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PREFEITURA DE MONTES CLAROS

Secretaria Municipal de Saúde

PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA REDE


MUNICIPAL DE MONTES CLAROS
ATENÇÃO BÁSICA

MONTES CLAROS
JANEIRO DE 2006
PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA

PREFEITO DE MONTES CLAROS


ATHOS AVELINO PEREIRA

VICE-PREFEITO
SUED KENNEDH PARRELA BOTELHO

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE


JOÃO BATISTA SILVÉRIO

GERENTE DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE


CÁSSIA PEROLA DOS ANJOS BRAGA

GERENTE DE PLANEJAMENTO
SIMONE VIANA DUARTE

GERENTE DA ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS


MÉRCIA MARIA FAGUNDES

CHEFE DA DIVISÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE - DIUBS


DANILO FERNANDO MACEDO NARCISO

CHEFE DA DIVISÃO E COORDENAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA


FAMÍLIA DIESF
LEANDRO DIAS DE GODOY MAIA

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DOCUMENTO ELABORADO E REVISADO POR:

ANDRA APARECIDA S. DIONÍSIO (Enfermeira)


ANDRÉA BARBOSA DO AMARAL (Enfermeira)
ANGELA GARDÊNIA D. VASCONCELOS (Enfermeira)
ALEX SOARES LEITE DE FREITAS (Enfermeiro)
ANTÔNIO PRATES CALDEIRA (Médico Pediatra)
CARLA REJANE FIGUEIREDO (Enfermeira)
CARLA VASCONCELOS AFONSO (Enfermeira)
CAROLINA DOS REIS ALVES (Enfermeira)
CLÁUDIA DANYELLA ALVES LEÃO (Enfermeira)
CLÁUDIA MENDES CAMPOS VERSIANI (Enfermeira)
CHRISTIANE BORGES EVANGELISTA (Enfermeira)
CYNTHIA DANIELLA BARBOSA (Enfermeira)
DANILO FERNANDO NARCISO (Médico de Família)
DEIVIANE PEREIRA SILVA (Enfermeira)
EDILENE OLIVEIRA AMARAL (Enfermeira)
EMANUEL RODRIGUES (Enfermeiro)
EVA PATRÍCIA PEREIRA ARAÚJO (Enfermeira)
FABÍOLA AFONSO F. PEREIRA (Enfermeira)
JANAÍNA MICHELLE SILVA (Enfermeira)
JANETTE CALDEIRA FONSECA (Enfermeira)
JOSÉ RONIVON FONSECA (Enfermeiro)
JOYCE MARY DRUMOND LEMOS TEIXEIRA (Clínica Médica)
JULIANO ARRUDA SILVEIRA (Médico Psiquiatra)
KARINE SUENE M. ALMEIDA RIBEIRO (Enfermeira)
KÊNIA SOUTO MOREIRA (Enfermeira)
LEANDRO GODOY (Médico de Família)
LUCIANA C. TAVARES (Enfermeira)
MARDEN COSTA LOPES (Enfermeiro)
MARIA ÂNGELA PINHEIRO (Médica Geriatra)
MARIA APARECIDA FONTES (Enfermeira)
MARIA FERNANDA VELOSO SILVA (Enfermeira)
MARIA HELENA MOREIRA GONÇALVES (Enfermeira)
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PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA

DOCUMENTO ELABORADO E REVISADO POR:

MARIA LUIZA SANTIAGO (Médica Ginecologista)


MARIZA ALVES BARBOSA (Enfermeira)
MURILO CHARLES LEITE (Enfermeiro)
ORLENE VELOSO DIAS (Enfermeira)
PAULA CRISTINA FELIPE A. ALMEIDA (Enfermeira)
TATIANA FRÓES NASCIMENTO (Enfermeira)
VERÔNICA ISABEL VELOSO FONSECA (Enfermeira)
WESLANE ALMEIDA CAVALCANTI (Enfermeira)

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PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA

SUMÁRIO

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA REDE MUNICIPAL 6


DE MONTES CLAROS...........................................................................

PARTE I: SAÚDE DA CRIANÇA............................................................ 14

PARTE II: SAÚDE DO ADOLESCENTE................................................. 28

PARTE III: SAÚDE DA MULHER............................................................ 34

PARTE IV: SAÚDE DO ADULTO............................................................ 99

PARTE V: SAÚDE DO IDOSO............................................................... 111

PARTE VI: DST/AIDS............................................................................. 123

REFERÊNCIAS....................................................................................... 146

ANEXOS.................................................................................................. 149

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PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA 6

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NA REDE


MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA

1 INTRODUÇÃO

A Atenção Básica caracteriza-se como um conjunto de ações, de


caráter individual ou coletivo, situada no primeiro nível de atenção dos sistemas
de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o
tratamento e a reabilitação. As responsabilidades dos municípios com a atenção
básica crescem progressivamente, na medida em que adquirem condições e
capacidade para ampliar suas atribuições e assumir a implementação de novas
ações e atividades.
A Estratégia de Saúde da Família consolida-se cada vez mais como a
forma mais eficaz e eficiente de reorganização dos serviços de saúde, incorpora e
reafirma os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), estruturando-se
a partir de uma Unidade Básica de Saúde da Família com um território de
abrangência definido e uma equipe Multiprofissional constituída por médico,
enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
Este protocolo normatiza as ações dos profissionais inseridos nas
Unidades de Saúde, no nível primário e secundário, validando na consulta de
enfermagem a prescrição de medicamentos, os encaminhamentos de pacientes
e a solicitação de exames complementares, no município de Montes Claros.
A Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986 que regulamenta o exercício
da enfermagem no Brasil é clara e garante o direito de todos que compõem a
classe de enfermagem (Art. 01). São pontos relevantes na prática do enfermeiro
como integrante da equipe de saúde, na atenção básica: a consulta de
enfermagem, em toda a sua complexidade de execução (Art. 11, alínea i); a
prescrição de medicamentos, desde que sejam estabelecidos em programas de
Saúde Pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde (Art. 11 alínea c) e
solicitação de exames de rotinas e complementares conforme resolução do
Conselho Regional de Enfermagem (COFEN) nº 271 de 2002.

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2 OBJETIVOS

Normatizar as ações dos profissionais inseridos nas Unidades de Saúde,


desenvolvidas através de programas preconizados pelo Ministério da
Saúde, Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais e Secretaria
Municipal de Saúde de Montes Claros.
Estruturar as consultas de enfermagem visando aumentar a resolubilidade,
para evitar a fragmentação da assistência.
Viabilizar a integração Multiprofissional e o trabalho em equipe.
Integrar ensino, serviço e comunidade, de acordo com as normas deste
protocolo.

3 DESENVOLVIMENTO

Todas as atividades desenvolvidas pelo profissional enfermeiro na


consulta de enfermagem, principalmente no nível de atenção básica à saúde,
estão descritas neste protocolo por área de atenção, sendo:
Saúde da Criança;
Saúde do Adolescente;
Saúde da Mulher;
Saúde do Adulto;
Saúde do Idoso;
DST/AIDS.

Os procedimentos são apresentados de forma detalhada, de maneira a


complementar a compreensão do leitor, baseados em literaturas do Ministério da
Saúde. Outras áreas poderão ser incluídas, conforme a necessidade do serviço e
mediante ampla discussão entre a equipe multiprofissional.

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4 ORGANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO

4.1 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

A organização da assistência dentro do conceito de enfoque de risco


significa também a utilização de profissionais disponíveis, visando o seu máximo
aproveitamento.
As atividades e responsabilidades da equipe são descritas a seguir,
considerando-se as habilidades e capacidades de cada um de seus componentes
fundamentados nos preceitos éticos e legais.
Ressalta-se também que a integração entre as várias disciplinas e
profissionais é requisito fundamental para o alcance dos objetivos propostos.

4.1.1 Pessoal Administrativo

Acolher o usuário e visitantes;


Prestar informação sobre o funcionamento das Unidades de Saúde;
Agendar consultas e exames;
Digitar dados da Unidade de Saúde;
Organizar os recursos e materiais da Unidade de Saúde.
Atender telefone;
Realizar outras atividades designadas pela coordenação da equipe.

4.1.2 Pessoal Zeladoria e Manutenção

Acolher e informar usuários e visitantes;


Realizar e manter a limpeza e a higiene adequada do local de trabalho;
Comunicar ao coordenador da unidade a ocorrência de danos ao
patrimônio público;
Realizar o reparo de equipamentos.

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4.1.3 Atribuições Comuns a Todos os Profissionais que Integram as Equipes

Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com


ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais,
demográficas e epidemiológicas;
Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aos
quais aquela população está exposta;
Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o
enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que colocam em risco a
saúde;
Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os
procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nas
diferentes fases do ciclo de vida;
Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de
vínculo de confiança, de afeto, de respeito;
Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento;
Resolver os problemas de saúde no nível de atenção básica;
Promover acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema de
referência e contra-referência para os casos de maior complexidade ou que
necessitem de internação hospitalar;
Prestar assistência integral à população adscrita, respondendo à demanda
de forma contínua e racionalizada;
Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde;
Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e
informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos
problemas identificados;
Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos
de cidadania, de direito à saúde e as suas bases legais;
Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos
Conselhos Locais de Saúde e no Conselho Municipal de Saúde;

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4.1.3.1 Médico
Realizar consultas clínicas aos usuários da sua área adscrita;
Executar as ações de assistência integral em todas as fases do ciclo de
vida: criança, adolescente, mulher, adulto e idoso;
Realizar consultas e procedimentos na USF, no domicílio e diferentes
ambientes: escolas, creches, asilos, fábricas, etc;
Realizar as atividades clínicas correspondentes às áreas prioritárias na
intervenção na atenção básica, definidas na norma operacional da
assistência à saúde NOAS 2001;
Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva;
Fomentar a criação de grupos de patologias específicas, como de
hipertensos, de diabéticos, de saúde mental, etc.;
Realizar o pronto atendimento médico nas urgências e emergências;
Encaminhar aos serviços de maior complexidade, quando necessário,
garantindo a continuidade do tratamento na USF, por meio de um sistema
de acompanhamento e de referência e contra-referência;
Realizar pequenas cirurgias ambulatoriais;
Indicar internação hospitalar;
Solicitar exames complementares;
Verificar e atestar óbito.

4.1.3.2 Enfermeiro
Realizar cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências
clínicas, fazendo a indicação para a continuidade da assistência prestada;
Realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares,
prescrever/transcrever medicações, conforme protocolos estabelecidos nos
programas do ministério da saúde e as disposições legais da profissão;
Planejar, gerenciar, coordenar, executar e avaliar as atividades da Unidade
Básica de Saúde da Família USF;
Executar as ações de assistência em todas as fases do ciclo de vida;
No nível de suas competências, executar assistência básica e ações de
vigilância epidemiológica e sanitária;

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Realizar ações de saúde em diferentes ambientes: na Unidade Básica de


Saúde da Família, no domicílio, escolas, creches, asilos, fábricas, etc;
Realizar as atividades de assistência à saúde correspondentes às áreas
prioritárias para intervenção na Atenção Básica, definidas pelo Sistema
Único de Saúde - SUS;
Aliar a atuação clínica à prática da saúde coletiva;
Organizar e coordenar a criação de grupos de patologias específicas, como
de hipertensos, de diabéticos, de saúde mental, etc;
Supervisionar e coordenar ações para capacitação dos Agentes
Comunitários de Saúde e de auxiliares de enfermagem, com vistas ao
desempenho de suas funções;
Conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com
ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais, ambientais,
demográficas e epidemiológicas;
Identificar os problemas de saúde e situações de risco mais comuns aos
quais a população da área adscrita está exposta;
Elaborar, com a participação da comunidade, um plano local para o
enfrentamento dos problemas de saúde e fatores que colocam em risco a
saúde;
Executar, de acordo com a qualificação de cada profissional, os
procedimentos de vigilância à saúde e de vigilância epidemiológica, nas
diferentes fases do ciclo de vida;
Valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de
vínculo de confiança, de afeto e de respeito;
Realizar visitas domiciliares de acordo com o planejamento;
Resolver os problemas de saúde no nível de atenção básica em sua área
de competência;
Promover acesso à continuidade do tratamento dentro de um sistema de
referência e contra-referência para os casos de maior complexidade ou que
necessitem de internação hospitalar;
Prestar assistência à população adscrita, respondendo à demanda de
forma contínua e racionalizada;
Coordenar, participar de e/ou organizar grupos de educação para a saúde;
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Promover ações intersetoriais e parcerias com organizações formais e


informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos
problemas identificados;
Fomentar a participação popular, discutindo com a comunidade conceitos
de cidadania, de direito à saúde e as suas bases legais;
Incentivar a formação e/ou participação ativa da comunidade nos
Conselhos Locais de Saúde e no Conselho Municipal de Saúde;
Atender às normas de higiene e segurança do trabalho.
Executar outras atividades correlatas.

4.1.3.3 Técnico ou Auxiliar de Enfermagem


Realizar procedimentos de enfermagem dentro das suas competências
técnicas e legais;
Realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes, USF e
nos domicílios, dentro do planejamento de ações traçado pela equipe;
Preparar o usuário para consultas médicas e de enfermagem, exames e
tratamento na USF;
Zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de
dependências da USF, garantindo o controle de infecção;
Realizar busca ativa de casos, como tuberculose, hanseníase e demais
doenças de cunho epidemiológico;
No nível de suas competências, executar assistência básica e ações de
vigilância epidemiológica e sanitária;
Realizar ações de educação em saúde nos grupos de patologias
específicas e às famílias de risco, conforme planejamento da USF.

4.1.3.4 Agente Comunitário de Saúde


Realizar mapeamento de sua área;
Cadastrar as famílias e atualizar permanentemente esse cadastro;
Identificar indivíduos e famílias expostos a situações de risco;
Identificar áreas de risco;

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Orientar as famílias para utilização adequada dos serviços de saúde,


encaminhando-as e até agendando consultas, exames e atendimento
odontológico, quando necessário;
Realizar ações e atividades, no nível de suas competências, nas áreas
prioritárias da atenção básica;
Realizar, por meio de visita domiciliar, acompanhamento mensal de todas
as famílias sob sua responsabilidade;
Estar sempre bem informado, e informar aos demais membros da equipe,
sobre a situação das famílias acompanhadas, particularmente aquelas em
situações de risco;

4.2 AGENDAMENTO

Específico para cada Unidade de Saúde.

4.2.1 REQUISITOS BÁSICOS

Equipe treinada;
Área física adequada;
Equipamentos e instrumental mínimos;
Recursos didáticos para as atividades coletivas.

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Parte I
SAÚDE DA CRIANÇA

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SAÚDE DA CRIANÇA 15

ÍNDICE

1.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 16
1.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO............... 17
1.3.1 CONCEITOS............................................................................................... 17
1.3.2 OBJETIVOS................................................................................................ 17
1.3.3 OPERACIONALIZAÇÃO............................................................................. 17
1.3.4 AVALIAÇÃO E CONDUTA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO..... 19
1.3.4.1 Peso/Idade............................................................................................... 19
1.3.4.2 Condutas Recomendadas para algumas Situações de Crescimento da
Criança até 05 anos.................................................................................. 20
1.3.4.3 Perímetro cefálico.................................................................................... 22
1.3.4.4 Estatura/Idade.......................................................................................... 23
1.3.4.5 Condutas Recomendadas para algumas Situações no
Desenvolvimento da Criança até 05 anos................................................ 23
1.4 ROTEIRO PARA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PROFILÁTICOS.......... 24
1.5 CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA SES/MG ADOTADO PELO
MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS................................................................... 25
1.6 EVENTOS ADVERSOS........................................................................................ 25
1.7 ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA-AIDPI 26

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SAÚDE DA CRIANÇA 16

1.1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento humano é um processo que envolve mudanças em


todo o organismo, desde a concepção até a morte, e está relacionado aos
processos biológicos, psicológicos e sociais.
O termo criança corresponde à faixa etária do nascimento até os 10
anos de idade e esse processo de crescimento e desenvolvimento desenvolve-se à
medida que os seus corpos interagem com o ambiente tornando-se mais aptos
para estruturar e realizar ações que exijam força e complexidade.
O pensar e o agir das crianças variam em diferentes situações e idades
e, cabe ao profissional de saúde se instrumentalizar para a realização das ações e
condutas clínicas.
A atenção continuada à saúde da criança e da família realiza-se por
meio de três níveis de prevenção: a prevenção primária oportuniza as ações
promocionais prevenindo as intercorrências; a prevenção secundária favorece o
diagnóstico precoce e o tratamento das doenças e a prevenção terciária orienta a
reabilitação se houver incapacidade.

1.2 OBJETIVOS

Prestar assistência à criança e à família de forma integral contribuindo para


a promoção da saúde e prevenção de doenças.

Realizar acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento das crianças


de 0 a 5 anos.

Realizar vigilância em saúde através de ações sistematizadas objetivando a


redução da morbi-mortalidade infantil.

Promover e incentivar o aleitamento materno e as práticas alimentares


adequadas à faixa etária.

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SAÚDE DA CRIANÇA 17

1.3 ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

1.3.1 CONCEITOS

Crescimento: Significa aumento físico do corpo, como um todo ou em suas


partes, e pode ser medido em termos de centímetros ou de quilogramas.
Desenvolvimento Psicossocial: É o processo de humanização que inter-
relaciona aspectos biológicos, psíquicos, cognitivos, ambientais,
socioeconômicos e culturais; mediante o qual a criança vai adquirindo maior
capacidade para mover-se, coordenar, sentir, pensar, interagir com os
outros e o meio que a rodeia; em síntese é o que lhe permitirá incorporar-se
de forma ativa e transformadora, à sociedade em que vive.

1.3.2 OBJETIVOS

Fazer vigilância à saúde da criança de 0 a 05 anos; identificando aquelas de


maior risco de morbi-mortalidade, sinalizando o alarme precoce para a
desnutrição;
Estabelecer condutas curativas dirigidas aos processos patológicos
presentes;
Estabelecer condutas preventivas, adequadas a cada idade, sobre
vacinação, alimentação;
Estimular cuidados gerais com a criança em um processo contínuo de
educação para a saúde.

1.3.3 OPERACIONALIZAÇÃO

Crianças de 0 a 05 anos, residentes na área de abrangência, serão


acompanhadas mensalmente pela equipe de Saúde da Família e a consulta de
puericultura seguirá o calendário mínimo de consultas para "Assistência à criança"
preconizado pelo Ministério da Saúde: até 15 dias de vida, 1, 2, 4, 6, 9, 12, 15 e 24
meses; 3, 4 e 5 anos. Ressalva para as crianças menores de 01 ano que poderão
ser acompanhadas mensalmente, se as condições de oferta permitirem.

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SAÚDE DA CRIANÇA 18

A consulta de puericultura consistirá em:


a) Queixa principal, História da Moléstia Atual, História Pregressa, História
Familiar e História Social;
b) Avaliação do estado nutricional, alimentação e hidratação;
c) Situação vacinal;
d) Triagem Neonatal (Teste do Pezinho);
e) Avaliação do sono e repouso, eliminações e higiene;
f) Desenvolvimento psicomotor;
g) Exame físico:
- Dados antropométricos: peso, altura, perímetro cefálico.
- Sinais vitais: temperatura, respiração, pulso e pressão arterial (se
necessário).
- Proceder a exame dos segmentos: crânio, face, olhos, ouvido, nariz,
orofaringe, pescoço, tórax, abdome, membros e genitais.
h) Terapêutica conforme estratégia do AIDPI, descritos neste protocolo adiante;
i) Referenciar ao atendimento especializado, serviço de referência ou serviço de
maior complexidade, nas seguintes situações:
- Crianças menores de 02 anos com peso entre P3 e P0.1 se não estiver
ganhando peso.
- Crianças menores de 02 anos com peso entre P3 e P0.1 e peso/altura
menor que P3.
- Peso muito baixo (menor que P0.1), sem sinais clínicos de desnutrição.
- Formas clínicas de desnutrição protéico-calórica: marasmo, Kwashiokor ou
formas mistas.
- Perímetro cefálico fora da faixa entre os percentis 10 e 90.
- Déficits muito acentuados de estatura, principalmente em crianças com
dietas adequadas.
- Persistência do atraso do desenvolvimento psicossocial para idade por mais
de 02 consultas (ou ausência do marco no último quadro sombreado da
ficha de acompanhamento do desenvolvimento/MS).
- E outros casos que se fizerem necessários.

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SAÚDE DA CRIANÇA 19

1.3.4 AVALIAÇÃO E CONDUTA DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO

1.3.4.1 Peso/Idade

Para avaliação da curva de crescimento individual de uma criança,


considerar dois aspectos:
1º) Na primeira medição, observar a posição do peso em relação aos pontos de
corte superior e inferior:
- Acima do percentil 97: classificar como sobrepeso.
- Entre os percentis 97 e 3: faixa de normalidade nutricional.
- Entre os percentis 10 e 3: classificar como risco nutricional.
- Entre os percentis 3 e 0.1: classificar como peso baixo.
- Abaixo do percentil 0.1: classificar como peso muito baixo.

2º) Nas medições seguintes, observar a posição e também o sentido do traçado da


curva de crescimento da criança:
- Posição da linha que representa o traçado de crescimento da criança: entre
os percentis 97 e 3, corresponde ao caminho da saúde.
- O sentido do traçado da curva da criança (ascendente, horizontal ou
descendente). É desenhada em linha contínua a partir da ligação de dois ou
mais pontos com intervalos não superiores a dois meses. Intervalos
maiores devem ser desenhados com linhas pontilhadas para chamar a
atenção.

Instrumentos e técnicas de medição antropométrica: consultar o caderno de


Atenção Básica de Saúde da Criança/MS.

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SAÚDE DA CRIANÇA 20

1.3.4.2 Condutas Recomendadas para Algumas Situações de Crescimento da


Criança até 05 anos

Posição do Inclinação da Condição do Conduta


Peso Curva Crescimento

Verificar a existência de erro


alimentar, orientar a mãe para uma
alimentação mais adequada de
acordo com as normas para a
alimentação da criança sadia,
excetuando-se bebês em aleitamento
Alerta: risco de
materno exclusivo. Dieta com
> P 97 Ascendente sobrepeso e
restrição calórica só são
obesidade
recomendadas para criança a partir
dos 4 anos com peso/altura > P 97.
Verificar e estimular a atividade física
regular, principalmente para criança
acima de 4 anos.
Marcar retorno para 30 dias.

Parabenizar a mãe pelo crescimento


Entre P 97 e satisfatório da criança.
Ascendente Satisfatório
P 10 Marcar retorno de acordo com o
calendário mínimo de consultas.

Investigar possíveis intercorrências


que possam justificar a diminuição da
velocidade do crescimento e registrá-
Entre P 97 e Horizontal ou
Alerta las no cartão.
P 10 descendente
Tratar as intercorrências conforme
este protocolo.
Marcar retorno para 30 dias.

