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Os velhos sistemas de leitura tipo: Presente, Passado e Futuro não servem mais se
queremos colocar o centro da questão na auto-transformação do ser: Nos padrões
de comportamento, sistemas de crenças, bloqueios e medos que precisam ser
dissolvidos e nas atitudes a ser tomadas.
Assim desenvolvi em 1987 a Leitura Terapêutica a partir da tradicional Cruz Celta,
sistema baseado numa disposição de dez cartas (Ilustração I, 02) sendo que o
número inscrito em cada carta indica em que ordem a carta foi extraída do baralho.
A imagem da leitura continua sendo a céltica, mas os significados são outros.
Vejamos quais são estas dez posições:
1 e 2 Momento atual
3 Resultado interno
4 Âncora
5 Método
6 Caminho de crescimento
7 Necessidade Essencial ou Interna
8 Relacionamentos
9 Infância
10 Resultado externo
Uma sessão de Tarô Terapêutico não é algo muito diferente de uma consulta com
um profissional da saúde. Em primeiro lugar não o visitamos porque sentimos
curiosidade nem porque pretendemos conhecermos melhor. Mais, porque estamos
doentes, porque alguma coisa nos incomoda ou nos impede de realizar nossos
objetivos.
Não ficamos satisfeitos com uma receita de um analgésico para nossa dor de
cabeça nem com a promessa de sentirmos melhor tomando tal remédio. Queremos
em primeiro lugar que nosso médico avalie nossos sintomas, talvez descubra algum
outro que nos tinha passado inadvertido e identifique a doença. Do mesmo jeito no
Tarô Terapêutico, as cartas do Momento Atual, que mostram as dificuldades pelas
que estamos passando, são os sintomas de uma doença formada por um conjunto
de padrões de conduta programada, que podemos chamar de máscara ou script,
denunciada pelas cartas da posição da Âncora.
Em segundo lugar queremos saber as causas de nossa doença e que devemos fazer
para uma vez curados não voltar a ficar doentes. Para isso o curador quer conhecer
nossos hábitos alimentares, se gostamos de nosso trabalho, se fazemos exercício,
si estamos passando raiva em casa ou no trabalho, si nossas expectativas de
realização pessoal estão materializando-se, se vivemos um forte conflito emocional,
etc. Nossa dor de cabeça que sentimos pela manhã, pode ser o sinal de alarma de
um fígado intoxicado por altas taxas de gordura e de raiva. Tal vez estamos
compensando nossas insatisfações profissionais e familiares com os prazeres da
mesa. Precisamos limpar o fígado, alimentarmos melhor e parar de acumular raiva.
Tudo bem, mais tampouco ficamos satisfeitos. Precisamos descobrir as causas
profundas que nos levam a aceitar situações com as quais não concordamos no
fundo. Se não vamos até as raízes más profundas do assunto, mudaremos, talvez,
de compensações e sintomas mais continuaremos insatisfeitos e doentes.
No Tarô Terapêutico temos as cartas da posição da Infância, que mostram as
origens inconscientes da Ancora, as causas profundas que nos levam à doença.
Aqui tomamos consciência dos traços de personalidade adquiridos para obter uma
certa aprovação familiar fundamental para a sobrevivência psíquica da criança.
Insisto em afirmar que nossas dificuldades e doenças não procedem de agentes
externos, mais estão dentro e bem dentro de nós. Esses agentes externos: vírus,
germens, chefe chato, corrupção, FMI, marido ou esposa que infernizam nossa
vida, podem agir no momento em que o permitimos seja abaixando nossas defesas
biológicas ou desvalorizando-nos.
O Tarô Adivinhatório geralmente coloca as causas de nossos problemas no mundo
externo. Procura saber se nosso companheiro(a) nos está traindo, se o sócio está
roubando, se alguém jogou um mau-olhado em nossa loja. As soluções também
são externas. Vai aparecer o homem/mulher de minha vida? Vou me casar com
Fulano? Minha empresa ou meu namoro vão dar certo? Vou ganhar na loto?
Nesta coincidência em colocar as causas dos problemas/doenças e suas soluções
fora de nós e desligadas de nossos padrões de comportamento, sistemas de
crenças e conflitos emocionais, se parecem muito a visão futurológica do Tarô e as
consultas de hospital:
— Doutor, tenho tais e tais sintomas, dói aqui e acolá. — Muito bem, você vai
tomar este analgésico para a dor, este antibiótico para acabar com o vírus, com a
bactéria que está causando a enfermidade e este anti-inflamatório. Assim você vai
ficar bom numa semana e vai poder voltar a trabalhar e a fazer sua vida normal.
