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COMENTÁRIOS SOBRE A ALTERAÇÃO DO CONTRATO DE


TRABALHO

Marcelo Maciel Martins1

1. INTRODUÇÃO

A normatização das Alterações dos Contratos de Trabalho ganhou nova


roupagem, por intermédio da Lei n° 6.203/75, que deu nova redação aos artigos 469 e 470,
oxigenando, principalmente, as condições de transferência dos empregados.

Neste artigo, primeiramente, traremos a baila sobre o que alicerçou a Lei n°


6.203/75, o princípio da imodificabilidade, sobre o contrato de trabalho. Após falaremos sobre
o Ius Variandi que decorre do poder do empregador de realizar, pequenas modificações nos
contratos. Abordaremos sobre a Transferência de Empregados à luz da lei n° 6.203/7, como
também a mudança de domicílio e o exercício do cargo de confiança. Como são discutidas as
cláusulas explícitas e implícitas nos contratos, e os casos que ocorre a extinção do
estabelecimento comercial.

E, por fim, a Transferência provisória, bem como as transferências dentro o


mesmo grupo empresarial e para o exterior, o adicional de transferência e as despesas com a
transferência.

2. PRINCÍPÍO DA IMODIFICABILIDADE

Desde o período Romano, diz-se que os acordos devem ser cumpridos


(pacta sunt servanda), o mesmo se dizendo para os contratos de trabalho.

Hoje, a regra imposta, é que o contrato de trabalho não pode ser modificado
unilateralmente pelo empregador, sob pena de violação do princípio da imodificabilidade ou
inalterabilidade dos contratos de trabalho. Observamos esta regra no art. 468 na norma
consolidada.

Em virtude do empregado, ser o pólo mais fraco da relação empregatícia, o


Estado intervém por meio do princípio a imodificabilidade (por ser uma norma de ordem
pública) para coibir abusos que o empregador possa impor para o seu empregado.

No que concerne a classificação das alterações, podemos ter Quanto a


Origem (obrigatórias e as voluntárias); Quanto ao Objeto (qualitativa e as quantitativas) e
Quanto a Natureza (Lícitas e as Ilícitas).

Os requisitos para a alteração do contrato de trabalho são: mútuo


consentimento e desde que não haja prejuízos para o empregado, pois, se houver o mútuo
consentimento, mas prejuízo para o empregado, a alteração será considera ilícita.

1
Professor Substituto da UFRRJ; Tutor à Distância da UAB/CEDERJ; Advogado da Martins Advogados
Associados.
2

3. IUS VARIANDI: CONCEITO

O Ius Variandi decorre do poder de direção do empregador, que se traduz na


possibilidade do empregador realizar, de forma unilateral, e em casos especiais, pequenas
modificações no contrato de trabalho que não venham afetar o pacto laborativo e nem lhe
traga prejuízos. Como p.ex. a troca no horário de trabalho, principalmente do noturno para o
diurno, local da prestação do serviço, o regresso do empregado de cargo de confiança ao
cargo que anteriormente ocupara e etc.

Nos casos de modificações que tragam prejuízos para o empregado ou que


sejam ilícitas, poderão ser repudiadas pelo empregado (IUS RESISTENTIAE), inclusive
podendo pleitear a rescisão indireta do contrato de trabalho (CLT, art. 483).

Conforme a inteligência do art. 499, § 1° da norma consolidada, o


empregado que, garantido pela estabilidade, deixar de exercer cargo de confiança, lhe será
assegurado à reversão ao cargo anteriormente ocupado, salvo nos casos de falta grave.
Entretanto, segundo Orientação Jurisprudencial da SDI-1 do TST, n° 45, nos diz que o
empregado em cargo de confiança com mais de 10 (dez) anos na função, lhe será garantido à
estabilidade financeira, ou seja, a comissão ganha será incorporada em seu salário.

4. TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADOS

A Transferência do empregado é decorrente do Ius Variandi do empregador,


face ao seu poder de direção. Certas modificações poderão ser feitas desde que não contrarie o
dispositivo da Lei, ou seja, o pacta sunt servanda.

A Lei n° 6.203/75 deu uma nova roupagem aos artigos 469 e 470 da CLT
(condições para transferência do empregado), bem como ao inciso IX do artigo 659 do mesmo
diploma (medida liminar em RT, visando coibir transferência abusiva).

