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A li b erda d e S
O poeta começa dizendo q u e somente a esperança tu ro i ncerto, n e m u ma á rvore d ista nte, posta pelos
disfa rça a dor de viver. Esse disfa rce significa q u e a exis deuses em algum lugar não loca lizável do vasto mundo.
tência não é senão uma "espera nça malograda", pois A fel i cidade está, isso sim, em nós, em nossa "leve es
espera m os pela h o ra da fel icidad e, mas essa h ora é perança", dependendo apenas de nós mesmos, "porque
sem pre adiada. Mas por que nosso malogro? Por que está sem pre a penas onde a pomos".
não obtemos a fel icidade? Os três poetas nos coloca m dia nte de d i lemas:
Retomando uma i magem da m itologia grega, a á r • porta fechada; vasto m undo árvore milagrosa: a
vore de frutos de ou ro, ina lca nçável pelos morta is, o fel icidade pa rece depender i nte i ramente do que
poeta contrasta o su bsta ntivo "po mos" (frutos) e o se encontra fora de nós, esta ndo longe de nosso
verbo "pomos" (coloca r a lguma coisa em a lgu m l uga r).
a l ca nce e de nosso poder;
Com isso, contra põe a "espera nça malograda" de feli
cidad e e a fel icida d e que "existe, sim", m a s que não • chave por dentro; coração mais vasto do que o
a lca nça mos porq u e "n u n ca a pomos onde nós esta mundo; estar sempre apenas onde a pomos: a fe
mos", em bora esteja "sem pre a penas onde a pomos". l icidade pa rece depender i nte i ramente de nossa
Nossa a l ma fica desterrada no sonho, exi lada da l i berdade ou de nós mesmos.
rea l i dade, por ser i nca paz de reco n hecer que a fel i cida Esses d i lemas, por sua vez, nos coloca m dia nte da
de não é nem a hora sem pre adiada, situada num fu- l i berdade como problema.
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Árvore milagrosa: se a felicidade é um milagre, en Na primeira situação - mulher, negra, pobre, numa
tão não depende de nós, acontece por puro acaso ou sociedade machista, racista, classista -, parece que
pura contingência. Se o mundo é um tecido de acasos nada posso fazer. A porta está fechada e a luz apagada.
felizes e infelizes, sem causa ou explicação, como espe Porém, nada estará no poder de minha liberdade? Terei
rar que sejamos sujeitos livres ou responsáveis? Se tu de recusar a luz e permanecer com a porta fechada? Se
do é contingente, onde colocar a liberdade? a ética afirmar que a discriminação sexual, étnica e de
classe é imoral (isto é, violenta), se eu tiver consciência
Algu ns exe m p los disso, nada farei contra tal situação? Mantendo-me
Tomemos um exemplo da necessidade oposta à resignada, conformada, passiva e omissa, não estarei
liberdade. fazendo da necessidade uma desculpa para não agir?
Não escolhi nascer numa determinada época, num
determinado país, numa determinada família, com de
terminado corpo. As condições de meu nascimento e
de minha vida fazem de mim aquilo que sou, e minhas
ações, meus desejos, meus sentimentos, minhas inten
ções, minhas condutas resultam dessas condições, na
da restando a mim senão obedecê-las. Como dizer que
sou livre e responsável?
Se, por exemplo, nasci mulher, negra, numa família
pobre, numa sociedade machista, racista e classista, que
me discrimina sexual, racial e socialmente, que me impe
de o acesso à escola e a um trabalho bem remunerado,
que me proíbe a entrada em certos lugares, que me inter
dita amar quem não for da mesma "etnia" e classe social,
como dizer que sou livre para viver, sentir, pensar e agir de
uma maneira que não escolhi, mas me foi imposta? Em 1955, Rosa Parks desafiou a legislação racista do estado do
Alabama, nos Estados Unidos, e recusou-se a ceder seu lugar no
Tomemos, agora, um exemplo de contingência ônibus a um passageiro branco. Sua detenção levou a uma série de
oposta à liberdade. protestos que resultaram na revogação da segregação racial em
Quando minha mãe estava grávida de mim, houve transportes públicos. Foto tirada em 21 de dezembro de 1956, um dia
depois do fim da segregação.
uma epidemia e minha mãe adoeceu. Nasci com proble
mas de visão. Foi por acaso que a gravidez de minha mãe Na segunda situação - epidemia, desemprego, fim
coincidiu com o acaso da epidemia: por acaso, ela adoe dos serviços públicos de saúde -, também parece que
ceu; por acaso, nasci com deficiências visuais. Tendo tais nada posso fazer. Será verdade? Não estarei transfor
deficiências, preciso de cuidados médicos especiais. mando os acasos de meu nascimento e das condições
No entanto, na época em que nasci, o governo de políticas em desculpa e álibi para minha resignação?
