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[A tela spia da minha Cidadeinfncia] Quando escrevo algum nada de ser, eu torno a pensar em Jorge Luis Borges: "Nuestras

nadas poco difieren; es trivial y fortuita la circunstancia de que t seas el lector de estos ejercicios, y yo su redactor." ______________ Ainda ontem, morri mais uma vez, quando eu me lembrei dos meus projetos levados pelas grandes enxurradas da Avenida Minas Gerais, e arrancados de mim pelos misteriosos circuitos da ventania braba que varria, implacvel, aquela majestosa Avenida da minha perfeita "cidadeinfncia"... A, vi tudo... descortinei uma paisagem spia, marca indelvel de um j tempo spio, cortes de um velho cemitrio abandonado: respirei, e num s lance de esprito, tomei tento: Nada vale... o qu? Nada! ...E tudo vem da certeza que tenho de que sou levado no pela faca espetada nas costas pelo Passado, mas sim, pelo redemoinho infernal do Futuro a me carregar para o nada! _____________________
[Desterro, 26 de janeiro de 2014]

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