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[Get Drunk!

] Meus olhos bebem essas ruas minhas narinas engolem a fumaa dos carros, das fbricas que j no mais existem. A msica doida do tempo estoura meus tmpanos e tombo na sarjeta imunda onde corre o esperma do mundo. Os faris dos carros me cegam quanta felicidade no enxergar a rasura de alma, a estreiteza de esprito de quem os dirige! H um bando de doidos que teima em acreditar em mim invocarei sobre eles uma maldio e os comandarei para o abismo! Minha vida louco-movida, odeio pensar que sou apenas um; no sou; habita-me uma legio sou vrios; minha finitude deixou de me assustar! Se bebo, os meus olhos tornam-se janelas dos espiares do meu ser atnito, sou vestido por dentro de pura genuinidade ou seja: para viver I must get drunk!
[Penas do Desterro, 5 de junho de 2005] Caderninho das Cidades Mortas, p. 6

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