meu país instituiu um plano econômico que resultou Falarei em "destino" e "má sorte" para explicar o fecha
em redução de empregos e privatização do serviço pú mento de todas as alternativas possíveis para mim?
blico de saúde. Meu pai e minha mãe ficaram desem Renunciarei à vastidão do meu coração, aceitando que
pregados e não puderam contar com o serviço de saúde a felicidade sempre será posta onde não estou?
para meu tratamento. Tivesse eu nascido em outra Nos dois exemplos, podemos indagar se para nós
ocasião ou em outro país, talvez pudesseter sido curada resta somente "a pena de viver, mais nada" ou se, ao
de meus problemas visuais. Como, então, dizer que sou contrário, como escreveu o filósofo francês Jean-Paul
livre para decidir e escolher, se vivo num mundo onde Sartre (1905-1980), "o que importa não é saber o que
tudo acontece por acaso? fizeram de nós, e sim o que fazemos com o que quise
Diante da necessidade e da contingência, como afir ram fazer conosco".
mar que "mais vasto é meu coração" - ou que a felici As teorias éticas procuraram enfrentar o duplo pro
dade "está sempre onde a pomos" ? Examinemos mais blema da necessidade e da contingência, definindo o
de perto os dois exemplos mencionados. campo da liberdade possível.
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Três grandes concepções filosóficas da liberdade
As con cepções de Aristóteles e Em sua obra O ser e o nada (1943), Sartre levou essa
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Liberdade: uma condenacão
D ostoievski escreveu: "Se Deus n ã o existisse, tudo
seria p ermitido". Aí se situa o p onto de p artida do exis
ten cialismo. Com efeito, tudo é p e rmitido se Deus n ã o
existe, fica o homem, p o r conseguinte, abandonado, j á
que não se encontra em si, nem fora de si, u m a p ossibi
lidade a que se apegue. Antes de mais n ada, não h á des
culpas p a ra ele. Se, com efeito, a existência p recede a
essência, não será nunca possível referir uma explicação
a u m a natureza h u m ana dada e imutável; por outras p a
lavras, não h á determinismo, o h o m e m é Livre, o homem
é Liberdade. Se, por outro Lado, Deus não existe, não en
contramos diante de n ós valores ou imp osições que nos
Legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás
de n ós, nem diante de n ós, n o dom ín io Luminoso dos va
lores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem des
culp as. É o q u e traduzirei dizendo q u e o h o m e m está
con denado a ser Livre. Condenado, porque não se criou a Sartre, em foto de 1946.
si p róprio; e no entanto Livre, porque uma vez Lan çado ao
mu n do é resp onsável por tudo quanto fizer. O existencialista não crê na força da paixão. Não p ensará
nunca que u m a b ela paixão é u m a torrente devastadora que conduz fatalmente o homem a certos atos
e que, p o r conseguinte, tal paixão é u m a desculpa. Pensa, sim, que o homem é responsável p o r essa
paixão. O existencialista não pensará também que o homem pode encontrar auxílio num sin al dado sobre
a terra, e que o h á de o rien tar; p o rque pensa que o homem decifra ele mesmo esse sin al como Lhe apro u
ver. Pensa, portanto, que o h o m em, sem qualquer apoio e sem qualquer auxílio, está con denado a cada
instante a inventar o h o m em.
SARTRE, Jea n-Pa u l. O existe ncia lismo é u m h u ma n is m o.
l n : Sartre. São Pau lo: Abril C u l t u ra l , 1973. p. 15-16. (Os Pensadores).
1 . Como Sa rtre i nterpretou a hi pótese d e Dostoievski e q ue pa pel e l e atribuiu à responsa bilidade dos indiví
d uos nas esco l has h u m a nas?
2. Você considera q ue a hi pótese de Dostoievski (se Deus não existisse, tudo seria permitido) leva a uma
indiferença dos seres h u ma nos em relação às suas escol has, ou seja, leva à conclusão de q ue q ua lquer
esco l ha é vá lida? Explique sua posição.