Uma vez que compreendemos o conflito interno, que temos um diagnóstico, chega
a hora da ação, de aplicar o remédio. Não basta saber, o fazer, “a praxis” é
insubstituível. Precisamos de um método de trabalho que mude nossa vida. O
doutor se preocupará prioritariamente em cortar estas raízes, sugerindo atitudes,
iniciativas e remédios que nos levem a recuperar a saúde. No Tarô Terapêutico
temos aqui as cartas da posição do Método.
O profissional sabe muito bem que o organismo é um sistema auto-integrado que
procura o equilíbrio continuamente, tendo seus próprios caminhos para o retorno a
saúde. É mais correto, então, falar em ajudar o corpo a recuperar-se. Muitas vezes
estes caminhos são confundidos com os sintomas da doença e eliminados. Um
exemplo é certo tipo de gripe infantil que na verdade é um processo de
desintoxicação. Perdem o apetite, isto é, o organismo se recusa a ingerir mais
toxinas; sobe a temperatura para favorecer a eliminação e o nariz se enche de
catarro. Muitas vezes as mães obrigam às crianças a comer ou pelo menos a tomar
um copinho de leite enquanto aplicam antipiréticos e antibióticos. No Tarô
Terapêutico, a tendência que o ser tem de recuperar sua saúde é expressada nas
cartas da posição da Necessidade interna ou demanda da Essência.
Quando compreendemos o conflito interno, suas origens e manifestações,
quando temos um diagnóstico, chega o momento da ação. Precisamos de um
método de trabalho que mude nossas vidas. O doutor sugerirá atitudes, iniciativas
e remédios que nos levem a recuperar a saúde. No Tarô Terapêutico temos as
cartas da posição do Método.
Também queremos saber como vamos a evoluir durante o tratamento, isto é, como
vai ser nosso caminho de recuperação e que atitudes deveremos tomar para atingir
os resultados esperados. Tudo isso é mostrado pelas cartas do Caminho de
Crescimento e dos Resultados Externo e Interno.
Resumo:
Tarô Terapêutico Profissional de Saúde
Conflitos Sintomas
Âncora Doença
Infância Origens da enfermidade
Método “Receita”
Caminho de Crescimento e Resultados Evolução do quadro
Entenda o problema!
Todos os conflitos são influenciados pelo autoconhecimento, que deveria ser algo inerente a
qualquer ser. Mas com a correria do dia a dia, paramos de olhar para o nosso interior.
Se você está nessa situação, precisa seguir algumas dicas:
As cartas também ajudam no campo das relações sociais. Não sentir vontade de sair de
casa pode estar ligado a algum bloqueio. Ao escolher um arcano, você terá revelações
sobre as influências de cada área de sua vida, chegando a conclusões esclarecedoras.
O Tarot Terapêutico
Lembre-se SEMPRE que ninguém pode resolver a sua Vida por si. Só
em si estão as soluções para as suas questões!
Com o passar do tempo foi possível observar que o que se projetava através dos
arcanos era, muitas vezes, condicionamentos antigos, muitos vindos da infância,
que revelavam bloqueios, traumas e padrões de comportamento subjacentes à
programação condicionada da psique. Dentro de uma situação prática, e que
geralmente era que motivava a consulta, espelhava-se níveis mais profundos do
subconsciente. Possibilitando assim não só um reconhecimento, mas também uma
transformação da consciência e de toda a vida de quem estivesse se consultando se
esse desejasse, é claro, fazer uso dessas informações!
Enquanto a astrologia
trabalha a psique estanque,
com suas principais
características pessoais que
se reproduzirão por toda a
vida, o tarot mostra a
dinâmica do inconsciente no
dia a dia. A astrologia pode
mostrar as tendências de uma
personalidade, mas não pode
revelar a intensidade dessas
tendências, nem se estão
sendo vividas ou não.
Como funciona?
2) As ações, essa posição mostra que atitudes estão sendo tomadas à partir do
momento presente no mundo interior e que podem estar em acordo ou desacordo
com ele (No caso de contradizer, trata-se da velha ambiguidade humana).
3) Os apelos da alma. Nessa posição
inicia-se um círculo em torno da cruz
principal formada pela posição 1 e 2 que
mostrarão a totalidade do ser nos quatro
planos: o plano espiritual na posição 3, o
plano psicológico na posição 4, o plano
material na posição 5 e o plano social na
posição 6. A posição 3 fala das
percepções intuitivas do indivíduo que
podem ter sido ignoradas, ou não, até
aqui.
10) A síntese, essa última posição nos dá uma visão mais clara do que se trata
afinal o todo expresso nas cartas. Podendo mostrar a finalidade última dos
acontecimentos.
