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PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LIME
O Homem na URSS
Marxismo, Comunismo
e Cristianismo
O Poder da Mente
NOVEMBRO-DEZEMBRO -1985
PERGUNTE E RESPONDEREMOS Novembro - Dezembro — 1985
Publicado mensal N?283
Diretor-Responsável:
SUMARIO
Estéváo Bettencourt OSB
Fala um grande estudioso:
Autor e Redator de toda a materia
O HOMEM NA URSS 447
publicada neste periódico
A constante perguntá:
Diretor-Administrador
"MARXISMO, COMUNISMO E CRISTIANISMO:
D. Hildebrando P. Martins OSB
DESAFIO OU DIÁLOGO?" por G. Rosa. . . 461
Para onde va i a Albania?
Administracao e distribuicao:
O PRIMEIRO ESTADO ATEU DO MUNDO 473
Edicoes Lumen Christi
Sobre a Teología da Libertacao:
Dom Gerardo, 40-5° andar, S/501
"DECLARACIÓN DE LOS ANDES" 480
Tel.: (021) 291-7122
Caixa postal 2666 Frente ás Test emú nhas de Jeová:
20001 - Rio de Janeiro - RJ A SS. TRINDADE: FÓRMULA PAGA? 486
Um livro que fala alto:
"O QUE É RELIGIÁO", por Rubem Alves. . 496
Assinatura de 1986 (paga até
"Processo" ao Processo de Canonizacáo:
31/12/1985) :Cr$ 80.000
MARÍA GORETTI: SANTA POR ENGAÑO? 506
Para pagamento da assinatura de
1986, queira depositar a importan Fala a Santa Sé:
445
to. Sim; o Apostólo Sao Paulo aplicou o SI 8 ao Messias; sonriente Jesús Cris
to realiza o pleno dominio sobre as criaturas, inclusive sobre a Morte. Sao
palavras de 1 Cor 15,25-28:
"É preciso que Ele (o Cristo) reine até que terina posto todos os seus
inimigos debaixo dos seus pés. O último ¡nimigo a ser destruido será a Mor
te, pois Ele (o Pai) colocou tudo debaixo dos pés do Cristo... E, quando to
das as coisas Ihe tiverem sido submetídas, entao o próprio Filho se submete-
rá Áquele que tudo Ihe submeteu, para que Deus se/a tudo em todos". Ver
também Ef 1,22.
Em Hb, 2,8 o autor sagrado lembra que a vitória sobre a morte so es
tará consumada quando o último cristao tiver ressuscitado.
Oepois desta experiencia, Sao Paulo dizia que nada mais quería saber
senao Jesús Cristo... e Jesús Cristo crucificado (cf. 1Cor 2,1s).
Na verdade, a sabedoria humana nao é capaz de atingir o arcano de
Deus. Este é grandioso demais para que o homem por si só possa crer que é
veidade. Nao obstante, o Apostólo o afirma ainda em outra passagem: "Tu
do vos pertence: Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, as coisas
presentes e as futuras. Tudo é vosso, mas vos sois de Cristo, e Cristo é de
Deus" (1Cor 3,21-23).
A nos, cristaos, o Natal de 1985 dirige mais urna vez a mensagem do
verdadeiro humanismo: é na seqüela do Cristo, que se fez pequenino, em
plena obediencia ao Pai, que nos é aberto o caminho para a vitória sobre o
mais ferrenho dos inimigos, que é o Hades ou a Morte. Esta senda passa cer-
tamente pela sexta-feira santa, mas é penetrada pela luz da imortalidade.
E.B.
446
«PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XXVI - N?283 - Novembro-dezembro de 1985
0 Homem na URSS1
Em símese: O marxismo prometeu a "Hbertacao"do homem alienado
e oprimido pelas estruturas sócio-económicas capitalistas. Eis, porém, que,
após setenta anos de regime marxista na URSS, se verilea que o homem so
viético é ferído em seus direitos fundamentáis: direnos de pensar e agir livre-
mente, de cultuar a Deus, de possuir bens, de eleger os seus governantes, e
julgá-los e até mesmo. . . do direito de morrer de acordó com os ditames da
sua consciéncia. O Estado, que devería desaparecer segundo Marx, cedendo
lugar a urna sociedade sem classes e sem coaclo, se hipertrofiou, tornándose
extremamente burocrático e poderoso; o regime antinatural imposto aos ci-
dadaos soviéticos só se pode manter sufocando a voz do povo mediante a
forca das armas. A hierarquia da Igreja Ortodoxa Russa, a principio intensa
ao regime materialista de Lenin, foi-se adaptando aos poucos á nova sitúa-
cao, tornándose colaboradora do Estado materialista ateu. Há, porém, nu
merosos cristaos heróis que resistem ao regime e alimentam a fé nao somen-
te com seu testemunho de vida, mas também com sua palavra difundida
através de rede clandestina dita Samizdat.
1
Este artigo resolta da condensacao de um estudo de 54 páginas da lavra do
Prof. Dr. Gregorio R. de Yurre, da Faculdade de Teología de Victoria
(Espanha). O trabalho original, escrito em espanhol, tem por título "El
Hombre en el seno del Comunismo" e deve integrar as Atas do 76? Coloquio
Internacional de Filosofía reafizado no Rio de Janeiro, de 30/07 a 5/08/85.