Investigar possíveis causas com


atenção especial para desmame,
dentição, intercorrências infecciosas,
Entre P 10 e formas de cuidado com a criança e
Ascendente Alerta
P3 afeto, informar à mãe.
Tratar as intercorrências conforme
este protocolo. Marcar retorno para
30 dias.

Abaixo do Referir imediatamente para serviços


P0,1 com Formas clínicas de de maior complexidade ou serviços
presença de Ascendente, desnutrição protéico- de referência.
sinais clínicos horizontal ou calórica: marasmo,
de formas descendente. Kwashiokor ou
graves de formas mistas.
desnutrição

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SAÚDE DA CRIANÇA 21

Posição do Inclinação da Condição do Conduta


Peso Curva Crescimento
Investigar possíveis causas com
atenção especial para desmame,
alimentação, intercorrências
infecciosas, formas de cuidado com a
criança, afeto, higiene e informar a
mãe.
Insatisfatório:
Entre P 10 e Horizontal ou Tratar as intercorrências conforme
classificar como risco
P3 descendente este protocolo.
nutricional
Orientar a mãe sobre alimentação
especial visando o ganho de peso.
Encaminhar para o serviço social se
disponível.
Realizar nova consulta em intervalo
máximo de 15 dias.

Investigar possíveis causas com


atenção especial para desmame,
intercorrências infecciosas, formas de
cuidado com a criança e afeto,
alimentação complementar adequada
para a idade e informar a mãe.
Se a criança não ganhar peso, referir
para a avaliação médica.
Ascendente,
Entre P 3 e Tratar as intercorrências conforme
horizontal ou Peso baixo
P 0,1 este protocolo.
descendente
Encaminhar para o serviço social se
disponível.
Realizar nova consulta em intervalo
máximo de 15 dias.
Encaminhar a criança maior de 2
anos se peso/altura for < P 3, tratar
como peso muito baixo ou
encaminhar para a avaliação médica.

Investigar possíveis causas com


atenção especial para desmame,
dentição, intercorrências infecciosas,
formas de cuidado com a criança e
afeto, informar a mãe.
Tratar as intercorrências conforme
este protocolo.
Abaixo do Encaminhar para o serviço social se
P0,1 sem Ascendente, disponível.
presença de horizontal ou Peso muito baixo Ensinar a mãe a preparar e oferecer
sinais clínicos descendente. à criança uma dieta hipercalórica e
de desnutrição hiperproteica. (Consultar o caderno
de Atenção Básica de Saúde da
Criança /MS, ANEXO 8).
Tratar a desnutrição em casa ou
encaminhar para avaliação médica
para investigar outras causas.
Realizar nova consulta em intervalo
máximo de 15 dias.
FONTE: Caderno de Atenção Básica de Saúde da Criança / M.S, 2002.

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SAÚDE DA CRIANÇA 22

1.3.4.3 Perímetro Cefálico

Importante variável para avaliar crescimento da cabeça/cérebro de


crianças nos dois primeiros anos de vida. A avaliação do perímetro cefálico é uma
medida indissociável da avaliação do desenvolvimento. O perímetro adequado
situa-se entre os percentis 10 e 90 (faixa de normalidade), conforme quadro abaixo.

Quadro do perímetro cefálico de meninos e meninas de 0 a 2 anos


em centímetros.

Idade Idade
P 10 (cm) P 90 (cm) P 10 (cm) P 90 (cm)
(meses) (meses)

Nascimento 33,0 36,0 9 meses 43,3 46,3

1 mês 35,5 39,0 10 meses 43,8 46,6

2 meses 37,5 40,9 11 meses 44,4 47,0

3 meses 38,8 42,1 12 meses 45,0 47,5

4 meses 39,5 43,0 15 meses 45,5 48,3

5 meses 40,8 43,8 18 meses 46,0 49,1

6 meses 41,5 44,5 21 meses 46,5 49,8

7 meses 42,2 45,2 24 meses 47,0 50,5

8 meses 43,0 46,0 - - -


Fonte: NCHS, 1997 (Nacional Center for Health Statistcs)

Entretanto, destaca-se a relevância de encaminhamento precoce de


casos que, embora estejam em entre os percentis 10 e 90, tenham sofrido um
aumento súbito ou estejam estabilizados, sobretudo se existe concomitante
comprometimento do desenvolvimento.
FLUXOGRAMA
Perímetro cefálico fora da faixa de
normalidade

Encaminhar para avaliação médica


para afastar diagnóstico de microcefalia ou hidrocefalia

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SAÚDE DA CRIANÇA 23

1.3.4.4 Estatura/Idade

O ganho de estatura é um bom parâmetro para avaliação do


crescimento da criança por ser acumulativo, progressivo e não sofrer regressões,
mas é lento para refletir o problema agudo de saúde e nutrição da criança. O
percentil 3 é o limite abaixo do qual a criança pode ser considerada com baixa
estatura.
Diante de déficits de estatura (< percentil 03) deve-se investigar a
causa (dieta insuficiente em quantidade e/ou qualidade e história de infecções de
repetição no passado ou ainda persistente no presente). Conduta: orientação
alimentar e cuidados gerais, objetivando a recuperação total ou parcial deste
déficit.

FLUXOGRAMA

Déficits muito acentuados (muito abaixo do


percentil 3) sobretudo em crianças de famílias
de boas condições socioeconômicas

Referenciar ao medico para afastar diagnóstico


de doenças metabólicas genéticas ou
infecções crônicas que interferem no crescimento.

1.3.4.5 Condutas Recomendadas para algumas Situações no


Desenvolvimento da Criança até 05 anos

1. Presença da resposta esperada para a idade: a criança está se


desenvolvendo bem e o profissional de saúde deve seguir o calendário de
consulta;
2. Falha em alcançar algum marco do desenvolvimento para a idade:
antecipar a consulta seguinte; investigar a situação ambiental da criança, a
relação com a mãe e a oferta de estímulos. Orientar a mãe para brincar e

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SAÚDE DA CRIANÇA 24

conversar com a criança durante os cuidados diários e realizar os estímulos


conforme a etapa funcional ou do desenvolvimento;
3. Persistência do atraso por mais de duas consultas ou ausência do
marco no último quadro sombreado: referenciar a criança para a
avaliação médica ou serviço de maior complexidade.

OBS.: Como roteiro de observação e identificação de crianças com prováveis


problemas de desenvolvimento, incluindo alguns aspectos psíquicos,
utilizar a ficha Acompanhamento do Desenvolvimento adotado pelo
Ministério da Saúde (consultar caderno de Atenção Básica nº 11 de Saúde
da Criança/MS, 2002, pág.93).

1.4 ROTEIRO PARA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS


PROFILÁTICOS

Vitamina A+D: a partir do 1º mês de vida para todas as crianças prematuras até
completar 6 meses. Após este período, manter conforme avaliação médica.

Vitamina A+D(CEME) 10 - 12 gotas/dia

Sulfato ferroso: profilático até 2 anos, da seguinte forma:


- Lactentes a termo em aleitamento exclusivo: a partir do 6º mês,
1mg/kg/dia;
- Lactentes a termo em aleitamento misto: a partir do 4º mês,1mg/kg/dia;
- Lactentes prematuros ou com baixo peso ao nascer: após 30º dia de
vida 2mg/kg/dia por dois meses. A seguir, manter esquema 1mg/kg/dia até
24 meses de vida. Ex.: Criança 2kg 2mg x peso 2mg x 2kg = 4mg
Se o sulfato ferroso apresenta 25 mg em 20 gotas, é usada
a regra de três:
4 mg x gotas
25 mg 20 gotas Resultado = 3 gotas por dia.
Vitamina A (mega dose):
- 100.000 UI = a partir do 6º mês de vida, uma dose apenas até 1 ano.
- 200.000 UI = a partir de 01 ano, a cada 6 meses até completar 05 anos.

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SAÚDE DA CRIANÇA 25

1.5 CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA SES/MG ADOTADO


PELO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS

IDADE VACINAS
Nascimento BCG/ Hepatite B
2 meses Hep. B(2) Pólio e tetravalente (1)
4 meses Pólio e tetravalente (2)
6 meses Pólio e tetravalente (3) ; Hep.B (3)
9 meses Febre amarela
12 meses Tríplice viral
15 meses Pólio e DTP
5 anos DTP (2-R) ; Tríplice viral
10 anos BCG®

Atentar para a formação da cicatriz da BCG, caso não se forme ou fique com
cicatriz < 3 mm, revacinar 06 meses após a primeira aplicação.
dT de 10 em 10 anos, contados a partir da última dose de DTP;
Reforço de Febre Amarela de 10 em 10 anos;

1.6 EVENTOS ADVERSOS

As reações pós-vacinais devem ser investigadas e notificadas em formulário


próprio, que deve ser encaminhado à Seção de Vigilância Epidemiológica.
Em caso de evento local grave relacionado a BCG, encaminhar ao
ambulatório de Tisiologia (Policlínica Dr. Carlos José do Espírito Santo) para
avaliação médica, com ficha de eventos adversos preenchida.

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SAÚDE DA CRIANÇA 26

1.7 ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA


INFÂNCIA - AIDPI

O objetivo da estratégia AIDPI não é estabelecer um diagnóstico de uma


determinada doença, mas identificar sinais clínicos que permitam avaliar, classificar e
realizar a assistência requerida; realizar encaminhamento urgente a um hospital,
tratamento ambulatorial ou orientação para cuidados e vigilância no domicílio.
Os enfermeiros capacitados para a aplicação da estratégia AIDPI estão
habilitados a implementar todas as ações preconizadas, inclusive as terapias
medicamentosas.
As condutas de atenção integrada incluem os tratamentos de crianças
doentes que chegam à atenção básica; entretanto, não incluem todas as doenças que
acometem essa faixa etária, e sim, as doenças prevalentes que contribuem para o
aumento da morbi mortalidade infantil.
A estratégia AIDPI é apresentada em uma série de quadros que mostram a
seqüência e a forma dos procedimentos a serem adotados pelos profissionais de
saúde, que descrevem os seguintes passos (ver manual de quadros do AIDPI):
1. Avaliar a criança doente de 02 meses a 05 anos de idade ou de 01 semana a
02 meses de idade;
2. Classificar a doença;
3. Identificar o tratamento;
4. Tratar a criança;
5. Aconselhar a mãe ou o acompanhante;
6. Consulta de retorno.

O AIDPI contempla alguns aspectos:


Sinais gerais de perigo;
Tosse ou dificuldade para respirar;
Diarréia;
Febre;
Problema no ouvido;
Desnutrição;
Anemia;
Alimentação.

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SAÚDE DA CRIANÇA 27

No conjunto das ações, são enfatizadas as práticas de cuidados


domiciliares que visam a prevenção do agravamento dos quadros e a recuperação da
saúde.

Veja o manual de quadros de conduta que subsidia as ações da estratégia na parte


de AIDPI.

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Parte II
SAÚDE DO ADOLESCENTE

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SAÚDE DO ADOLESCENTE 29

ÍNDICE

2.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 30
2.2 OBJETIVOS........................................................................................................ 30
2.3 POPULAÇÃO ALVO ......................................................................................... 30
2.4 CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ADOLESCENTES....................... 30
2.4.1 Anamnese................................................................................................ 31
2.4.2 Exame Físico........................................................................................... 31
2.4.3 Solicitação de Exames Laboratoriais de Rotina............................... 32
2.5 CONSULTA ESPECÍFICA........................................................................ 32
2.5.1 Ginecológica..................................................................................... 32
2.5.2 Ações complementares.................................................................... 33
2.5.3 Práticas Educativas Coletivas.......................................................... 33
2.5.4 Prescrição........................................................................................ 33

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SAÚDE DO ADOLESCENTE 30

2.1 INTRODUÇÃO

A adolescência compreende a faixa etária que vai dos 10 aos 19 anos


de idade. É nesse período que ocorrem importantes transformações no corpo
(puberdade), no modo de pensar e agir e no desempenho dos papéis sociais.
Essas transformações, tanto físicas quanto emocionais e sociais, provocam
mudanças importantes nas relações do adolescente com ele mesmo, com a família
e com os amigos e companheiros. Com tudo isso acontecendo, os adolescentes
podem adotar alguns comportamentos de risco associados à expressão da
sexualidade, ao envolvimento com atos violentos ou uso/abuso de drogas. Cada
um desses eventos pode trazer conseqüências danosas para a saúde, sofrimento
para seus familiares e prejuízo para toda a sociedade.

2.2 OBJETIVOS

Atender ao adolescente numa visão biopsicossocial, enfatizando a


promoção da saúde, prevenção dos agravos, tratamento e reabilitação,
visando a melhoria da sua qualidade de vida;
Acompanhar o crescimento e desenvolvimento do adolescente.

2.3 POPULAÇÃO ALVO

Adolescentes na faixa etária de 10 a 19 anos.

2.4 CONSULTA DE ENFERMAGEM COM ADOLESCENTES

A consulta com o adolescente deve obedecer , na medida do possível,


as seguintes etapas:
1)Entrevista com a família
2) Entrevista só com o adolescente

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SAÚDE DO ADOLESCENTE 31

3)Exame físico do adolescente


4)Diagnóstico e Plano de Cuidados

2.4.1 Anamnese

Motivo da consulta
Coletar dados sócio-econômicos e culturais
Antecedentes pessoais
Antecedentes familiares, estrutura e dinâmica familiar;
Nível de escolaridade , anos aprovados, rendimento escolar e interesse.
Hábitos sociais, aceitação no grupo social, amigos,namoro, atividades
realizadas, prática de esporte;
Uso de drogas lícitas e ilícitas;
Hábitos alimentares;
Sono e repouso;
Pensamentos ou tentativas prévias de suicídio,
Ambições (Motivações, planos para o futuro)
Antecedentes gineco-urológicos: menarca/espermarca, ciclos menstruais,
doenças sexualmente transmissíveis; secreção peniana alterada,
gestações, abortamentos e filhos;
Sexualidade: dúvidas, atividade sexual, preferência sexual, número de
parceiros, idade de início das relações sexuais; problemas durante o
coito, uso de métodos contraceptivos, abuso sexual.

2.4.2 Exame Físico

Avaliação de:
Aspecto geral;
índice de massa corpórea, peso para idade, estatura para idade e
velocidade de crescimento (gráfico);
Pele (acne) e anexos;
Acuidade visual e auditiva;

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SAÚDE DO ADOLESCENTE 32

Boca e dentes;
Pescoço e tireóides;
Tórax e mamas;
Aparelho cardiovascular;
Abdômen;
Aparelho geniturinário;
Escala de Tanner ;
Extremidades.

2.4.3 Solicitação de Exames Laboratoriais de Rotina:

OBSERVAÇÃO: A solicitação dos exames será criteriosa.


Vide condutas de:
- Saúde da mulher (Pré-natal, Prevenção de Câncer de Mama e Colo
Uterino);
- DST s/AIDS;
- Planejamento Familiar.

2.5 CONSULTA ESPECÍFICA

2.5.1 Ginecológica
Idade ginecológica (data da menarca);
Exame das mamas;
Exame especular e coleta de material para colpocitologia oncótica e
exame a fresco;
Orientação sexual com prescrição de método contraceptivo, prevenção e
tratamento de vulvovaginites e DST s.

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SAÚDE DO ADOLESCENTE 33

2.5.2 Ações Complementares

Referências para consultas e serviços especializados e práticas


educativas coletivas.

2.5.3 Práticas educativas coletivas

Temas a serem trabalhados: Planejamento familiar; DST/AIDS;


sexualidade; auto-exame de mamas; câncer cérvico-uterino e de mamas;
uso de drogas lícitas e ilícitas; alterações corporais e psico-emocionais
durante a puberdade; gestação na adolescência; entre outros.

2.5.4 Prescrição
Vide condutas de:
Saúde da mulher (Pré-natal, Prevenção de Câncer de Mama e Colo
Uterino);
DST s/AIDS;
Planejamento Familiar.

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Parte III
SAÚDE DA MULHER

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SAÚDE DA MULHER

ÍNDICE
3.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 37
3.2 OBJETIVO GERAL...................................................................................................... 37
3.3 POPULAÇÃO ALVO.................................................................................................... 37
3.4 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÙTERO E MAMA................................... 37
3.4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 37
3.4.2 OBJETIVOS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM.......................................... 38
3.4.3 PÚBLICO ALVO................................................................................................ 38
3.4.4 PERIODICIDADE PARA REALIZAÇÃO DO PAPANICOLAU.......................... 39
3.4.5 CONSULTA DE ENFERMAGEM....... .............................................................. 39
3.4.5.1 Anamnese...................................................................................................... 39
3.4.5.2 Exame Físico................................................................................................. 39
3.4.5.2.1 Mamas........................................................................................................ 40
3.4.5.2.2 órgãos genitais externos............................................................................ 41
3.4.5.3 Coleta de Material para o Papanicolau.......................................................... 41
3.4.5.4 Teste de Schiller............................................................................................ 42
3.4.5.5 Teste das Aminas/ ou KOU .......................................................................... 42
3.4.5.6 Solicitação de Exames .................................................................................. 43
3.4.5.7 Prescrição...................................................................................................... 43
3.4.5.8 Seguimentos/Resultados dos Exames.......................................................... 43
3.4.6 Papanicolau...................................................................................................... 43
3.4.7 Competências dos Integrantes da Equipe de Saúde........................................ 45
3.5.7.1 Agente Comunitário de Saúde...................................................................... 45
3.5.7.2 Auxiliar de Enfermagem................................................................................. 45
3.5.7.3 Enfermeiro..................................................................................................... 46
3.5.7.4 Médico .......................................................................................................... 46
3.6 PRÉ-NATAL................................................................................................................ 48
3.6.1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 48
3.6.2 OBJETIVO........................................................................................................ 48
3.6.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ...................................................................... 48
3.6.4 CALENDÁRIO MÍNIMO DE ATENDIMENTO................................................... 50
3.6.5 CONSULTA DE PRÉ-NATAL .......................................................................... 50
3.6.5.1 ANAMNESE................................................................................................... 50
3.6.5.1.1 Roteiro da primeira consulta....................................................................... 50
3.6.5.2 SOLICITAÇÃO DE EXAMES......................................................................... 53
3.6.5.2.1 Primeira Consulta....................................................................................... 53
3.6.5.2.2 Consultas subseqüentes............................................................................ 54
3.6.5.3 MÉTODOS PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) ................... 55
3.6.5.4 SOLICITAÇÃO DE ULTRA SOM................................................................... 56
3.6.5.5 MÉTODO PARA CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP)...... 56
3.6.6 EXAME FÍSICO............................................................................................. 57
3.6.7 CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO DA GESTANTE PARA O ALTO
RISCO ....................................................................................................................... 58
3.6.8 ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS EXAMES.................... 61
3.6.8.1 Tipagem Sanguínea............................................................................ 61
3.6.8.2 Dosagem de Hemoglobina (Hb) ........................................................... 61
3.6.8.3 Sorologia para Sífilis (Vdrl) .................................................................. 62
3.6.8.4 Glicemia de Jejum.............................................................................. 62
3.6.8.4.1 Detectar Diabetes Mellitus Gestacional............................................... 62
3.6.8.4.2 Fatores de risco............................................................................... 62
3.6.8.5 Urina Rotina .................................................................................................. 63
3.6.8.5.1 Tratamento de infecção urinária ................................................................ 64
3.6.8.6 Toxoplasmose.................................................................................... 64
3.6.8.7 Rubéola............................................................................................ 65

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SAÚDE DA MULHER

3.6.8.8 Anti-HIV............................................................................................ 65
3.6.8.9 Citologia oncótica............................................................................... 65
3.6.9 OUTROS ACHADOS CLÍNICOS............................................................. 65
3.6.9.1 Hipertensão....................................................................................... 65
3.6.9.2 Edema.............................................................................................. 66
3.6.9.3 Ganho de peso 67
3.6.10 ACOMPANHAMENTO DA MEDIDA DA ALTURA UTERINA/
CRESCIMENTO FETAL......................................................................... 67
3.6.11 VACINAÇÃO DA GESTANTE........................................................................ 67
3.6.12 QUEIXAS MAIS FREQÜENTES NA GESTAÇÃO NORMAL E
CONDUTAS................................................................................................... 69
3.6.13 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE................ 73
3.6.13.1 Agente Comunitário de Saúde e Auxiliar de Enfermagem ......................... 73
3.6.13.2 Enfermeiro .................................................................................................. 74
3.7 PLANEJAMENTO FAMILIAR............................................................................. 76
3.7.1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 76
3.7.2 OBJETIVO........................................................................................... 76
3.7.3 ATIVIDADES EDUCATIVAS................................................................... 76
3.7.4 CONSULTA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR .......................................... 77
3.7.4.1 Atividades Clínicas.............................................................................. 77
3.7.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS PRESCRITOS PELO ENFERMEIRO......... 77
3.7.6 ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL............................................ 78
3.7.6.1 Critérios para a Escolha do Método Anticoncepcional................................. 78
3.7.6.1.1 Naturais (calendário, Billings, temperatura, sinto-térmico)......................... 78
3.7.6.1.2 Barreira.......................................................................................... 78
3.7.6.1.2.1 Preservativo Masculino/Feminino.................................................... 78
3.7.6.1.2.2 Diafragma.................................................................................... 79
3.7.6.1.3 Anticoncepcional Hormonal Oral........................................................ 79
3.7.6.1.4 DIU (Dispositivo Intra-Uterino)........................................................... 80
3.7.6.1.5 Métodos Definitivos.......................................................................... 81
3.7.6.1.6 Anticoncepção de Emergência ................................................................. 83
3.7.7 ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA ...................................................... 84
3.7.8 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE.................. 86
3.7.8.1 Enfermeiro..................................................................................................... 86
3.7.8.2 Médico........................................................................................................... 87
3.7.8.3 Agente Comunitário de Saúde...................................................................... 87
3.8 PUERPÉRIO.................................................................................................. 88
3.8.1 CONCEITO.......................................................................................... 88
3.8.2 CONSULTA DA PUÉRPERA.................................................................. 88
3.8.2.1 Exame Físico ....................................................................................... 89
3.8.2.2 Condutas nas Intercorrências Comuns na Amamentação............................ 89
3.8.2.2.1 Fissuras ..................................................................................................... 89
3.8.2.2.2 Ingurgitamento Mamário.................................................................... 90
3.8.2.2.2.1 Prevenção ................................................................................... 90
3.8.2.2.2.2 Cuidados com a mama ingurgitada ................................................. 91
3.8.2.2.3 Ordenha Manual............................................................................... 91
3.8.2.3 Avaliação da Mamada......................................................................... 92
3.8.3 ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO NO DOMICÍLIO.................................. 93
3.8.3.1 Avaliação do RN no Domicílio.............................................................. 93
3.8.3.2 Cuidados com o Recém-Nascido no Domicílio............................................. 95
3.8.4 DETECTAR SINAIS E SINTOMAS DE INFECÇÃO PUERPERAL.................. 97
3.8.4.1 Fluxograma para Avaliação das Mamas ................................................. 98

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SAÚDE DA MULHER 37

3.1 INTRODUÇÃO

O papel da Mulher na sociedade brasileira tem mudado nas últimas


décadas. Isso se reflete na crescente participação da população feminina na força
de trabalho e como chefe de família, nas mudanças de comportamento quanto ao
controle da reprodução e na maior organização política, através de movimentos
específicos de mulheres.
O aumento da expectativa de vida da mulher, as mudanças nos hábitos
do cotidiano e as modificações do padrão demográfico apontam para a
necessidade de uma adequada capacitação dos profissionais de saúde para
responder às demandas de saúde dessa população.
Busca-se aqui, estabelecer critérios para um melhor desenvolvimento
das atividades que se referem à promoção e recuperação da saúde da mulher. O
material foi elaborado com base nas publicações do Ministério da Saúde nas
diversas áreas temáticas.