A lei nos trouxe, em termos de modalidades de transferência, o seguinte: (a)


a que não acarretar na mudança no domicílio do empregado; (b) de empregado de
confiança; (c) em decorrência de cláusula contratual explícita e implícita; (d) em razão da
extinção do estabelecimento em que trabalha o empregado; e (e) provisória.

4.1. MUDANÇA DE DOMICÍLIO

Na narrativa do dispositivo do artigo 469, in fine, há conflito no que


concerne a mudança de domicílio, pois, se não houver transferência de domicílio não haverá
transferência. Entretanto, em certos casos, não há a mudança de domicílio, mas, o empregado
é transferido para trabalhar em local mais distante de onde trabalhava, ainda que dentro da
mesma cidade.
3

Segundo Sergio Pinto Martins2 in verbis:

Domicílio é o lugar onde a pessoa estabelece a sede principal dos seus


negócios. O domicílio do funcionário público é onde exerce suas funções.
Residência é a onde a pessoa permanece com habitualidade, onde
dorme, faz refeições, vive. É o lugar em que a pessoa se localiza
habitualmente, em que habita. Envolve a palavra residência uma
situação de fato e não um conceito jurídico.

A Jurisprudência já vinha interpretando domicílio como residência mesmo


antes da edição da Lei n° 6.203/75, pois, residência é a onde o trabalhador tem sua moradia,
com esposa e filhos, e onde desenvolve suas relações sociais. Esta interpretação foi o que
vestiu o artigo 469 da CLT.

Logo, não podemos falar em transferência, se o empregado continuar


residindo no mesmo local, embora trabalhando em outro município, ou bairro distante. Da
mesma forma não há transferência, e conseqüentemente o pagamento de seu adicional, se o
empregado for deslocado para plataformas de perfuração de petróleo, pois, não há mudança
de residência.

4.2. CARGO DE CONFIANÇA

Todo aquele que exerce cargo de confiança poderá ser transferido por seu
empregador. Os cargos de Confiança são aqueles em que o empregador investe de poderes o
empregado, para que o possa representar, inclusive na gestão da empresa, v.g. diretores ou
gerentes. Existem aqueles que são chefes, mas que, não detém cargos de confiança, v.g.
chefes de seção, comandantes de aeronaves, e os que fiscalizam na empresa, por não serem
revestidos de tais poderes.

Conforme disposto no §1°, do art. 469 da norma consolidada, a


transferência dos que ocupam cargos de confiança poderá ser feita sem a “real necessidade
do serviço”, por existir certas peculiaridades que envolvem o serviço e o desempenho daquela
função. Para que a transferência seja considerada lícita, é necessário que o contrato de
trabalho possua cláusula explícita ou a implícita, e que para isto, requeira a “real necessidade
do serviço”, o que não ocorre com o empregado que ocupa cargo de confiança.

Assim, aquele que ocupa cargo de confiança, será transferido de acordo


com o critério e necessidade do empregador, e não receberá adicional por sua transferência, se
esta for provisória.

2
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 19ª edição. São Paulo : Atlas, 2004, p. 333.
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4.3. CLÁUSULA EXPLÍCITA E IMPLÍCITA

Todo empregado que, em seu contrato de trabalho, houver cláusula explícita


ou implícita, poderá ser transferido.

Para cláusula explícita, entendemos que seja aquela que é empregada de


forma expressa, escrita, no contrato de trabalho. Poderá também haver a cláusula de
transferência dentro do regulamento interno da empresa, o que legitimará a sua remissão no
contrato de trabalho.

Já para a cláusula implícita, entendemos que seja aquela que se encontra de


forma subentendida no pacto laboral, v.g. o motorista rodoviário, o vendedor viajante, e o
trabalhador da construção civil, pois, desenvolve obras em vários locais.

Cabe ainda salientar que, tanto para a cláusula explícita quanto para
implícita, faz-se mister que haja a “real necessidade do serviço” por parte do empregador, ou
seja, é a transferência em virtude de razões técnicas, de produção ou de organização da
empresa, onde o empregado utilizado é considerado insubstituível para aquele determinado
serviço.

Se não houver a necessidade de serviço, o empregado não poderá ser


transferido, seja na cláusula explícita quanto na implícita do contrato de trabalho, de acordo
com a Súmula n° 43 do TST3 in verbis: “Presume-se abusiva a transferência de que trata o §
1° do artigo 469 da CLT, sem a comprovação da necessidade do serviço”.