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O HOMEM NA URSS
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Nem pode haver tríbunais imparciais na Rússia, visto que os seus membros
sao indicados pelo Partido e sujeitos as decisoes deste.
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O HOMEM NA URSS
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O HOMEM NA URSS
promulgada pela ONU em 10/12/48, nao foi assinada pela URSS nem foi
publicada neste país, sob o pretexto de que se tratava de direitos burgueses
e, por conseguinte, subversivos.
Praticamente a Moral marxista é apresentada como "a Moral do prole
tariado"; visto, porém, que este é identificado com o Partido Comunista, é a
Moral do Partido e, em última instancia, a do seu Chefe. Essa Moral prega o
patriotismo, que, propriamente, significa no caso "servilismo ao Partido".
O Governo Soviético já arrebatou filhos aos pais porque estes Ihes mi-
nistravam educacao religiosa. Urna serie de entraves é colocada para que as
enancas nao sejam batizadas. Todo cidadao russo que solicite o Batismo pa
ra si ou para seu filho, tem que apresentar urna autorizacao do Estado; tém-
se visto pais que pedem o Batismo para seu filho com lágrimas nos ólhos,
sem o obterem, porque nao apresentam ao sacerdote o documento civil ne-
cessário (mas recusado pelos sovietes). Apesar de tudo, é elevado o número
de batizados na Rússía; há quem diga que sobe ao montante de 70% entre
as enancas. O fiel batizado, caso seja reconhecido como tal, difícilmente po
de galgar os graus de ¡nstrucá"o superior; também fica praticamente excluido
dos postos mais vantajosos da adminístracáo civil, do Exército, da ordem
económica e industrial. É vilipendiado nos lugares em que estude ou traba-
Ihe; seu nome pode aparecer na imprensa com observacoes caluniosas ou
zombeteiras.
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1) Período de confronto
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2) Em busca da conciliacao
"Em nome de toda a nossa hierarquia e dos nossos fiéis, don teste-
munho, petante o Poder Soviético, da nossa sincera vontade de sermos cida-
daos plenamente respeitadores das leis da Uniao Soviética, desermos fiéis ao
seu Governo e de manter-nos totalmente á margem dos partidos políticos e
de qualqueratividade que possa prejudicar a Uniao Soviética".
3) Período de submissáo
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OHOMEMNAURSS 13
Em 1946, após a Vitoria das armas russas sobre as alemas, Alexis pedia
aos seus fiéis a intensificacao das oracoes em favor da nacao russa e de suas
autoridades "presididas pelo sapientíssimo Chefe que a Providencia Divina
escolheu e ¡nstituiu para dirigir a patria na estrada da prosperidade e da
gloria" (C.J. DUMONT, L'Eglise Orthodoxe Russe Face ao Communisme,
em Cahiers Idees et Forces 7-8, pp. 22-24.
Para come morar o 709 aniversario do nascimento de Stalin, o Patriarca
Alexis publicou na Revista do Patriarcado urna fotografiado ditador e urna
carta assinada por todos os membros do episcopado, que dizia:
"Experimentamos em todos os instantes da nossa vida civil e religiosa
os resultados positivos de vossa sabia direcao e nao podemos ocultar nossos
sentímentos. Em nome da Igreja, nos vos exprimimos, caro Joseph Vissario-
novitch, no día de vossos setenta anos, nosso profundo agradecímentó; e,
ao dirigir-vos estas calorosas felicitacoes por ocasiao deste día tao cheio de
significado para nos que vos amamos, elevamos nossas oracoes pela consoli-
dacao de vossas torcas e o bem-estar de nossa grande patria e louvamos o
horofsmo com o qual a ela servís e nos mesmos nos inspiramos em vosso
heroísmo".
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14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
A esta altura convém notar que a hierarquia ortodoxa russa tem exal
tado a teología da libertacáo (TL). E isto por duas razoes principáis:
1) a TL está bem na linhada política revolucionaria do Kremlin. Com
efeito; a América Latina é objeto de especial atencáo da Rússia comunista;
ora a TL faz o jogo do expansionismo russo comunista;
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OHOMEMNAURSS 15
5. Os Nossos Oprimidos
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"O poder é nao somente o meio, mas a meta dos comunistas para que
possam manter seus privilegios e sua propriedade" (Milovan Dylas, ob. cit.,
p. 202). A propriedade comunista é o resultado da espoliacao da pessoa a es
ta espoliacao so se pode sustentar na base do poder militar e nunca sobre a
opiniáb popular. Por isto nao existe regime comunista que se fundamente
na opiniao majoritária do povo, nem se pode recorrer a eleícdes livres em
pafs comunista, porque tal torre de Babel, por ser arbitraria e antinatural,
nSo se sustentaría em pé.
6. Conclusao
** *
NOTA
460
Constante pergunta:
1Ed. ddade Nova, 1985. Rúa Cel. Paulino Carlos 29,04006 Sao Paulo (SP),
110x 185mm, 84pp. - Colecao "Cadernosda Humanidade Nova" n93.
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18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
1. Que é o Marxismo?
Nao é fácil dizer o que é o Marxismo. Com efeito, existem pelo menos
tres Marxismos: o de Marx, o dos continuadores de Marx e o chamado
"Marxismo popular". Consideremos cada qual de per si, cientes, porém, de
que estao intimamente entrelazados entre si; o pensamento de Marx é sub-
jacente a cada qual dessas modalidades.
