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13 de Novembro de 2006

Faculdade de Engenharia Mecânica


UNICAMP

Sistemas de Injeção
Motores Ciclo Otto

Marconi Libório Guilherme Rossi


Virgilio dos Santos Rafael Bonagamba
Conteúdo

1. Timeline
2. Carburador
3. Comparativo – Carburador vs. Injeção
4. Injeção Eletrônica
5. Injetores
6. Injeção para Combustíveis Alternativos
1. Timeline – Era pré-emissão
1939 Primeiro sistema de injeção de gasolina Bosch é
testado em um avião alemão.
1951 Primeira montagem em veículo de um sistema de
injeção Bosch.
1954 Montagem do veículo esportivo Mercedes-Benz 300
SL com sistema mecânico de injeção Bosch.
1967 São criadas as primeiras regras regulando as
emissões de gases de escape. Nasce o primeiro sistema
de injeção eletrônica Bosch (D-Jetronic), usado no VW
1600TL
1. Timeline – Era pós-emissão
1973 A crise mundial de energia exige economia de
gasolina. A Bosch introduz o sistema L-Jetronic e K-
Jetronic.
1979 Introdução do sistema combinado de injeção e ignição
eletrônica Bosch Motronic.
1981 Introdução de um fio quente como medidor de massa
de ar chamado LH-Jetronic.
1982 A Bosch lança uma combinação do sistema mecânico
com o eletrônico, denominado KE-Jetronic.
1. Timeline – Era pós-emissão
1987 Desenvolvimento do Mono-Jetronic, sistema de injeção
monoponto para veículos de até 1,8 L.
1988 Criação do Mono-Motronic, sistema monoponto de
ignição e injeção eletrônica.
1997 Novos módulos de aspiração compostos de coletor de
admissão, válvulas de injeção, potenciômetro da
borboleta, regulador de pressão, etc.
1999 Surgem os sistemas de injeção direta de combustível
em motores à gasolina.
2. Carburador

Carburador = Tubo de Venturi


3. Carburador vs. Injeção
A relação ar/combustível do motor deve ser controlada
rigorosamente sob todas as condições de operação para
conseguir o desempenho de motor, as emissões, a
dirigibilidade, e a economia de combustível desejados.
Os controles precisos que o sistema de injeção possui em
relação ao carburador permitem:
 Maior eficiência
 Menor emissão de poluentes
3. Carburador vs. Injeção
Outras vantagens da injeção sobre o carburador:

• Melhor atomização do combustível


• Melhor fluxo devido à eliminação do venturi do
carburador
• Tempo de resposta reduzido às mudanças rápidas de
entrada, por exemplo, movimentos rápidos do
acelerador.
• Entrega uma massa exata e igual de combustível a
cada cilindro do motor, melhorando drasticamente a
distribuição de cilindro a cilindro do motor.
3. Carburador vs. Injeção
A fonte primária de emissões do motor de combustão
interna é a combustão incompleta de uma fração minúscula
do combustível total consumido.
Esta fração é tão pequena que era insignificante
financeiramente e quanto à eficiência energética.
Os fabricantes de automóveis foram motivados pelas leis
de emissão de gases a concentrar esforços nesta questão.
Para cumprir as restrições impostas pelas leis de emissão,
o uso de carburadores foi praticamente abolido.
4. Injeção eletrônica

 Componentes típicos
 Fluxo de ar: Princípios de medição
Sistemas de Injeção Eletrônica
4. Injeção eletrônica

