sua resistência elétrica.
Tornando-se então, necessário um mecanismo capaz
de quantificar essa variação de resistência.
A forma mais eficaz de medir resistência é através da
ponte do tipo Wheatstone.
Partindo da Ponte de Wheastone como circuito
fundamental, são dois os procedimentos para medir o
equilíbrio:

- método direto
- método de zero
Método Direto
Consiste em medir a diferença de potencial presente
nos bornes de saída da ponte, com ajuda de um
voltímetro de precisão. Este processo exige
amplificação prévia do sinal e uma fonte de exitação
muito estável
Método de zero
Consiste em estabelecer o equilíbrio, seja variando as
resistências nos ramos da ponte ou bem uma tensão
oposta á de equilíbrio. Esse procedimento é também
conhecido como médoto de oposição
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Exemplo de aplicação
Transdutores de força
São equipamentos eletromecânicos que medem
cargas estáticas ou dinâmicas, nas situações de
grandes deslocamentos, e as convertem em sinais
elétricos para posterior análise.
O principio de funcionamento dos transdutores
de força ou carga é baseado na deformação que sofre
um material quando submetido a aplicação de uma
força. Ou seja, por meio de células como strain-
gauges, cristais piezorresistivos ou piezelétricos,
convenientemente dispostos dentro de um pequeno
conjunto mecânico, procede-se à medida da
deformação de um elemento elástico interno e por
meios eletrônicos processa-se a conversão do sinal
elétrico em força ou carga.
É claro que o elemento elático utilizado deve
possuir certas características especiais, como:
• Elevada rigidez;

• Elevada carga de ruptura;

• Elevado limite elástico;

• Baixo módulo de elasticidade.


Tipos de Transdutor

Os transdutores podem ser passivos ou ativos,


segundo precisem ou não de exitação elétrica para
cumprir seus objetivos. De fato, salvo os trandutores
piezelétricos, todos os demais são passivos. E quando
ao princípio de funcionamento, podem ser indutivos,
capacitivos e resistivos, porém somente alguns
cumprem os requisistos necessários para medição de
forças.
Transdutores a Strain Gauges

São transdutores que utilizam strain-gauges como


elemento de deformação.
Os Strain-gauges são colocados sob um elemento
cujo desenho varia em função da gama de medida.
Transdutores a Semicondutores
Esse tipo de transdutor tem como elementos de
capitação semicondutores dos tipos:

• Piezorresistivo;
• Piezelétrico.

Nos captadores do tipo piezorresistivo, o


elemento sensível é uma banda de cristal
semicondutor com um certo grau de contaminação.
Sua sensibilidade de comprimento é de 50 a 60
vezes maior que a de um gauge metálico, além de
ser mais sensível às variações de temperatura.
Já nos transdutores com captadores do tipo
pizelétricos se baseiam no efeito pielétrico direto, ou
seja, não necessita de energia ativadora, pois sabes-se
que alguns cristais, ao serem solicitados
mecanicamente, geram uma pequena diferença de
potencial.
Os trandutores citados anteriormente,
excetuando os tipos pizelétricos são ditos passivos, isto
é, medem a deformação de um elemento elástico ou
por variação de ressitência de um elemento sensível
ligado a ele, ou por variação de induntância mútua de
um transformador linear cujo núcleo é móvel.
Já os piezelétricos são ditos ativos, pois medem
a força aplicada diretamente, a partir de uma carga
gerada por sua deformação proporcional.
Características Gerais dos
Transdutores de Força
• Variado campo de medidas;

• Possuem rigidez mecânica;

• Ótima linearidade;

• Baixa histerese com boa capacidade de repetição;

• Alta sensibilidade com boa resolução;

• Trabalho em condições adversas.


Os transdutores do tipo indutivo têm como seu princípio de funcionamento uma
bobina interna que possui dois secundários idênticos conectados em circuito
série-oposto e um núcleo móvel. Quando a força é aplicada sobre o pino, o
núcleo movimenta-se no interior da bobina, variando a indutância mútua de cada
secundário em relação ao primário.
 Há cerca de 50 anos, a tecnologia LVDT era
relativamente desconhecida excepto para alguns
especialistas em instrumentação de controle de
processos.
 Através de esforços pioneiros a Schaevitz
conseguiu fazer esta tecnologia evoluir desde uma
curiosidade raramente usada até um meio
fundamental para a medição de deslocamentos.
 Hoje em dia os LVDT são largamente usados
como sensores de medição e controlo sempre que
os deslocamentos de poucos milimetros a vários
metros se possam medir directamente, ou outras
grandezas fisicas como força ou pressão possam
ser convertidas em deslocamento linear.
 Devido à sua capacidade de realizar medições
extremamente precisas e com grande
repetibilidade nos ambientes mais hostis, os
LVDT da Schaevitz tornaram-se na escolha de
eleição para centenas de indústrias com
aplicações criticas.
Solicitação de torção
A torção ocorre quando temos um momento ou
par de forças aplicadas no entorno do eixo principal de
uma estrutura. Quando a seção transversal é circular
não teremos empenamento das seções, ,isto quer
dizer que as seções que são planas antes da aplicação
permanecem planas após a aplicação.
Torquímetros
Por que utilizamos?
 Quando é necessário medir o aperto de um
parafuso ou porca, a ferramenta indicada é o
torquímetro. O uso do torquímetro evita a
formação de tensões e a conseqüente
deformação das peças em serviço.
O que é Torque?
 Torque é a
aplicação de uma
força a uma
distância radial,
tendendo a causar
uma rotação
Tipos de Torquímetros
 Torquímetro de Relógio (TRC)
 Torquímetro de Estalo (TEC)
 Torquímetro Digital
 Torquímetro de Vareta (TVC)
Unidades de Torque (momento)
 MAIS USUAIS

 Nxm (SI)
 Kgfxm

 lbfxpé (Imperial)

SI - Sistema Internacional de Medidas


Aplicações
Torquímetro  onde se exige exatidão de torque (faixa
restrita de aperto). Para aferição de
de relógio torques aplicados por outras ferramentas
de aperto (ex.: ferramentas pneumáticas).
Na verificação de folgas em montagens
mecânicas (ex.: ajuste de rolamentos,
interferência em engrenagens, ajuste de
folga em conjuntos mecânicos).
Em controle de qualidade para verificação
de exatidão na aplicação de torque, em
montagens mecânicas, por ferramentas
elétricas ou pneumáticas (neste caso, o
torquímetro deve possuir ponteiro de
arraste).
 Torquímetro de  Torquímetro de
Estalo - em Vareta - serviços
processos sem grande
industriais em responsabilidade.
série, em linhas de Para uso eventual.
montagem, em
torques repetitivos.
Torquimetro Digital
 Equipamento
para medição
de maior
precisão

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