A li b erda d e S
Isso significa que a liberdade não é um poder in A li berdade co m o possi b i lidade
condicionado para escolher entre alternativas possíveis,
e sim o poder interior de alguém para agir em confor o bj etiva
midade consigo mesmo, sendo necessariamente o que Além das concepções anteriores, há uma terceira,
é e fazendo necessariamente o que faz. que procura unir elementos das duas outras. Afirma,
Para os estoicos, o ser humano livre é aquele cuja como a primeira, que a liberdade é um ato voluntário
razão conhece a necessidade natural e a necessidade de decisão e escolha entre vários possíveis. Entretanto,
de sua própria natureza e faz sua vontade exercer um não se trata da liberdade de querer alguma coisa, e sim
poder absoluto sobre a irracionalidade das paixões. defazer alguma coisa. Somos livres para fazer alguma
Para Espinosa, o homem livre é aquele que age co coisa quando temos o poder de fazê-la. Afirma, como
mo causa interna, completa e total de sua ação, decor a segunda, que não somos um poder incondicional de
rente do desenvolvimento espontâneo da essência escolha entre quaisquer possíveis, mas que nossas es
racional do agente. Em outras palavras, o indivíduo livre colhas são condicionadas pelas circunstâncias naturais,
age por necessidade de sua própria essência. Somos psíquicas, culturais e históricas em que vivemos.
livres quando nosso ser se realiza como uma potência Essa terceira concepção da liberdade introduz a
interna capaz, por si só, de uma pluralidade simultânea noção de possibilidade objetiva e é apresentada por
de ideias, afetos e ações. Somos livres quando o que pensadores marxistas, como Georg Lukács (1885-1971)
somos, o que sentimos, o que fazemos e o que pensa e Lucien Goldmann (1913-1970), e da fenomenologia e
mos não nos vem de fora, e sim exprime nossa força do existencialismo, como Merleau-Ponty (190 8-1961). O
racional interna para existir e agir. possível não é apenas alguma coisa sentida ou perce
Para Hegel, o ser humano livre aparece na história bida subjetivamente por nós: é, sobretudo, alguma
e na cultura sob duas formas principais. Na primeira, a coisa existente objetivamente na própria necessidade
liberdade humana coincide com o surgimento da cul (seja esta natural, psicológica ou social), indicando que
tura - ou seja, é livre quem não se deixa dominar pela o curso de uma situação pode ser mudado por nós, em
força da natureza e a vence, dobrando-a à sua vontade certas direções e sob certas condições. A liberdade é a
por meio do trabalho, da linguagem e das artes. Sob capacidade para perceber tais possibilidades e o poder
essa primeira forma, a liberdade refere-se muito mais para realizar aquelas ações que mudam o curso das
a uma atitude da humanidade, e não do indivíduo - é coisas, dando-lhe outra direção ou outro sentido.
a vitória da cultura sobre a natureza. Na verdade, a não ser aqueles filósofos que afir
Já a segunda forma, o ser humano livre como in maram a liberdade como um poder incondicional da
divíduo livre, aparece na história em dois momentos vontade (como Sartre), os demais sempre levaram em
sucessivos. O primeiro é o do surgimento da interiori conta a tensão entre nossa liberdade e os condiciona
dade cristã, que descobre a consciência como consci mentos - naturais, culturais, psíquicos - que nos fazem
ência de si dotada de livre-arbítrio. O segundo momen ser o que somos, mas que em certas circunstâncias
to, decorrente do primeiro, é o do surgimento da podem ser superados por nossa ação. Essa superação
individualidade racional moderna ou do indivíduo co é a liberdade. As discussões sobre as paixões, os inte
mo consciência de si reflexiva, que concebe sua razão resses, as circunstâncias histórico-sociais, as condições
e sua vontade como independentes da necessidade naturais sempre estiveram presentes na ética. Por isso,
natural e da coação de autoridades externas sobre seu uma ideia como a de possibilidade objetiva sempre es
pensamento e sua vontade. teve implícita nas teorias sobre a liberdade.
Vida e morte
Vida e morte não são, para nós, simples aconteci Viver e morrer são a descoberta da finitude huma
mentos biológicos. Como disse Heidegger (18 89-1976), na, de nossa temporalidade e de nossa identidade: uma
as coisas aparecem e desaparecem, os animais nascem vida é minha e minha é a morte. Somente a morte com
e perecem, mas somente o ser humano sabe que vive pleta o que somos, dizendo o que fomos. Por isso, os
e morre, isto é, que existe. Para os humanos, vida e filósofos estoicos propunham que somente após a mor
morte são acontecimentos simbólicos, são significa te podemos afirmar que alguém foi feliz ou infeliz.
ções, possuem sentido e fazem sentido. "Quem não souber morrer bemterá vivido mal", afirmou
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Sêneca (4 a.C.-65 d.e.). Enquanto vivos, somos tempo e são do mais alto ideal de uma existência livre. Assim,
mudança, estamos sendo. Espinosa afirma que o ser humano é mais livre na com
Os filósofos existencialistas disseram: a existência panhia dos outros do que na solidão e que "somente
precede a essência, significando com isso que nossa es os seres humanos livres são gratos e reconhecidos uns
sência é a síntese do todo de nossa existência. aos outros", pois os sujeitos livres são aqueles que agem
Morrer é um ato solitário. Morre-se só: a essência da com generosidade e sempre de boa-fé.
morte é a solidão. O morto parte sozinho; os vivos ficam
sozinhos ao perdê-lo. Restam saudade e recordação.
