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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – Saberes necessários à prática educativa.

Editora Paz e Terra. 2003.

Freire esclarece ao público alvo (docentes formados ou em formação), insistindo


que formar um aluno é muito mais que treinar e depositar conhecimentos simplesmente. E
que, para formação, necessitamos de ética e coerência. Complementa que as mesmas
precisam estar vivas e presentes em nossa prática educativa (sendo esta nossa
responsabilidade como agentes pedagógicos).
O texto em questão é parte do livro Pedagogia da autonomia – Saberes necessários à
prática educativa. Paulo Freire ressalta a necessidade de uma reflexão em torno de saberes
indispensáveis à prática educativa, seja para educadores críticos, progressistas ou
conservadores. Independentemente de seu posicionamento, o educador deve explorar a
relação teoria e prática, criando possibilidades para que o aluno construa conhecimentos,
porque “Ensinar não è transferir conhecimento” como afirma o autor. Ao afirmar que "Não
há docência sem discência”, ele explica que as duas se completam, que o professor não é
detentor do conhecimento e o educando mero aprendiz, mas sim que ambos são agentes
participantes do mesmo processo da construção da aprendizagem. Quem ensina aprende ao
ensinar, e quem aprende ensina ao aprender.
Em sua análise coloca como pontos primordiais a rigorosidade metódica que o
educador deve seguir na sua maneira de estudar e entender o mundo, de maneira que
consiga relacionar os conhecimentos adquiridos com a realidade de sua vida e de seu meio
social. Segue afirmando que "não há ensino sem pesquisa nem pesquisa sem ensino que faz
parte da natureza da prática docente esse pesquisar, buscar e compreender criticamente. O
professor que pensa certo deve respeitar os saberes dos educandos e tirar proveito deles na
sua prática pedagógica, introduzindo-os no ensino dos conteúdos.
Neste texto, o autor incentiva os educadores a refletirem sobre suas práticas
pedagógicas de forma que busquem a cada dia aperfeiçoar o seu trabalho, de uma maneira
crítica e responsável, pensando certo e respeitando o educando, buscando o novo e
rejeitando a discriminação, sem perder a esperança na possibilidade de que essas mudanças
podem ser realizadas. O professor que pensa certo deve transferir ao aluno a realidade do
que defende, e não, ocultar saberes pelo fato de não lutar mais por ele. E também não se

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deve negar a existência de conteúdos abordados por outros pensamentos, mesmo que
discorde deles. Insiste que faz também faz parte do pensar certo à aceitação do novo e a
rejeição a qualquer forma de discriminação de natureza humana. Afirma que a reflexão
crítica é fundamental sobre a prática diante da curiosidade do aprendiz. Quanto mais se
analisa um objeto, mais rigorosa será a critica do mesmo. Quanto ao reconhecimento da
identidade cultural, o respeito é absolutamente fundamental na prática educativa. Um
simples gesto do professor representa muito na vida de um aluno. O que pode ser
considerado um gesto insignificante pode valer como força formadora para o
desenvolvimento intelectual e acadêmico do educando.
Enfim, sem dúvida é de suma importância a publicação de obras desse gênero,
tratando de um tema enriquecedor, e que deve ser considerado como texto essencial de
leitura e reflexão tanto para a comunidade de Pesquisadores em Educação, como também
para estudantes dos cursos de graduação e Pós-Graduação na área de Educação.

Douglas Prado Araújo

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