Nota-se que Kart Marx (Í1883) evoluiu no decorrer dos longos anos
de sua reflexao; todavía o Marx adulto (economista e cientista) é o mesmo
Marx jovem (humanista e filósofo).
1. Marx parte do principio de que "os filósofos nao fizeram senao in
terpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa agora, é transfórma
lo" (11?Tese sobre Feuerbach).
Por conseguinte, a praxis transformadora ou revolucionaria é priorita
ria na escola de Marx. Essa praxis se baseia em pressupostos acerca do ho-
mem e da historia.
0 homem é um ser dotado de necessidades materiais, que só podem
ser satisfeitas mediante objetos materiais; por isto é um ser corpóreo e mate
rial, sem alma espiritual e ¡material.
O trabalho é o campo de auto-realizacáo do homem; pelo trabalho, ele
se torna plenamente homem.
Pelo trabalho o homem também faz a historia. Esta nao é mais do que
um tecido de fatos económicos, em que o capital e o trabalho se encontram
para produzir bens materiais.
Isto equivale a dizer que os fatos económicos sao os fatos históricos
básicos (a estrutura), dos quais dependem todos os outros ou a superestrutu-
ra (religiao, arte, direito, filosofía, política...).
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MARXISMO E CRISTIANISMO: DIALOGO? 19
o agir dos homens... Sao os fatores económicos que tém a forca decisiva da
historia. O real é essencialmente económico e a historia é a historia dos fa-
tos económicos.
Mas, por sua natureza, o real é dialético: a historia nao avanca de ma
ne ira retilínea, mas por afirmapóes e negapoes; estas geram urna terceira rea-
lidade, que por sua vez é contraditada em favor de nova outra realidade...
Por isto o materialismo histórico é, ao mesmo tempo, materialismo dialéti
co; no seio da historia existe um moví mentó dialético, que leva á revolupáo.
As afirmapóes e negapoes ou adialética da historia, em última análise,
vém a ser luta de classes — luta entre a classe que detém os me ¡os de produ-
pao e quer afirmar-se em determinada situapao opressora, e a classe oprimi
da, que oferece o trabalho e tende a desinstalar a classe dominante.
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<20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Quando esta terminar, haverá uma sociedade sem classes, na qual cada
um poderá desenvolver as suas capacidades criadoras com toda a liberdade
dentro de um novo sistema económico: o comunismo. O primeiro passo da
revolucao proletaria será a conquista do poder político por parte do proleta
riado, ou seja, a implantacáo da ditadura do proletariado. Esta deverá ser
efémera, limitando-se ao período de transicao do capitalismo para o comu
nismo; quando este for realidade, também nao haverá mais Estado nem reli-
giao (que é uma super-estrutura do capitalismo). O homem comunista será
ateu; o problema de Oeus nao o preocupará; nem ele precisará do opio da
religiao para ocultar a si mesmo a sua triste situacao de alienado.
1. 2. Os continuadores de Marx
Dentre os continuadores de Marx, o mais importante é Lenin, tanto
que a forma de marxismo mais difundida hoje é a do marxismo-leninismo.
Lenin acrescentou notas próprias ao sistema de Marx. Tais seriam as
proposicóes: a) a classe operaría nao pode ser deixada entregue á suaespon-
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MARXISMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO? 21
É o marxismo dos que nada leram sobre Marx..., mas referem-se a ele
como a urna divindade tutelar que, com a sua autoridade, garante a verda-
de do discurso comunista. As suas linhas essenciais sao:
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Como se vé, nem todos^os cristaos que aceitam o marxismo sao mar
xistas na mesma medida. Nota-se, porém, entre eles a tendencia a passar á
aceitacSo sempre mais ampia das teses marxistas até adotar a cosmovisao
marxista. A razao disto é que o marxismo é algo de fortemente unitario e
coeso; quem adota um de seus aspectos, acaba por aceitar todo o sistema.
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MARXISMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO? 23
Perguntamos agora:
Isto nao -e exato. Marx leu e anaiisou a sociedade do seu tempo á luz
dos principios do materialismo histórico e dialético; as premissas que ele
utilizou, nao eram científicas, isto é, tiradas da experiencia e objetivamente
verificáveis, mas de natureza filosófica ou ideológica. Isto se confirma . pelo
fato de que grande parte das previsoes de Marx referentes ao futuro do capi
talismo e deduzidas da análise "científica" revelaram-se erróneas; com efei-
to, o número dos proletarios nao aumentou, mas diminuiu nos países capita
listas; os proletarios nao se tornaram mais pobres, mas passaram, em grande
parte, para a classe media; o capitalismo naodesmoronoue o socialismo nao
se impós automáticamente nos países de capitalismo avancado, mas foi im
posto polaforca (na Alemanha Oriental, na Hungría, na Tchecoslováquia...).
Vé-se, pois, que a filosofía marxista é parte integrante da análise mar-
xista da sociedade. Se desta excluirmos o materialismo histórico e dialético,
já nao poderemos falar de "análise marxista".
