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Essa é uma pergunta polêmica que gera muita controvérsia, a gente vai tratar
dela logo mais.
Essas questões, elas são realizadas, elas são elaboradas basicamente sob
duas formas:
Então eu trouxe aqui para ilustrar essas duas formas de incidência dessas
questões algumas questões que caíram em concursos públicos recentemente.
Para ilustrar esse primeiro exemplo, que é justamente a cobrança de
conhecimento sobre o texto de lei, eu trouxe uma questão do Concurso para
Juiz Substituto do TJ de São Paulo, Concurso 186. Veja o enunciado:
Por quê?
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
Bem, primeira coisa, eu queria fazer uma distinção para vocês em relação ao
estudo passivo e ao estudo ativo. Técnicas de estudo passivo e técnicas de
estudo ativo.
EXEMPLO: Por exemplo, quando ele resolve alguma questão, quando ele faz
algum resumo de cabeça.
Mas como é que eu leio a lei? Eu pego do art. 1º, por exemplo, Código
Civil, eu pego do art. 1º e vou lá até o artigo 2000 e pouco?
Não. Esse tipo de estudo não é uma forma de estudo producente, não é uma
forma de estudo eficaz. É importante que você faça a leitura por blocos.
Se você pegar o seu edital, você vai ver que o próprio edital ele já traz a
separação do Código ou das disciplinas que vão ser exigidas por temas, por
matérias. E, com base no edital, comparando, por exemplo, com o Código
Civil, com o Código Penal, você vai verificar que essa divisão de matérias do
edital é muito próxima daquela divisão de matérias que a própria lei traz, que
o próprio Código traz.
Ou seja, uma divisão por livro, por título, por capítulo. Então, quando você for
estudar a lei seca, é importante que você entenda qual o livro que você está
lendo, qual o capitulo, qual seção, sobre qual assunto você vai estudar. Lendo
aquele assunto específico, por exemplo, eu vou dar um exemplo aqui.
Faça essa primeira leitura para tentar entender esses pontos e tentar
memorizar - na medida do possível - esses artigos que você leu. Isso permite
também, essa leitura por blocos permite aquilo que a gente chama de "dividir
a matéria por 'frentes'".
Isso é muito importante e isso otimiza o seu estudo. Esse estudo por blocos e
não esse estudo sequencial. A partir daí, é importante que você faça uma
combinação desse estudo passivo, de leitura, com o estudo ativo, de
realização de exercícios. Você teve um primeiro contato com a lei, você leu a
lei, leu aquele bloco específico de artigos, a partir do momento, procure
realizar questões relativas àquele bloco, para verificar se realmente você
conseguiu memorizar o texto de lei, se você conseguiu entender.
E essa realização de exercícios relativos àquele bloco que você fez, que você
já leu, é muito importante, porque vai permitir com que você dê atenção a
alguns detalhes do texto de lei que naquela primeira leitura você não se ateve.
Você vai realizar exercícios e vai perceber que, por vezes, ao realizar o
exercício vai ficar com dúvida entre uma ou duas alternativas, vai assinalar
alguma alternativa incorreta.
E quando você terminar de fazer esse exercício, o que que você vai
fazer?
Você vai voltar para o texto de lei e conferir as suas respostas. Isso permite,
então, que você realiza efetivamente um ciclo. Você vai analisar aí, vai fazer
exercício e retornar para a lei. Analisar a lei novamente, fazer novos
exercícios e voltar para a lei. Isso permite com que você tenha um estudo
otimizado e que a sua memória seja cada vez mais ativada.
Isso vai permitir também que você tenha um contato constante com a letra da
lei. É importante que você faça um cronograma de leitura da lei e que você
inclua - nos seus estudos diários - a leitura do texto da lei seca, é muito
importante. Isso vai fazer com que você leia a lei várias e várias vezes na
preparação do seu concurso. E que você cada vez mais elabore mais
exercícios a respeito daqueles temas, daqueles artigos que você leu.