3.2 OBJETIVO GERAL

Atender as necessidades da mulher em diferentes fases da vida,


considerando-a como um ser holístico e contribuindo para o exercício pleno
de sua cidadania.

3.3 POPULAÇÃO ALVO

Mulheres da população em geral.

3.4 PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E MAMA

3.4.1 INTRODUÇÃO

A mortalidade por câncer de colo de útero é totalmente evitável, uma


vez que existem ações para seu controle e tecnologias para o diagnóstico e

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SAÚDE DA MULHER 38

tratamento de lesões precursoras que permitem a cura em 100% dos casos


diagnosticados na fase inicial.
O exame citopatológico ou de Papanicolau se tornou uma técnica de
alta eficácia e baixo custo na detecção precoce das lesões iniciais provocadas
pelo agente do câncer de colo de útero e tem sido amplamente adotado em
diversos países, dentre eles o Brasil, por meio do Ministério da Saúde como
método de prevenção desse tipo de câncer.
Durante a consulta de enfermagem à mulher, deve-se além de
proceder ao exame Papanicolau, realizar o exame clínico das mamas, assim
como orientar e estimular o auto exame das mamas, uma vez que o câncer de
mama é um dos mais freqüentes em incidência e mortalidade no sexo feminino.
Sendo o profissional enfermeiro um educador em saúde por
excelência, torna-se de suma importância que este profissional esteja preparado
para atuar na dimensão do cuidar, prevenindo e detectando o câncer cérvico-
uterino e de mamas, contribuindo para redução da morbi mortalidade por estas
patologias.

3.4.2 OBJETIVOS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM

Realizar a coleta do exame citopatológico, possibilitando a detecção


precoce do câncer de colo de útero;
Realizar o exame das mamas, assim como orientar e estimular as usuárias
em relação ao auto-exame periódico.

3.4.3 PÚBLICO ALVO

O exame Papanicolau deve ser realizado em toda mulher com vida


sexual ativa ou a partir dos 18 anos de idade;
O exame clínico das mamas, assim como as orientações em relação ao
auto-exame devem ser realizadas juntamente com o Papanicolau ou
sempre que houver demanda para o mesmo;
Pacientes histerectomizadas devem realizar coleta de exame
papanicolau.

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SAÚDE DA MULHER 39

3.4.4 PERIODICIDADE PARA REALIZAÇÃO DO PAPANICOLAU

A coleta do Papanicolau deverá ser feita anualmente, até que após 2


exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos um novo exame
seja feito;
As mulheres que se enquadrarem no grupo de risco deverão realizar o
exame com a freqüência (anual ou a cada seis meses) a critério do
profissional.

3.4.5 CONSULTA DE ENFERMAGEM

3.4.5.1 Anamnese

Motivo da consulta; queixa da paciente;


Início e tempo de duração dos sintomas;
Historia pessoal;
Historia familiar;
Historia Gineco-obstetrica:
o Data da ultima menstruação;
o Ciclo menstrual (duração, intervalo, regularidade e dismenorréia)
o Menarca, coitarca, número de parceiros;
o Uso de método anticoncepcional, tipo e tempo de uso. Avaliação da
adequação do método utilizado;
o Citologia oncótica anterior;
o Historia de alteração das mamas;
o Nº de gestações, nº de partos, nº de abortos, nº de cesarianas, nº de
filhos nascidos vivos, nº de filhos vivos atualmente, natimortos,
óbitos neonatais e malformações congênitas, amamentação;
o Levantamento das necessidades básicas;

3.4.5.2 Exame Físico

Dados vitais;
Inspeção de pele, mucosa e palpação de gânglios.

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SAÚDE DA MULHER 40

3.4.5.2.1 Mamas

O exame deve ser feito com a mulher sentada e depois, repetido com
ela deitada. O examinador deve se posicionar à frente da mulher e proceder da
seguinte maneira:

A) Inspeção Estática:
Com os membros superiores ao longo do corpo, observar se as mamas
são simétricas, se existem abaulamentos, retrações ou alterações de pele
(hiperemia, edema ou ulceração) ou das papilas (descamação ou erosão) e
saída espontânea de secreção.
B) Inspeção Dinâmica
Solicitar que a mulher eleve os braços ao longo do segmento cefálico e que
ela coloque as mãos atrás da nuca, fazendo movimentos de abrir e fechar
os braços, observar presença de abaulamento, retrações ou exacerbação
de assimetrias.
C) Palpação
Dos linfonodos: colocar a mulher sentada, apoiar o braço do lado a ser
examinado, sobre o braço do examinador. Palpar os linfonodos cervicais,
supra-claviculares, infra-claviculares e axilares;
Das mamas: colocar a mulher em decúbito dorsal, sem travesseiro e com
as mãos atrás da nuca. Palpar todos os quadrantes, iniciando a palpação
com a face palmar dos dedos sempre de encontro ao gradeado costal, de
forma suave, no sentido horário, partindo da base da mama para a papila,
até o prolongamento axilar, pesquisando a presença de nódulos.
D) Expressão da Aréola e Papila Mamária
É realizado após a palpação da mama, com a mulher deitada. Fazer a
expressão suave da mama, desde a base até o complexo aréolo-papilar.
Ocorrendo a saída de secreção observar a cor, odor e viscosidade.
o Colher amostra da descarga papilar;
o Colocar a paciente em posição ginecológica.

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SAÚDE DA MULHER 41

3.4.5.2.2 Órgãos genitais externos

Observar presença de:


o Lesões cutâneas;
o Distribuição do pelos;
o Abscessos da glândula de Bartolin;
o Aspecto do clitóris;
o Aspecto do meato uretral.
Ao esforço, verificar se ocorre prolapso das paredes vaginais anterior e
posterior ou perda de urina.
A) Exame especular
Inspecionar o colo uterino, anotando:
o Cor;
o Tamanho;
o Lacerações;
o Máculas;
o Neoformações.
Inspecionar o orifício do colo, anotando:
o Tamanho;
o Forma;
o Cor ;
o Presença de secreções e/ou pólipos.
Inspecionar as paredes vaginais, anotando:
o Presença de lacerações;
o Lesões verrucosas;
o Ulcerações.

3.4.5.3 Coleta de material para o Papanicolau

A coleta para o Papanicolau consiste na retirada das células do colo do


útero, através de uma espátula de madeira passada na ectocérvice e de uma
escova endocervical introduzida na endocérvice.
Ectocérvice: é a porção externa do colo uterino, constituída pelo epitélio
escamoso estratificado, onde deve-se apoiar o lado da espátula de Ayres

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SAÚDE DA MULHER 42

no orifício cervical externo e fazer um movimento rotativo de 360º,


acompanhando todo o seu formato. Em seguida, fazer um esfregaço do
material na lâmina, próxima da extremidade fosca, transversal ao eixo da
lâmina;
Endocérvice: é a porção interna do colo uterino, localizada no canal
cervical, possuindo o epitélio colunar simples, onde se deve introduzir toda
a cerda da escovinha endocervical. Sem forçar, fazer um movimento
rotativo de uma volta completa e colher o material. A seguir colocar o
material sobre a lâmina, fazendo a escova girar longitudinalmente ao eixo
da lâmina no sentido contrário ao que foi feita a coleta e na parte distal da
extremidade fosca da lâmina.
A seguir proceder à fixação imediata da lâmina.

3.4.5.4 Teste de Schiller

O teste de Schiller consiste na aplicação de uma solução de lugol a 2%


sobre o colo, em quantidade abundante, retirando-se em seguida o excesso com
gaze.
A realização do teste de Schiller, após a coleta é muito importante
porque diante de um iodo negativo deve-se encaminhar a paciente para a
colposcopia.
A sua interpretação se dá pelo grau de impregnação do iodo contido no
lugol, pelo glicogênio das células.
Para Iodo Positivo e/ou Claro: interpretar o teste de Schiller como
negativo;
Para Iodo Negativo: interpretar o teste de Schiller como positivo.

3.4.5.5 Teste das Aminas/ ou KOH

Considerado como teste barato e rápido, consiste na aplicação de uma


gota de KOH 10% em uma gota do conteúdo vaginal, retirada após coleta do
material para o papanicolau, sugere-se utilizar espátula de Ayres. Deve ser usado
naquela pacientes onde exista presença de leucorréia.
Teste positivo: cheiro de peixe podre após aplicação da solução.

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SAÚDE DA MULHER 43

3.4.5.6 Solicitação de Exames

Quando houver necessidade poderão se pedidos os seguintes exames:


Teste imunológico de gravidez;
VDRL;
Hemograma completo;
Glicemia de Jejum;
HIV;
Urina rotina;
EPF;
Descarga papilar;
Secreção vaginal a fresco, gram e cultura.

3.4.5.7 Prescrição

Conforme a necessidade, segundo este protocolo na parte de


DST/AIDS.

3.4.5.8 Seguimentos/Resultados dos Exames

Conforme este protocolo na parte de DST/AIDS.

3.4.6 Papanicolau

Diante de alterações evidenciadas no momento do exame como


presença de pólipos, teste de Schiller positivo ou outros achados anormais que
não se classifiquem no protocolo de DST encaminhar para a consulta médica.

Atenção: São campos obrigatórios no formulário de PCCU: nome da mãe, DUM,


endereço e nome completo da usuária.

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SAÚDE DA MULHER 44

FLUXOGRAMA PARA REALIZAÇÃO DO EXAME DE PAPANICOLAOU

EXAME DE PAPANICOLAOU

Busca ativa em todos os setores da


UBS, na comunidade, grupos e
visitas domiciliares

Avaliar os exames de citologia


oncótica anteriores

Realizou o Nunca fez Tem um Tem 2 ou mais


exame, mas o exame resultado resultados
não tem o normal há mais consecutivos sendo
resultado de um ano as citologias
normais

Realizar o exame o Orientar a realização de


mais breve possível novo exame a cada 3
anos.

Mulher com Orientar retorno


histerectomia anual e papanicolau
parcial

Mulher com Orientar retorno


histerectomia anual e papanicolau
total a cada 3 anos

FONTE: SMS / Montes Claros, 2000 (Adaptado).

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SAÚDE DA MULHER 45

3.4.7 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE

3.4.7.1 Agente Comunitário de Saúde

Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,


principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Agendar o exame para as mulheres identificadas;
Priorizar o agendamento para aquelas mulheres que nunca realizaram o
exame citopatológico na vida e para aquelas na faixa etária de risco para
desenvolver o câncer de colo de útero (35 aos 49 anos);
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico, e de mamas, assim como o auto exame das mamas, como
método de prevenção e diagnostico precoce do câncer.
Conferir e enviar o material coletado (lâmina) para laboratório de referência
(conforme organização do serviço).
Agendar retorno da paciente para entrega do resultado do exame para
médico(a) ou enfermeiro(a), conforme rotina do serviço.

3.4.7.2 Auxiliar de Enfermagem

Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,


principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico e de mamas, assim como o auto-exame das mamas como
método de prevenção do câncer;
Preparar e esterilizar todo o material necessário para realização do exame
citopatológico.
Conferir e enviar o material coletado (lâmina) para laboratório de referência
(conforme organização do serviço).

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SAÚDE DA MULHER 46

3.4.7.3 Enfermeiro

Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,


principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico, e de mamas, assim como o auto-exame das mamas como
método de prevenção do câncer;
Realizar a consulta de enfermagem. Se houver sintomatologia importante
ou o exame físico for conclusivo para alguma patologia específica,
encaminhar ao médico;
Capacitar a equipe de saúde em relação ao câncer de colo de útero e
mama destacando a importância da prevenção do mesmo através do
diagnóstico precoce;
Supervisionar e capacitar o auxiliar de enfermagem no preparo e
esterilização do material necessário para a coleta do exame;
Avaliar os resultados de exames citopatológicos realizados e orientar a
conduta;
Encaminhar para consulta médica/colposcopia quando necessário.

3.5.4 Médico

Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres,


principalmente as de vida sexual ativa para a realização do exame
citopatológico e de mamas;
Orientar sobre a importância da realização periódica do exame
citopatológico, e de mamas, assim como o auto-exame das mamas como
método de prevenção do câncer ;
Realizar consulta médica ginecológica;
Capacitar a equipe de saúde em relação ao câncer de colo de útero e
mama, principalmente a importância da prevenção do mesmo através do
diagnóstico precoce;

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SAÚDE DA MULHER 47

Avaliar os resultados de exames citopatológicos realizados;


Quando capacitado realizar colposcopia;
Encaminhar para o atendimento especializado quando necessário

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SAÚDE DA MULHER 48

3.6 PRÉ-NATAL

3.6.1 INTRODUÇÃO

O pré-natal se reveste da maior importância, sobretudo em países


como o Brasil, onde, apesar das melhorias implantadas no sistema de saúde, são
encontradas elevadas taxas de mortalidade materno-fetal. Não se põe em dúvida
que a atenção dispensada pelo enfermeiro durante o pré-natal é um elemento de
proteção para a saúde da mulher e do feto, permitindo a diminuição das
complicações que podem surgir no decorrer da gravidez.
Para que a gravidez transcorra com segurança, são necessários
cuidados da própria gestante, do parceiro, da família e, especialmente dos
profissionais de saúde. Nesse sentido, foi elaborado este protocolo de
atendimento de enfermagem ao pré-natal de risco habitual.
É importante salientar que a gestante deverá ser captada o mais
precoce possível (primeiro trimestre).

3.6.2 OBJETIVO

Prestar assistência à gestante de baixo risco de maneira adequada e eficaz


com acesso facilitado, possibilitando a detecção precoce e
acompanhamento de qualquer agravo que comprometa o binômio
mãe/filho.

3.6.3 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

O diagnóstico de gravidez pode ser feito pelo Médico ou Enfermeiro da


Unidade Básica, de acordo com:

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SAÚDE DA MULHER 49

FONTE: Ministério da Saúde / 2002.

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SAÚDE DA MULHER 50

3.6.4 CALENDÁRIO MÍNIMO DE ATENDIMENTO

Após confirmação da gravidez, dá-se o início do acompanhamento da


gestante observando o seguinte calendário:

Até 36ª semana 1 consulta mensal


Apósª a 36ª semana 1 consulta quinzenal

Frente a qualquer alteração, ou se o parto não ocorrer até sete dias


após a data provável, a gestante deverá ter consulta médica assegurada.

As consultas preferencialmente devem ser feitas intercalando médico e


enfermeiro, que trabalharão em conjunto, potencializando suas ações. Porém,
caso o Enfermeiro opte por realizá-las sozinho de acordo com a lei do exercício
profissional (Decreto nº 94.406/87), o pré-natal de baixo risco pode ser
inteiramente acompanhado pelo mesmo.

É assegurado o direito a gestante de no mínimo 6 consultas de pré-natal.

3.6.5 CONSULTA DE PRÉ-NATAL

3.6.5.1 ANAMNESE

3.6.5.1.1 Roteiro da primeira consulta


A) Identificação:
- idade;
- cor;
- naturalidade;
- procedência;
- endereço atual.

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SAÚDE DA MULHER 51

B) Dados sócio-econômicos e culturais:


- grau de instrução;
- profissão/ocupação;
- situação conjugal;
- número e idade de dependentes (avaliar sobrecarga de trabalho
doméstico);
- renda familiar per capita; pessoas da família que participam da força de
trabalho;
- condições de moradia (tipo, nº de cômodos, alugada/própria);
- condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
C) Motivos da consulta:
- assinalar se foi encaminhada pelo agente comunitário ou se procurou
diretamente a unidade;
- se existe alguma queixa que a fez procurar a unidade descrevê-la.
D) Antecedentes familiares, especial atenção para:
- hipertensão;
- diabetes;
- doenças congênitas;
- gemelaridade;
- câncer de mama;
- hanseníase;
- tuberculose e outros contatos domiciliares (anotar a doença e o grau de
parentesco).
E) Antecedentes pessoais, especial atenção para:
- hipertensão arterial;
- cardiopatias;
- diabetes;
- doenças renais crônicas;
- anemia;
- transfusões de sangue;
- doenças neuropsiquiátricas;
- viroses (rubéola e herpes);
- cirurgia (tipo e data);

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SAÚDE DA MULHER 52

- hanseníase;
- tuberculose.
F) Sexualidade:
- início da atividade sexual (idade da primeira relação);
- desejo sexual (libido);
- orgasmo (prazer);
- dispareunia (dor ou desconforto durante o ato sexual);
- prática sexual nesta gestação ou em gestações anteriores;
- número de parceiros;
- ciclos menstruais (duração, intervalo e regularidade);
- uso de métodos anticoncepcionais (quais, por quanto tempo e motivo
do abandono);
- infertilidade e esterilidade (tratamento);
- doenças sexualmente transmissíveis (tratamentos realizados, inclusive
do parceiro);
- cirurgias ginecológicas (idade e motivo);
- mamas (alteração e tratamento);
- última colpocitologia oncótica (data e resultado).
G) Antecedentes obstétricos:
- número de gestações (incluindo abortamentos, gravidez ectópica, mola
hidatiforme);
- número de partos (domiciliares, hospitalares, vaginais espontâneos,
fórceps, cesáreas - indicações);
- número de abortamentos (espontâneos, provocados, complicados por
infecções, curetagem pós-abortamento);
- número de filhos vivos;
- idade da primeira gestação;
- intervalo entre as gestações (em meses);
- número de recém-nascidos: pré-termo (antes da 37ª semana de
gestação), pós-termo (igual ou mais de 42 semanas de gestação);
- número de recém-nascidos de baixo peso (menos de 2500g) e com
mais de 4000g;

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SAÚDE DA MULHER 53

- mortes neonatais precoces - até 7 dias de vida (número e motivos dos


óbitos);
- mortes neonatais tardias - entre 7 e 28 dias de vida (número e motivo
dos óbitos);
- natimortos (morte fetal intra-útero e idade gestacional em que ocorreu);
- recém-nascidos com icterícia neonatal, transfusão,
exsanguinotransfusões;
- intercorrências ou complicações em gestações anteriores (especificar);
- complicações nos puerpérios (descrever);
- intervalo entre o final da última gestação e o início da atual.
H) Gestação atual:
- data do primeiro dia da última menstruação - DUM (anotar certeza ou
dúvida);
- data provável do parto - DPP;
- data da percepção dos primeiros movimentos fetais.
- sinais e sintomas na gestação em curso;
- medicamentos usados na gestação;
- a gestação foi ou não desejada;
- hábitos: fumo (número de cigarros/dia), álcool e uso de drogas ilícitas;
- ocupação habitual (esforço físico intenso, exposição a agentes químicos
e físicos potencialmente nocivos, estresse).

Durante a primeira consulta a gestante deverá ser cadastrada no


SISPRENATAL Deverá também ser preenchido e entregue o Cartão da Gestante,
e encaminhada para a realização do CARTÃO SUS.

3.6.5.2 SOLICITAÇÃO DE EXAMES

3.6.5.2.1 Primeira consulta


Grupo sangüíneo e fator Rh;
Coombs indireto se necessário;
Hemograma;

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SAÚDE DA MULHER 54

Sorologia para sífilis (VDRL);


Glicemia em jejum;
Exame de urina rotina + gram;
Urocultura com antibiograma se necessário;
Teste Anti HIV;
Rubéola IgM/IgG;
Toxoplasmose IgM/IgG;
Exame parasitológico de fezes;
Colpocitologia oncótica;
Bacterioscopia do conteúdo vaginal se necessário;
Ultra-som Obstétrico;
Anti Hbs Ag.

3.6.5.2.2 Consultas Subseqüentes


Teste de tolerância com sobrecarga oral de 75 g de glicose anidra em 2
horas a partir da 20ª semana, ver fluxograma para detecção de Diabetes
Mellitus;
Repetir: VDRL, urina rotina e glicemia de jejum na 30ª semana gestacional
conforme rotina;
Outros exames conforme fluxogramas e ou orientações apresentados ao
longo do protocolo.
A) Roteiro das Consultas Subseqüentes
- revisão do cartão de pré-natal e anamnese atual;
- cálculo e anotação da idade gestacional;
- controle do calendário de vacinação;
- exame físico geral e gineco-obstétrico:
- determinação do peso;
- medida da pressão arterial;
- inspeção da pele e das mucosas;
- inspeção das mamas;
- palpação obstétrica e medida da altura uterina anotar no gráfico e
observar sentido da curva para avaliação do crescimento fetal;

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SAÚDE DA MULHER 55

- ausculta dos batimentos cardiofetais;


- pesquisa de edema;
- toque vaginal, exame especular e outros, se necessários;
- interpretação de exames laboratoriais e solicitação de outros, se
necessários. Esta atribuição caberá ao médico(a);
- acompanhamento das condutas adotadas em serviços clínicos
especializados;
- realização de ações e práticas educativas (individuais e em grupos);
- agendamento de consultas subseqüentes.