4.4. EXTINÇÃO DO ESTABELECIMENTO

Quando houver a extinção do estabelecimento comercial, o empregado


poderá sofrer transferência, sendo tal atitude será considerada completamente lícita, conforme
inteligência do artigo 469, § 2°, da norma consolidada. A transferência do empregado para a
matriz ou outra filial, configura-se como uma forma do empregador preservar o aquele
emprego, atendendo assim a Norma Constitucional de 1988.

Neste caso, não podemos falar em transferência pautada em “real


necessidade de serviço” e “anuência do empregado”, pois, como houve uma extinção do
estabelecimento, e naquele lugar não mais funcionará aquele serviço, a transferência, por
presunção legal, será considerada lícita.

Entre os termos extinção e transferência do estabelecimento não há


distinção, i.e., se um estabelecimento se transfere para outra cidade, será considerado como
extinto, pois, naquela localidade, aquele tipo de serviço fora extinto, passando a funcionar
noutra localidade.

3
BRASIL, Consolidação das Leis do Trabalho. 29ª edição. São Paulo : Saraiva, 2002. p. 990.
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Neste sentido, podemos assim falar que, o empregado da construção civil,


após a conclusão da obra, a sua transferência para outra obra, será considerado totalmente
lícito. Então, falemos em transferência definitiva.

4.5. TRANSFERÊNCIA PROVISÓRIA, DENTRO DO GRUPO DE EMPRESAS


E PARA O EXTERIOR

A transferência provisória é aquela, onde o empregado, independentemente


de sua vontade, vai executar um determinado serviço de extrema necessidade, em outra
localidade, podendo esta transferência perdurar até o término do serviço, conforme o
dispositivo do artigo 469, § 3° da CLT.

Para a configuração do requisito da transferência provisória, será necessário


que, o trabalho não possa ser realizado por outro empregado, somente por aquele que deverá
ser transferido. Isto visa coibir abusos nos casos de transferências por motivos pessoais,
perseguição e etc.

A Lei n° 7.183/84 regula de forma clara a respeito das transferências


provisória e permanente do aeronauta, preenchendo assim, algumas lacunas e esclarecendo
dúvidas deixadas pela norma consolidada.

Quando falamos de um grupo de empresas (art. 2°, § 2° da CLT), falamos


que o verdadeiro empregador é o grupo no todo e não uma única pessoa ou empresa. Poderá,
dentro de um grupo, ocorrer à mudança de um determinado setor financeiro que antes
funcionava na empresa “A”, e que agora passará a funcionar na empresa “B”. Logo, a
transferência do empregado, será considerada completamente lícita dentro dos padrões da
CLT. Faz mister lembrar que, se a transferência não ocasionar a mudança de residência, não
existirá o direito ao adicional.

Já as transferências para o exterior, há a Lei n° 7.064/82, que regula as


transferências ou contratações de trabalhadores para o exterior, nos serviços de engenharia,
consultoria, projeto e obras. Tal transferência não deve ser superior a 90 dias, e o empregado
deverá estar ciente da transitoriedade, recebendo para isto, todas as despesas com aquela
transferência.

A transferência de empregados para o exterior fora dos padrões da Lei n°


7.064/82, configura-se em crime aliciamento de trabalhadores para os fins de emigração,
conforme o artigo 206 do Código Penal ou o artigo 20 da Lei n° 7.064/82.

4.6. ADICIONAL E DESPESAS COM A TRANSFERÊNCIA

O adicional de transferência só será devido quando a transferência for


provisória. Chega-se a tal conclusão, pois, o artigo 469, § 3°, da CLT não menciona que a
transferência definitiva receberá algum tipo de adicional, somente reporta-se a adicional nos
casos de transferência provisória. O Tribunal Superior do Trabalho já se manifestou através
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da OJ n° 113 da SDI-1, dizendo-nos que o adicional de transferência só será devido na


transferência provisória.

Nos casos de transferência definitiva, não se pode falar em adicional, pois, o


empregado não se encontra fora do seu habitat, ou seja, seu local de trabalho.

Devemos também observar que, se a transferência for oriunda de acordo


entre as partes e/ou nos casos de promoção com aumento de salário, também não se pode
falar em adicional, pois, houve interesse por parte de empregado e a transferência não será
tida como provisória, mas sim, como definitiva.