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Estes dados explicam que também o marxismo dito "popular" leve in-
sensivelmente o cristao ao ateísmo prático. Quem se filia a um Partido Co
munista, aínda que somente por motivos políticos, acaba aos poucos aban
donando a fé crista e tornando-se na prática materialista e ateu.
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MARXISMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO? 25
Como é que se pode entao acreditar que o PCI, urna vez que tenha
conseguido conquistar o Estado, nao se comportaría a nivel estatal na ma
neira pouco democrática e pouco pluralista com que hoje se comporta a ni
vel municipal, provincial ou regional? Tanto mais que, no caso de que yiesse
a conquistar o governo, nao seria mais obrigado a "salvar as aparéncias", co
mo é obrigado a fazé-lo agora nos governos locáis, justamente para conven
cer os italianos de que o PCI é um Partido "diferente" e de que.com o PCI
no governo do país, a democracia na Italia nao correría nenhum perígo (pp.
60s).
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26 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
2.4. Resumindo...
3. O marxismo: um desafio
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MARXISMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO? 27
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
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Para onde vai a Albania?
1. Breve histórico
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30 -'PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
2. A situapao religiosa
1) De 1944 a 1948
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PRIMFIRO ESTADO ATEU DO MUNDO 31
executada dois meses depois, ou seja, aos 4/03, diante do cemitério católico
de Scutari, e os seus corpos foram I aneados numa fossa comum. Um mes
depois deste morticinio, todos os Institutos dos jesuítas foram fechados e a
Companhia declarada ilegal.
Hoxha empreendeu outra tentativa de separar de Roma a Igreja da Al
bania. Fez a proposta a Mons. Fran Gjini, que respondía pela Delegacáo
Apostólica após a morte de Mons. Thachi. O interpelado respondeu: "Nunca
separarei da Santa Sé o meu rebanho". Todavía, temendo represalia contra
os católicos, Mons. Gjini, escreveu urna carta aberta a Hoxha, em que Ihe
oferecia a colaboracao da Igreja Católica "para reconstruir o país, curar as
feridas e superar as dificuldades do momento; exprimía também "a espe-
rartca de que o acordó acarretasse nao só vantagens materiais, mas também
alguns beneficios espirituais para a Albania". — Hoxha ignorou a mensagem
e mandou prender Mons. Gjini, acusando-o de difundir propaganda antico-
munista.Após um ano de torturas e humilhacoes, aos 8/03/48, Mons. Gjini foi
morto com dezoito outros membros do clero e do laicato. Um mes antes, fo
ram também condenados á morte outro bispo, Mons. Gjergj Volaj, e varios
outros sacerdotes e leigos, acusados de ser "inimigos do povo". O mesmo
ano de 1948 foi marcado por outro duro golpe: jesuítas, franciscanos e to
das as Congregacoes Religiosas sofreram a confiscacao dos seus bens, até
mesmo dos mais pessoais.
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32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS"' 283/1985
Urna nova fase teve inicio com o discurso de Hoxha aos 6/02/1967.
Tal alocucao incitava todos, mas de modo especial os jovens, a combater as
"supersticóes religiosas". Em conseqüéncia, as igrejas foram destruidas, in
cendiadas ou transformadas em saloes de baile, campos de esportes ou resi
dencias de apartamentos; os sacerdotes foram maltratados e espancados pu
blicamente. A igreja e o convento franciscano de Aramadhe na cidade de
Scutari foram incendiados, falecendo entao queimados quatro frades. Aos
24/10/1967 o jornal Zeri i Populit anunciava triunfalmente que "todas as
igrejas e os lugares de culto haviam sido fechados espontáneamente pelo
povo".
Segundo o jornal dos escritores albaneses Nendori de novembro 1967,
neste ano cerca de 2.300 edificios religiosos (igrejas, mesquitas, cápelas,
mosteiros. . .) foram depredados e fechados; 327 de tais casas pertenciam á
Igreja Católica.
Aos 22/11/1967, o Governo publicou o decreto n? 4337, que cancela-
va todo e qualquer estatuto concernente á religiao, tornando assim ilegíti
mos e proibidos todos os ritos religiosos;quem ousasse praticar algum, esta
ría sujeito a duras penas. Os poucos sacerdotes que aínda gozavam de líber-
dade, foram enviados para campos de trabalho toreado a fim de serem "re
educados". Estatisticas daquela época contavam 1.300 prisioneros políti
cos em Burrel, 1.000 em Scutari, 4.000 em Ballshi, 900 em Valona, 3.500
em Mírdizia, 1.500 em Tirana, além de alguns milhares de pessoas postas nos
campos de trabalho toreado de Berat, Balsh, Bulcize e outras localidades.
Nesse mesmo ano de 1967 o Governo declarou enfáticamente que a
Albania era "o primeiro Estado totalmente ateu no mundo". Desta maneira
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PRIMEiRO ESTADO ATEU DO MUNDO 33
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PRIMEIRO ESTADO ATEU DO MUNDO 35
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Sobre a Teologia da Libertacao:
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DECLARACÁO DE LOS ANDES 39
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Frente as Testemunhas de Jeová:
* *
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SS. TRINDADE: FÓRMULA PAGA? 43
2. A doutrina bíblica
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2.1.1. ASabedoria
2.1.2. A Palavra
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SS. TR1NDADE: FÓRMULA PAGA? 45
torna a mim sem fruto; antes, ela cumpre a minha vontade e assegura o éxi
to da missao para a qual a enviei".
