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[O absurdo cuidar de mim] Cuidar... cuidar... cuidar... que verbo mais estranho!

E se repetido, desconjunta-se, as slabas poucas explodem em nada! Quem cuida... de qu... de quem? Algum pode cuidar da solido de algum? Cuidar exigir-se um certo alheamento, um sair de si, rumo ao outro... um quase achar-se... no outro?! Cuidar... cuidar... cuidar... Ser que cuidar tambm pode invadir, maltratar? Por que cuido tanto de mim, ser de tanto descompreender-me? Cuidar sem perder limites, ou cuidar, sem cuidar de limites, e, sem lamentar, ombrear dores...? Mas, como cuidar de algum... sem cuidar demais?! estranho o prprio movimento de cuidar! Cuidar , enfim, saber essa dor de que no adianta viajar, partir, pois jamais posso partir de mim, e olhar-me da outra margem do rio? Ah, to absurdo cuidar de mim! [Toda circularidade burra...] ___________________
[Desterro, 02 de outubro de 2013]

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