3.6.5.3 MÉTODOS PARA CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG):


a) Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida:
- uso do calendário - contar o número de semanas a partir do 1º dia da
última menstruação até a data da consulta. A data provável do parto
corresponde ao final da 40º semana, contada a partir da data do 1º dia
da última menstruação;
- uso de disco - instrução no verso do disco.
b) Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o
período do mês em que ela ocorreu:
- se o período foi no início, meio ou final do mês, considerar como data
da última menstruação os dias 5, 15 e 25, respectivamente; proceder,
então, à utilização de um dos métodos acima descritos.
c) Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos:
- Proceder ao exame físico:
Medir a altura uterina e posicionar o valor encontrado na curva
de crescimento uterino. Verificar a IG correspondente a esse
ponto;
Considerar IG muito duvidosa e assinalar com interrogação no
prontuário e no cartão da gestante;
Quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a IG e
a DPP serão inicialmente determinadas por aproximação,
basicamente, através da medida da altura do fundo do útero e do
toque vaginal,além da informação sobre a data de início dos

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SAÚDE DA MULHER 56

movimentos fetais. O toque vaginal poderá ser realizado


somente pelo(a) médico(a). Pode-se utilizar a altura uterina
juntamente com o toque vaginal, considerando os seguintes
parâmetros:
o até a 6ª semana não ocorre alteração do tamanho
uterino;
o na 8ª semana o útero correspondente ao dobro do
tamanho normal;
o na 10ª semana o útero corresponde a três vezes o
tamanho habitual;
o na 12ª semana enche a pelve de modo que é palpável
na sínfise púbica;
o na 16ª semana o fundo uterino encontra-se entre a
sínfise púbica e a cicatriz umbilical;
o na 20ª semana o fundo do útero encontra-se na altura
da cicatriz umbilical;
o a partir da 20ª semana, existe uma relação aproximada
entre as semanas da gestação e a medida da altura
uterina. Porém,
o esse parâmetro torna-se menos fiel, a medida que se
aproxima o termo.

3.6.5.4 SOLICITAÇÃO DE ULTRA-SOM

Quando não for possível determinar a idade gestacional clinicamente


deverá solicitar o mais precocemente o exame de ultra sonografia obstétrica.

3.6.5.5 MÉTODO PARA CÁLCULO DA DATA PROVÁVEL DO PARTO (DPP)


Calcula-se a data provável do parto levando-se em consideração a
duração média da gestação normal (280 dias ou 40 semanas a partir da DUM),
mediante a utilização de um calendário ou disco.

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SAÚDE DA MULHER 57

Uma outra forma de cálculo é somar sete dias ao primeiro dia da última
menstruação e adicionar nove meses ao mês em que ocorreu a última
menstruação.
Exemplos:
Data da última menstruação: 13/09/95;
Data provável do parto: 20/06/96;
Data da última menstruação: 27/06/95;
Data provável do parto: 04/04/96.

3.6.6 EXAME FÍSICO


Geral:
determinação do peso e avaliação do estado nutricional da gestante;
medida e estatura;
determinação da freqüência do pulso arterial;
medida da temperatura axilar;
medida da pressão arterial;
inspeção da pele e das mucosas;
palpação da tireóide;
ausculta cardiopulmonar;
exame do abdome;
palpação dos gânglios inguinais;
exame dos membros inferiores;
pesquisa de edema (face, tronco, membros);

Específico: gineco-obstétrico
exame mamas (orientado, também, para o aleitamento materno);
medida da altura uterina;
ausculta dos batimentos cardiofetais (a partir da 10ª com auxílio do
Sonar -Doppler e após a 24º semana com Pinnar);
identificação da situação e apresentação fetal (3º trimestre);
inspeção dos genitais externos;
exame especular se necessário:

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SAÚDE DA MULHER 58

a) inspeção das paredes vaginais;


b) inspeção do conteúdo vaginal;
c) inspeção do colo uterino;
d) coleta de material para exame colpocitológico (se necessário),
conforme protocolo de prevenção de câncer cérvico-uterino e de
mama;
toque vaginal, se necessário;
outros exames, se necessários;
educação individual (respondendo às dúvidas e inquietações da
gestante).

3.6.7 CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO DA GESTANTE PARA O ALTO


RISCO

Durante a primeira consulta deve se proceder anamnese minuciosa,


pois algumas mulheres correm risco ao engravidar, por possuírem problemas
anteriores de saúde que devem ser investigados. Outras, no entanto podem não
possuí-los, mas poderão desenvolvê-los durante a gestação e deverão ser
encaminhadas assim que identificados.

Doenças obstétricas
- Síndromes Hipertensivas da Gravidez;
- Pré- Eclampsia;
- Iminência de Eclampsia/ Eclampsia;
- Síndrome Help.

Síndromes Hemorrágicas
- Hemorragia na primeira e segunda metade da gravidez ;
- Abortamento;
- Abortamento habitual;
- Gravidez ectópica;
- Mola hidatiforme;
- Deslocamento cório amniótico;

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SAÚDE DA MULHER 59

- Placenta prévia;
- Deslocamento prematuro da placenta;
- Rotura uterina.

Desvios do crescimento
- Retardo do Crescimento Intra-uterino;
- Macrossomia Fetal;

Alterações da duração da gravidez


- Incompetência istmo-cervical;
- Trabalho de parto prematuro (confirmado com dinâmica + e/ou
apagamento/dilatação do colo uterino);
- Gestação prolongada.
Alterações do volume de líquido Amniótico
- Oligoâminio;
- Polidrâminio.

Intercorrências Clínicas
- Infecções;
- Infecção urinária recidivante;
- Toxoplasmose;
- Malária;
- Hanseníase;
- Rubéola;
- Citomegalovírus.

Doenças sexualmente Transmissíveis


- Sífilis;
- Hepatite B e C;
- Infecção pelo HIV;
- Infecção pelo Papiloma Vírus;
- Herpes Simples Vírus;
- Vaginose Bacteriana resistente ao primeiro tratamento.

Anemias
- Anemia Ferropriva c/ Hb<8.0%;

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SAÚDE DA MULHER 60

- Anemia Megaloblástica;
- Anemia Falciforme;
- Talassemias;
- Anemia Microangiopatica.

Endocrinopatias
- Diabetes Mellitus;
- Tireoidopatias;
- Hipotireoidismo;
- Crise Tireotóxica;
- Carcinoma de Tireóide.

Pneumopatias
- Asma;
- Pneumonia;
- Tuberculose.
Amniorrexe Prematura
Cardiopatias;
Corioamniote;
Hiperêmese;
Epilepsia;
Gestação Múltipla;
Hipertensão Arterial Crônica;
Isoimunização Materno Fetal (c/Coombs +);
Lupus Eritematoso Sistêmico;
Síndrome Antifosfolípede;
Tromboembolismo;
Óbito Fetal;
Adolescentes de 11 a 17 anos;
Maior de 35 anos;
História anterior de doenças psíquicas correlacionadas com o ciclo
Grávido Puerperal.

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SAÚDE DA MULHER 61

3.6.8 ROTEIRO PARA ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS EXAMES

3.6.8.1 Tipagem sanguínea

É importante na prevenção da doença hemolítica perinatal, que pode


determinar alto risco de morbi-mortalidade fetal.

RESULTADO CONDUTA
Solicitar teste de coombs indireto; se negativo, repeti-lo a
Mãe RH negativo e parceiro RH cada 4 semanas, a partir da 24a semana.
positivo ou RH desconhecido Quando o teste de coombs for positivo, referir ao pré-natal
de alto risco.

3.6.8.2 Dosagem de Hemoglobina (Hb)

RESULTADO CONDUTA
Ausência de anemia:
Suplementação de ferro a partir da 20ª semana; uma drágea
de sulfato ferroso/dia (40 a 60 mg de ferro elementar)
Hemoglobina>= 11g/dl
conforme disponibilidade nas unidades básicas de saúde.
Recomenda-se ingerir antes das refeições com suco de
frutas cítricas.
Anemia leve ou moderada:
Solicitar exame parasitológico de fezes e encaminhar para
tratamento se necessário;
Tratar anemia com 3 drágeas de sulfato ferroso, via oral/dia;
Repetir dosagem de hemoglobina entre 30 e 60 dias;
Hemoglobina<11 g/dl ou >8 g/dl Se os níveis estiverem subindo, manter o tratamento até a
hemoglobina atingir 11g/dl, quando deverá ser iniciada a
dose de suplementação (1 drágea ao dia) e repetir a
dosagem no 3º trimestre;
Se a Hb permanecer em níveis estacionários ou se cair,
referir a gestante ao pré-natal de alto risco.
Hemoglobina <8 g/dl Anemia grave referir ao pré-natal de alto risco

Recomenda-se também aliado a suplementação de ferro profilático, a


utilização do Ácido fólico na dose diária de 50 microgramas, porém, a prescrição
desse fármaco caberá ao médico.

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA


SAÚDE DA MULHER 62

3.6.8.3 Sorologia para Sífilis (VDRL)

Resultado Conduta

Resultado negativo Repetir entre 27ª e 33ª semanas (ideal


30ª semana)
Resultado positivo Encaminhar para avaliação médica para
tratamento.

3.6.8.4 Glicemia de Jejum

3.6.8.4.1 Detectar Diabetes Mellitus Gestacional


GESTANTE

PRIMEIRA CONSULTA GLICEMIA EM JEJUM

< 90 90

DOIS OU MAIS RASTREAMENTO


FATORES DE RISCO POSITIVO

NÃO SIM 90 - 109 110

GLICEMIA JEJUM TTG 75g - 2h À TTG 75g - 2h À


PARTIR DA 20ª IMEDIATAMENTE
RASTREAMENTO
SEMANA
NEGATIVO
< 90 90
< 140 140 < 140 140

ENCERRA DMG DMG

ENCAMINHAR O PRÉ-
NATAL DE ALTO RISCO

FONTE: Ministério da Saúde /2000

3.6.8.4.2 Fatores de risco:


Mais de 25 anos;
Parentes próximos com diabetes;

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SAÚDE DA MULHER 63

Teve filhos pesando mais de quatro kg ao nascer;


Teve abortos ou natimortos;
Teve filhos com má formação fetal;
É obesa ou aumentou muito de peso na gestação;
Teve polidrâminio, pré-eclâmpsia;
Teve diabetes gestacional;
Tem baixa estatura;
Tem distribuição central de gordura corporal.

4.6.8.5 Urina Rotina


Identificar e tratar as infecções do aparelho urinário
GESTANTE A
CONTROLAR

ASSINTOMÁTICA DISÚRIA, ALGÚRIA, FEBRE, CALAFRIOS,


POLACIÚRIA, URGÊNCIA DOR LOMBAR, ETC.
MICCIONAL

URINA ROTINA, URINA ROTINA,


GRAM DE URI NA GRAM DE URINA

PIÚRIA, NITRITO E/OU NÃO PIÚRIA, NITRITO E/OU


BACTÉRIAS NA ÚRINA BACTÉRIAS NA ÚR INA

SIM NÃO SIM

UROCULTURA UROCULTURA
TRATAMENTO
SIM

BACTERIÚRIA > REPETIR EXAMES NA


100.000 COL/ML 28ª SEMANA
SIM
ASSISTÊNCIA
TRATAMENTO SIM PIÚRIA E BACTÉRIAS SEGUNDO NORMAS
NA URINA DE ALTO RISCO
NÃO

CONTINUAR PRÉ -
NATAL HABITUAL

Fonte: CLAP/1996

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SAÚDE DA MULHER 64

4.6.8.5.1 Tratamento de infecção urinária


A) Orientações Gerais
Hidratação abundante, 2 a 3 litros de água dia;
Esvaziamento vesical freqüente;
B) Tratamento
Infecção urinária aguda não complicada, administrar Ampicilina 500 mg, 6
em 6 horas via oral, sete a dez dias.
C) Observação
Sugere-se solicitar junto com a urocultura o antibiograma, caso haja
resistência a Ampicilina, impossibilitando seu uso, encaminhar para
consulta médica;
Se hematúria referir para consulta médica;
Drogas que devem ser evitadas no final da gravidez ou na ameaça de
trabalho de parto pré-termo (as Sulfas competem com Bilirrubina na
excreção hepática Hiperbilirrubinemia no RN e Nitrofurantoina pode
ocasionar anemia hemolítica no RN com deficiência de G6PD)

3.6.8.6 Toxoplasmose
Avaliar susceptibilidade à toxoplasmose e prevenir toxoplasmose congênita

GESTANTE

Solicitar sorologia para


Toxoplasmose na primeira consulta

IgM Negativo IgM Negativo IgM Positivo


IgG entre 1/64 a IgG Negativo ou < IgG > 1/20 48
1/20 48 1/64 a 1/20 48

Infecção ativa
Imune Susceptível
ou recente

Encaminhar ao
Orientações
especialista

Repetir Exame no FONTE:SMS/ Montes Claros, 2000


Terceiro trimestre
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SAÚDE DA MULHER 65

3.6.8.7 Rubéola

Diante de um resultado positivo para rubéola, encaminhar para consulta


médica.
Veja em ANEXO I pág.150: Fluxograma de acompanhamento de
gestantes e mulheres que engravidaram em até 30 dias após vacinação.

3.6.8.8 Anti-HIV

O exame deve ser voluntário, devendo ser realizado aconselhamento


pré e pós-teste conforme rotina do Ministério da Saúde (Manual de Assistência
pré-natal/2000).
Resultado positivo encaminhar para o serviço de referência.

3.6.8.9 Citologia oncótica

Resultado positivo para candidíase, gardenerella e ou trichomoníase,


tratar seguindo esquema deste protocolo de DST/AIDS.
Se achados anormais diferentes dos acima, encaminhar à consulta
médica.

3.6.9 OUTROS ACHADOS CLÍNICOS

3.6.9.1 Hipertensão

A avaliação da pressão arterial (PA) deve ser realizada com a gestante


sentada e em repouso. A alteração dos níveis tensionais deve ser confirmada em
pelo menos duas medidas, estando a gestante em repouso.
Considera-se hipertensão arterial sistêmica na gestação:
A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140mmHg de
pressão sistólica, e iguais ou maiores que 90mmHg de pressão diastólica;
O aumento de 30mmHg ou mais na pressão sistólica e 15mmHg ou mais
na pressão diastólica, em relação aos níveis tensionais conhecidos;
Observados um desses dois casos a paciente deverá ser referida à
consulta médica.

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SAÚDE DA MULHER 66

3.6.9.2 Edema

A presença de edema indica risco materno fetal, se acompanhado de


hipertensão arterial e proteinúria.
Detecção de edema: O edema fica evidenciado através da presença de
uma depressão duradoura no local pressionado.
a) Nos membros inferiores:
- Posicionar a gestante de decúbito dorsal ou sentada;
- Pressionar a pele na altura do tornozelo (região perimaleolar) e na
perna, ao nível do seu terço médio, face anterior (região pré-tibial).
b) Na região sacra:
- Posicionar a gestante de decúbito dorsal ou sentada;
- Pressionar a pele, por alguns segundos, na região sacra, com o dedo
polegar.
c) Na face e em membros superiores:
- Identificar a presença de edema pela inspeção.
ACHADOS GRAU CONDUTAS

Acompanhar a gestante, seguindo o calendário


Edema ausente (-)
mínimo.
Verificar se o edema está relacionado à
postura, final do dia, temperatura ou tipo de
Apenas edema de tornozelo, sem
calçado;
hipertensão ou aumento súbito de (+)
Orientar a gestante para repousar em decúbito
peso
lateral esquerdo;
Seguir calendário mínimo de consulta.
Orientar a gestante para repousar em decúbito
lateral esquerdo;
Edema limitado aos membros
Deve ser avaliada pelo medico da unidade, na
inferiores, com hipertensão ou (+ +)
ausência do mesmo, caso haja hipertensão a
aumento de peso
gestante deve ser encaminhada para um
serviço de emergência.
Edema generalizado (face, tronco e Gestante de risco. Suspeitar de toxemia
membros) ou que já se manifesta ao gravídica ou outras situações patológicas.
(+ +
acordar, acompanhado ou não de Referir ao pré-natal de alto risco.
+)
hipertensão ou aumento súbito de
peso

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SAÚDE DA MULHER 67

3.6.9.3 Ganho de peso

Resultados perinatais ruins tem sido associados com peso materno


pré-gravídico insuficiente, baixa estatura da mãe e aumento de peso escasso ou
excessivo durante a gravidez.
A variação do peso durante a gravidez é muito grande e oscila entre 6 e
16Kg ao final da gestação. O aumento máximo se dá entre a 12ª e 24a semana de
gestação.
Portanto deve se aferir o peso em todas as consultas pré-natais, com a
gestante utilizando roupa leve e descalça.
A estatura deve ser medida na primeira consulta.
Recomenda-se utilizar gráfico de aumento do peso materno em função da
idade gestacional (encontrado no verso do cartão da gestante) ou tabela peso para
altura segundo idade gestacional (encontrada no manual Assistência pré-natal do
Ministério da Saúde/2000).Assim como as recomendações neles contidas.

3.6.10 ACOMPANHAMENTO DA MEDIDA DA ALTURA UTERINA/CRESCIMENTO


FETAL

O útero aumenta seu tamanho com a idade gestacional, para isso foram
desenvolvidas curvas de altura uterina em função da idade gestacional nas quais os
percentis 10 e 90 marcam os limites da normalidade (gráfico altura uterina/ semanas
de gestação verso cartão gestante). As interpretações e condutas devem ser
seguidas pelo Manual de Assistência pré-natal Ministério da Saúde/2000.

3.6.11 VACINAÇÃO DA GESTANTE

É realizada para a prevenção do tétano no RN e para a proteção da


gestante, coma vacina dupla tipo adulto (dT) ou, na falta desta, com o toxóide
tetânico (TT).

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SAÚDE DA MULHER 68

GESTANTE A CONTROLAR

SIM VAT PRÉVIA NÃO

ESQUEMA NÃO
COMPLETO

SIM

MENOS DE 5 ANOS NÃO

SIM

NÃO SE VACINA REFORÇO COMPLETAR 1ª DOSE: O MAIS PRECOCE


NA 1ª ESQUEMA POSSÍVEL
CONSULTA 2ª DOSE: 60 DIAS DEPOIS DA 1ª
DOSE
3ª DOSE: 60 DIAS APÓS A 2ª DOSE

Fonte: CLAP, 1996.

Observação:
O intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose é de 30 dias;
A segunda dose deve ser aplicada até 20 dias, no máximo antes da data
provável do parto.
o Reforços:
De 10 em 10 anos, antecipar a dose de reforço, se ocorrer
nova gravidez em cinco anos, ou mais, depois da aplicação
da última dose.
o Efeitos adversos mais comuns:
Dor, calor, vermelhidão, endurecimento local e febre;
o Contra-indicação:
A única contra-indicação é o relato, muito raro, de reação
anafilática.

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SAÚDE DA MULHER 69

3.6.12 QUEIXAS MAIS FREQÜENTES NA GESTAÇÃO NORMAL E


CONDUTAS

As orientações a seguir são válidas para casos em que os sintomas


são manifestações ocasionais e transitórias, não refletindo, geralmente patologias
clínicas mais complexas. A maioria das queixas diminui ou desaparece sem o uso
de medicamentos, que devem ser evitados ao máximo.

Náuseas, Vômitos e Tonturas


Orientar a gestante para: dieta fracionada (6 refeições leves ao dia);
evitar frituras, gorduras e alimentos com cheiros fortes ou
desagradáveis; evitar líquidos durante as refeições (dando preferência à
sua ingestão nos intervalos); ingerir alimentos sólidos ao levantar pela
manhã;
Sugestão: Medicamento Dramin B6 -1 comprimido até de 8/8 horas se
orientações alimentares não diminuírem sintomas;
Agendar consulta médica em caso de vômitos freqüentes.

Pirose
Orientar a gestante para fazer dieta fracionada, evitando frituras; ingerir
leite frio; evitar café, chá preto, mates, doces, álcool e fumo;

Sialorréia
Explicar que este é um sintoma comum no início da gestação;
Orientar a dieta semelhante à indicada para náusea e vômito;
Orientar a gestante para deglutir a saliva e tomar líquidos em
abundância (especialmente em épocas de calor);

Fraquezas e Desmaios
Orientar a gestante para que não faça mudanças bruscas de posição e
evite a inatividade;
Indicar dieta fracionada. Sugerir chá ou café com açúcar como
estimulante, desde que não estejam contra-indicados;

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SAÚDE DA MULHER 70

Explicar à gestante que sentar-se com a cabeça abaixada ou deitar-se


em decúbito lateral, respirando profunda e pausadamente, melhora a
sensação de fraqueza e desmaio.

Dor Abdominal, Cólicas e Flatulência


Certificar-se de que não sejam contrações uterinas. Se a gestante
apresentar flacidez da parede abdominal, sugerir exercícios
apropriados;
Se houver flatulências (gases) orientar dieta rica em resíduos: frutas
cítricas, verduras, mamão, ameixas e cereais integrais;
Recomendar que aumente a ingestão de líquidos e evite alimentos de
alta fermentação, tais como repolho, couve, ovo, feijão, leite e açúcar;
Recomendar caminhadas, movimentação e regularização do hábito
intestinal;
Eventualmente prescrever:
- Hioscina, 1 cápsula, via oral, até 2 vezes ao dia (cólicas);
Em caso de cólicas freqüentes e dor intensa, encaminhar para o(a)
médico(a).

Constipação Intestinal
A presença maciça de progesterona reduz a ação de toda musculatura
lisa. Neste caso recomenda a correção alimentar.

Hemorróidas
São coxins vasculares, que podem sangrar ou mesmo sediar uma
trombose.
Recomendar à gestante:
Fazer dieta, a fim de evitar a constipação intestinal. Se necessário,
encaminhar para avaliação médica;
Não usar papel higiênico colorido ou áspero (molhá-lo) e fazer
higiene perianal com água e sabão neutro, após defecação;
Fazer banhos de vapor ou compressas mornas;

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SAÚDE DA MULHER 71

Agendar consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal


persistente.

Corrimento Vaginal
Explicar que um aumento de fluxo vaginal é comum na gestação;
Não prescrever cremes vaginais, desde que não haja diagnóstico de
infecção vaginal;
Se infecção prescrever conforme protocolo DST/AIDS.

Queixas Urinárias (Polaciúria)


Explicar que, geralmente, o aumento do número de micções é
comum no início e no final da gestação (aumento do útero e
compressão da bexiga);
Agendar consulta médica, caso exista hematúria (sangue na urina),
acompanhada ou não de febre;
Ver fluxograma: Identificar e tratar as infecções do aparelho urinário.

Falta de ar e dificuldade para respirar


Esses sintomas são freqüentes na gestação, em decorrência do
aumento do útero e ou ansiedades da gestante:
Recomendar repouso em decúbito lateral;
Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, se for o caso;
Estar atento para outros sintomas associados e para achados no
exame cardiopulmonar pois, embora infreqüentemente, pode tratar-
se de um caso de doença cardíaca ou respiratória;
Agendar a consulta médica, caso haja dúvida ou suspeita.

Dor nas Mamas


Recomendar o uso constante de sutiã, com boa sustentação, após
descartar qualquer intercorrência mamária.

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SAÚDE DA MULHER 72

Dor Lombar (dores nas costas)


Motivadas pela alteração de postura e pela presença do útero grávido.
Recomendar à gestante:
Correção de postura ao sentar-se e ao andar;
Uso de sapatos com saltos baixos e confortáveis;
Aplicação de calor local;
Encaminhar para consulta medica se necessário.