Sb 18,14s: "Quando um silencio envolvía todas as coisas e a noite me-
diava o seu rápido percurso, tua palavra onipotente precipitou-se do trono
real dos céus".
Sb 16,12: "Nao os curou nem erva nem ungüento, mas a tua palavra,
Senhor, que a tudo cura".
Nestes textos nao há, segundo os judeus que os escreveram, senao per-
sonif¡cacao poética ou figura literaria. Todavía o Apostólo S. Joao desenvol-
veu a concepcao judaica, apresentando a segunda pessoa da SS. Trindade co
mo Palavra (Lógos, em grego). Cf. Jo 1,1: "No principio existia o Lógos, e
o Lógos estava com Oeus e o Lógos era Deus. . . E o Lógos se fez carne, e
habitou entre nos, e vimos a sua gloria, como a gloria do Unigénito do Pai"
(vertambém 1,14).
489
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/198S
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SS. TRINDADE: FÓRMULA PAGA? 47
3. A antiga Tradicao
"Como Deus vive, vive o Senhor e vive o Espirito Santo " (S. Clemente
Romano, ib. 58,2).
"Vos sois as peoras do templo do Pai, < e/evado para o alto pelo guin
daste de Jesús Cristo, aueésua Cruz, com o Espirito Santo como corda" (S.
Inácio de Antioquia. 1107, Aos Efésios 9,1).
"Já temos mostrado que o Verbo, isto é, o Filho esteve sempre com
o Pai. Mas também a Sabedoria, o Espirito estava igualmente ¡unto dele an
tes de toda a criacao" (S. Ireneu. Acerca de 202, Adversus Haereses IV
20.4).
492
SS. TRINDADL: FÓRMULA PAGA? 49
4. As controversias trinitarias
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50 'TERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
5. Jeová ou Javé?
494
SS. TRINDADE: FÓRMULA PAGA? 51
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Um livro que fala alto:
* * *
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"O QUE É RELIGIÁO" 53
1. O conteúdo do livro
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S4 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
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"O QUE É RELIGIÁO" 55
símbolos nao possuem tal tipo de eficacia. Mas eles respondem a um outro
tipo de necessidade, tao poderoso quanto o sexo e a fome: a necessidade de
viver num mundo que faca sentido" (pp. 34s). Na verdade, sao os valores re
ligiosos ou é o mundo transcendental que dá sentido a está vida e ajuda o
homem a desempenhar-se dignamente da su a missáb terrestre.
499
56 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 2X3/I985
"Curioso que aínda tivesse sobrado tal espaco para a religiJo... Pare
ce entretanto que ha certas realidades antropológicas que permanecen) a des-
peito de tudo. As pessoas continúan) a ter noites de insónia e a pensar sobre
a vida e sobre a morte. , . Eos negociantes ebanqueiros também tém alma,
nao Ihes bastando a posse da riqueza, sendo-lhes necessárío plantar sobre ela
também as bandeiras do sagrado... Nao é por acídente que a mais poderosa
das moedas se aprésente também como a mais piedosa, trazendo gravada em
si mesma a afírmagao 'In God we trust' (nos confiamos em Deus).
E também os operarios e camponeses possuem almas e necessitam ou-
vir as cancoes dos céus a fim de suportar as tristezas da térra" (pp. 50s).
500
"O QUE É RELIG1A0" 57
501
58 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Neste capítulo final R. Alves observa que ñas páginas anteriores ouviu
psicólogos, filósofos, cientistas sociais a falar sobre religiao. Uns acusaram-na
de "louca, aliada aos poderosos, narcotizadora dos pobres"; outros, ao con
trario, tentaram defendé-la a seu modo, julgando que sem a religiao o mun
do humano nao pode existir (Durkheim) ou que a religiao é a propulsora das
esperancas dos pobres. A religiao seria um valor, mas um valor meramente
subjetivo, sem correspondente objetivo ou sem um Deus existente fora do
sujeito religioso.
Todavia, acrescenta R. Alves, esses cientistas falavam de religiao sem
ter a experiencia da fé. Como cientistas, julgavam-se obrigados a um rigoroso
ateísmo metodológico. A ciencia os tornava miopes e cegos: "viam as coisas
de cabeca para baixo; nao por má fé, mas por incapacidade cognitiva" (p.
116).