O adicional será mantido enquanto perdurar a situação da transferência, e


terá um percentual de 25% sobre o salário que percebia na localidade. Lembre-se que, o
adicional não será incorporado ao salário, podendo ser suprimido a partir do momento do
término da transferência.

Nos casos de empregados que exercem cargos de confiança, e para aqueles


que possuem cláusula explícita ou implícita em seus contratos de trabalho, também terão
direito ao adicional, salvo se a transferência for definitiva.

O adicional de transferência tem natureza salarial e não indenizatória.

No que diz respeito às despesas com a transferência, tais como o transporte,


a moradia, a alimentação, serão reembolsadas pelo empregador, por não terem natureza
salarial.

As despesas de transferência serão pagas pelo empregador tanto nos casos


da definitiva como da provisória. Entendem-se como despesas, inclusive, a multa contratual
nos casos de rescisão abrupta do contrato locatício do empregado, no local em que residia de
acordo com artigo 4° da Lei n° 8.245/91.

Para o TST, em sua Súmula nº 29, o empregado, mesmo sendo transferido


para localidade mais distante da sua residência, fará jus às despesas com a referida
transferência. Sendo transferido para localidade mais distante, não fará jus o empregado, ao
recebimento de horas-extras, por estar agora gastando um tempo maior para ir e vir do seu
trabalho.

Se o empregado tiver seu contrato de trabalho rescindido, fora da sua


localidade de origem, todas as despesas, em relação ao regresso, ficarão por sua conta, pois,
não há previsão legal para tal cobrança por parte do empregador.

5. CONCLUSÃO

A transferência do empregado, desde o período Romano, sob influência o


pacta sunt servanda, esteve pautado no princípio da imodificabilidade dos contratos de
trabalho, resguardando assim, as relações trabalhistas.
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Entretanto, o empregador por meio do seu poder de direção, poderá realizar,


unilateralmente e em casos especiais, pequenas modificações no contrato de trabalho, desde
que não venham a afetar o pacto laborativo e nem lhe traga prejuízos. Isto decorre do ius
variandi do empregador.

As transferências deverão ser condicionadas sob a anuência do empregado


por meio de cláusulas explícitas ou implícitas, e que, também haja a real necessidade para a
realização do serviço, pois, se isto não houver, a transferência será considerada ilícita,
podendo inclusive, o empregado pleitear a rescisão indireta do contrato de trabalho (CLT,
art. 483).

Ademais, a reformulação dos artigos 469 e 470 da norma consolidada, pela


Lei n° 6.203/75, fez com que houvesse uma maior estabilidade nas relações trabalhistas,
inclusive coibindo certos abusos nos casos de transferências motivadas por caráter pessoal e
por perseguição, ou sem nenhuma justificativa, causando assim, um grande dano para o
obreiro.

Contudo, faz-se necessário destacar alguns pontos, considerados como


importantes para a compreensão do estudo.

Primeiramente, destaca-se a importância de se entender o ius variandi, que


decorre do poder de direção do empregador, que se traduz na possibilidade do empregador
realizar, de forma unilateral, e em casos especiais, pequenas modificações no contrato de
trabalho que não venham afetar o pacto laborativo e nem traga prejuízos ao empregado. Como
p.ex. a troca no horário de trabalho, principalmente do noturno para o diurno, local da
prestação do serviço, o regresso do empregado de cargo de confiança ao cargo que
anteriormente ocupara e etc.

Também se faz necessário a compreensão daquele empregado detentor de


cargo de confiança e da sua reversão ao cargo que ocupava anteriormente, conforme preceitua
o artigo 468, parágrafo único da CLT. Já no que diz respeito a sua comissão, é importante
também mencionar que, a princípio, ela não será incorporada à sua remuneração. Contudo, O
TST se manifestou através da Orientação Jurisprudencial SDI-1 n ° 45, que para aqueles que
exerceram função de confiança por 10 anos ou mais, o seu afastamento, sem justo motivo, lhe
daria a estabilidade financeira, ou seja, a comissão incorporar-se-ia em seu salário. Neste
sentido, são as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho4.

O outro ponto que deve ser destacado é sobre a transferência do empregado.


Neste caso, é necessário haver mudança no domicílio do empregado (art. 469, in fine, CLT),
já que a CLT, deu sentido ao domicílio como residência, ou seja, quando o empregado muda
de residência (muda o lugar de fato em que a pessoa habita). Aqueles que exercem cargos de
confiança podem ser transferidos pelo empregador, como p.ex. gerentes e diretores.