Cefaléia (dor de cabeça)


Afastar hipertensão arterial e DHEG (se tiver mais de 24 semanas de
gestação);
Conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores;
Prescrever paracetamol 500mg de 6/6h se necessário;
Referir à consulta médica, se persistir o sintoma.

Sangramento nas Gengivas


Recomendar o uso de escova de dentes macia e massagem na
gengiva;
Agendar atendimento odontológico, sempre que possível.

Varizes
São dilatações venosas nos membros inferiores. De uma maneira geral
têm caráter predisponente familiar (alteração anatômica nas valvas venosas,
invertendo o fluxo da veia profunda para a superficial).
Recomendar à gestante:
não permanecer muito tempo em pé ou sentada;
repousar (20 minutos), várias vezes ao dia, com as pernas elevadas;
não usar roupas muito justas e nem ligas nas pernas, e se possível,
utilizar meia -calça elástica para gestante.

Câimbras
São mais freqüentes na segunda metade da gestação e acometem
mais os membros inferiores. Deve-se moderar a atividade física,manter boa

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SAÚDE DA MULHER 73

hidratação, aumentar ingestão de cálcio, massagear o músculo contraído e aplicar


calor local.

Cloasma Gravídico (manchas escuras no rosto)

Explicar que é comum na gravidez e que costuma diminuir ou


desaparecer, em tempo variável, após o parto.
Recomendar não expor o rosto diretamente ao sol e o uso de filtro solar
apropiado.

Estrias
Explicar que são resultado da distensão dos tecidos e que não existe
método eficaz de prevenção. As estrias que no início se apresentavam cor
arroxeada tendem, com o tempo, a ficar de cor semelhante à da pele.
Ainda que controversas, podem ser utilizadas massagens locais, com
substâncias oleosas, na tentativa de preveni-las.

3.6.13 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE

3.6.13.1 Agente Comunitário de Saúde e Auxiliar de Enfermagem

Identificação e encaminhamento precoce (1º trimestre) das gestantes


para serviço de pré-natal na Unidade de Saúde;
Realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento das
gestantes, priorizando atenção nos aspectos do desenvolvimento da
gestação;
Acompanhamento do pré-natal, sinais e sintomas de risco para
gestação, nutrição;
Incentivo e preparo para o aleitamento materno; preparo para o parto;
Atenção e cuidados do RN e cuidados no puerpério;

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SAÚDE DA MULHER 74

Ações educativas individuais e coletivas com as gestantes e seus


familiares;
Visita Domiciliar reforçando o vinculo da gestante com a Unidade de
Saúde, tendo caráter integral, abrangendo a família e o seu contexto
social;
Reconduzir as gestantes faltosas ao pré-natal, especialmente as de alto
risco, uma vez que podem surgir complicações;
Orientações e acompanhamento do estado vacinal das gestantes de
sua área de abrangência.

3.6.13.2 Enfermeiro

Capacitação da equipe para identificação precoce de todas as


gestantes na comunidade para que se inicie o acompanhamento de pré-
natal ainda no 1º trimestre da gravidez, visando intervenções oportunas
em todo o período gestacional, sejam elas preventivas ou terapêuticas;
Acompanhamento do pré-natal de risco habitual;
Encaminhamento para atendimento odontológico;
Encaminhamento para consulta médica, caso seja necessário;
Realização do exame Papanicolau, se possível, logo na 1ª consulta de
pré-natal;
Realização de atividades educativas individuais e coletivas com as
gestantes e seus familiares;
Incentivo e preparo para o Aleitamento Materno, preparo para o parto;
Assistência de enfermagem às gestantes no domicílio, caso
necessitem;
Realização de capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde e
Auxiliares de Enfermagem sobre os diversos temas da assistência pré-
natal;
Discussão com a equipe sobre plano de intervenção às gestantes em
risco;

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SAÚDE DA MULHER 75

Orientações, monitoramento e encaminhamento dos esquemas vacinais


das gestantes;
Prestação de assistência de enfermagem à puérpera e ao recém-
nascido.

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SAÚDE DA MULHER 76

3.7 PLANEJAMENTO FAMILIAR

3.7.1 INTRODUÇÃO

A assistência em contracepção pressupõe a oferta de todas as


alternativas possíveis em termos de métodos anticoncepcionais, bem como o
conhecimento de suas indicações e implicações de uso, garantindo à mulher, ao
homem ou ao casal, os elementos necessários para a opção livre e consciente do
método que a eles melhor se adapte. Pressupõe ainda, o devido acompanhamento
clínico-ginecológico à usuária, independente do método escolhido.

3.7.2 OBJETIVO

Garantir assistência integral à mulher ao homem ou ao casal, por meio


de ações preventivas e educativas, permitindo acesso igualitário às
informações,para regulação da concepção e contracepção.

3.7.3 ATIVIDADES EDUCATIVAS

As atividades educativas devem ser desenvolvidas como forma de


oferecer à clientela informações sobre sexualidade e fecundidade, assim como os
conhecimentos necessários para opção ou não de um método contraceptivo.
A prática educativa do planejamento familiar deve ser realizada em duas
etapas, com datas diferentes:
1ª Etapa: Deverá ser realizada por um profissional da equipe
Multiprofissional (Psicólogo, Médico ou Enfermeiro) e abordar os temas:
anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino e masculino,
sexualidade e reprodução humana.
2ª Etapa: Deverá ser realizada pelo médico ou enfermeiro quando será feita
a apresentação dos métodos contraceptivos e discussão dos mesmos.

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SAÚDE DA MULHER 77

Na 2ª Etapa, ao final da Reunião, o usuário optará pelo método de sua


escolha, receberá o certificado de sua participação nas duas etapas e será
encaminhado para a consulta médica ou de enfermagem.
O certificado terá validade de 1 ano. Após o vencimento o usuário deverá
renovar o planejamento familiar, participando apenas da 2ª reunião sobre os métodos
contraceptivos quando receberá outro certificado atualizado.

3.7.4 CONSULTA DE PLANEJAMENTO FAMILIAR

3.7.4.1 Atividades Clínicas

A primeira consulta deve ser feita após as atividades educativas, incluindo:


Anamnese completa;
Exame físico geral;
Levantamento da data da última colpocitologia oncótica para avaliar a
necessidade de realização da coleta ou encaminhamento para tal;
Análise da escolha (indicações, contra-indicações) e prescrição do
método anticoncepcional.

A competência para a realização da primeira consulta para prescrição


do método contraceptivo inclui, sempre que possível, o profissional médico.

3.7.5 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS PRESCRITOS PELO ENFERMEIRO

Condom;
Geléia espermicida;
Diafragma;
Pílulas combinadas monofásicas;
Pílulas combinadas trifásicas;
Minipílula;
Dispositivo intra-uterino;
Métodos naturais;
Contracepção de emergência.

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SAÚDE DA MULHER 78

Obs.: Os métodos considerados definitivos (Laqueadura e Vasectomia) deverão


ser indicados e autorizados conforme os critérios adotados pelo Ministério da
Saúde descritos neste protocolo na parte Saúde da Mulher.

3.7.6 ESCOLHA DO MÉTODO ANTICONCEPCIONAL

Na decisão sobre o método anticoncepcional a ser usado devem ser levados


em consideração os seguintes aspectos:
A escolha da mulher, do homem ou do casal;
Características dos métodos;
Fatores individuais e situacionais relacionados aos usuários do método.

3.7.6.1 Critérios para a Escolha do Método Anticoncepcional

3.7.6.1.1 Naturais (calendário, Billings, temperatura, sinto-térmico)


Aspectos Favoráveis: Ausência de efeitos sistêmicos; Favorece o
conhecimento da fisiologia reprodutiva;
Aspectos Desfavoráveis: São muitos os fatores externos que
interferem na ovulação, podendo assim diminuir a eficácia do método;
exige cooperação do parceiro;
Contra Indicações: Alterações psíquicas que dificultam ou impeçam o
uso correto do método; Irregularidades menstruais; Amenorréia;
Lactação.

3.7.6.1.2 Barreira

3.7.6.1.2.1 Preservativo Masculino/Feminino


Aspectos Favoráveis: Ausência de efeitos sistêmicos; redução do risco
de transmissão do HIV e de outros agentes sexualmente transmissíveis
(DST); redução da incidência das complicações causadas pelas DST s;
possivelmente auxilia na prevenção do câncer de colo uterino;
Aspectos Desfavoráveis: Interferência pré-coital; pode haver falha na
colocação, ocasionando vazamento durante o ato sexual;
Contra Indicações: anomalias do pênis, alergia ao látex.

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SAÚDE DA MULHER 79

3.7.6.1.2.2 Diafragma
Aspectos Favoráveis: Ausência de efeitos sistêmicos; previne algumas
DST s (cervicites) e suas complicações; possivelmente auxilia na
prevenção do câncer de colo uterino;
Aspectos Desfavoráveis: Baixa adesão das usuárias devido à pouca
praticidade;
Contra-indicações: Mulheres que nunca tiveram relação sexual;
configuração anormal da vagina; cistocele ou retocele acentuada, alergia
ao látex.

3.7.6.1.3 Anticoncepcional hormonal oral


Aspectos Favoráveis: Alta eficácia; fácil acesso; pode favorecer o
controle de distúrbios menstruais;
Aspectos Desfavoráveis: Efeito sistêmico;
Contra-indicações:

o Absolutas: Gravidez suspeita ou comprovada; lactantes com


menos de 6 semanas pós-parto; hipertensão arterial e ocular;
idade maior ou igual a 35 anos e fumante; diabetes; hepatopatia;
doença tromboembólica; câncer de mama ou do aparelho genital;
enxaqueca; epilepsia; acidente vascular cerebral; cardiopatias;

o Relativas: Fumantes; amamentação; história de hipertensão


arterial; diabetes; tromboflebite superficial; hiperlipidemias;
sangramento vaginal inexplicado; obesidade; cefaléia freqüente;
crises de depressão; asma grave; colecistopatia; enteropatia
crônica; nódulo mamário sem diagnóstico.

A prescrição de enfermagem deste método devera ser realizada para


as mulheres da faixa etária entre 16 a 35 anos.

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SAÚDE DA MULHER 80

3.7.6.1.4 DIU (Dispositivo Intra-Uterino)


Aspectos Favoráveis: alta eficácia; atuam por longo tempo, evitando
erros ou distrações comuns em outros métodos; não afeta o ciclo
hormonal normal;
Aspectos Desfavoráveis: Pode aumentar o risco de infecção;
Contra-indicações: Gravidez ou suspeita de gravidez; infecção pélvica
passada ou atual; nuliparidade; neoplasias ginecológicas; anomalias
congênitas do útero; hipermenorréias ou outros sangramentos anormais;
cardiopatias valvulares; vaginites ou cervicites não tratadas; distúrbios da
coagulação sanguínea o uso de anticoagulantes; antecedentes de
gravidez ectópica; estenose do canal cervical; abortos ou partos
prematuros repetidos; alto risco de doença sexualmente transmissível;
anemia não tratada; dismenorréia.

FLUXOGRAMA DIU

PRÁTICA EDUCATIVA

Consulta Clínica com


decisão pelo DIU

Agendamento no serviço de
referência

Condições para realização do procedimento:


certificado de participação do planejamento familiar;
estar menstruada;
ter prevenção recente (nos últimos 12 meses);
ausência de secreção vaginal patológica;
encaminhamento do serviço.

FONTE: Saúde da Mulher / 2004

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SAÚDE DA MULHER 81

3.7.6.1.5 Métodos definitivos

A Esterilização é um método contraceptivo cirúrgico definitivo, que


pode ser realizado na mulher por meio de ligadura de trompas (laqueadura ou
ligadura tubária), e no homem, através da ligadura dos canais deferentes
(vasectomia).
Para os métodos definitivos, o profissional deve enfatizar a importância
do aconselhamento muito cuidadoso e completo dos casais que solicitam estes
métodos.
Na consulta clínica: Avaliar se o indivíduo atende as seguintes
condições legais para realização de anticoncepção cirúrgica:
Que os solicitantes sejam homens e mulheres com capacidade civil
plena e maiores de 25 anos de idade e, pelo menos, com dois filhos
vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre
manifestação da vontade e o ato cirúrgico;
A esterilização cirúrgica é considerada um método irreversível. Portanto,
ouvir as preocupações do(a) usuário(a), responder as suas dúvidas e
fornecer informações claras e práticas sobre o procedimento. É relevante
abordar, pelo menos, os seguintes tópicos: A taxa de falha;
irreversibilidade; informar que a esterilização é um método cirúrgico e
como toda cirurgia tem seus riscos;
A esterilização não isenta a pessoa dos cuidados de prevenção e
tratamento das doenças sexualmente transmissíveis / AIDS. O homem e
a mulher devem ser orientados para o uso de preservativos;
Seguir fluxograma vasectomia e laqueadura descrito a seguir:

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SAÚDE DA MULHER 82

FLUXOGRAMA VASECTOMIA

PRÁTICA EDUCATIVA

Consulta clínica com


decisão pela Vasectomia

Encaminhar para o serviço de referência a seguinte documentação do


usuário:
Certificado de participação do planejamento familiar;
Autorização de esterilização (assinada por 02 profissionais);
Encaminhamento do serviço;
Comprovante de residência;
Termo de compromisso;
Xerox da carteira de identidade;
Xerox da certidão de nascimento dos filhos.

Após o agendamento, o usuário será informado em sua residência.

FONTE: Saúde da Mulher/ 2004.

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SAÚDE DA MULHER 83

FLUXOGRAMA LAQUEADURA

PRÁTICA EDUCATIVA

Consulta clínica com profissional médico


solicitação do risco cirúrgico

Encaminhar para cardiologistas para


risco cirúrgico

Encaminhar para o serviço de referência a seguinte documentação


da usuária;
Certificado de participação do planejamento familiar;
Autorização de esterilização (1ª via);
Encaminhamento do serviço;
Comprovante de residência;
Termo de compromisso;
Xerox da carteira de identidade;
Xerox da certidão de nascimento dos filhos;
Risco cirúrgico.

Após o agendamento, a usuária será informada em sua residência.

FONTE: Saúde da Mulher / 2004.

3.7.6.1.6 Anticoncepção de Emergência

A anticoncepção de emergência é um uso alternativo da anticoncepção


hormonal oral para evitar uma gravidez depois da relação sexual (tomada antes
de completar 72 horas após a relação sexual desprotegida). Não deve ser usada
de rotina como método anticoncepcional, mas apenas em situações de
emergência.

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SAÚDE DA MULHER 84

Início de uso
Até 72 horas após uma relação sexual sem proteção, mas quanto mais
precocemente administrada, maior a proteção;
Avaliar com cuidado a possibilidade de gravidez. Se a mulher estiver
grávida, não prescrever anticoncepção de emergência;
Explicar o método, seus efeitos secundários e sua eficácia;
Fornecer pílulas para anticoncepção de emergência.

Até 72 horas após uma relação sexual desprotegida, a mulher deve utilizar
um dos esquemas descritos na tabela:

Quantidade de pílulas a Quantidade de pílulas a


serem tomadas até 72 horas serem tomadas 12 horas após
Composição
após uma relação sexual a primeira tomada
desprotegida
Levonorgestrel 0,75mg -
Postinor-2, Norlevo, Pozato e 1 1
Pilem
Anticoncepcionais hormonais
orais combinados de baixa dose
contendo 0,15 mg de 4 4
levonorgestrel e 0,03 mg de
etinilestradiol Microvlar,
Nordette ciclo 21
Anticoncepcionais hormonais
orais combinados na dose
padrão contendo 0,25 mg de 2 2
levonorgestrel e 0,05 mg de
etinilestradiol Evanor, Neovlar

3.7.7 ANTICONCEPÇÃO NA ADOLESCÊNCIA

O elevado número de partos entre adolescentes, o inicio cada vez mais


precoce das relações sexuais e o aumento das DSTs/AIDS nesta faixa etária

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SAÚDE DA MULHER 85

justificam a prestação de uma assistência adequada às necessidades da


população na faixa etária de 10 a 19 anos.
Um serviço de orientação em saúde sexual e reprodutiva para
adolescentes deve estar preparado para atender a essas especificidades,
proporcionando aos/as adolescentes o direito a um atendimento eficaz e de
qualidade.
A qualidade dessa atenção pressupõe minimamente:
Boa comunicação, com linguagem simples sem julgamento morais
ou valorativos;
Confidencialidade das informações;
Privacidade no atendimento;
Disponibilidade constante de insumos levando em consideração a
necessidade de dupla proteção;
Facilidade de acesso ao serviço de saúde;
Profissionais qualificados para a especificidade do atendimento;
Ênfase na parte educativa, em grupo, com metodologia que motive
mudanças de atividade e comportamento;
Atendimento para ambos os sexos.
- Atenção especial às faixas etárias mais precoces (10 a 14 anos),
quando na unidade ou na região se registra aumento de gestação
nesta faixa etária;
- Avaliação integral do e da adolescente incluirá a avaliação
psicosocial, além do exame físico;
- Os(as) adolescentes são o centro de interesse na entrevista. Os
pais ou familiares só estarão presentes se ele ou ela permitir.

Recomenda-se trabalhar ações educativas de prevenção nas unidades de


saúde, escola, centro de lazer, centro esportivo ou cultural entre outros.
O atendimento de adolescentes e prescrição de anticoncepcionais têm
gerado muita polêmica quanto aos seus aspectos éticos e legais. A Constituição
Federal em seu artigo 226, parágrafo 7º diz que Fundado nos princípios da
dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar
é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e

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SAÚDE DA MULHER 86

científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte
de instituições oficiais ou privadas. O artigo 227 também trata do assunto
estabelecido que: É dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar a criança
e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, à lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade (...) .
A lei 8.080/90 define que a saude é um direito fundamental do ser
humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) nos artigos 7ª e 11 garante
o direito a proteção a vida e a saúde mediante a efetivação de políticas sociais
publicas e define que deve ser assegurado atendimento médico à criança e ao
adolescente por meio do Sistema Único de Saúde garantido o acesso universal e
igualitário às ações e serviços para a promoção prevenção, proteção e recuperação
da saúde.
Sabendo que a atividade sexual desprotegida pode comprometer a saúde
dos adolescentes, fica claro o nosso papel frente às ações de prevenção, ou seja, a
realização de atividades educativas e a prescrição/distribuição de camisinha e demais
anticoncepcionais. Por outro lado à necessidade de garantirmos na consulta um
momento de privacidade para o adolescente, sem a presença dos responsáveis é
fundamental para a abordagem de questões referentes a sexualidade.
Fica deliberado para os enfermeiros das unidades da rede municipal de
saúde a prescrição de Condon e anticoncepcional oral como métodos contraceptivos
na adolescência.
Em relação ao anticoncepcional oral fica restrito para a adolescente com
idade superior a 16 anos e com no mínimo 02 anos da menarca.
Caso o (a) adolescente faça a opção por outro método encaminhar
para avaliação médica.

3.7.8 COMPETÊNCIAS DOS INTEGRANTES DA EQUIPE DE SAÚDE

3.7.8.1 Enfermeiro

Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres e homens


com vida sexual ativa para participarem do planejamento familiar;
Orientar os usuários sobre a importância do planejamento Familiar;

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SAÚDE DA MULHER 87

Capacitar a equipe sobre o tema;


Realizar prática educativa do Planejamento familiar;
Realizar consulta de enfermagem;
Encaminhar para consulta médica quando necessário.

3.7.8.2 Médico

Estimular e captar em sua área de abrangência as mulheres e homens


com vida sexual ativa para participarem do planejamento familiar;
Orientar os usuários sobre a importância do planejamento Familiar;
Capacitar a equipe sobre o tema;
Realizar prática Educativa do Planejamento Familiar;
Realizar consulta médica;
Encaminhar para atendimento especializado quando necessário.

3.7.8.3 Agente Comunitário de Saúde

Orientar as famílias sobre a existência e o funcionamento do serviço de


Planejamento Familiar na unidade;
Orientar sobre a importância do Planejamento Familiar;
Estimular e captar em sua microárea as mulheres e homens com vida
sexual ativa para participarem do Planejamento Familiar;
Agendar os usuários para a participação das reuniões;
Realizar por meio de visita domiciliar o acompanhamento dos indivíduos
e informar intercorrências ao médico e/ou enfermeiro da equipe.

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SAÚDE DA MULHER 88

3.8 PUERPÉRIO

3.8.1 CONCEITO

O Puerpério é considerado o período do ciclo gravídio-puerperal em


que o organismo materno retorna às suas condições pré-gravídicas e é
caracterizado pelas regressões das modificações locais e sistêmicas que foram
provocadas pela gravidez.
O seu início se dá logo após a expulsão total da placenta e das
membranas e tem a duração de cerca de seis semanas.
Puerpério imediato: inicia logo após a saída da placenta e dura
aproximadamente duas horas.
Puerpério mediato: desde o puerpério imediato até o 10º dia, em que
ocorre a regressão das modificações nos órgãos genitais, ocasião em que deve
ocorrer a Visita Domiciliar da enfermeira.
Por volta do 10º dia o útero já regrediu em seu tamanho e se encontra
na cavidade pélvica. A loquiação (produto originário principalmente da ferida
placentária, descamação e sangue), apresenta-se em quantidade moderada para
escassa e amarelada.
A partir desse período instala-se o puerpério tardio, que se estende
0
do 11 dia até o reinício dos ciclos menstruais em mulheres que não estão
lactando. Para aquelas que mantêm a lactação, o período pode variar de seis a
oito semanas, período no qual, a loquiação se torna, progressivamente, serosa ou
branca.

3.8.2 CONSULTA DA PUÉRPERA

Caberá, preferencialmente, ao(a) enfermeiro(a) a 1ª consulta puerperal,


entre o 5º e 10º dia, se possível, no domicílio.
Uma 2ª consulta (revisão puerperal) deverá ser feita pelo profissional
médico ou enfermeiro, entre 30º e 42º dia após o parto. Nesta ocasião, ouvem-se

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SAÚDE DA MULHER 89

as queixas da mulher e procede-se novo exame físico. Importante é discutir o


aleitamento materno e orientar a mulher para problemas que tenham surgido.
Nas puérperas que não completaram seus esquemas de vacinação,
deve-se aproveitar este momento para faze-los.
Nas mulheres que não realizaram o exame preventivo para câncer
cervical, este momento também é oportuno, pois trata-se praticamente da
liberação da mulher às suas atividades normais. É fundamental que haja uma
discussão com o casal sobre o retorno às atividades sexuais e sobre os métodos
contraceptivos.

Exame físico da puérpera: A assistência de qualidade à puérpera não


deve prescindir do exame físico geral e específico cuidadoso e coleta de
informações para o planejamento das ações da equipe.
Anamnese;
Exame Físico Geral;
Sinais vitais.