 O sistema de injeção eletrônica baseia-se


num microprocessador que faz todo o
gerenciamento do motor.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Amortecedor de pressão – suaviza os
"golpes" do combustível, devidos ao
movimento de fechar das válvulas e
fornecimento periódico de combustível.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Atuador de marcha lenta – permite que a
quantidade de ar na linha de aspiração seja
variável, garantindo uma marcha lenta estável.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Bobinas plásticas – têm como função gerar
a alta tensão necessária para a produção das
faíscas nas velas de ignição.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Bomba elétrica – fornece o combustível
sobre pressão a um tubo distribuidor, onde
estão fixadas os bicos injetores.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Filtro – possui um elemento de papel
responsável pela filtragem do combustível. Está
localizado logo após a bomba de combustível.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Medidor do fluxo de ar – tem função de
informar à unidade de comando a quantidade e
a temperatura do ar admitido, informações
necessárias para determinar a quantidade de
combustível a ser injetada.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Medidor de massa de ar – está instalado
entre o filtro de ar e a borboleta de aceleração e
tem a função de medir a corrente de ar
aspirada.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Potenciômetro da borboleta de aceleração
– informa para a unidade de comando todas as
posições da borboleta de aceleração, o que
fornece informações sobre o atual regime de
funcionamento do motor.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Regulador de pressão – regulador com
fluxo de retorno, que garante uma pressão
uniforme no sistema de combustível em todos
os regimes de funcionamento do motor.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Sensor de detonação – converte as
vibrações do motor em sinais elétricos, que
permitem que o motor funcione com o ponto de
ignição o mais adiantado possível.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Sensores de pressão – medem a pressão
absoluta no coletor de aspiração e informam à
unidade de comando em que condições de
aspiração e pressão o motor está funcionando.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Sensor de rotação – permite que a unidade
de comando calcule a posição e velocidade de
rotação do virabrequim.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Sonda Lambda – serve para determinar se a
quantidade de combustível injetada é ou não
ideal. É montada no cano de escape do motor,
de modo que uma parte fica em contato com os
gases de escape e outra com o ar exterior.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
 Unidade de comando – tem como função,
com base nas informações que recebe de
todos os componentes do sistema, determinar
a quantidade de combustível a ser injetada.
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
Os sistemas monoponto possuem uma única
válvula de injeção para todos os cilindros,
montada na tampa da unidade central de
injeção (corpo da borboleta).
4. Injeção eletrônica
Componentes típicos
Os sistemas multiponto possuem um bico
injetor para cada cilindro. Durante a
pulverização, deve-se evitar perdas pelo
umedecimento das paredes do coletor.
4. Injeção eletrônica

Fluxo de ar: Princípios de funcionamento


 “air-mass”
 “speed density”
 Ângulo da borboleta X rotação do motor
 Fluxo de ar
4. Injeção eletrônica

Fluxo de ar: Princípios de funcionamento


 “air-mass”
• massa de ar é determinada por um
medidor mássico
• extremamente preciso e robusto
4. Injeção eletrônica

Fluxo de ar: Princípios de funcionamento


 “speed density”
• fluxo de ar é determinado por:

Rotação do motor
 Cilindrada

 densidade do ar (função da pressão

absoluta do coletor de admissão e da


temperatura do ar admitido)
• Mais preciso que o “air-mass” e mais
barato que os demais.
4. Injeção eletrônica

Fluxo de ar: Princípios de funcionamento


 Ângulo da borboleta X rotação do motor
• tempo básico de injeção é definido em
testes de bancada em função de:
 ângulo da borboleta de aceleração

 rotação do motor

• tabela de tempos básicos de injeção


gravados na EPROM.
4. Injeção eletrônica

Fluxo de ar: Princípios de funcionamento


 Fluxo de ar
• vazão é determinada diretamente por um
medidor de fluxo
• valor tem que ser corrigido em função da
variação de temperatura
• extremamente preciso, porém muito caro e
muito sensível
4. Injeção eletrônica
 Monoponto
Sistemas de • Mono-Motronic
Injeção Eletrônica:  Multiponto
• K-JETRONIC
• KE-JETRONIC
• L-JETRONIC
• L3-JETRONIC
• LH-JETRONIC
 Motronic
• ME-Motronic
• MED-Motronic
• Motronic Flex-Fuel
4. Injeção eletrônica

Monopoint vs. Multipoint


4. Injeção eletrônica

Monoponto

1 - Tanque com bomba incorporada


2 - Filtro de combustível
3 - Sensor de posição de borboleta
3a - Regulador de pressão
3b - Válvula injetora
3c - Sensor de temperatura do ar
3d - Atuador de marcha lenta
4 - Sensor de temperatura do motor
5 - Sensor de oxigênio
6 - Unidade de comando
7 - Válvula de ventilação do tanque
8 - Bobina de ignição
9 - Vela de ignição
10 - Sensor de rotação
4. Injeção eletrônica

Multiponto

1 - Bomba de combustível
2 - Filtro de combustível
3 - Regulador de pressão
4 - Válvula injetora
5 - Medidor de vazão de ar
6 - Sensor de temperatura do motor
7 - Válvulas auxiliar de ar
8 - Potenciômetro de borboleta
9 - Unidade de comando
10 - Relé de bomba de combustível
11 - Vela de ignição
4. Injeção eletrônica