Viver, ao contrário, é estar na companhia de ou
tros: a essência da vida é a intercorporeidade e a in
tersubjetividade. Os vivos estão entrelaçados: esta
mos com os outros e eles estão conosco, somos para
os outros e eles são para nós.
A ética é o mundo das relações intersubjetivas, isto
é, entre o eu e o outro como seres conscientes, livres e
responsáveis. Nenhuma experiência evidencia tanto a
dimensão essencialmente intersubjetiva da vida e da
vida ética quanto a do diálogo.
Porque a vida é intersubjetividade corporal e psí
quica e porque a vida ética é reciprocidade entre sujei No leito de morte (1 895), óleo sobre tela de Edvard Munch.
tos, muitos filósofos definiram a amizade como expres- Morrer é um ato solitário.
Co n exões
Esta atividade trabalha com conteúdos de Filosofia e Geografia.
Escolha uma situação recente, no Brasil ou no mundo, sobre a qual você tenha tido conhecimento pela tele
visão, pelo rádio, pela internet, por jornais ou revistas. Escreva uma breve análise do caso escolhido sob a luz dos
conceitos de necessidade, contingência, possível e possibilidade objetiva. Procure relacionar a análise do fato em
si com conceitos da Geografia humana.
A li b erda d e 8
1. Vi mos três poemas q u e nos faze m pens a r sobre a 4. Expl i q u e a afi r m a çã o de Sa rtre de q ue "esta mos
l i be rdade. Qua l é a pri nci pa l d ife re nça e ntre o poe- condenados à l i be rda de".
ma de José Pa u l o Paes e o de Carlos Drum mond de 5. Que filósofos reu n i ra m n ecessi dade e l i b e rdade?
Andrade?
Que m uda nça eles i ntrod uzi ra m nos co nceitos de
2. Exp l i q u e a diferença entre n ecessidade e conti n- necessidade e l i be rdade?
gê ncia . Quais s ã o a s oposições entre esses dois
co nceitos e o de l i berdade?
6. Exp lique como Espinosa defi ne a liberdade huma na .
3. P o r q u e Aristóte les i ntroduz a i d e i a d o possíve l pa- 7. Co m o Hege l exp lica o s u rgi m e nto histó rico da fi-
ra exp lica r a l i be rda de? Qua ndo somos livres, se- gu ra do i n d ivíd u o l ivre?
gundo Aristóte l es? 8. Qua l é a relação entre vida ética, diálogo e a m izade?
l n d i c a cõ e s
O jogo da imitação
• Direção de Morten Tyldum. Reino U nido/Estados Unidos, 2014.
I n s p i ra d o em fatos rea is, o fi l m e m ostra a bu sca obsessiva do matemático britâ n i co A l a n
Tu ring pela i nven ç ã o de u m a m á q u i n a capaz de decodificar m ensagens secreta s a l e m ã s d u
ra nte a Segu n d a G u erra M u n d ia l . D u ra nte o desenvolv i m e nto do proj eto, e l e e s u a e q u i p e
percebem q u e, a l é m das h oras gastas entre n ú m eros e e q u a ções, seu tra ba l h o envolvia u m a
s é r i e de d ifíceis decisões éti ca s.
Maus
• Escrito e ilustrado por Art Spiegelman. Quad rin hos na Cia., 2005.
I ntriga do pelo passado de seu pai, u m sobrevivente do H ol ocau sto, o q u a d r i n ista esta d u n i d e n
se Art Spiegel m a n d e c i d e entrevistá-lo para reconstit u i r o período da persegu ição na zista e d a
v i d a nos ca m pos de concentra çã o. Além de revel a r u m a h istória de d u ras escol h a s e a rriscadas
a ções, o genioso pai de Art leva o escritor a enfrentar a s próprias dificu ldades de relaci o n a m e n
t o entre os dois.
A idade da razão
• Escrito por Jean-Paul Sa rtre. Nova Fronteira, 2011.
Este rom a n ce tra z a l g u m a s das q u estões sobre l i berda de pensadas por Sa rtre. E m Pa ris, à s vés
peras da Segu nda G u e rra M u n d ia l , Math ieu Delarue defe n d e a ideia da l i berda de i n divi d u a l e
despreza q u a l q u e r tipo de com p rom isso. A gravidez ines perada da n a m orada, em m e i o à crise
político-soci a l da época, põe em xeq u e seus conceitos e o con d u z à n ecessi dade da esco l h a.
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