3.8.2.1 Exame Físico

Exame das mamas: verificar mamilos, sinais de ingurgitamento e infecções;


Verificação da involução uterina;
Verificação das condições de cicatrização da ferida cirúrgica. (Episiorrafia
ou incisão abdominal);
Verificação do aspecto e quantidade da loquiação. Considera-se aspectos
quanto à cor, odor e quantidade, segundo características já descritas;
Avaliação de sinais de flebite e trombose venosa profunda.

3.8.2.2 Condutas nas Intercorrências Comuns na Amamentação

3.8.2.2.1 Fissuras
manter espaço entre o mamilo e o sutiã, usando uma pequena peneira;
sempre que possível, expor as mamas ao ar;

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SAÚDE DA MULHER 90

fazer banhos de sol ou de luz diretamente sobre as fissuras;


continuar amamentando a criança com mamadas em intervalos mais
freqüentes e de menor duração, iniciando pelo seio menos ferido;
completar o esvaziamento do seio através de expressão manual;
não usar pomadas ou anti-sépticos que podem dificultar a cicatrização;
lavar o mamilo apenas com água, após cada mamada;
os analgésicos tópicos não são eficazes;
prevenir através da técnica de amamentação correta;
recomendar à mãe o uso do sutiã de alças largas que suspendam bem os
seios;
começar as mamadas pelo seio mais túrgido;
se a turgescência for muito grande, mandar fazer esvaziamento manual antes
de oferece-lo a criança, para que a mesma possa pegar o mamilo e esvaziar o
seio completamente;
usar compressas úmidas e frias, várias vezes ao dia;
realizar ordenha manual sempre que a mama estiver túrgida.

3.8.2.2.2 Ingurgitamento Mamário


A congestão das mamas pode ocorrer por esvaziamento infreqüente ou
inadequado das mamas, ou por inibição do reflexo de ejeção do leite. As mamas
apresentam-se volumosas, com temperatura acima do normal e freqüentemente,
sensíveis ao toque.

3.8.2.2.2.1 Prevenção

Manter freqüência de mamadas: Estimular a sucção do recém-nascido com


freqüência e continuamente, para esvaziamento ritmado das mamas;
Esvaziamento das mamas após as mamadas: Após as mamadas, as
mamas deverão ser inspecionadas por palpação de toda a sua área e em caso
da nutriz sentir que há leite excedente, este poderá ser ordenhado
manualmente ou, se ela desejar, com o auxílio de uma bomba tira-leite de sua
preferência;

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SAÚDE DA MULHER 91

Uso de sutiãs: O uso de sutiãs que mantenha as mamas firmes e em posição


anatômica favorece o posicionamento dos ductos e livre trânsito do leite para
sua ejeção. Os muito apertados com costuras ou detalhes que pressionam
alguma região da mama, podem ocasionar pressão e obstrução de ductos,
favorecendo ingurgitamento daquela área.

3.8.2.2.2.2 Cuidados com a mama ingurgitada

Uma vez constatado o ingurgitamento, a conduta para promover sua


remissão consiste em ordenha do leite residual. No entanto, a ordenha deve ser
precedida por massagens que facilitarão o fluxo do leite e sua evasão.
Nessa situação, aconselha-se a ordenha da aréola até o ponto em que
esta e o mamilo torna-se flexíveis para favorecer a pega do lactente; após a mamada,
então, a mama deve ser massageada e ordenhada para o esvaziamento do leite
residual.

3.8.2.2.3 Ordenha Manual

Tem por objetivo imitar a pega e sucção realizadas pelo lactente, não
oferecendo pressão sobre os mamilos e nem causando danos ao tecido papilar.
É realizada colocando-se os dedos indicador e polegar na borda
areolar, sendo que o polegar fica na borda areolar da face inferior da mama e o
indicador na borda areolar da face superior da mama; pressiona-se
delicadamente o polegar e o indicador a fim de comprimir os seios lactíferos
retroareolares, repetindo-se o procedimento e mudando a posição de pega da
aréola, de modo que todas as ampolas lactíferas sejam drenadas.
Uma das maneiras de se prevenir as lesões de papila e o
ingurgitamento é promover condições para que a mamada seja confortável e
prazerosa, tanto para a mãe como para o bebê.

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SAÚDE DA MULHER 92

3.8.2.3 Avaliação da Mamada

INDICADORES O QUE OBSERVAR

Qualquer que seja a posição, sentada ou deitada, a mãe deve


Posição
sentir-se confortável e segura para manter o bebê em seus braços
materna
pelo tempo que se estender a mamada.
A criança deverá ficar com o seu corpo voltado para o corpo da
mãe, tendo o tórax e o abdômen de frente para o peito materno, de
forma que o seu rosto esteja de frente para a mama e a boca no
Posição do nível e de frente ao mamilo; apoiar o lactente com auxílio de
recém-nascido travesseiro ou almofada; manter os apoios do braço e mãos
maternas nos ombros e quadril da criança e manter a curvatura
natural do corpo do bebê, deixando-o livre para movimentar pernas,
braços e cabeça.
As mamas Antes de cada mamada, caso a mama apresente tensão e/ou sinais
deverão estar de ingurgitamento, principalmente na região areolar, esta área
macias e os deverá ser ordenhada para diminuir a tensão e tornar os mamilos
mamilos flexíveis para facilitar a apreensão do conjunto mamilo-areolar pelo
flexíveis lactente.
Padrão de Estimular a abertura da boca do lactente para que este abocanhe o
busca e conjunto mamilo-areolar; observar o posicionamento da língua do
apreensão do recém nascido, o posicionamento dos lábios e aconchego do
recém nascido queixo/mama; estimular a manutenção da apreensão.
A sucção do recém-nascido ao peito se dá em uma média de 2
Freqüência e segundos, entrecortada por pausas ocasionais; quando o bebê está
ritmo de sucção mamando adequadamente, ele não apresenta encovamento de
bochecha e mantém o lábio colado ao seio materno.
Choro alto e contínuo, movimentos de pernas, braços e laterais da
Sinais de cabeça, denunciam algum desconforto ou irritação da criança que
podem estar sendo provocados por uma posição inadequada no
irritabilidade do colo materno, por roupas apertadas ou desconfortáveis, por odores
bebê fortes, seja perfume de roupas ou pele muito próximas ao rosto da
criança, odores da transpiração ou outro tipo de cheiro não
suportado pela criança. Observar se há obstrução nasal.
Além do ambiente calmo, o mais importante é a mãe manter-se
calma e disponível para amamentar. Mães ansiosas, nervosas,
Comportamento
temerosas, ou ainda, com pouco tempo de amamentar para realizar
materno outras tarefas, em geral passam esse sentimento para o bebê, que,
por sua vez, manifesta irritação e dificuldade de acalmar-se ao seio,
interferindo no sucesso da amamentação.

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SAÚDE DA MULHER 93

3.8.3 ASSISTÊNCIA AO RECÉM NASCIDO NO DOMICÍLIO

De maneira geral, três grupos de RN s apresentam maior


vulnerabilidade e susceptibilidade para desenvolver complicações: os nascidos
com peso inferior a 1500g e com idade gestacional inferior a 33 semanas; os que
apresentam asfixia ao nascimento e aqueles com malformações que requeiram
correção cirúrgica. Esses grupos de RN s necessitam de atendimento em
instituições hospitalares que contam com unidades de cuidados intensivos
neonatais. Entretanto, vale lembrar que os RN s em geral, mesmo aqueles que
nascem em boas condições, apresentam características singulares intrínsecas
que, associadas aos fatores citados anteriormente, os tornam vulneráveis ao
desenvolvimento de intercorrências clínicas no período perinatal.
Vale lembrar que cerca da metade das mortes ocorridas no primeiro
ano de vida no Brasil acontecem no período neonatal, o que justifica uma atenção
e monitoramento cuidadoso da saúde deste segmento populacional. Por meio do
exame físico do RN, do levantamento de informações obtidas na entrevista com a
mãe/cuidadora/familiares acerca das reações comportamentais do RN, das
formas dispensadas no cuidado do RN e do contexto socioeconômico e cultural
em que esta família está inserida, é possível estabelecer o diagnóstico e as
intervenções que visam a prevenção e promoção da saúde, contribuindo para a
redução e reversão das taxas de morbi-mortalidade neste período breve da vida
humana.

3.8.3.1 Avaliação do RN no Domicílio

VARIAÇÕES SINAIS POTENCIAIS DE


ACHADOS USUAIS
ESPERADAS ANORMALIDADE / INTERCORRÊNCIA

Bossa
serosanguínea
céfalo hematoma
Medidas gerais que regride nas 1ª
Circ. cefálica: 33-35cm; semanas; Aumento > que 1cm/mês da circ. cef.;
Circ. torácica:30,5 - 33cm; Perda de 10% do Diminuição de peso após o 14º dia de
Estatura:48-53cm; peso de nascimento vida.
Peso:2500-4000g na 1ª semana,
recuperação entre o
10º-14º dia de vida;
Ganho de 15 -

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SAÚDE DA MULHER 94

VARIAÇÕES SINAIS POTENCIAIS DE


ACHADOS USUAIS
ESPERADAS ANORMALIDADE / INTERCORRÊNCIA

30g/dia após a 2ª
semana

Calor radiante,
ambiental, excesso Temp. axilar < 36ºC ou > 37,5ºC;
Sinais Vitais
de roupa aumenta a FC < 80 -100 bpm;
Temp. axilar: 36,5ºC-
Temp.; FC > 160 -180 bpm;
37,2ºC;
FC aumenta com FR > 60 rpm; apnéia por mais de 20
Batimento cardíaco: FC
choro; segundos;
entre 120 -140 bpm;
FC diminui no sono; batimento das aletas nasais;
Respiração: FR entre 30-
FR aumenta com retrações xifóide e/ou intercostal;
60 rpm.
choro; FR diminui no gemido expiratório
sono.

Fissuras labial ou palatina, RN's com


Alimentação seqüela neurológica, fissura mamilar,
Amamentação de livre mastite materna e mães que escolhem
demanda, em média a não amamentar;
cada 2-3 horas. Refluxo/regurgitação/vômito persistente
de leite ingerido.

Eliminações
Fezes meconiais até o 3º
dia, fezes de transição do
3º ao 5º dia, fezes lácteas
após; Obstipação, fezes diarréicas;
Diminuição da freqüência urinária
associada à presença de edema
Freqüência das
evacuações: 8 vezes/dia;
Urina cor clara, freqüência
diária: 8 a 10

Estado de
consciência/Aspecto
geral/Comportamento/
Convulsão; hipoatividade ou falta de
Reflexos
reação aos estímulos
Estado de sonolência ou
sono profundo por cerca
de 18 horas/dia

Estado de consciência/
Hipertonia muscular; extensão / flacidez
Aspecto geral/
dos membros, fontanela saliente ou
Comportamento/ Reflexos
encovada;
Quando acordado, reativo
Cianose generalizada/ persistente ou
a estímulo sonoro, tátil e
repentina Palidez;
visual.
Pele acinzentada;
Reflexos: Moro, Babinsky
e Tônico-cervical Mucosas descoradas;
presentes; Impetigo;
Flexão geral de membros; Assadura, miliária, fissuras em dobras de
Fontanelas planas; pele, anal;
Boa perfusão periférica; Icterícia persistente após a 1ª semana de
vida ou generalizada e acentuada nos
Mucosas coradas, pele
primeiros dias;
rosada, íntegra, presença
de millium sebáceo em Sucção débil;

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SAÚDE DA MULHER 95

VARIAÇÕES SINAIS POTENCIAIS DE


ACHADOS USUAIS
ESPERADAS ANORMALIDADE / INTERCORRÊNCIA

região nasal, eritema Sucção, respiração e deglutição


tóxico em tórax e abdome, incoordenados.
mancha mongólica em
região sacro-glútea;
Regressão da icterícia na
1ª semana de vida;
Coordenação da sucção,
deglutição e respiração.

Coto/cicatriz umbilical Presença de


Secreção fétida, purulenta; hiperemia
Mumificado no 3º dia de secreção serosa ou
local; calor; febre; granuloma;
vida e desprendimento do serossanguinolenta
Contaminação por fezes, urinas, uso de
coto entre a 1ª e 3ª na fase de
produtos estranhos no curativo.
semana de vida. desprendimento.

3.8.3.2 Cuidados com o Recém-Nascido no Domicílio

Responsabilizar-se pelo cuidado do filho recém-nascido, freqüentemente,


provoca ansiedade na mãe, o que a leva a procurar ajuda para capacitar-se nesta
tarefa. Desenvolver atividades educativas junto à mãe e familiares relacionadas ao
manejo do aleitamento, higiene do RN, cuidados com o coto umbilical, prevenção de
infecções e intercorrências no sistema tegumentar auxilia na aquisição da habilidade
materna.

PROCEDIMENTO OBSERVAÇÕES

1. Prevenção de A temperatura ambiente onde o RN é mantido deve estar em torno de


hipotermia 24ºC, evitar correntes de ar

Uso preferencial de tecidos de algodão, evitar loções alcoólicas para


higienização, ter preferência a produtos de higiene da linha infantil e
2. Prevenção de evitar uso de calça plástica;
problemas na pele Lavar separadamente as roupas do RN, usar sabão neutro ou de coco,
enxaguar bem para remover todo o sabão e evitar o uso de amaciantes;
Secar ao sol, em varal, passar a roupa com ferro aquecido.

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SAÚDE DA MULHER 96

PROCEDIMENTO OBSERVAÇÕES

Organizar o material: toalha, macacão de algodão, fralda, cobertor, bolas


de algodão, sabonete glicerina / infantil, "cotonetes", banheira com água
a temperatura de 38-40°C;
O banho não deve ser muito demorado para evitar hipotermia. Realizar o
banho no horário mais quente do dia. Começar a higiene pelo segmento
cefálico. Limpe os olhos com bolas de algodão umidecido em água
morna evitando usar a mesma bola de algodão em ambos os olhos.
Com ajuda de "cotonetes," limpe as narinas e o pavilhão auditivo;
Manter o RN agasalhado e enrolado na toalha de banho para lavar o
couro cabeludo. Proteja ouvidos com auxílio de chumaço de algodão.
Umedecer e ensaboar a cabeça;
3. Banho do RN
Enxaguar e secar o couro cabeludo. Antes de lavar o corpo, retirar a
fralda e higienizar os genitais, caso apresente eliminações. Ao remover
as fezes, evite contaminar canal uretral e vaginal. Retirar as demais
peças do vestuário;
Segurar o RN, mantendo-o em decúbito dorsal elevado com a cabeça da
criança sobre o pulso do cuidador e a região glútea no fundo da
banheira. Ensaboar e enxaguar;
Virar o RN, segurando-o em decúbito ventral elevado para lavar o dorso;
Retirá-lo da banheira e enxugar;
Secar bem as dobras da pele e vesti-lo. Evitar manter a fralda cobrindo o
coto umbilical.

O curativo deve ser realizado pós-banho e trocas das fralda. Utilizar


"cotonetes" embebido em solução de álcool a 70%;
Limpar o local da inserção do coto umbilical com a pele e remover a
secreção presente;
4. Curativo umbilical Atentar para as características da secreção e presença de sinais de
infecção;
Evitar o uso de anti-sépticos coloridos, substâncias estranhas ou
contaminadas;

Evitar decúbito dorsal ou ventral no berço. Mantê-lo em decúbito lateral


elevado até eructar;
Lavar as mãos sempre que for manipular o bebê;
Evitar locais públicos de grande movimentação, fumantes e animais
5. Medidas de
domésticos próximos e não deixar o RN com outras crianças sem um
segurança e
responsável junto;
prevenção de
agravos à saúde Mantê-lo longe de sacos plásticos e objetos que possam sufocá-lo ou
feri-lo;
Protegê-lo de correntes de ar e evitar ambientes com poeira e umidade;
No trânsito, transportá-lo em Bebê-conforto, preso ao banco traseiro do
veículo.

Incentivar o aleitamento materno;


Respeitar a demanda espontânea do RN;
Em média, intervalo de 3 a 4 horas;
Na impossibilidade, retirar o leite materno e oferecê-lo em copinho ou
6. Alimentação colher ou leite artificial sob prescrição e acompanhamento do serviço de
saúde;
Evitar o uso de mamadeira;
Desnecessário oferta de suplemento hídrico (chá, água, suco) no
período neonatal.

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SAÚDE DA MULHER 97

3.8.4 DETECTAR SINAIS E SINTOMAS DE INFECÇÃO PUERPERAL

PUÉRPERA

ANAMNESE + INSPEÇÃO
DA EPISORRAFIA OU
INCISÃO CIRÚRGICA

sinais/sintomas de infecção

SIM NÃO

encaminhar ao Proceder orientações de rotina


médico para e retirada de pontos em casos
avaliação de cesárea

FONTE: SMS / Montes Claros, 2000.

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SAÚDE DA MULHER 98

3.8.4.1 Fluxograma para avaliação das mamas

PUÉRPERIO

EXAME DAS MAMAS

MAMAS MACIAS. MAMAS INGURGITADAS SINAIS E


MAMILOS PROTUSOS. E/OU COM FISSURAS SINTOMAS DE
SEM LESÕES OU MASTITE
ALTERAÇÕES

ORIENTAÇÕES PROCEDER ENCAMINHAR


DE ROTINA ORIENTAÇÕES AO MÉDICO
ESPECÍFICAS. AVALIAR PARA
PEGA DO RN E AVALIAÇÃO
ENCAMINHAR PARA
ORDENHA MECÂNICA,
SE NECESSÁRIO

FONTE: SMS / Montes Claros, 2000.

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Parte IV
SAÚDE DO ADULTO

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SAÚDE DO ADULTO 100

ÍNDICE

4.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL..................................................................... 101


4.1.1 OBJETIVO...................................................................................... 101
4.1.2 PROCEDIMENTOS........................................................................ 101
4.1.3 DEFINIÇÕES.................................................................................. 101
4.1.4 OPERACIONALIZAÇÃO................................................................ 102
4.1.5 VISITA DOMICILIAR...................................................................... 103
4.1.6 MEDICAÇÃO PARA MANUTENÇÃO............................................. 103
4.2 DIABETES MELLITUS............................................................................. 105
4.2.1 OBJETIVO...................................................................................... 105
4.2.2 PROCEDIMENTOS........................................................................ 105
4.2.3 DEFINIÇÕES.................................................................................. 105
4.2.4 OPERACIONALIZAÇÃO................................................................ 106
4.2.5 MEDICAÇÃO PARA MANUTENÇÃO............................................. 107
4.2.6 PÉ DIABÉTICO............................................................................... 107
4.2.6.1 Fatores de risco........................................................................... 108
4.2.6.2 Classificação I.............................................................................. 108
4.2.6.3 Classificação II............................................................................. 108
4.2.6.4 Sinas e Sintomas do Pé Diabético.............................................. 108

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SAÚDE DO ADULTO 101

4.1 HIPERTENSÃO ARTERIAL

4.1.1 OBJETIVO

Prevenir a ocorrência de alterações degenerativas vasculares e do


miocárdio nos indivíduos hipertensos da área de abrangência da Unidade
de Saúde, com vistas a reduzir a mortalidade e a morbidade decorrente
destas alterações e procurar intervir em fatores de riscos cardiovasculares
associados à hipertensão como: tabagismo, obesidade, sedentarismo e
dislipidemias.

4.1.2 PROCEDIMENTOS

Consulta de enfermagem semestralmente;


Encaminhamento para consulta médica sempre que detectada alguma
alteração;
Solicitação de exames de rotina para hipertensão arterial;
Seguimento na terapêutica medicamentosa prescrita pelo médico e
orientações quanto ao uso correto;
Transcrição medicamentosa, mediante apresentação do cartão do
hipertenso/diabético e ultima prescrição do médico ou transcrição do
enfermeiro da equipe. Ressalta-se que os níveis pressóricos
recomendados para a manutenção da receita pelo enfermeiro deverão
estar entre 100/60mmhg e 140/90mmhg. Fora destes parâmetros, o
paciente deverá ser encaminhado para consulta médica.

4.1.3 DEFINIÇÕES

Hipertenso definido: É aquele que já tem conhecimento da sua condição


de hipertensão e que realizou três verificações de Pressão Arterial (PA),
com intervalos de uma semana e foi definido como hipertenso;

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SAÚDE DO ADULTO 102

Hipertenso suspeito: É o usuário que desconhece ser hipertenso e que


teve apenas uma verificação de PA com o achado de níveis tensionais
elevados. Deve-se registrar no cartão as aferições da pressão arterial com
sete dias de intervalo, com o paciente sentado a pelo menos dez minutos e;
sempre que possível, no mesmo horário.

4.1.4 OPERACIONALIZAÇÃO

Os usuários atendidos nas Unidades de Saúde e que compareçam por


qualquer motivo:
1. Verificar a pressão arterial de todos os usuários clientes maiores de 20 anos;
2. Realizar a verificação da PA sempre após dez minutos de repouso, evitando o
uso de qualquer substância hipertensiva como cigarros, cafeína ou refeição
nos últimos trinta minutos que antecedem a tomada da pressão. Observar um
intervalo de sete dias entre as verificações;
3. Realizar busca ativa no caso de faltosos;
4. Após três aferições de PA com níveis pressóricos maiores ou iguais 140/90
mmHg, realizar consulta de Enfermagem e solicitar exames de rotina para
Hipertensão Arterial (Colesterol total e frações, triglicérides, urina rotina,
creatinina, ácido úrico, hemograma, sódio, uréia, potássio sérico e glicemia
sérica);
5. Agendar a 1ª consulta com o médico da equipe para avaliação e interpretação
dos exames. As consultas médicas subseqüentes serão agendadas
anualmente ou sempre que for necessário;
6. Cadastrar os hipertensos definidos para acompanhamento da equipe;
7. Fornecer ao hipertenso o cartão devidamente identificado com a prescrição
médica e os resultados de exames;
8. Agendar grupo educativo mensal, sob coordenação do enfermeiro e/ou médico
da equipe para os pacientes diagnosticados, casos suspeitos e familiares,
para orientações quanto à dieta, atividades físicas, medicação e prevenção de
possíveis complicações entre outros. Aferir a PA dos clientes nesta atividade;
9. A manutenção de receitas será feita trimestralmente de acordo com as rotinas
da unidade.

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SAÚDE DO ADULTO 103

4.1.5 VISITA DOMICILIAR

Realizada para os hipertensos definidos, suspeitos ou faltosos. Serão


considerados faltosos os que não completarem três verificações de PA ou não
comparecerem as unidades nos grupos operativos. Pode ser realizada por um dos
membros da equipe.

