Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A magia da vida começa aqui, o sapal é um berço da vida para muitos animais. Estorno, Ammophyla arenária
- Aparece no topo da duna e um pouco por todo o lado. Parece que esta planta agradece a areia, quanto mais soterrada de areia, mais reben-
tos forma e mais forte fica. As folhas desta planta enrolam para dentro para evitarem a perda excessiva de água. É uma das plantas mais
Paragem 2 - Transição Sapal/Duna importantes para as dunas. Com as suas raízes ajuda a fixar as areias, evitando que estas sejam levadas pelo vento e pelo mar.
Nesta paragem, a paisagem começa a modificar-se, passamos de um ambiente de sapal para um ambiente de duna, no qual o substrato passa
a arenoso. Podemos aperceber-nos desta transição observando a mudança de cor, do substrato do solo, e a mudança a nível da vegetação.
Cordeirinho das areias, Othanthus maritimus
Actividade 2— Utilizando a Visão - Encontramos esta planta na zona virada ao mar, anteduna. Costuma dizer-se que trouxe a camisola vestida para a praia, tem um
forte revestimento de pêlos, com uma cor esbranquiçada, de forma a proteger-se da luminosidade intensa e da falta de água.
- Identifica o local da passagem de um ambiente para outro, através da mudança da cor do solo e da paisagem.
- Observa a espécie do género Juncus a fazer parte dessa transição. Esta espécie adapta-se bem a solos arenosos, mas a
sua presença mostra-nos disponibilidade de água doce.
- Observa as imagens e identifica estas espécies na paisagem.
Cardo marítimo, Erygium maritimum
- Aqui nesta duna podemos encontrá-lo quer na anteduna, quer no topo da duna. A folhagem é espinhosa, de cor verde forte matiza-
da de branco prateado. No Verão, é fácil identificá-lo com a sua flor lilás.
Juncus
Seguindo o nosso percurso começamos a entrar numa zona onde podes observar árvores de grande porte e alguns arbustos, que nos dão uma
agradável sombra no Verão. Mas, atenção! A nível ambiental, há algo que deves saber! Feno das areias, Elymus fartus
Estas árvores não são naturais da nossa flora, foram plantadas pelo homem, chamam-se plantas exóticas, como a Casuarina, - Surge na anteduna. Pode, por vezes, ser confundido com o estorno, mas neste caso as suas folhas não enrolam.
erradamente chamada de pinheiro, e a Acácia, plantas oriundas da Austrália e do Sudeste da Ásia. A sua presença poderá contri- É uma grande pioneira na colonização e fixação das dunas. Tem raízes profundas.
buir para baixar o nível freático, diminuindo a disponibilidade de água no solo. Este factor, entre outros, poderá ter levado à
situação que temos hoje na vertente continental da duna (duna secundária), com um reduzido número de espécies sobreviventes, “ O levante sabia que, se uma duna não brincar, morre. (…) uma duna para ser duna tem de dançar bailes de areia e de vento!”
com uma flora muito pobre e monótona. Permanecem assim as mais resistentes a condições de secura ou com maior capacidade
de enraizamento, como a perpétua das areias. (Helena Tapadinhas, Contos do Mago, p. 150)
PARAGEM 5 - Fateixas
Casuarina Dirigindo agora o nosso olhar para a praia, observamos as âncoras, que são memórias de tempos passados em que se praticava a armação do atum nesta praia.
Estas eram utilizadas para fixar as redes do cerco do atum no fundo marinho, formando assim uma armadilha fixa que permitia aos pescadores cercar um maior
Paragem 3 - Duna Secundária número de peixes e capturá-los.
