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André De Mesquita

JESUS, CRUZ & LUZ


Como músico, é quase impossível eu ficar muito tempo sem ouvir rimas ou mesmo sem
prestar atenção nelas. Certo dia, enquanto comia uma deliciosa sopa de ervilha, ao som de
música, veio-me à mente a seguinte idéia: quando penso no nome Jesus, há duas palavras que
rimam com este nome das quais me lembro imediatamente. São elas: Cruz e Luz. Claro que
ninguém pensa de cara em outras palavras, como: avestruz, cuscuz, Aracruz, e assim por diante.
Apesar de tais rimas já soarem gastas pelo uso desmedido, é, no mínimo, curioso
notarmos a rápida associação que fazemos das palavras Cruz e Luz ao nome Jesus. A Palavra de
Deus apresenta uma poderosa ligação de tais palavras e seus respectivos significados ao Salvador
da humanidade.
A palavra cruz, que as vezes nos lembra encruzilhada, cruzamento, pinta uma imagem de
dois sentidos que se cruzam: norte-sul X leste-oeste. O Divino e o humano se cruzam. Há um
ponto central onde o vertical encontra o horizontal. Este ponto de cruzamento permite ao que
vaga horizontalmente sem horizonte, perdido, a chance de erguer a fronte, mudar o rumo, e
entender a rima.
A cruz confronta o ser humano de forma desconsertante e “consertante”. A mais dura
punição do império romano foi aplicada ao mais puro, justo e perfeito que andou pela face da
terra. O horizontal encontra o vertical com morte – salário do pecado. O pecado, que separa o
homem de Deus, levou o homem até Deus para matar o Salvador. Deus se fez carne, desceu à
Terra despido de sua glória mas pleno de compaixão, e se entregou. O Amor de Deus veio de
encontro ao pecado da humanidade. Naquela cruz, ao lado de dois ladrões, foram pregados o
homem Jesus, o divino Cristo e os pecados do mundo. O horizontal agora pode olhar para cima.
Os céus se abrem para todo aquele que crê no Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.
Neste mesmo encontro de direções há também a Vida. O vertical vem dar horizonte ao
horizontal. A vida eterna vem brilhar no horizonte escuro da perdição. Afinal de contas, não é
apenas Cruz que rima com Jesus. A Luz de Cristo brilha para aquele que confrontado é
transformado pela Cruz. Luz esta que ilumina caminhos, buracos, espinhos, montes e vales por
onde uma simples linha horizontal jamais passaria. Luz de novos e inesperados rumos. Luz que
nos mostra o túmulo vazio; que nos ensina que depois de três noites há um novo dia. Luz que
insite que o Salvador da cruz é o Salvador do dia a dia. Luz que aparece à beira do precipício.
Tem a luz que assusta o assaltante. Esta Luz, porém, fulmina o ladrão de almas. Esta Luz
faz nossos olhos brilharem; faz-nos enxergar muito além do terreno, momentâneo e finito. Luz
que não nos ilude, mas ilumina. Luz que nos faz ver o poder da Cruz. Esta Luz nos guia a um
destino certo ainda que por diretrizes inesquadrinháveis. A Luz, de mãos dadas com a Cruz, pode
ser cacofonia e rima pobre para o poeta, mas é verdade e vida para todos que encontram a
perfeita rima: Jesus.

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da
vida” – João 8:22

“Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso
coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” – II Cor. 4:6

“Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que somos
salvos, poder de Deus” – I Cor. 1:18

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