A transferência far-se-á mediante a presença das cláusulas explícita ou


implícita no contrato de trabalho e da real necessidade do serviço. Com a extinção do
estabelecimento comercial, o empregado também poderá ser transferido pelo empregador para
outra localidade (art. 469, § 2°, CLT).

4
Decisões em Anexo 1.
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No que concerne a possibilidade de recebimento de adicional, a CLT prevê


um percentual de 25% somente nos casos que se efetuarem transferências provisórias,
representada na norma pela expressão “enquanto durar esta situação”., conforme estabelece
o art. 469, § 3º.

Verificou-se, ainda, a necessidade de se destacar os casos de transferência


definitiva, para empregados, que se encontram com contrato de locação de imóvel urbano, em
curso, pois, nestes casos ficará dispensado da multa contratual, se a devolução do imóvel
decorrer de transferência do empregado pelo seu empregador, seja ele privado ou público,
para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato. Entretanto, deverá
o locatário, num prazo mínimo de 30 dias, notificar, por escrito, o locador da sua intenção, de
acordo com o parágrafo único do art. 4° da Lei n° 8.245/91.

Outro ponto à se destacar é o entendimento jurisprudencial no que concerne


a alteração contratual à mudança na data do pagamento, não constituí qualquer ilicitude, desde
que respeitado o prazo previsto no art. 459, § 1°, parágrafo único da CLT, conforme o
entendimento jurisprudencial, OJ SDI-1 n° 159 do TST5.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERTOLO, José Gilmar. PRÁTICA PROCESSUAL TRABALHISTA. São Paulo: J. H. Mizuno,


2006.

BEZERRA LEITE, Carlos Henrique. CURSO DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. 3ª


Edição. São Paulo: LTR, 2005.

BRASIL. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. 29ª edição. atualizada e aumentada. São
Paulo: Saraiva, 2002.

BRASIL. Congresso Nacional. CÓDIGO CIVIL, CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E


CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CAHALI, Y. S. (Org.). 5ª edição, Rio de Janeiro: Revista dos
Tribunais. 2007.

CARRION, Valentin. COMENTÁRIOS À CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO:


Legislação Complementar e Jurisprudência. 30ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2005.

DELGADO, Maurício Godinho. CURSO DE DIREITO DO TRABALHO. 4ª Edição. São Paulo:


LTR, 2005.

MARTINS, Sergio Pinto. DIREITO DO TRABALHO. 19ª edição. atualizada até 11/2003. São Paulo:
Atlas, 2004.

MARTINS, Sergio Pinto. FUNDAMENTOS DE DIREITO DE TRABALHO. SÉRIE


FUNDAMENTOS JURÍDICOS. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 2002.

5
Se a alteração for feita dentro dos padrões estabelecidos pelo artigo 459, § 1° (parágrafo único) da CLT não
haverá ofensa a norma consolidada e a alteração contratual poderá ser feita sem maiores problemas, ou seja, de
forma lícita. Lembrando que para isto, não poderá haver o comprometimento do dispositivo da norma
consolidada. Neste sentido, se manifesta o TST em suas sentenças normativas, vide em Anexo 2.
9

OFFA BASILE, César Reinaldo. DIREITO DO TRABALHO: Sinopses Jurídicas. Volume 27. São
Paulo: Saraiva, 2008.

Anexo 1
PROCESSO: RR NÚMERO: 615142 ANO: 1999
PUBLICAÇÃO: DJ - 10/09/2004

EMENTA
RECURSO DE REVISTA. 1. HORAS EXTRAS. BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA.
ASSISTÊNCIA DE GERÊNCIA. VIOLAÇÃO AO ART. 224, § 2º, DA CLT. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL. O art. 224, § 2º, da CLT, em que pese conter previsão distinta do art. 62, II, do
mesmo diploma legal, exige prova das reais atribuições destinadas ao exercente da função, que se
traduzem em encargos de chefia, de direção ou equivalentes, não bastando à denominação ou somente
o pagamento da gratificação. Exegese da nova redação conferida à Súmula 204 do TST. A análise do
recurso, no particular, tem óbice na Súmula 126 do TST. Logo, não há ofensa ao parágrafo 2º do art.
224 da CLT e os arestos citados para confronto de teses encontram-se superados, nos termos da
Súmula 333 do TST. Recurso de Revista não conhecido.
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PROCESSO: RR NÚMERO: 635072 ANO: 2000