4.1.6 MEDICAÇÃO PARA MANUTENÇÃO

Classificação:

1. Diuréticos: Agem no néfron (unidade morfofuncional do rim) e


produzem leve depleção de sódio e potássio. Prestar atenção para
pacientes com história de gota, ácido úrico muito aumentado e dores
articulares, devendo, em certos casos, usar doses bem baixas ou
retirar o diurético.
Efeitos colaterais: dislipidemias, intolerância à glicose,
hipopotassemia, impotência sexual e hiperuricemia, que
podem ser amenizados com o uso de baixas doses e
vigilância dessas alterações.

2. Inibidores Simpáticos: Deprimem o tônus simpático do sistema


nervoso central exercendo grande controle sobre a circulação.
Efeitos colaterais: hipotensão postural e disfunção sexual,
freqüentes em pacientes com neuropatia autonômica
diabética, devendo-se limitar seu uso nessa população.

3. Betabloqueadores: Antagonizam as respostas às catecolaminas


mediadas pelos receptores Beta. Diminuição da freqüência e do
débito cardíaco são resultados observados após a administração.
São úteis em casos de arritmias cardíacas, prolapso de válvula
mitral, infarto do miocárdio, angina do peito e hipertensão portal
esquistossomática.
Efeitos colaterais: Contra-indicado em atópicos ou

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SAÚDE DO ADULTO 104

asmáticos, pelo desencadeamento e/ou agravamento do


broncoespasmo, podendo levar à insuficiência respiratória
aguda. Também é contra-indicado em bloqueios cardíacos e
insuficiência vascular periférica.

Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA): Inibem a


formação de angiotensina II (um dos maiores vasoconstritores conhecidos),
bloqueando a enzima conversora de angiotensina (ECA). Além da redução da
pressão arterial sistêmica, reduzem a pressão intraglomerular tendo como
conseqüência uma proteção renal específica. Contra-indicada na gestação ou
mulheres que querem engravidar pela possibilidade de causar malformações
fetais.

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SAÚDE DO ADULTO 105

4.2 DIABETES MELLITUS

4.2.1 OBJETIVO

Reduzir a morbimortalidade pelo diabetes na área de abrangência da


Unidade de Saúde, através do diagnóstico precoce, tratamento de
indivíduos sintomáticos e assintomáticos, detecção precoce e tratamento
das complicações agudas e crônicas do diabetes tipo I e lI, com
referência para níveis de maior complexidade quando necessário.

4.2.2 PROCEDIMENTOS

Consulta de enfermagem semestralmente;


Encaminhamento para consulta médica sempre que detectada alguma
alteração;
Solicitação de exames de rotina para diabetes;
Seguimento na terapêutica medicamentosa prescrita pelo médico e
orientações quanto ao uso correto;
Transcrição medicamentosa, mediante apresentação do cartão do
Hipertenso/Diabético e ultima prescrição do médico ou do enfermeiro da
equipe. O nível glicêmico recomendado para a manutenção da receita é
entre 70 a 140mg/dl.

4.2.3 DEFINIÇÕES

Tipo I: São insulino-dependentes;


Tipo lI: São insulino não dependentes.

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SAÚDE DO ADULTO 106

4.2.4 OPERACIONALIZAÇÃO

1. Cadastrar todos os diabéticos Tipo I e II das áreas de abrangência para


acompanhamento da equipe de saúde;
2. Fornecer ao diabético o cartão, devidamente identificado, com prescrição
médica e resultados de exames;
3. Os exames para controle metabólico que poderão ser solicitados pelo
enfermeiro do município:
- Glicemia de jejum;
- Glicemia pós-prandial;
- Glicemia capilar;
- Hemoglobina glicosilada;
- Hemograma;
- Triglicérides;
- Colesterol total e frações.
4. Clientes com diabetes Tipo I, encaminhar à unidade de referência para
mapear a necessidade de insulina e fornecê-la;
5. Agendar grupo educativo mensal, sob coordenação do enfermeiro e/ou
médico da equipe, para os usuários diagnosticados, casos suspeitos e
familiares, para orientações quanto à dieta, atividades físicas, medicação e
prevenção de possíveis complicações e/ou incapacidades. Verificar
glicemia capilar;
6. A glicemia capilar deverá ser feita mensalmente em todos os diabéticos e
anotada no cartão. Os clientes em uso de diabetogênicos com glicemia
acima de 140mg/dl serão encaminhados para consulta com o médico da
equipe;
7. Encaminhar os clientes para oftalmologia de acordo com avaliação do
médico e/ou do Enfermeiro da equipe;
8. Agendar visita domiciliar para realização do controle metabólico aos
pacientes impossibilitados de participarem dos grupos educativos (com
justificativa);
9. A manutenção de receitas de hipoglicemiantes orais será feita
trimestralmente, de acordo com as rotinas de cada unidade.

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SAÚDE DO ADULTO 107

4.2.5 MEDICAÇÃO PARA MANUTENÇÃO

Glibenclamida 5 mg;
Metformina 850 mg;

Contra-indicação:
- DM tipo 1 ou DM pancreático;
- Gravidez;
- Grandes cirurgias, infecções severas, estresse e trauma;
- História de reação alérgica às sulfoniluréias;
- Predisposição a hipoglicemias severas e com diminuição da
função hepática ou renal;
- Acidose ou estado pré-acidótico.
Glibenclamida 5mg: Tem ação de 16 a 24horas e pode ser usada 1
ou 2 vezes ao dia:
o Efeitos adversos: A hipoglicemia leve é o efeito adverso mais
comum; também podem ocorrer sintomas gastrintestinais
(náuseas, vômitos, dor abdominal, sensação de plenitude
gástrica), reações hematológicas (leucopenia, trombopenia e
anemia hemolítica), cutâneas (rash, prurido, púrpura),
hipersensibilidade cruzada às sulfonamidas e alterações
hepáticas (hepatite, icterícia, colestase e aumento das
enzimas hepáticas).
Metformina 850mg: causa significativa redução de complicações
cardiovasculares.

4.2.6 PÉ DIABÉTICO

São alterações que ocorrem nos pés, decorrentes de complicações do


diabetes mellitus: neuropatia diabética (alterações nos nervos periféricos),
problemas circulatórios (micro e macro angiopatia diabética) e infecção. Estas
complicações, quando presentes, colocam o paciente em risco de amputação e
até de vida.

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SAÚDE DO ADULTO 108

4.2.6.1 Fatores de Risco

Antecedente de úlcera/amputação;
Neuropatia insensibilidade/deformidade;
Calosidade;
Uso de calçados inadequados;
Trombose Venosa Profunda (tabagismo, HAS, dislipidemia);
Patologia não-ulcerativa (micoses, bolhas, rachaduras, fissuras).

4.2.6.2 Classificação I

Grau O: pé em risco por presença de doença vascular periférica,


neuropatia, deformidades ortopédicas e de unhas, perda da visão,
nefropatia e/ou idade avançada;
Grau 1: úlcera superficial;
Grau 2: úlcera profunda que chega ao tendão, ligamento, articulação
e/ou osso;
Grau 3: infecção localizada: celulite, abscesso, osteomielite;
Grau 4: gangrena local;
Grau 5: gangrena extensa.

4.2.6.3 Classificação II

Infeccioso
- Neuropata: Apresenta boa circulação e déficit sensitivo
- Arteriopata: Apresenta déficit circulatório e boa sensibilidade
- Misto: Apresenta déficit circulatório e sensitivo.

Não Infeccioso
- Neuropata: Apresenta o calo plantar e deformações
- Arteriopata: Apresenta gangrena seca.

4.2.6.4 Sinas e Sintomas do Pé Diabético


a) Vasculares:
- Pés frios;

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SAÚDE DO ADULTO 109

- Claudicação intermitente (panturrilha ou pé);


- Dor em repouso especialmente noturno;
- Ausência de pulsos nós pés poplíteos ou femorais;
- Sopros femorais;
- Rubor;
- Diminuição da temperatura corporal.
b) Neurológicos:
- Sensitivos: ardor, formigamento, parestesias, dor e
hipersensibilidade, sensação de pé frio ou dormente;
- Motores: debilidade, diminuição ou ausência de reflexos tendinosos
profundos;
- Autonômicos: secura da pele com diminuição ou ausência de
sudorese.
c) Musculoesqueléticos:
- Mudança gradual na forma do pé;
- Mudança súbita e indolor na forma do pé, associada a edema e sem
antecedentes de traumatismo:
o Pé cavo e dedos em garra;
o Pé caído;
o Articulação de Charcot;
o Artropatia neuropática.
d) Dermatológicos:
- Feridas estranhamente dolorosas ou indolores;
- Feridas que não cicatrizam ou cicatrizam lentamente. Necrose;
- Mudança de coloração na pele;
- Pé seco, pruriginoso;
- Infecções recorrentes (paroníquia, pé-de-atleta);

- Pé:
o Secura anormal;
o Infecção micótica crônica;
o Lesões queratósicas com ou sem hemorragia (plantar ou
digital). Úlceras tróficas.

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SAÚDE DO ADULTO 110

- Pêlo:
o Diminuição ou ausência.
- Unhas:
o Mudanças tróficas;
o Onicomicose;
o Ulceração ou abscesso subungueal;
o Falta de crescimento.

Seguir protocolo de Tratamento de Feridas do município.

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Parte V
SAÚDE DO IDOSO

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SAÚDE DO IDOSO 112

ÍNDICE

5.1 OBJETIVO............................................................................................... 113


5.2 COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DA
ATENÇÃO BÁSICA SOB A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
VOLTADAS À PESSOA IDOSA ............................................................. 113
5.2.1 Atribuições Comuns da Equipe .................................................. 113
5.2.2 Competências e Habilidades Requeridas ao Médico e/ou
Enfermeiro ................................................................................... 114
5.2.3 Habilidades Específicas do Enfermeiro ........................................ 119
5.3 CONSULTA DE ENFERMAGEM ........................................................... 119
5.4 PRINCÍPIOS DO ATENDIMENTO DOMICILIÁRIO ............................... 119
5.5 AVALIAÇÃO GLOBAL DO IDOSO ........................................................ 119
5.6 OPERACIONALIZAÇÃO ........................................................................ 120
5.7.3 AVALIAÇÃO FÍSICA ..................................................................... 123
5.7.4 ASPECTOS RELACIONADOS COM CUIDADOR ....................... 125

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SAÚDE DO IDOSO 113

5.1 OBJETIVO

Prestar um atendimento qualificado ao idoso, respeitando suas particularidades,


estimulando sua independência, autonomia e a capacidade funcional, mediante
ações de promoção de saúde, prevenção e reabilitação, possibilitando ao mesmo
a manutenção de sua independência funcional e autonomia .(função física,
psíquica e social).

5.2 COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DA


ATENÇÃO BÁSICA SOB A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
VOLTADAS À PESSOA IDOSA

5.2.1 Atribuições Comuns da Equipe

Conhecimento da realidade das famílias pelas quais são responsáveis,


com ênfase nas suas características sociais, econômicas, culturais,
demográficas e epidemiológicas;

Identificação dos problemas de saúde e situações de risco mais comuns


aos quais o idoso está exposto, e a elaboração de um plano local para o
enfrentamento dos mesmos;

Execução, de acordo com a formação e qualificação de cada profissional,


dos procedimentos de vigilância à saúde da pessoa idosa;

Valorização das relações com a pessoa idosa e sua família, para a criação
de vínculo de confiança, de afeto e de respeito;

A realização de visitas domiciliares de acordo com o planejado;

Prestação de assistência integral à população idosa, respondendo às suas


reais necessidades de forma contínua e racionalizada;

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SAÚDE DO IDOSO 114

Garantia de acesso ao tratamento dentro de um sistema de referência e


contra-referência para aqueles com problemas mais complexos ou que
necessitem de internação hospitalar;

Coordenação e participação e/ou organização de grupos de educação para


a saúde;

Promoção de ações intersetoriais e de parcerias com organizações formais


e informais existentes na comunidade para o enfrentamento conjunto dos
problemas identificados na população idosa, além da fomentação da
participação popular, discutindo com a comunidade conceitos de cidadania,
de direitos à saúde e suas bases legais.

5.2.2 Competência e Habilidades Requeridas ao Médico e/ou Enfermeiro

Podem ser destacadas as seguintes competências e correspondentes


habilidades requeridas, no que diz respeito à saúde do idoso no nível da atenção
básica:

Promoção da saúde do idoso: capacidade de identificar os fatores


determinantes da qualidade de vida da pessoa idosa, em seu contexto
familiar e social, bem como compreender o sentido da responsabilização
compartilhada como base para o desenvolvimento das ações que
contribuem para o alcance de uma vida saudável. Aqui temos as seguintes
habilidades requeridas ao médico e ao enfermeiro:

a. Compreender o significado da promoção à saúde da pessoa idosa e


sua relação com os fatores determinantes da qualidade de vida
(sociais, políticos, econômicos, ambientais, culturais e individuais);

b. Compreender a influência da família, da comunidade, das


instituições e dos valores culturais e sociais no processo
permanente de manutenção funcional e da autonomia do idoso;

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA


SAÚDE DO IDOSO 115

c. Estimular a iniciativa, a organização e a participação da comunidade


em atividades inter-relacionadas em prol da qualidade de vida das
pessoas idosas;

d. Compreender o envelhecimento como um processo essencialmente


benigno, não patológico, sem perder de vista, entretanto, que o
estresse de agravos físicos, emocionais e sociais, com o aumento
da idade, representa uma efetiva e progressiva ameaça para o
equilíbrio dinâmico do indivíduo, ou seja, sua saúde;

e. Compreender as diferenças entre o que se pode considerar como


envelhecimento normal, com suas limitações fisiológicas gradativas,
e as características patológicas que podem instalar-se durante esse
processo;

f. Identificar possíveis fatores de risco à saúde do idoso, assim como


os sintomas claros ou não específicos de qualquer alteração física
ou mental;

g. Identificar ações de promoção à saúde da pessoa idosa,


desenvolvidas pelos setores governamentais e não governamentais,
na área de abrangência da UBS;

h. Estabelecer parcerias, visando ao desenvolvimento do trabalho


intersetorial (escolas, clubes, igrejas, associações e outros);

i. Gerar, reproduzir e disseminar informações relativas ao


desenvolvimento integral da pessoa idosa para que a população
seja informada e possa participar ativamente do processo de forma
integral e abrangente;

j. Desenvolver ações que visem à melhoria das práticas sanitárias no


domicílio, bem como a vigilância à saúde do idoso;

k. Entender a atenção básica à saúde do idoso enquanto processo


eminentemente educativo, uma vez que se baseia no estímulo e

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA


SAÚDE DO IDOSO 116

apoio para que eles se mantenham, o máximo possível, no controle


de sua saúde e de sua vida;

l. Estimular a organização de grupos de idosos para discussão e troca


de experiências relativas à sua saúde e como melhorar a qualidade
de vida, mantendo-se participante ativo em sua comunidade;

m. Construir coletivamente um saber direcionado às práticas de


educação em saúde do idoso que integre a participação popular no
serviço de saúde e ao mesmo tempo aprofunde a intervenção da
ciência na vida cotidiana das famílias e da sociedade;

n. Realizar o diagnóstico das condições de vida e de saúde da família


e da comunidade na qual a pessoa idosa está inserida mediante as
informações do cadastro das famílias;

o. Estimar e caracterizar a população de idosos da área de


abrangência da equipe de saúde, na perspectiva de enfoque de
risco;

p. Identificar as doenças prevalentes da população idosa na área de


abrangência do trabalho da equipe, bem como seus determinantes;

q. Acompanhar e avaliar permanentemente o impacto das ações sobre


a realidade inicialmente diagnosticada das condições de vida e de
saúde da pessoa idosa, na perspectiva de se atingir a situação
desejada, pela identificação e desenvolvimento de indicadores de
avaliação de processo e de resultado em relação às ações
desenvolvidas;

r. Identificar métodos e técnicas de ensino aprendizagem mais


adequado à capacitação de pessoas da comunidade que lidam com
práticas de cuidado às pessoas idosas.

Prevenção e monitoramento das doenças prevalentes na população idosa:


capacidade para desenvolver ações de caráter individual e coletiva,
visando à prevenção específica e o monitoramento das doenças

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SAÚDE DO IDOSO 117

prevalentes na população idosa. Neste contexto, as habilidades requeridas


ao médico e ao enfermeiro são:

Conhecer as condições de vida e de saúde da pessoa idosa em seu


contexto familiar na área adstrita à unidade de saúde (aspectos
demográficos, perfil de morbimortalidade - mortalidade por causa
específica, maltrato e abandono - renda e pobreza, trabalho);

Desenvolvimento de ações de caráter coletivo voltadas à prevenção


individual e coletiva com base nos fatores de risco universais à saúde da
população idosa;

Associar aos fatores de risco universais a outros que podem adquirir pesos
variáveis de acordo com a realidade da área de abrangência da equipe de
saúde;

Orientar as pessoas idosas, seus familiares, seus cuidadores e a


comunidade acerca de medidas que reduzam ou previnam os riscos à
saúde da pessoa idosa;

Identificar as condições do meio ambiente físico, social e domiciliar que


constituem risco para a saúde da pessoa idosa.

Identificação de agravos e recuperação da saúde no idoso: capacidade


para desenvolver ações de caráter individual e coletiva, visando à
prevenção específica, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dos
principais problemas da pessoa idosa.

a. Habilidades requeridas ao médico e ao enfermeiro:


1. Ensinar ao idoso, aos familiares e/ou ao cuidador a
administração de medicamentos em casa, a utilização de
tratamento sintomático e a detecção de sinais e/ou sintomas
que requeiram retorno imediato à unidade de saúde;
2. Aconselhar ao idoso, aos familiares e/ou ao cuidador a
alimentação apropriada à pessoa idosa doente e sobre
quando retomar à unidade de saúde;

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SAÚDE DO IDOSO 118

3. Identificar grupos específicos e traçar estratégias para a


redução de danos no idoso com deficiência física ou mental,
com desnutrição e vítima de violência intrafamiliar.

b. Habilidades específicas do médico:

4. Realizar consulta médica para avaliação dos fatores de risco,


confirmação diagnóstica e identificação de processos
terapêuticos específicos referentes aos transtornos físicos e
mentais prevalentes na população idosa;

5. Avaliar a pessoa idosa, classificando-a segundo o risco, em


relação aos problemas típicos de sua idade -imobilidade,
instabilidade postural, incontinência, insuficiência cerebral e
iatrogenia, bem como empregar terapêuticas específicas;

6. Realizar consulta médica com vistas a identificar possíveis


causas orgânicas ou causas psicossociais com os idosos que
apresentam problemas de relacionamento;

7. Explicar à pessoa idosa, aos familiares e/ou aos cuidadores


os aspectos referentes ao tratamento não medicamentoso e
medicamentoso específicos de cada agravo;

8. Usar tratamento não medicamentoso e medicamentoso de


acordo com a necessidade;

9. Acompanhar o idoso doente, na unidade ou no domicílio, até


a sua cura;

10. Realizar atendimentos de primeiros cuidados nos casos de


urgência geriátrica;

11. Encaminhar o idoso refratário aos tratamentos convencionais


ou com doenças não compatíveis com a complexidade da
UBS para unidades especializadas de referência;

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SAÚDE DO IDOSO 119

12. Acompanhar a evolução de pessoas idosas que foram


encaminhadas a outros serviços até sua total recuperação
e/ou reabilitação.

5.2.3 Habilidades Específicas do Enfermeiro

1. Programar visitas domiciliares ao idoso em situação de risco ou pertencente a


grupos de risco e por solicitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS);
2. Realizar assistência domiciliar da pessoa idosa quando as condições clínicas e
familiares da mesma permitirem ou assim o exigirem;
3. Supervisionar e desenvolver ações para capacitação dos ACS e de auxiliares
de enfermagem visando ao desempenho de suas funções na atenção integral à
pessoa idosa.

5.3 CONSULTA DE ENFERMAGEM

Enfoque na consulta domiciliária.

5.4 PRINCÍPIOS DO ATENDIMENTO DOMICILIÁRIO

Visão holística.
Avaliação e Orientação Multidimensionais.
Garantia dos Princípios de Equidade e Universalidade.
Busca do Melhor Estado Funcional.
Suporte a Família e ao Cuidador.
Humanização do Atendimento.

5.5 AVALIAÇÃO GLOBAL DO IDOSO

1- Perfil do cliente, dados biográficos;


2- Queixa principal, motivo da consulta;

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SAÚDE DO IDOSO 120

3- Historia do problema atual;


4- Perfil familiar;
5- Perfil ocupacional;
6- Perfil do ambiente onde vive;
7- Perfil de recreação e lazer;
8- Recursos, sistemas de ajuda utilizados;
9- Descrição de um dia típico;
10- Estado de saúde atual;
11- Estado de saúde no passado;
12- Historia familiar (genograma);
13- Revisão dos sistemas (geral, tegumento, hematopoietico, cabeça, olhos,
ouvidos, boca e garganta, nariz e seios paranasais, pescoço, mamas,
respiratório, cardiovascular, gastrintestinal, urinário, genito-reprodutor,
musculoesqueletico, sistema nervoso central, sistema endócrino,
psicossocial);
14- Exame físico: Geral, pele cabeça, olhos, ouvidos, nariz e seios paranasais,
boca e garganta, pescoço, mamas, tórax e pulmões, coração e vasos
sanguíneos, abdome, musculoesqueletico, neurológico, genito-reprodutor.

Veja em ANEXO II pág.151: Roteiro para Avaliação Global do Idoso.

5.6 OPERACIONALIZAÇÃO

O profissional enfermeiro poderá trabalhar as seguintes questões:


Abordar o envelhecimento junto aos indivíduos de uma forma
personalizada, considerando não somente aspectos biológicos, mas
também socioeconômicos, culturais, políticos e psíquicos;
Ressaltar a capacidade da pessoa idosa em adaptar-se às mudanças
físicas sociais e emocionais;
Auxiliar no enfrentamento das mudanças, causadas pelo processo de
envelhecimento estimulando uma atitude positiva perante a vida e a auto-
estima;

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA


Promover, junto ao idoso e sua família/amigos, a participação em novas
atividades que lhe sejam apropriadas e agradáveis, estimulando a cri
atividade e a satisfação;
Encorajar e preservar a autonomia funcional e emotiva do idoso,
identificando junto ao mesmo seus potenciais e a forma de utiliza-los;
Agir com responsabilidade e solidariedade diante das inúmeras situações
de limitações, dificuldades e até constrangimento com que os idosos se
deparam no seu cotidiano;
Abrir espaço para que os idosos em gozo de suas faculdades mentais
tenham o direito de: receber orientações, emitir opiniões, escolher e
decidir, consentir e recusar, pedir ajuda e ter privacidade;
Primar pela integridade, dignidade e direitos da pessoa idosa, superando
preconceitos, estigma e discriminação.