Extraímos algumas idéias do livro de Veet Pramad, idéias expressas no capítulo 1, págs. 20 e 21
do “Curso de Tarô e seu uso terapêutico”, para refletir sobre os conceitos de Tarô Divinatório e
Tarô Terapêutico.
Parece-me que quando o autor do referido livro fala em Tarô Divinatório ele fala em previsão,
obviamente previsão é previsão do futuro, do que vai acontecer, a partir das cartas do Tarot. E
ele diz, pelo que pude entender, que a previsão só pode acontecer a partir da idéia de destino
como um elemento todo-poderoso em nossas vidas, o destino visto como algo inevitável, pré-
determinado, fatal, do qual não se pode fugir, evitar ou mudar. Ou seja, o autor concebe o
conceito de destino como uma força absoluta, base da previsão e da divinação, para poder
criticá-lo. Seria essa a única idéia de destino possível?
Temos aqui uma visão negativa do destino porque é fatalista, mas sobretudo por que essa visão
se opõe de forma dicotômica a idéia de liberdade. E é isso que o autor faz, coloca destino e
liberdade em campos opostos a fim de poder negar o primeiro, o destino, que seria no seu
entendimento a base para a divinação ou para o Tarot Divinatório.
Assim ele afirma a liberdade como valor supremo e absoluto. E cai em contradição quando diz:
“o bem e o mal não são verdades absolutas”, ora dizer isso é como dizer que o destino e a
liberdade também não são verdades absolutas, pois a liberdade só pode ser liberdade se o for em
relação ao próprio destino e o destino só é destino porque é a resultante de escolhas anteriores.
Assim é que podemos dizer que a percepção do destino é uma primeira liberdade.
Assim liberdade e destino são valores relativos entre si, possuem uma relação que não é
dicotômica ou excludente, mas sim dialética. São correlações de forças dentro do ser humano,
correlações estabelecidas pela consciência do próprio destino. E é a consciência do destino que
me permite aceitá-lo tal como é ou não, tornando-me responsável pela minha escolha-aceitação.
Uma carta do Tarot que fala bem dessa correlação de forças é a carta do
Enamorado, onde um jovem precisa decidir por qual caminho enveredar. A sua direita uma
mulher madura parece apelar para a sua razão e a sua esquerda, do lado do coração, uma
mulher mais nova apela pelo seu sentimento. Ao alto, além da percepção do jovem, Eros, o deus
do amor, prepara-se para atirar sua flecha. Em Eros temos a representação de para onde o
jovem se inclinará, mas isso também está manifesto em sua postura corporal. Assim tudo parece
já estar decidido, mas o jovem não sabe disso, pois parece não estar consciente da força de Eros
ao alto. E o fato de não estar consciente da escolha que já fez pode engendrar a idéia de destino,
pois o senso comum compreende a força do destino como uma força cega, casual, fortuita, feita
de sorte ou azar, quando ela é o poder daquilo que não estamos conscientes em nós mesmos, e
além de nós mesmos, agindo.
Há também uma técnica de Jogo muito interessante chamada Jogo da Decisão. Ela nos permite
analisar dentro de uma pergunta as conseqüências de decidirmos ou não enveredar por um
determinado rumo de ação. Dessa forma o Tarô Divinatório pode revelar o destino não como
uma fatalidade, mas como opção de fazer ou não fazer, nos permitindo avaliar previamente os
desdobramentos de nossas ações dentro de dois caminhos possíveis. Isso desmonta a idéia do
destino como algo fatal dentro da divinação.
Se formos olhar para o próprio Tarot poderemos ver que ele contem idéias de destino
multifacetadas. No arcano 10, se formos olhar para o Tarô Mitológico, vemos a presença das três
Moiras, forças primordiais que os próprios deuses da mitologia grega temiam, pois o destino por
elas traçado não podia ser alterado. No arcano 8 podemos ver o destino como expressão da
Justiça ou a chamada Lei do Carma, aqui o destino aparece como a resultante de nossas ações.
No arcano 5 vê-se outra faceta do Carma, aqui vemos o Senhor do Carma, normalmente numa
faceta benéfica, protetora e ligada ao ensino. No arcano 6 vemos o destino como uma vocação da
alma, como uma meta existencial e um caminho pessoal, definido pelo xamã Don Juan Matus
como um caminho com o coração.
1 – o destino como uma força que opera além do humano e que comanda os ciclos de todas as
coisas e seres. Imutável.
2 – o destino como uma resultante de nossas ações engendrando o que chama-se carma.
Mutável.
3 – o destino como um caminho e um objetivo existencial, uma vocação da alma, que nos faz
felizes quando seguido. Aqui temos o destino como uma aceitação e um reconhecimento de si.