Ou seja, a gente começa com a leitura da lei, vai para os exercícios, a partir
do momento que você vai para os exercícios, você já está exercendo,
exercitando o seu poder de memorização e você - depois que realizar os
exercícios - volta para o texto de lei, para conferir aquilo que você
eventualmente errou.
Então, esse ciclo é importante e a ideia é que você cada vez mais diminua a
leitura do texto de lei - porque você já vai se familiarizar com aquele texto - e
cada vez mais aumente o número de exercícios realizados. Isso vai
potencializar a sua memorização, vai potencializar também o conhecimento a
respeito da forma em que essas questões são elaboradas no concurso
público.
Por quê?
Porque a marcação, com marca texto, ela é importante sobretudo para gerar
algum tipo de gatilho mental para você relembrar trechos importantes. Então,
nesse momento, você vai ter condições - depois que você já fez uma primeira
leitura da lei seca e realizou exercícios - você já vai ter condições de avaliar
quais são os trechos, quais são os textos de lei mais exigidos no concurso,
quais são aqueles que eventualmente você teve um pouco mais de
dificuldade, teve que voltar para o texto de lei para entender como é que era a
dinâmica do texto legal.
Então, a partir desse segundo momento é que você vai poder usar o seu
marca texto. Perceba, se você usou marca texto logo na primeira leitura, você
não tinha condição de dizer o que era e o que não era importante. Então, a
tendência do candidato - neste primeiro momento - é marcar tudo. E, depois,
quando ele for ler, ele não vai saber exatamente o que que é relevante, o que
que não é. Ele não vai conseguir ativar esses gatilhos mentais para se
lembrar do texto de lei aquilo que efetivamente é essencial, aquilo que
efetivamente é cobrado no concurso público.
Nesse caso, você está ativando a sua memória auditiva, que juntamente com
a memória visual que você já adquiriu da leitura do texto de lei, com a
realização de exercícios, isso vai potencializar ainda mais a sua capacidade
de se lembrar do texto da lei na hora da prova.
Quando você realiza os seus mapas mentais, você vai estar desenvolvendo
um estudo ativo. E toda vez que você reler aquela matéria, você vai ativar
esses gatilhos de memória realizando ali o estudo passivo, porque - naquele
momento - você vai simplesmente ler, simplesmente relembrar. Mas isso vai
ficar gravado na sua memória, aquelas setas, aqueles esquemas e isso ajuda
muito na hora da prova também. É mais uma forma de ativar a sua memória.
Pensa nessa questão e coloca ali no papel quais são esses princípios, sem
consultar o texto de lei. Você vai estar estudando de forma ativa. E realizando
esse resumo, você vai potencializar também a sua memória acerca do texto
de lei.
Do que eu falei até aqui, já dá para entender que um erro muito comum que
infelizmente acontece é aquele erro do candidato que estuda muita doutrina e
negligencia a leitura do texto da lei seca e negligencia também a realização
de exercícios. Que são as duas formas de ativar, de potencializar a sua
memória.
É muito importante ler a doutrina, é claro que sim. Mas você não pode
negligenciar a leitura da lei seca. Então, este é um erro muito comum que
Agora, a gente vai passar pra outra questão, que é justamente como estudar
a jurisprudência naqueles concursos em que é exigido o conhecimento sobre
a jurisprudência. Eu trouxe aqui alguns apontamentos.
Então, é muito importante que você tenha esse conhecimento prévio, para
você saber o que que você vai estudar. Não começa lendo informativo
desavisadamente, porque isso pode simplesmente tomar o seu tempo para
estudar aquilo que efetivamente é relevante, aquilo que efetivamente vai cair.
Então, conheça o perfil da sua banca e veja se vai ser exigido o conhecimento
de informativos. Tem muito concurso de nível superior, inclusive os mais
concorridos, em que o conhecimento de informativo não é exigido.
E aí, empregue todas aquelas técnicas que eu mencionei para estudo da lei
seca, também em relação às Súmulas.