K-Jetronic
 Bomba de comb. independente (elétrica)
 Sensor de fluxo de ar
 Metering-slit
 Metering-vane
 Válvula de pressão
 Sonda lambda
4. Injeção eletrônica

KE-Jetronic
 Versão avançada do K-Jetronic
 ECU para aumento de flexibilidade
 Sensor fluxo de entrada
 Atuador de pressão ajuste A/C
 Regulador de pressão
4. Injeção eletrônica

L-Jetronic
 Similar ao K-Jetronic
 Combinação da medição direta de ar
com recursos da eletrônica

L3-Jetronic
 Mesma funções do L-Jetronic
 Tecnologia digital – ajuste de mistura
4. Injeção eletrônica

LH-Jetronic
 Semelhante ao L-Jetronic
 Diferença: medição fluxo de ar
• Hot-wire-air-mass
• Hot-film-air-mass
4. Injeção eletrônica

Medidor Hot-wire-air-mass

A – carcaça
B – medidor hot-film-air-mass
1 – câmara de aquecimento
2 – espaçador
3 – controlador
4 – híbrido
5 – filme metálico
4. Injeção eletrônica

Medidor Kármán por vórtex

1 – oscilador
2 – gerador vórtex
3 – transmissor
4 – ondas ultra-sônicas
5 – correntes em redemoinho
6 – receptor
7 – amplificador
8 – filtro de sinais
9 – formador de ondas
4. Injeção eletrônica

ME-Motronic
1 - Canister
2 - Válvula de purga do canister
3 - Sensor de pressão
4 - Galeria de combustível / Válvula de Injeção
5 - Bobina / Vela de ignição
6 - Sensor de fases
7 - Pedal do acelerador eletrônico
8 - Medidor de massa de ar com sensor
9 - Acelerador eletrônico
10 - Válvula de recirculação de gases
11 - Sensor de detonação
12 - Sensor de temperatura
13 - Sonda lambda
14 - Sensor de rotação
15 - Módulo bomba de combustível
16 - Módulo eletrônico de comando
17 - Interface para diagnose
18 - Lâmpada para diagnose
19 - Imobilizador
20 – CAN
4. Injeção eletrônica
1 - Canister
2 - Medidor de Massa de Ar com Sensor de Temp

MED-Motronic 3 - Módulo Eletrônico de Controle


4 - Interface para Diagnose
5 - Lâmpada de Diagnose
6 - Imobilizador
7 - CAN
8 - Válvula de Purga do Canister
9 - Acelerador Eletrônico
10 - Sensor de Pressão
11 - Válvula de Recirculação de Gases (EGR)
12 - Sensor de Pressão do Tanque
13 - Bomba de Alta Pressão
14 - Galeria de Combustível
15 - Válvula Reguladora de Pressão
16 - Sensor de Fase
17 - Sensor de Detonação
18 - Sensor de Rotação
19 - Válvula de Injeção
20 - Bobina de Ignição
21 - Sensor de Temperatura de Água
22 - Pedal do Acelerador Eletrônico
23 - Sonda Lambda
24 - Catalisador
25 - Sonda Lambda
26 - Módulo de Pré-Bomba de Combustível
4. Injeção eletrônica