PUBLICAÇÃO: DJ - 10/09/2004

EMENTA
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR 10 OU MAIS ANOS. AFASTAMENTO DO
CARGO DE CONFIANÇA SEM JUSTO MOTIVO. ESTABILIDADE FINANCEIRA.
MANUTENÇÃO DO PAGAMENTO. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 45 DA SDI-1/TST.
A interpretação dada por esta Corte Superior ao art. 468 da CLT é no sentido de que, embora referido
dispositivo legal permita ao empregador determinar a reversão do empregado ao cargo efetivo
anteriormente ocupado, deixando o exercício da função de confiança, este, contudo, não autoriza que
seja suprimido o pagamento da gratificação de função percebida por dez ou mais anos, em face do
princípio da estabilidade econômica do trabalhador. Recurso de revista não conhecido.
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NÚMERO ÚNICO PROC: RR - 1285/2001-002-22-00


PUBLICAÇÃO: DJ - 03/09/2004

EMENTA
RECURSO DE REVISTA. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. INCORPORAÇÃO AO SALÁRIO.
CAIXA EXECUTIVO. CABIMENTO. O cargo de caixa executivo não se classifica como de
confiança, a teor da Súmula nº 102, no qual se consagrou a orientação de ele não se enquadrar no art.
224, § 2º da CLT. Já a circunstância de o recorrido o ter exercido por menos de 10 anos, ficando
subentendida a habitualidade do seu pagamento, em razão de o ter ocupado por 8,62 anos, atrai a
aplicação do Súmula nº 247, no qual se ressalta a sua natureza salarial insuscetível por isso de
supressão unilateral, a teor do art. 468 da CLT. Por conta do equívoco em que incorreu o Regional não
se apercebendo do fato de o cargo de caixa executivo não ser considerado cargo em comissão, depara-
se não só com a impertinência da OJ 45 da SBDI-I, mas também com a superação da divergência
jurisprudencial, em virtude de a decisão recorrida achar-se, na realidade, em sintonia com as Súmulas
102 e 247 do TST. Recurso não conhecido. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO.
A questão dos honorários advocatícios, na Justiça do Trabalho, mesmo com a promulgação da
Constituição de 88, cujo artigo 133 considera o advogado indispensável à administração da justiça, já
se acha pacificada no âmbito desta Corte por meio da Súmula 329, segundo o qual Mesmo após a
promulgação da CF/1988, permanece válido o entendimento consubstanciado na Súmula 219 do
Tribunal Superior do Trabalho. Constatado que o recorrido não estava assistido pelo sindicato de
10

classe, indiferente à indagação sobre o seu estado de miserabilidade, é indevido os honorários


advocatícios deferidos à contramão do artigo 14 da Lei 5.584/70 e dos precedentes desta Corte
Superior. Recurso provido.
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PROCESSO: RR NÚMERO: 692092 ANO: 2000


PUBLICAÇÃO: DJ - 12/03/2004

EMENTA
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. REVERSÃO AO CARGO
EFETIVO. Se o empregado exerceu por menos de 10 (dez) anos função de confiança, é dado ao
empregador revertê-lo ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, visto que referido procedimento
encontra respaldo no artigo 468, parágrafo único, da CLT. Ao fazê-lo, é licito retirar-lhe totalmente a
gratificação percebida, porquanto, além da precariedade que norteia o exercício de toda e qualquer
função de confiança, o Tribunal Superior do Trabalho, por intermédio da Seção Especializada em
Dissídios Individuais, firmou posicionamento no sentido de admitir a incorporação apenas quando o
empregado exercer função de confiança por mais de 10 (dez) anos. Recurso de revista de que se
conhece e a que se nega provimento.
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PROCESSO: RR NÚMERO: 435143 ANO: 1998


PUBLICAÇÃO: DJ - 14/06/2002

EMENTA
RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA.
MANUTENÇÃO DO PAGAMENTO APÓS O EXERCÍCIO, DE DURAÇÃO SUPERIOR A 10
ANOS. Em tal caso, esta Corte, pela sua iterativa jurisprudência, tem entendido que o art. 468,
parágrafo único, da CLT não assegura ao empregado a estabilidade na função de confiança e
tampouco autoriza a supressão do pagamento da gratificação de função quando da reversão ao cargo
efetivo, após a percepção da vantagem por, pelo menos, dez (10) anos, por incidência do princípio da
irredutibilidade salarial (OJ nº 45 da SBDI1). De modo que a decisão regional ancora-se em tese já
consagrada pela jurisprudência preponderante deste Tribunal. Óbice da Súmula 333/TST. Recurso não
admitido.
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PROCESSO: E-RR NÚMERO: 446796 ANO: 1998


