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Era uma vez um menino que nasceu feio, não era um patinho, e não se tornaria
um cisne, era apenas um menino muito feio.
O menino feio foi crescendo como qualquer outro menino, e muitos outros
meninos tão feios quanto ele também faziam parte de sua vida.
Quase ninguém era bonito, em quase todos os lugares que eram freqüentados
pelo menino feio, sua feiúra parecia ser algo que se estendia a quase todas as
pessoas do mundo, pessoas feias, lugares feios, cassas feias, escolas feias,
prédios, fábricas, escritórios e lojas simplesmente horríveis.
O menino feio cresceu e tornou-se um homem feio, com um emprego
medíocre, numa repartição pública feia, em um prédio feio, de um bairro feio,
numa cidade feia.
Em um dia escuro e feio, o homem feio, foi para seu trabalho na feia
repartição pública, e sofreu um acidente feio, tendo uma morte horrivelmente
feia, atropelado por um caminhão feio, numa rua suja e feia da feia cidade.
Este é um conto de fadas feio, contado pela fada mais feia que há, a Fada
Verde, moradora do feio e amargo espírito verde do Absinto.
A vida das pessoas, e as próprias pessoas podem não ter qualquer beleza, mas
o belo pode ser visto ainda que na feia aparência de uma pessoa qualquer, com
uma vida comum, basta se dar o devido tratamento embelezador às coisas
feias.