As armações do atum eram montadas no princípio de Abril até Agosto, altura em que os atuns migravam do Atlântico para o Mediterrâneo para a desova. A
Avança um pouco mais no teu percurso. Entre a sombra das árvores e a paragem do comboio, à tua direita, vais encontrar a heroína deste população montava então o arraial, isto é, famílias iam viver na praia durante esta altura, para a pesca e preparo do atum.
espaço. Ela expande-se por toda a vertente continental da duna, com a sua presença marcante que apela aos sentidos. Uma das respostas das plantas O desaparecimento das armações do atum deveu-se não só a questões económicas como também, possivelmente, a um desvio da rota de migração do atum que o
para evitar perdas de água é a produção de óleos aromáticos. terá afastado mais da costa algarvia.
O aroma da perpétua das areias é resposta de sobrevivência à hostilidade deste ambiente.
- Para homenagear a sua Coragem e a sua força de Vida, sugerimos que cries um gesto para acompanhar o verso e
brindes a perpétua com uma saudação.
Solenemente inseridas na Duna, estas fateixas (âncoras) são seres mágicos! Nasceram da fusão da Duna Nuna da praia do Barril com as fateixas que ela acari-
“O teu esforço é aroma nhava – são Nuteixos!
A aridez a força que te faz revelar. “ Se lhes encostarmos o ouvido, cantam canções de medusa. Se lhes dermos brilho, com algas vermelhas, contam-nos histórias
E a presença é marcada com uma coroa dourada.” de pescadores da faina do atum e de dunas e ventos enamorados.”
( Helena Tapadinhas, Contos do Mago, p. 150 )
Paragem 5 – As fateixas e a faina do atum.
Paragem 4 - Importância das dunas; observação e identificação de plantas e suas adaptações;
Paragem 3 – Duna secundária;
Paragem 2 - Observação da transição dos ambientes duna/sapal;
Paragem 1 – Observação e identificação de plantas e suas adaptações ao sapal;
Ponto de encontro – Introdução sobre a Ria Formosa e Ilhas Barreira: Importância do sapal.
Itinerário da saída de campo.
Paragem 4
DUNAS
Paragem 5
Paragem 3
Paragem 2
SAPAL
Paragem 1
Ponto de encontro
Normas importantes a seguir para proteger as dunas:
- NÃO PISOTEAR
- NÃO ARRANCAR OU DESTRUIR A VEGETAÇÃO
- NÃO DEPOSITAR RESÍDUOS,
“ NASCEM NUTEIXOS”
Para consulta mais aprofundada:
www.estbiblioblogue.blogspot.com, “Guia de campo da praia do Barril”
FICHA TÉCNICA:
Projecto realizado no âmbito do PREAA (Programa Regional de Educação
Ambiental pela Arte), Direcção Regional de Educação do Algarve.
Elaborado pela Turma A3 do 11º Ano da Escola Secundária 3EB Dr. Jorge
Correia - Tavira, ano lectivo 2009/10, a partir de Contos do Mago — nar-
rativas e percursos geológicos, de Helena Tapadinhas.
Inserido nas actividades da Disciplina de Biologia/Geologia, orientado pela
Professora Augusta Carvalho em colaboração com Susana Rocha.
Ilustrações de: Professor Reinaldo Barros da Escola Secundária 3EB Dr.
Jorge Correia, Tavira) e Esmeralda da Silva (Turma 11º A3)
Apoios e agradecimentos:
Ao INRB, L-IPIMAR de Tavira, na pessoa da Teresa Drago, pelo forneci-
mento de dados do percurso pedestre (compilados no âmbito do projecto
Ciência Viva PVI-290)
Professora Jacinta Fernandes, Universidade do Algarve;
João Vieira, do 11º Ano do Curso Profissional de Multimédia.
Professora Cristina Matias, Coordenadora da Biblioteca da Escola Secun-
dária 3EB Dr. Jorge CorreiaUm especial agradecimento à Susana Rocha,
Coordenadora Regional para o Sotavento do PREAA, pela sua ajuda, sem a
qual este trabalho não teria sido possível, pela sua inspiração e entusiasmo e
pela sua capacidade de se deixar encantar.
PERCURSO PEDESTRE DE INTERPRETAÇÃO
AMBIENTAL
SAPAL E PRAIA DO BARRIL