Primeiro, você tem que fazer ali uma divisão do seu material, para saber quais
são os precedentes jurisprudenciais que são vinculantes e quais não são.
Você deve dar atenção, uma atenção especial para esses que são
vinculantes, a depender do seu concurso público. Se não for um precedente
vinculante, pode ser que haja divergência de posicionamentos.
É mais comum que ele faça isso, ele vai se sentir mais a vontade de fazer
esse tipo de questão. E se você é conhece o seu examinador você vai poder
fazer um estudo de doutrina mais dirigida para aquelas questões e isso pode
te ajudar no teu concurso público.
E o que ler?
Como eu falei, tente fazer uma leitura direcionada para o teu concurso,
analisando banca, analisando o examinador, analisando provas anteriores.
Você não vai conseguir ler o Tratado de Pontes de Miranda, você não vai
conseguir ler todos os livros de Processo Penal, você não vai conseguir ler
todos os compêndios de Direito Constitucional.
E isso vai permitir com que você faça um estudo dirigido, um estudo
direcionado, um estudo mais eficaz. E não perder tempo lendo ali Tratados
que efetivamente não vão permitir com que você faça uma boa prova e
somente vão tomar tempo, um tempo precioso do seu estudo para outras
outras frentes.
Existe muita literatura própria para concurso público. Existem muitos livros
esquematizados, sistematizados etc. É um tipo de leitura que pode ser
interessante, a depender do seu concurso público. É importante que para isso
você conheça também a sua banca.
Essa leitura mais densa, ela tem que ser feita - como eu disse - de uma forma
direcionada, considerando todo esse cenário: a banca, o teu examinador, a
formação dele etc. Isso é possível e às vezes vai ser necessário também.
Mais uma questão, a nossa quarta questão, a gente chega nela, que é: como
desenvolver um raciocínio jurídico?
Então, seria esse tipo de raciocínio lógico a qual me refiro. Como eu disse,
geralmente esse tipo de raciocínio, ele é exigido do candidato em provas orais
e também em provas escritas. Um ponto de partida para resolver a maioria
das questões, em uma prova dissertativa, por exemplo, é a Constituição
Federal. O candidato, ele pode partir dos princípios gerais da Constituição
Federal e, a partir daí, ingressar na questão de modo mais específico.
Um exemplo que eu trago para vocês, o exemplo 1, de uma questão que trate
sobre prisão preventiva.
Então, uma forma que pode ser adequada para resolver esse tipo de questão
é você - por exemplo - fazer uma correlação entre o princípio constitucional da
presunção de inocência para, a partir daí, tratar sobre os pressupostos da
prisão preventiva, tratando a prisão preventiva como uma exceção a esse
princípio ou uma mitigação ao princípio da presunção de inocência, por
exemplo.
Então, é possível você fazer essa correlação entre princípios também. Isso
demonstra para o teu examinador que você tem efetivamente um
conhecimento e conseguiu desenvolver esse raciocínio.
Por fim, fazer essa correlação entre lei, jurisprudência e doutrina. Isso é muito
importante, sobretudo para resolver questões escritas, uma prova de segunda
fase, por exemplo, ou provas orais, em que o examinador eventualmente faça
uma pergunta e você responde de bate pronto. Essa resposta de bate pronto
pode não ser muito bem aceita.
É importante que você faça de um modo resumido, é claro, você não pode
encher linguiça na tua prova, você não pode querer gastar tempo. É
importante que você faça esse raciocínio de uma forma rápida, mas mostre
pro seu examinador que você tem esse conhecimento amplo, esse
conhecimento sistematizado sobre o ordenamento jurídico.
Essa é a ideia que você deve ter em mente quando você vai desenvolver o
raciocínio jurídico para resolver uma questão. Correlacionando aqueles três
pontos: a lei, desde a leitura da lei seca lá de traz, a jurisprudência e a
doutrina.
Pessoal, eu agradeço. Espero que vocês tenham bons estudos e que vocês
sejam felizes nos seus objetivos de vida! A gente se vê! Um abraço e até
mais!