PUBLICAÇÃO: DJ - 14/06/2002

EMENTA
SALÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA. EXERCÍCIO POR MENOS DE 10 ANOS. REVERSÃO
AO CARGO EFETIVO. SUPRESSÃO DA GRATIFICAÇÃO. POSSIBILIDADE.
1. Em face do que estatui o artigo 468, parágrafo único, da CLT, induvidosa a possibilidade de o
empregador reverter o empregado ao exercício do cargo efetivo se, por qualquer motivo, decai da
confiança, não se considerando alteração unilateral tal determinação. 2. Se o empregado exerceu cargo
de confiança por pouco mais de três anos, é lícito ao empregador, revertendo-o ao cargo efetivo,
suprimir a respectiva gratificação de função, sem que tal procedimento configure redução salarial. A
jurisprudência dominante do TST, consubstanciada no Precedente nº 45 da SBDI1, em atenção ao
princípio da estabilidade econômica, considera que apenas o empregado que exerceu função de
confiança por mais de dez anos faz jus à integração da respectiva gratificação ao salário. 3. Embargos
de que não se conhece.
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PROCESSO: RR NÚMERO: 659282 ANO: 2000


PUBLICAÇÃO: DJ - 01/06/2001
11

EMENTA
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO - REVERSÃO AO CARGO EFETIVO - EXERCÍCIO DA
FUNÇÃO GRATIFICADA POR MENOS DE 10 ANOS. O item 45 da Orientação Jurisprudencial da
SDI deste Tribunal é no sentido de que "GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PERCEBIDA POR 10 OU
MAIS ANOS. AFASTAMENTO DO CARGO DE CONFIANÇA SEM JUSTO MOTIVO.
ESTABILIDADE FINANCEIRA. MANUTENÇÃO DO PAGAMENTO". Revista provida, no
particular.

Anexo 2
PROCESSO: E-RR NÚMERO: 367256 ANO: 1997
PUBLICAÇÃO: DJ - 03/09/2004

EMENTA
EMBARGOS. DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. LICITUDE. ALTERAÇÃO DENTRO DO
LIMITE LEGAL PREVISTO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 459 DA CLT – O pagamento
dos salários dentro do próprio mês trabalhado não constitui fato jurídico definitivo, já que essa
situação é alterável, por força de lei (art. 459, parágrafo único, da CLT), ao arbítrio do empregador. Ou
seja, o legislador não conferiu aos empregados o direito de perceber seus salários dentro do mês
trabalhado, mas de recebê-lo no máximo até o quinto dia útil do mês subseqüente, deixando ao
empregador a faculdade de estabelecer o dia mais conveniente para o pagamento, desde que não
ultrapasse o quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido. A decisão da Turma encontra-se em
perfeita harmonia com a atual jurisprudência da Corte, cristalizada no item nº 159 da Orientação
Jurisprudencial da SDI-1, atraindo a aplicação da Súmula nº 333 do TST. Fica obstado o seguimento
dos Embargos por violação do artigo 5º, inciso XXXVI, da Carta Política vigente. Recurso de
Embargos não conhecido.
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PROCESSO: E-RR NÚMERO: 537316 ANO: 1999


PUBLICAÇÃO: DJ - 27/02/2004

EMENTA
EMBARGOS DATA DE PAGAMENTO SALÁRIOS ALTERAÇÃO ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL Nº 159 DA C. SBDI-1 Na hipótese, restou consignado, pelo acórdão regional,
que a alteração da época de pagamento dos salários não ultrapassou o limite previsto no artigo 459, §
1º, da CLT, motivo pelo qual é indevido o pagamento da correção monetária postulada, consoante as
Orientações Jurisprudenciais n os 124 e 159, da C. SBDI-1. Embargos conhecidos e providos
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PROCESSO: E-RR NÚMERO: 367256 ANO: 1997