Esta cegueira dos cientistas é ilustrada por urna parábola:
502
'0QUEÉRELIG1Á0" 59
Mais perplexas ficaram estas, pois aqueta estranha criatura de penas colocava
em questao todas as verdades já secularmente sedimentadas e comprovadas
em sua sociedade. O pintassilgo morreu de dó. Como é que as ras podiam
viver presas em tal poco, sem ao menos a esperanca de poder sair? Claro que
a ¡déla de sair era absurda para os batráquios, pois, se o seu buraco era o uni
verso, nao poderia haver um 'lá fora'. E o pintassilgo se pos a cantar furiosa
mente. Trinou a brisa suave, os campos verdes, as árvores copadas, os ria
chos cristalinos, borboletas, flores, nuvens, estrelas. . . o que pos em polvo
rosa a sociedade das ras, que se' dividiram. Algumas acreditaram e comeca-
ram a imaginar como seria lá fora. Ficaram mais alegres e até mesmo mais
bonitas. Coaxaram cancoes novas. As outras fecharam a cara. Afirmacoes
nSo confirmadas pela experiencia nao deveriam ser merecedoras de crédito,
elas alegavam. 0 pintassilgo tinha de estar dizendo coisas sem sentido e men
tirás. E se puseram a fazer a crítica filosófica, sociológica e psicológica do
seu discurso. A servico de quem estaría ele? Das classes dominantes? Das
classes dominadas? Seu canto seria urna especie de narcótico? O passarinho
seria um louco? Um engañador? Quem sabe ele nao passaria de urna alucina-
cao coletiva? Dúvidas nao havia de que o tal canto havia criado muitos pro
blemas. Tanto as ras-dominantes quanto as ras-dominadas (que secretamente
preparavam urna revolucao) nao gostaram das idéias que o canto do pintas-
silgo estava colocando na.cabeca do povao. Porocasiao de sua próxima visita
o pintassilgo fot preso, acusado de engañador do povo, mono, empathado e
as demais ras proibidas, para sempre, de coaxar as cancoes que Ihes ensinara...
503
60 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
2. Refletindo...
504
"O QUE É RELIGIAO" 61
Possa o livro assim apresentado ser útil a quem o souber ler com o
devido entendimento!
** *
505
"Processo" ao Processo de Canonizacao:
506
SANTA MARÍA GORETTI 63
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64 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
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SANTA MARÍA GORETTI 65
3. Em resposta...
María nao era tao tola quanto Guerri quer crer, pois devia ter amadu-
recido muito para desempenhar-se das funcoes domésticas que sua máe Irte
confiara. Tinha as maos honrosamente calejadas pelo arduo trabalho que
executava.
Também nao se deve dizer que foi relegada ao esquecimentó logo de-
pois de morta. Ao contrario, desde cedo muitas manifestares de estima cer-
caram sua memoria. Assim desde 1904 foram publicadas biografías de María
Goretti; em 1910 ergueu-se em Corinaldo um pequeño monumento á sua
509
66 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
4. Conclusao
510
SANTA MARÍA GORETTI 67
* * *
ATEN QÁO!
511
Um documento da Santa Sé:
Comunhao na Máo
A S. Congregacao para o Culto Divino publicou a seguinte Notificacáo
a respeito da Comunhao na mao:
Prot. 720/85
A Santa Sé, a partir de 1969, maniendo sempre em toda a Igreja o uso
tradicional de distribuir a ComunhSo, concede as Conferencias Episcopais que
o pecam, e em condicOes determinadas, a faculdade de distribuir a Comu-
nhüo na mío dos fiéis.
Esta faculdade é regida pelas instrucSes Memoriale Domini e Immen-
sae Caritatis (29 de maio de 1969, AAS 61, 1969, 541-546; 29 de Janeiro
1973, AAS 65, 1973, 264-271) assim como pelo Ritual De Sacra Com-
munione publicado aos 21 dejunhode 1973, n? 21. Todavía parece útil cha
mar a atencao para os pontos seguintes:
1. A Comunhao na mao deve manifestar, tanto quanto a Comunhao
recebída na boca, o respeito para com a presen9a real de Cristo na Eucaris
tía. Por isto será preciso insistir, como faziam os Padres da Igreja, sobre a no-
breza do gesto dos fiéis. Assim, os recém-batizados do fim do século IV re-
cebiam a norma de estender as duas míos fazendo "com a esquerda um tro
no para a direita, pois esta devia receber o Reí" (5?Catequese Mistagógica de
Jerusalém, n?21; PG 33, Col. 1125; S. Jo3o Crisóstomo, homilía 47 PG 63
Col. 898, etc.). 1
2. Seguindo ainda os Padres, será preciso insistir sobre o Amém que
o fiel diz em resposta as palavras do ministro: "O Corpo de Cristo". Este
Amém deve ser a afirmacao da fé: "Quando pedes (a Comunháo), o sacerdo
te te diz 'O Corpo de Cristo', e tu dizes 'Amém', 'é isto mesmo'; o que a lin-
gua confessa, conserve-o o afeto" (S. Ambrosio, De Sacramentis 4,25).
3. O fiel que recebe a Eucaristía na mao, levá-la-á á boca antes de vol-
tar ao seu lugar; apenas se afastará, ficando voltado para o altar, a fim de
permitir que se aproxime aquele que o segué.
4. E da Igreja que o fiel recebe a Eucaristía, que é a Comunháo com o
Corpo de Cristo e com a Igreja. Eis por que o fiel nao deve ele mesmo retirar
a partícula de urna bandeja ou de urna cesta, como o faria se se tratasse de pao
512
COMUNHÁO NA MÁO 69
comum ou mesmo de pao bento, mas ele estende as m3os para receber a par
tícula do ministro da Comunhao.
5. Recomendar-se-á a todos, especialmente as enancas, alimpezadas
maos, em respeito á Eucaristía.
6. Será preciso previamente ministrar aos fiéis urna catequese do rito,
insistir sobre os sentimentos de adora;So e a atitude de respeito que ele exi
ge (cf. Dominicaecoenaen0 11). Recomendar-se-lhes-á que cuidem de que
ná"o se percam fragmentos de pao consagrado (cf. Congregado para a Dou-
trina da Fé, 2/05 1972, Prot. n989/71, em Notitiae 1972, p. 227).