Motronic Flex-Fuel
1 - Canister
2 - Válvula de Purga do Canister
3 - Sensor de Pressão / Temperatura do ar
4 - Galeria de Conbustível / Válvula de injeção
5 - Bobina / vela de ignição
6 - Sensor de fase
7 - Pedal de Acelerador Eletrônico
8 - Acelerador Eletrônico
9 - Válvula de Recirculação de Gases (EGR)
10 - Sensor de Detonação
11 - Sensor de Temperatura de Água
12 - Sonda Lambda
13 - Sensor de Rotação
14 - Módulo de Bomba de Comb. em Tanque
15 - Módulo de Controle
16 – Reserv. de Gasolina para Partidas a Frio
17 - Bomba Elétrica de Combustível
18 - Válvula Solenóide
19 – Relé
4. Injeção eletrônica
GDI – Injeção Direta de Combustível
também chamado Motor de Carga Estratificada
Pré-requisitos para o bom funcionamento:
 Injeção de combustível diretamente dentro da câmara de combustão,
durante o processo de compressão (para evitar o problema da
detonação ou ignição espontânea, muito comum nos motores ICE com
injeção indireta’;
Inflamação do combustível com uma vela de ignição na medida que ele
se combina com o ar para obter controle direto do processo de ignição;
Controle do nível de potência variando-se a quantidade de combustível
injetada por ciclo (com a vazão de ar estrangulada para minimizar o
trabalho de bombeamento).
4. Injeção eletrônica
GDI – Injeção Direta de Combustível
A história da injeção direta de combustível em motores do ciclo Otto é
tão velha quanto o próprio motor de ignição por centelha. Dados
históricos revelam que m 1884, um motor ‘Spiele” funcionou com
injeção direta no cilindro de combustível leve.
A Mercedes-Benz 300SL, foi o primeiro carro movido a gasolina com
injeção de combustível a utilizar a injeção direta.Os injetores de
combustível da Bosch foram colocados nos orifícios da parede do
cilindro usados para a fixação das velas em outros motores Mercedes-
Benz de 6 cilindros (as velas foram realocadas na cabeça do cilindro).
4. Injeção eletrônica
GDI – Injeção Direta de Combustível
Vantagens
Maior economia de combustível, principalmente em cargas parciais;
Possibilidade de maior taxa de compressão devido a maior resistência
a detonação;
Menor nível de emissões.

Desvantagens
Alto nível de NOx produzido, sendo que o catalisador que resolve este
problema só opera com sucesso com a utilização de combustíveis de
baixo nível de enxofre. 10 a 15 ppm encontrado no Japão;
Emissão de partículas de carbono em regime de plena carga.
4. Injeção eletrônica - GDI
Motores atuais:
•Mitsubishi 4G93 – Ano do inicio da fabricação: 1996 – 400.000 unidades produzidas – não opera bem
com altos níveis de enxofre
•PSA – lançado em 1999 e retirado do mercado em 2001 – não opera com altos níveis de enxofre
•Daimler Chrysler – produzido em 2000 – somente para mercados com combustível de baixo teor de
enxofre
•Volkswagen/Audi – 2001 – FSI – em produção ainda, motor que equipa o Passat 2.0 vendido no Brasil
•BMW – V12 - Injetores de baixa pressão – não opera com mistura pobre
•BMW – lançado em 2006 - High Precision Injection – motor 6 cilindros em linha – maior tempo de
queima pobre – maior eficiencia global
•BMW e PSA – trabalhando em conjunto para nova geração deste motor – previsão 2007
•GM – em 2004 lançou o 2.2 L Ecotec – em 2005 lançou o Opel 2.0 L VVT
•Isuzu Motors – primeiro GDI vendido em larga escala no EUA – taxa de compressão de 10.3:1 – ganho
de 20 Hp de potencia em relação ao motor com injeção indireta
•Toyota – D4 – lançament0 1996 - utilização de EGR para controle do NOx – injeção feita a 12 MPa –
não opera bem com combustíveis com alto níveis de enxofre
•Toyota – 2GR-FSE V6 – combinação entre injeção direta e indireta – 2 injetores por cilindro (tradicional
na cabeça da válvula e o direto)
•Mazda – Mazdaspeed 6 / Mazda 6 MPS e Mazdaspeed 3
•Renault IDE –Altos índices de EGR – pressão de injeção de 100 bar
5. Injetores - EV
EV
Einspritzventil

1 - O-rings
2 - Filtro
3 - Carcaça com conexão
elétrica
4 - Bobina
5 - Molas
6 - Agulha com armadura
solenóide
7 - Acento da agulha com
disco pulverizador
5. Injetores - HDEV

HDEV
Hochdruck-
Einspritzventil

1 - Filtro
2 - Conexão elétrica
3 - Molas
4 - Bobina
5 - Carcaça
6 - Agulha com armadura
solenóide
7 - Acento da agulha
8 - Furos de formação do
spray
5. Injetores – EV vs. HDEV

HDEV EV
até 200 bar 1 ~ 5 bar

6000 rpm
5. Injetores – HDEV
5. Injetores

Spray

 Tapered spray
 Dual spray
 Air-shrouding
6. Injeção para Comb. Alternativos
Sistemas para Combustíveis Alternativos
 Operação por Hidrogênio (por Centelha)
 Operação por Álcool (por Centelha)
 Sistemas GLP (Gás Liquefeito de Petróleo)
 Operação com Gás Natural
 Tecnologia Tricombustível

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