PUBLICAÇÃO: DJ - 03/09/2004

EMENTA
EMBARGOS. DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. LICITUDE. ALTERAÇÃO DENTRO DO
LIMITE LEGAL PREVISTO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 459 DA CLT – O pagamento
dos salários dentro do próprio mês trabalhado não constitui fato jurídico definitivo, já que essa
situação é alterável, por força de lei (art. 459, parágrafo único, da CLT), ao arbítrio do empregador. Ou
seja, o legislador não conferiu aos empregados o direito de perceber seus salários dentro do mês
trabalhado, mas de recebê-lo no máximo até o quinto dia útil do mês subseqüente, deixando ao
empregador a faculdade de estabelecer o dia mais conveniente para o pagamento, desde que não
ultrapasse o quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido. A decisão da Turma encontra-se em
perfeita harmonia com a atual jurisprudência da Corte, cristalizada no item nº 159 da Orientação
Jurisprudencial da SDI-1, atraindo a aplicação da Súmula nº 333 do TST. Fica obstado o seguimento
12

dos Embargos por violação do artigo 5º, inciso XXXVI, da Carta Política vigente. Recurso de
Embargos conhecidos e providos.
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PROCESSO: E-RR NÚMERO: 473602 ANO: 1998


PUBLICAÇÃO: DJ - 06/09/2002

EMENTA
DATA DE PAGAMENTO. SALÁRIOS. ALTERAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO TST
"Diante da inexistência de previsão expressa em contrato ou em instrumento normativo, a alteração de
data de pagamento pelo empregador não viola o artigo 468, desde que observado o parágrafo único do
artigo 459, ambos da CLT" (Orientação Jurisprudencial nº 159 da SDI do TST). Incidência da Súmula
nº 333 do TST à espécie. Embargos não conhecidos.
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PROCESSO: RR NÚMERO: 500035 ANO: 1998


PUBLICAÇÃO: DJ - 22/03/2002

EMENTA
ALTERAÇÃO NA DATA DE PAGAMENTO DOS SALÁRIOS, DO ÚLTIMO DIA DO MÊS
TRABALHADO PARA O 5º DIA ÚTIL DO MÊS SUBSEQÜENTE. INEXISTÊNCIA DE OFENSA
AO DIREITO ADQUIRIDO DOS TRABALHADORES. O art. 459, parágrafo único, da CLT, ao
estipular o prazo para o pagamento dos salários, conferiu aos empregadores a faculdade de efetuar
esses pagamentos até o quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido. A lei não conferiu aos
empregados o direito de receber seus salários dentro do mês trabalhado, mas de recebê-lo no máximo
até o quinto dia útil do mês subseqüente, deixando ao empregador a faculdade de estabelecer o dia
mais conveniente para o pagamento, desde que não se ultrapasse o prazo legal. A habitualidade de
efetuá-lo dentro do próprio mês trabalhado, por si só, não tem o condão de negar vigência ao artigo
459 da CLT, não podendo a modificação na data de pagamento ser considerada como alteração
contratual, vedada por lei. Recurso de revista conhecido e provido.
artigos 469 e 470 da CLT
A Lei n° 6.203/75
aquela que é empregada de forma ao inciso IX do artigo 659 da CLT
expressa, escrita, no contrato de Ius Variandi
trabalho
Cláusulas Implícitas e Explícitas pacta sunt servanda
aquela que se encontra de forma
subentendida no pacto laboral Trasferência de (a) a que não acarretar na
Empregados mudança no domicílio do
empregado;
(b) de empregado de confiança;
(c) em decorrência de
forma do empregador cláusula contratual explícita e
preservar o emprego do Modalidades de Transferências implícita;
trabalhador (d) em razão da extinção do
(transferência para Extinção do
estabelecimento em que trabalha o
matriz) Estabelecimento Comercial
empregado;
(e) provisória

grupo de empresas (art. 2°, §


2° da CLT) Alteração Contrato de
artigo 469, in fine da CLT
Trabalho
artigo 469, § 3° da CLT
Domicílio é o lugar onde a pessoa
Nacional Transferência Provisória estabelece a sede principal dos seus
Mudança de Domicílio negócios.
Lei n° 7.064/82 Internacional
Residência é a onde a pessoa permanece com
Lei n° 7.183/84 Transferência do Aeronauta habitualidade, onde dorme, faz refeições, vive. É o lugar
em que a pessoa se localiza habitualmente, em que
habita.

transferência for provisória


Adicional
percentual de 25% sobre o salário adicional e despesas com a
transporte, a moradia, a alimentação transferência real necessidade do serviço
Cargo de Confiança
a multa contratual - artigo 4° Despesas
da Lei n° 8.245/91

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