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A liberdade como problema

A torneira seca (mas pior: a falta de sede) A luz apagada (mas pior: o gosto do escuro) A porta fechada (mas pior: a chave por dentro). (Jos Paulo Paes) Mundo mundo vasto mundo, Se eu me chamasse Raimundo Seria uma rima, no seria uma soluo. Mundo mundo vasto mundo, Mais vasto meu corao. (Carlos Drummond de Andrade)

Os poemas demonstram como somos livres mesmo em situaes que optamos em no escolher, ou mesmo quando a escolha negativa. Os poetas nos colocam diante da liberdade como problema. Embora diferentes, os dois poemas apontam para o grande tema da tica, desde que esta se tornou questo filosfica: O que est e o que no est em nosso poder? At onde de estende o poder de nossa vontade, de nosso desejo, de nossa conscincia? Em outras palavras: At onde alcana o poder de nossa liberdade? Podemos mais do que o mundo ou este pode mais do que nossa liberdade? O que est inteiramente em nosso poder e o que depende inteiramente de causas e foras exteriores que agem sobre ns? Por que o pior a falta de sede e no a torneira seca, o gosto do escuro e no a luz apagada, a chave imobilizada e no a porta fechada? O que depende do vasto mundo e o que depende de nosso mais vasto corao ?

A liberdade como questo filosfica

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