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POR CAUSA DE UNS CABRITOS

Antnio Torrado
escreveu e Cristina Malaquias ilustrou

E ra uma vez um homem. Era uma vez uma mulher.


Encontraram-se, agradaram-se um do outro e vai da casaram-se. Esta histria comea onde as outras acabam. Mas h mais para contar. A mulher levou para a casa nova uma cabrinha de que nunca se apartara. O homem levou um bode, que sempre lhe fizera companhia. J se v que a cabra e o bode apreciaram a ideia. Meses depois nasceram cabritos. Vou vend-los no mercado e com o dinheiro que ganhar quero comprar umas coisa para mim disse o homem. E para mim? perguntou a mulher, fazendo cara feia. 1
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Para ti? admirou-se o homem. Os cabritos pertenciam-me. A tua cabra, quando veio c para casa, no tinha cabritos. O meu bode que lhos fez. Portanto, os cabritos pertencem-me. Posso fazer deles o que eu quiser. No era este o ponto de vista da mulher. Quando h pontos de vista opostos, h discusso. s vezes, a discusso escorrega para zanga. Foi o que aconteceu. Fizeram mais barulho do que deviam e os vizinhos foram queixar-se ao juiz. Ele, que sabia julgar, que decidisse daquele caso. O juiz, um rapaz novo e bem disposto, ouviu a histria, pensou um bocadinho e disse: Eu hoje no posso tratar desse caso, porque tenho de ir avisar a minha me de que o meu pai deu luz um beb. Ficaram todos muito espantados. Depois, desataram a rir. Quando o dono do bode ouviu a resposta do juiz tambm se riu. E a mulher com ele. Alis, ela ainda se riu mais. Estava tudo esclarecido. Tempos depois, na casa do homem e da mulher que por pouco no fora abaixo por causa de uma discusso de cabritos, nasceu um menino. Dos dois, j se v.

FIM

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