7. Os fiéis jamáis serao obligados a adotar a prática da Comunhao na
mío; ao contrario, ficario plenamente livres para comungar de um ou de
outro modo.
Estas normas e as que foram recomendadas pelos documentos da Sé
Apostólica atrás citados, tém por finalidade lembrar o dever do respeito para
com a Eucaristía independentemente do modo como se receba a Comunhao.
Inststam os pastores de almas ná*o só sobre as disposicoes necessárias
para a recep$ao frutuosa da Comunhao, que, em ce ríos casos, exige o recur
so ao Sacramento da Penitencia; recomendem também a atitude exterior de
respeito que, em seu conjunto, deve exprimir a fé do crist2o na Eucaristía.
Da sede da Congregacao para o Culto Divino, aos 3 de abril de 1985.
t Agostinho Mayer
Arcebispo titular de Satriano
Pro-Prefeito
t Virgilio Noé
Arcebispo titular de Voncaria
Secretario
513
Dois livros sobre
0 Poder da Mente
Em síntese: Os livros referentes ao poder da mente vém-se multipli
cando. . . Multas vezes supóem premissas pantefstas, concebendo o ser hu
mano, Deuse o universo como elementos que possam entrar em grande sinto
nía entre si a fim de propiciar efeitos maravilhosos; a Divindade é, de ceno
modo, concebida como energía física com a qual se integra a energía física
da mente humana; essa integracao é. por vezes, chamada "doacao", á qual
sao atribuidos efeitos potémosos.
Enquadram-se nestes parámetros os livros de José Sometti e Nubia Ma-
del Franca, que analisamos ñas páginas seguintes; cada qual destas obras ten-
dona ser fiel ao pensamento católico, mas ambas falham porcederem a um
linguajar pan teísta, que traduz mentalidade panteísta, da qual, fazemos vo
tos, nem José Sometti nem Nubia Maciel Franca estejam plenamente cons
cientes.
Além disto, registramos que os dois livros, especialmente o segundo,
excitam intensamente a fantasía do leitor — o que nao somente contribuí
para fazé-lo viver num mundo irreal, mas também pode concorrer para a fe-
tar a sua saúde mental.
JOSÉ SOMETTI, Vocé é aquilo que pensa. Ed. Gdade Nova, Rúa Cel.
Paulino Carlos 29, 04006 Sao Paulo (SP), fone 884-3700, 140x207 mm,
157 pp.
514
O PODER DA MENTE 71
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72 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Mais aínda:
"O nosso inconsciente tudo sabe e tudo pode programar para o nosso
bem, se o solicitarmos.
Antes de trabalhar, ponanto, antes de iniciar algo de novo, é sempre
bom dar algumas sugestoes positivas, com a intencao de chegar a ele e pro-
gramá-lo.
As pessoas sao guiadas muito mais por aquilo que sabem a través da
mente inconsciente do que através do controle consciente de sentlmentos,
pensamentos, decisoes, acSes...
516
O PODER DA MENTE 73
Com ¡sto nao queremos negar a eficacia de certa higiene mental nem
do relax. Mas desejamos observar que nao se podem identificar com a ora-
gao.
Acredite que existe dentro de vocé o Poder Infinito que pode intervir
na serie sucessiva dos acontecimentos e pode modificar positivamente o seu
futuro" (p. 122).
Em suma, "existe dentro de vocé o Poder Infinito que pode intervir na
serie sucessiva dos acontecimentos e modificar positivamente o seu futuro"
(p. 138).
5I7
74 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Este outro livro, que tem a apresentacáo do Pe. Haroldo Rahm S.J.
(pp. 5-12), é,em sua parte principal (pp. 13-150), obra da Ora. Nubia Maciel
Franca, "advogada, socióloga e perita tanto na arte de relaxamento como no
ensinamento de oracáo dinámica" (p. 5). O Pe. Joao Evangelista Martins
Térra S.J. escreve os tres capítulos fináis do livro (pp. 151-171) a partir de
premissas diferentes das da Dra. Nubia. Os capítulos da lavra desta escritora
é que nos háo de interessar a seguir.
1. Em st'ntese, a Dra. Núbia adota o conceito de que a mente humana
goza de enorme poder, que o individuo deve saber utilizar, colocando-se em
alfa ou em relax. Entretanto em tal situacáo, ou quando ora, a pessoa se poe
em sintonía com o Universo e com o Criador, usufruindo dos poderes do
Criador (cf. pp. 97s). Essa sintonizado com o Universo e com a Divindade
tem efeitos portentosos, que consistem na obténgalo de cura de pessoas
doentes (p. 91), na descoberta de objetos perdidos (p. 108), no conseno de
aparelhos quebrados (p. 109), no dominio sobre as plantas (pp. 113-117),
sobre os animáis (pp. 119-123)...
O que chama a atencao neste livro, é, além da promessa de efeitos alta
mente prodigiosos, o subtrato panteísta que a obra deixa transparecer: a ora-
1 Ed. Loyola, Rúa 1822, ifi 347, Cx. postal 42335, 01000 Sao Paulo (SP)
138 x 208 mm, 171 pp.