Essas três idéias de destino estão contidas simbolicamente no próprio arcano 10, na Roda da
Fortuna, pela presença das três Moiras ou dos personagens que representam a ascensão, o ápice
e a o descenso.
Na ascensão nós podemos ver a resultantes das ações de acordo com a lei do carma.
No ápice o fato mesmo de termos cumprido o caminho do coração, que nos torna felizes e
realizados.
Mas é certo que a própria Roda possui a possibilidade da transcendência desses ciclos, uma
superação do destino, que não se opõe ao destino, mas que passa pelo caminho do samsara.
É essa compreensão do destino que permite que os xamãs que trilham o caminho da liberdade
total escrevam:
O curso do destino de um guerreiro é inalterável. O desafio é de até onde ele pode ir e quanto ele
será impecável dentro desses limites rígidos.
A pior coisa que pode nos acontecer é ter que morrer e, já que este é nosso destino inalterável,
somos livres; aqueles que perderam tudo não têm mais nada a temer.
Um guerreiro aceita seu destino, seja ele qual for, e o aceita na mais total humildade. Aceita com
humildade aquilo que ele é, não como fonte de remorsos, mas como um desafio vivo.
O Tarô Divinatório e o Tarô Terapêutico são excludentes e radicalmente diferentes como quer
Veet Pramad?
Pela nossa própria prática a resposta é não e a compreensão disso é muito, muito simples.
Os acontecimentos de nossa vida externa são produzidos pela nossa ação no mundo. E a nossa
ação no mundo é motivada pelos nossos sentimentos e pensamentos. Parte desses sentimentos e
pensamentos são conscientes e a maior parte não. Assim o mundo, como palco dos
acontecimentos de nossa vida, é o espelho das forças motivadoras de nossas ações: os
pensamentos e os sentimentos, sejam eles conscientes ou não. Além do mais no mundo estão
presentes outras forças em ação: familiares, sociais, culturais, espirituais, legais, astrais, etc.
Assim podemos dizer que o Tarô Divinatório e o Taro Terapêutico são aplicações do próprio
Tarot em diferentes camadas do nosso ser e essas camadas não se excluem nem são
radicalmente diferentes, pois o que se passa na superfície não pode excluir o que acontece em
níveis mais profundos da psiquê. Esse é justo o poder da cartas do Tarot, que nos permitem
analisar as diferentes camadas do ser humano através de sua riqueza simbólica que invoca o
inconsciente ao mesmo tempo que evoca os acontecimentos do porvir, pois se assim não fosse a
vida do dia a dia estaria desconectada da vida psíquica.
Uma visão da Tarot que exclui a divinação e a terapia é por si só sintomática, pois a realidade
cotidiana não está separada da realidade interior. Uma visão que separa os acontecimentos
cotidianos e a vida psíquica é uma visão “autista” do próprio Tarot, seja ela feita pelos
“divinatórios” ou pelos “terapêuticos”. Precisamos aqui de uma visão holística do Tarot, uma
visão orgânica da realidade que englobe o divinatório e o terapêutico.
Sabemos pela própria prática que uma consulta de Tarot torna-se naturalmente uma terapia
mesmo que a pessoa que consulte esteja apenas interessada em saber sobre o futuro, mas o
aprofundamento da abordagem terapêutica vai depender da própria capacidade de quem
consulta abrir-se para um feedback de níveis mais profundos do seu próprio ser. Normalmente
essa percepção mais profunda de si vai acontecendo na medida em que a relação entre o
Tarólogo e quem consulta vai se estruturando com o tempo, com a continuidade das consultas e
com o estabelecimento de uma relação de afeto, confiança e parceria. Naturalmente o Tarólogo
também deve ter experiência e treinamento adequado para fazer uma abordagem que indo além
da divinação permita insights adequados, sutis e esclarecedores sobre os padrões internos que
fazem com que certos acontecimentos se manifestem na vida daqueles que consultam o Tarot.
2 – num enfretamento mais consciente da realidade que leva a uma conscientização interior.
Mais do que o destino o que nos importa é a nossa atitude diante dele. Não adianta negá-lo e
proclamar uma liberdade que não existe. Também não adianta proclamá-lo como absoluto e
negar a responsabilidade que temos frente a nós mesmos.
Não é o destino mas a atitude diante dele que determina o sucesso e a liberdade.
Compreender o presente é a nossa chance de refazer nossa atitude frente aos desafios do
destino.
Depois de anos estudando e praticando artes divinatórias como Tarot e Cartomancia perceber
isso com tal clareza é uma surpresa maravilhosa.
Sempre começo a "divina_ação" com uma pequena prece, que a Divindade possa me ajudar a
ajudar os outros porque estarei ajudando a mim mesmo.
Fernando Augusto
(1)
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