518
O PODER DA MENTE 75
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520
O PODER DA MENTE 77
A propósito ver
PR 263/1983, pp. 299-309 (L. Trevisan, "O Poder Infinito da sua Men
te");
268/1983, pp.260 (ídem, "Os Poderes de Jesús Cristo");
268/1983, p. 261 ("Técnica do Poder da Mente e a SalvacHo", por urna
equipe de médicos);
271/1983, pp. 504-509 (Ídem).
521
Relacoes sexuais e prazer:
1. Condenacao do sexo?
522
"REPRESSÁO SEXUAL..." 79_
2. Casamento e virgindade
523
80 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
3. Ulteriores consideracoes
524
Por urna "Erótica crista":
* * *
525
82 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
lado, das quais, porém, se percebe que algumas sao celibatárias. Tais discus-
soes procuram esbocar a formulacao de urna nova Moral para a Igreja Cató
lica, visto que esta até agora tem professado uma Moral burguesa (p. 49).
Quais seríam entao os trapos da nova Moral, que assim se delineia?
1. A "libertagao" da Moral
1.1.0 estilo
1.2. As linhas-mestras
S26
"SEXUALIDADE, LIBERTAQÁO E FÉ" 83
ca como a dimensáo que atravessa toda a retacad social. Agora a questao que
se coloca é: Como é que se recupera a Moral num sentido novo? Como fun
dar urna Moral político-sexual nova? Como realizar urna recuperacao políti
ca da sexualidade ou urna recuperacao sexual da própria política ou como
quiserem. Porque se tem que vencer este dilema de fpermissividadeoure-
pressao" (p. 47;cf. p. 49).
A p. 51 sao mencionados "todos aqueles que consentiram em nos re
velar algo de sua vida e, com ¡sto, descobrir, ao menos em parte, as relacoes
entre o sexual e o económico e, por este fato mesmo, ajudar a todos nos a
transformá-las".
2. Em correlacáo com a premissa anterior, está a constante acusacüo
do "sistema":
"Nao se vé que entre eu e o outro existe a mediacSo do sistema. Eu-
meu filho, eu-minha esposa, eu-relacao sexual, tudo ¡sto está mediado pelo
sistema" (p. 44;cf. pp. 49.81.95. 112).
0 sistema censurado é, á primeira vista, o regime sócio-político-econó-
mico dos países ocidentais. Verdade é que vem condenado também "o so
cialismo de tipo soviético (p. 46) ou "o socialismo autoritario" (p. 111).
3. Se a Moral decorre das premissas económicas e políticas, depreen-
de-se que nenhum ato é intrínsecamente mau ou mau como tal:
"Um sistema essencialista de pensamento... forma um mundo episte
mológico á parte, de onde derivam normas apriorístas completamente dis
tantes da realidade. Esta do 'intrínsecamente mau' é um exemplo: quercolo
car urna predeterminado moral a partir de urna pseudo-ordem estabelecida
por Deus, sem se pecceber a torca da ideología que escrav'tza as normas mo
ráis" (p. 62).
"Nao é multo habitual, em certa área da teología moral... colocarse
em busca. Pártese da afírmalo e de certezas do que pode e do que nao po
de. Inclusive, a título de exemplo, com urna afirmacao que acho difícil de se
sustentar: a afirmacao de intrínsecamente mau. Ai ¡á é um problema muito
grave, do ponto de vista estritamente teológico" (p. 48).
Conseqüentemente a prostituicáb vem a ser legítima, pois o sistema
nao oferece mercado de trabalho para muitas mulheres: seria "paternalismo"
dizer a urna prostituta que abandone o seu tipo de trabalho (cf. p. 100).
Também o adulterio é justificado como "urna fase intermediaria de li-
bertacáo" (p. 88).
O homossexualismo é considerado urna conseqüéncia do sistema (cf.
p. 119); a eclosao do mesmo pode ser urna etapa de reconstrucáb dasocie-
dade económica e da vida sexual sem opressao:
"Acredito que o capitalismo com esta relacaó assimétrica entre o ho-
mem e a mulher cria urna sociedade básicamente homossexual e a reprime"
(p. 119).
527
84 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
528
"SEXUALIDADE, LIBERTA^ÁO E FÉ" 85
2. Que dizer?
Se o livro em foco nao fosse publicado por uma Editora que passa por
católica ("Vozes de Petrópolis") e se nao tivesse a aparéncia de falar em
nome da fé (ver o título "Sexualidade, Libertadlo e Fé. Por urna Erótica
Crista"), seria apenas mais uma obra de falsa filosofía moral no mercado. O
fato, porém, de que a organizadora do livro e alguns de seus interlocutores
tencionam interpretar a mensagem da fé, leva o cristao a uma atitude críti
ca mais severa frente ao mesmo.
Com efeito. Algumas observares decorrem de atenta consideracáo
da obra:
529
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
ESCLARECIMIENTO
530
Em nota:
531
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
Foi tal alegacáo que moveu Pilatos a entregar Jesús aos adversarios e á
morte (cf. Le 23,23-25).
532
ERGUNTE
Responderemos
ÍNDICE de 1985
ÍNDICE
533
92 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
534
l'NDICE 1985 93
F
*
536
IÜDICE1985 95
537
96 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
538
ÍNDICE 1985 q7
EDITORIAIS
LIVROS APRECIADOS
541
100 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985
542
NO PRÓXIMO NATAL
543