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA


Parte VI
DST/AIDS

PROTOCOLO DA ASSISTÊNCIA A SAÚDE DA REDE MUNICIPAL DE MONTES CLAROS ATENÇÃO BÁSICA


DST/AIDS 123

ÍNDICE

6.1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 124


6.2 OBJETIVOS............................................................................................. 124
6.3 POPULAÇÃO ALVO................................................................................ 125
6.4 PROFISSIONAIS..................................................................................... 125
6.5 COMPETÊNCIAS E ROTINAS DOS PROFISSIONAIS.......................... 125
6.5.1 Médico............................................................................................ 125
6.5.2 Enfermeiro...................................................................................... 126
6.5.3 Técnico/Auxiliar de Enfermagem.................................................... 126
6.5.4 Agentes Comunitários de Saúde.................................................... 127
6.6 EXAMES COMPLEMENTARES.............................................................. 128
6.7 TRATAMENTO......................................................................................... 128
6.7.1 TRICOMONIASE............................................................................ 128
6.7.1.1 Gestantes.................................................................................... 129
6.7.1.2 Nutrizes........................................................................................ 129
6.7.1.3 Parceiros...................................................................................... 129
6.7.1.4 Portadoras do HIV....................................................................... 129
6.7.1.5 Observações................................................................................ 129
6.7.2 TRICOMONIASE E VAGINOSE BACTERIANA (AO MESMO
TEMPO) ....................................................................................... 130
6.7.2.1 Gestantes.................................................................................... 130
6.7.2.2 Parceiros...................................................................................... 130
6.7.2.3 Portadoras do HIV....................................................................... 130
6.7.3 CANDIDIASE.................................................................................. 131
6.7.3.1 Gestantes.................................................................................... 131
6.7.3.2 Parceiros...................................................................................... 132
6.7.3.3 Portadoras do HIV....................................................................... 132
6.7.3.4 Observação................................................................................. 132
6.7.4 VAGINOSE BACTERIANA............................................................. 132
6.7.4.1 Gestantes.................................................................................... 132
6.7.4.2 Parceiros...................................................................................... 133
6.7.4.3 Portadores do HIV....................................................................... 133
6.7.4.4 Observação................................................................................. 133
6.8 FLUXOGRAMAS DST.............................................................................. 133
6.9 CTA: CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DE MONTES
CLAROS.................................................................................................. 138
6.9.1 Introdução....................................................................................... 138
6.9.2 Justificativa..................................................................................... 139
6.9.3 O CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) de Montes
Claros.............................................................................................. 140
6.9.3.1 Corpo de funcionários do CTA.................................................... 141
6.9.4 Processo de Aconselhamento........................................................ 141
6.9.4.1 Diretrizes nacionais para o aconselhamento em DST/HIV/
AIDS............................................................................................ 141
6.9.4.1.1 Importância do aconselhamento.............................................. 141
6.9.4.1.2 Requisitos importantes ao profissional aconselhador.............. 141
6.9.4.1.3 Aconselhamento coletivo.......................................................... 142
6.9.4.1.4 Aconselhamento individual....................................................... 142

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DST/AIDS 124

6.1 INTRODUÇÃO

As Doenças Sexualmente Transmissíveis DST estão entre os


problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Nos países
industrializados ocorre um novo caso de DST em cada 100 pessoas por ano, e
nos países em desenvolvimento as DST estão entre as 5 principais causas de
procura por serviços de saúde (OMS, 1990).
Com o aparecimento da AIDS, as DST passaram a apresentar um
importante problema de saúde.
O Ministério da Saúde reconhece as diversas falhas no atendimento ao
paciente com DST/AIDS, sendo então criada a Coordenação Nacional de DST e
AIDS CN-DST/AIDS, que desde então vem definindo diretrizes nacionais no
âmbito da implantação e aprimoramento de políticas e estratégias relacionadas à
assistência e prevenção das DST/AIDS.

6.2 OBJETIVOS

Prestar atendimento médico, de enfermagem, psicológico, social e


assistência farmacêutica ao paciente portador de DST/AIDS;
Adequar ou facilitar o acesso as diversas especialidades médicas que se
fizerem necessárias;
Oferecer e referenciar apoio laboratorial, diagnóstico e de imagem, quando
necessário;
Orientar normas de biossegurança aos pacientes e seus familiares;
Realizar trabalho educativo na comunidade sobre DST/AIDS;
Oferecer testagem sorológica para HIV aos portadores de DST e a quem
solicitar por razões de situações de risco;
Oferecer aconselhamento sobre DST/AIDS aos pacientes e seus
familiares;
Oferecer como método de biossegurança, dentro do possível a distribuição
de preservativos;
Desenvolver atividades de promoção e prevenção com público de risco.

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DST/AIDS 125

6.3 POPULAÇÃO ALVO

Toda população da área de abrangência, suspeito ou portador de


DST/AIDS.

6.4 PROFISSIONAIS

Profissionais que compõem a Equipe da Estratégia Saúde da Família


ESF e os da rede básica de saúde do município, da atenção primária e
secundária.

6.5 COMPETÊNCIAS E ROTINAS DOS PROFISSIONAIS

6.5.1 Médico

Consulta médica;
Solicitar exames laboratoriais;
Executar treinamento e articulação com os diversos níveis de assistência;
Participar de atividades científicas junto com os demais profissionais da
equipe;
Propiciar educação continuada da equipe;
Executar plano terapêutico e propedêutico;
Desenvolver atividades de biossegurança;
Encaminhar o paciente para serviço especializado, quando necessário;
Acolher o cliente e família propiciando reabilitação;
Fazer a notificação do caso;
Realizar visita domiciliar, quando necessário;
Respeitar o sigilo profissional em relação ao diagnostico do paciente;
Executar aconselhamento coletivo pré-teste Anti-HIV;
Executar aconselhamento individual pós-teste Anti-HIV;
Desenvolver outras atividades afins.

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DST/AIDS 126

6.5.2 Enfermeiro

Responsabilidade técnica da equipe de enfermagem;


Realizar consulta de enfermagem;
Solicitar exames laboratoriais, conforme o protocolo;
Executar treinamento e articulação com os diversos níveis de assistência;
Participar de atividades científicas junto com os demais profissionais da
equipe;
Propiciar educação continuada da equipe e comunidade;
Executar plano terapêutico e propedêutico de enfermagem;
Desenvolver atividades de biossegurança;
Encaminhar o paciente para serviço especializado, quando necessário;
Acolher o cliente e família propiciando reabilitação;
Fazer a notificação do caso;
Realizar visita domiciliar, quando necessário;
Desenvolver plano de cuidados de enfermagem;
Executar aconselhamento coletivo pré-teste Anti-HIV;
Executar aconselhamento individual pós-teste Anti-HIV;
Respeitar o sigilo profissional em relação ao diagnóstico do paciente;
Desenvolver outras atividades afins.

6.5.3 Técnico/Auxiliar de Enfermagem

Acolher o paciente e familiares proporcionando-lhes conforto;


Fazer avaliação dos parâmetros vitais, quando necessário;
Orientar quanto à realização de exames laboratoriais, radiológicos e de
imagens;
Fazer visitas domiciliares, quando necessário;
Executar as ações do plano de cuidado estipulado pelo enfermeiro;
Executar ações educativas com a comunidade;
Fazer buscar ativa de casos suspeitos e encaminha-los para atendimento;

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DST/AIDS 127

Administrar medicamentos e executar procedimentos de enfermagem,


quando necessário;
Levantar e informar complicações e abandono de tratamento;
Auxiliar os médicos e enfermeiros quando solicitado;
Proteger o paciente e familiares quanto à exposições desnecessárias;
Manter a Unidade em ordem;
Zelar pela ética;
Orientar sobre biossegurança;
Humanizar o tratamento e promover o bom convívio entre os pacientes,
familiares e comunidade;
Respeitar o sigilo profissional em relação ao diagnóstico do paciente;
Desenvolver outras atividades afins.

6.5.4 Agentes Comunitários de Saúde

Acolher o cliente e a família na Unidade da Saúde;


Realizar busca ativa de casos na comunidade;
Realizar visita domiciliares;
Agendar consulta de enfermagem ou médico e retorno;
Conferir medicação existente no domicílio e estimular a manutenção do
tratamento;
Desenvolver educação em saúde com a comunidade e portadores de
DST/AIDS;
Comunicar à equipe qualquer anormalidade;
Informar e buscar faltosos;
Orientar sobre o fluxo de exames a serem realizados;
Acompanhar o paciente, quando necessário;
Orientar sobre ações de biossegurança;
Manter o prontuário e a Unidade de Saúde em ordem;
Respeitar o sigilo profissional em relação ao diagnóstico do paciente;
Desenvolver outras atividades afins.

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DST/AIDS 128

6.6 EXAMES COMPLEMENTARES

VDRL;
Secreção vaginal à fresco, GRAM e cultura;
KOH;
Elisa Anti-HIV;
Pregnosticon;
Colpocitologia Oncótica

OBS.: Aconselhar e solicitar exame Elisa Anti-HIV para todos os pacientes com
DST.

6.7 TRATAMENTO

O tratamento das DST/AIDS deste protocolo de atendimento foi


definido pelo Ministério da Saúde, através das linhas de condutas desenvolvidas e
testadas, que estão presentes no Manual de Controle das DST, 3ª ed. 1999.
Caberá ao enfermeiro tratar as vulvovaginites (vaginoses bacterianas,
candidíase vulvovaginal, trichomoníase genital) enquanto que as demais
DST/AIDS e os casos com recidivas e sem melhora, ficará para o profissional
médico. Tratamento alternativo poderá ser utilizado pelo enfermeiro, para reduzir
dor e desconforto.
Os tratamentos estão descritos abaixo e apresentados também nos
fluxogramas.

6.7.1 TRICOMONÍASE

METRONIDAZOL 2 g, VO, dose única; ou


TINIDAZOL 2 g, VO, dose única; ou
METRONIDAZOL 500mg, VO, de 12 / 12 horas, por 7 dias; ou
SECNIDAZOL 2 g, VO, dose única.

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DST/AIDS 129

6.7.1.1 Gestantes

Tratar somente após completado o primeiro trimestre com


METRONIDAZOL 2g, VO, dose única.

6.7.1.2 Nutrizes

METRONIDAZOL GEL 0.75%, 1(um) aplicador vaginal (5g), 12/12 horas,


por 5 dias ; ou
METRONIDAZOL 2g, VO, dose única (suspender aleitamento,
diretamente no peito, por 24 horas. Neste período, a mulher devera ser
orientada quanto a retirada e armazenamento do leite, a fim de garantir a
nutrição do bebe).

6.7.1.3 Parceiros

Tratar sempre, ao mesmo tempo em que a paciente, e com o mesmo


medicamento, em dose única.

6.7.1.4 Portadoras do HIV

Devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

6.7.1.5 Observações

Para alivio dos sintomas, pode-se associar o tratamento tópico com


METRONIDAZOL GEL 0.75%, 1 aplicador vaginal(5g), 2 vezes ao dia, por
5 dias.
Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima,
deve-se evitar a ingestão de álcool (efeito antabuse, que e o quadro
conseqüente a interação de derivados imidazolicos com álcool, e se
caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, gosto metálico na boca).

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DST/AIDS 130

O tratamento tópico e indicado nos casos de intolerância aos


medicamentos via oral, e nos casos de alcoolatria.
A trichomoníase vaginal pode alterar a classe da citologia oncótica. Por
isso, nos casos em que houver alterações morfológicas celulares, estas
podem estar associadas a trichomoníase. Nesses casos, deve-se realizar
o tratamento e repetir a citologia após 2 a 3 meses, para avaliar se há
persistência dessas alterações.
Durante o tratamento, deve-se suspender as relações sexuais.
Manter o tratamento se a paciente menstruar.

6.7.2 TRICOMONIASE E VAGINOSE BACTERIANA (AO MESMO TEMPO)

METRONIDAZOL, 500mg, VO, de 12/12 horas por 7 dias; ou


METRONIDAZOL 2g, VO, dose única; ou
TINIDAZOL 2g, VO, dose única; ou
SECNIDAZOL 2g, VO, dose única.

6.7.2.1 Gestantes

Tratar após completado o primeiro trimestre com METRONIDAZOL


250mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias.
** A gardnerella devera ser tratada mesmo sem queixas.

6.7.2.2 Parceiros

METRONIDAZOL 2g, VO, dose única.

6.7.2.3 Portadoras do HIV

Devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

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DST/AIDS 131

6.7.3 CANDIDIASE

MICONAZOL, creme a 2%, via vaginal, 1 aplicação a noite ao deitar-se,


por 7 dias; ou
MICONAZOL, óvulos de 200mg, 1 óvulo via vaginal, a noite ao deitar-se,
por 3 dias; ou
MICONAZOL, óvulos de 100mg, 1 óvulo via vaginal, a noite ao deitar-se,
por 7 dias; ou
ISOCONAZOL ( Nitrato), creme a 1 %, 1 aplicação via vaginal, a noite ao
deitar-se, por 7 dias; ou
TERCONAZOL 0.8% creme vaginal, 1 aplicação via vaginal, a noite ao
deitar-se, por 5 dias; ou
CLOTRIMAZOL, óvulos 500mg, via vaginal, aplicação única; ou
CLOTRIMAZOL,óvulos 100mg, 1 aplicação via vaginal, 2 vezes por dia,
por 3 dias; ou
CLOTRIMAZOL,óvulos 100mg, 1 aplicação via vaginal, a noite ao deitar-
se, por 7 dias; ou
NISTATINA 100.000UI, 1 aplicação, via vaginal, a noite ao deitar-se por
14 dias.
** Tratamento sistêmico deve ser feito somente nos casos recorrentes
ou de difícil controle, nestes casos, deve-se investigar causas
sistêmicas predisponentes.
CETOCONAZOL 400mg, VO, por dias, por 5 dias ; ou
FLUCONAZOL 150mg, VO, dose única; ou
ITRACONAZOL 200mg, VO, de 12/12 horas, só duas doses.

6.7.3.1 Gestantes
A candidíase vulvoganial e muito comum no transcorrer da gravidez,
podendo apresentar recidivas pelas condições propicias do pH vaginal
que se estabelece nesse período. Qualquer um dos tratamentos tópicos
acima relacionados pode ser usado em gestantes, deve ser dada
preferência ao MICONAZOL, TERCONAZOL OU CLOTRIMAZOL, por um
período de 7 dias. Não deve ser usado nenhum tratamento sistêmico.

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DST/AIDS 132

6.7.3.2 Parceiros

Não precisam ser tratados, exceto os sintomáticos. Alguns autores


recomendam o tratamento via oral de parceiros apenas para os casos
recidivantes.

6.7.3.3 Portadoras do HIV

Devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

6.7.4 Observação

Em mulheres que apresentam 4 ou mais episódios por ano, devem ser


investigados outros fatores predisponentes diabetes, imunodepressão,
inclusive a infecção pelo HIV, uso de corticóides.
Sempre orientar quanto a higiene adequada e uso de roupas que
garantam boa ventilação.

6.7.4 VAGINOSE BACTERIANA

METRONIDAZOL 500mg, VO, de 12/12 horas, por 7 dias; ou


METRONIDAZOL 2g, VO, dose única; ou
TINIDAZOL 2g, VO, dose única; ou
SECNIDAZOL 2g, VO, dose única; ou
METRONIDAZOL GEL 0.75%, 1 aplicador vaginal(5g), 2 vezes ao dia, por
5 dias.
** Pacientes com resultado de gardnerella e que não relatam queixas
não serão tratadas. Exceto nas gestantes.

6.7.4.1 Gestantes

Tratar somente apos completado o primeiro trimestre


METRONIDAZOL 250mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias; ou
METRONIDAZOL 2g, VO, dose única; ou

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DST/AIDS 133

METRONIDAZOL GEL 0,75%, 1 aplicador(5g), 2 vezes ao dia, por 5 dias


(uso limitado em gestantes, tendo em vista a insuficiência de dados
quanto ao seu uso nesta população).
** Tratar as gestantes que apresentam resultado de gardnerella,
independente de queixas.

6.7.4.2 Parceiros

Não precisam ser tratados. Alguns autores recomendam o tratamento de


parceiros apenas para os casos recidivantes.

6.7.4.3 Portadores do HIV

Devem ser tratadas com os mesmos esquemas recomendados acima.

6.7.4.4 Observação

Durante o tratamento com qualquer dos medicamentos sugeridos acima,


deve-se evitar a ingestão de álcool ( efeito antabuse, que e o quadro
conseqüente a interação de derivados imidazolicos com álcool, e se
caracteriza por mal-estar, náuseas, tonturas, gosto metálico na boca)
O tratamento tópico e indicado nos casos de intolerância aos
medicamentos via oral e nos casos de alcoolatria.

6.8 FLUXOGRAMAS DST

Os fluxogramas apresentam informações básicas importantes que


poderão auxiliar o profissional que realiza o atendimento facilitando o diagnóstico
sindrômico, implementação do tratamento imediato, realização do
aconselhamento para estimular a adesão ao tratamento, para a redução de
riscos, para a convocação, orientação e tratamento de parceiros, promoção de
incentivo ao uso de preservativos e outros aspectos.

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DST/AIDS 134

FLUXOGRAMA SINDRÔMICO DE CORRIMENTO VAGINAL

Consulta de Enfermagem

Secreção malcheirosa Prurido, ardência, Prurido, ardência, disúria eventual,


branca acinzentada, em dispareunia, disúria eventual, dispareunia, corrimento branco em
geral, escassa, sem corrimento amarelo- grumos (leite coalhado), hiperemia
prurido ou irritação local. esverdeado bolhoso, fétido, local, escoriações

Realizar teste KOH 10%

Positivo Negativo

Vaginose
Tricomoníase
bacteriana ou Candidíase
Gardenerose

Tratar com: Miconazol 2% creme por 7 noites ou Nistatina


Tratar com: Metronidazol creme por 10 dias ou
100.000 UI creme por 14 noites ou Isoconazol 1% creme
Metronidazol 500 mg 12/12h por 7 dias ou Tinidazol 2g
dose única VO após refeição (4 cápsulas 500 mg) ou por 7 noites
Metronidazol 2g VO dose única ou Secnidazol 2 g VO
Sistêmico
dose única.
(casos recorrentes ou de difícil controle)
Fluconazol 150mg VO dose única
Cetoconazol 400mg VO por 5 dias
Itraconazol 200mg VO 12/12h por 1 dia
GESTANTES
Após completado o 1º trimestre com:
Metronidazol 2g VO , dose única
NUTRIZES
Metronidazol Gel 0,75% 2 vezes por dia 5 dias GESTANTE
ou
Metronidazol 2 g VO, dose única * Tratamento tópico com:
Suspender AM, por 24 horas Miconazol, Terconazol ou Clotrimazol por 7 dias

NÃO USAR TRATAMENTO SISTÊMICO


* Alívio do prurido: embrocação vaginal com violeta
de genciana a 2%
NÃO PRECISA TRATAR PARCEIROS

TRICOMONIASE Não tratar o parceiro

TRATAR
PARCEIROS AO
MESMO TEMPO, Retorno 15 dias após o término do tratamento
COM AS MESMAS
DROGAS
FONTE: SMS Montes Claros / 2000.

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DST/AIDS 135

FLUXOGRAMA DOR PÉLVICA

PACIENTE COM QUEIXA DE


DESCONFORTO OU DOR PÉLVICA

ANAMNESE

EXAME FÍSICO GERAL E ESPECÍFICO

SANGRAMENTO VAGINAL OU
SIM ATRASO INVESTIGAR
PARTO / ABORTO RECENTE? MENSTRUAL GRAVIDEZ

NÃO
NEGATIVO

QUADRO ABDOMINAL GRAVE DEFESA


MUSCULAR OU DOR À NÃO
SIM DESCOMPRESSÃO OU FEBRE > 37,5°C
ENCAMINHAR
PARA
NÃO CONSULTA
SUSPEITA DE DIP: DOR À MOBILIZAÇÃO DO COLO E
MÉDICA
DOR À PALPAÇÃO DOS ANEXOS

MUCOPUS ENDOCERVICAL
SIM
OU COLO FRIÁVEL

SIM NÃO

ENCAMINHAR
PARA INVESTIGAR
ENCAMINHAR OUTRAS
PARA CONSULTA
MÉDICA CAUSAS
CONSULTA
MÉDICA

FONTE: SMS Montes Claros / 2000.

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DST/AIDS 136

FLUXOGRAMA CORRIMENTOS VAGINAIS

PACIENTE COM QUEIXA DE CORRIMENTO VAGINAL OU


PRESENÇA DO MESMO

ANAMNESE

EXAME FÍSICO GERAL E ESPECÍFICO

MUCOPUS ENDOCEVICAL E/OU COLO FRIÁVEL E/OU


DOR À MOBILIZAÇÃO DO COLO

SIM NÃO

SUSPEITA DE GONORRÉIA E CORRIMENTO VAGINAL


CLAMÍDIA PRESENTE

SIM NÃO
AGENDAR CONSULTA
MÉDICA
EXAME DE SECREÇÃO VAGINAL
A FRESCO DISPONÍVEL

SIM NÃO

COLETA DE TRATAR
MATERIAL TRICOMONIASE,
VAGINOSE BACTERIANA
E CANDIDÍASE
RESULTADO

COLETAR
TRATAR CONFORME MATERIAL
PARA EXAME
RESULTADO PAPANICOLAU

FONTE: SMS Montes Claros / 2000.

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DST/AIDS 137

FLUXOGRAMA ÚLCERAS GENITAIS

PACIENTE COM QUEIXA DE ÚLCERA


GENITAL

ANAMNESE

EXAME FÍSICO GERAL E ESPECÍFICO

PRESENÇA DE ÚLCERA?

SIM NÃO

SUSPEITA DE SUSPEITA DE SÍFILIS


HERPES E CANCRO MOLE

COLETA DE MATERIAL PARA


EXAME PAPANICOLAU

ENCAMINHAR PARA
CONSULTA MÉDICA

FONTE: SMS Montes Claros / 2000.

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DST/AIDS 138

6.9 CTA: CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO DE


MONTES CLAROS

6.9.1 Introdução

Existem no Brasil milhares de pessoas infectadas pelo HIV que


desconhecem sua situação sorológica, em média, os brasileiros só realizam o
diagnóstico cinco anos após a infecção. Durante esse período, podem transmitir o
vírus involuntariamente. Conhecer sua sorologia, assim como ter acesso ao
tratamento, é direito de todo cidadão.
Os números da epidemia de HIV/AIDS, no Brasil e no mundo, continuam
apresentando índices alarmantes. Segundo dados do Ministério da Saúde (2003), no
Brasil os números de casos acumulados de AIDS já somam 310.310, com uma taxa
de incidência de 12,8 por 100.000 habitantes e um número aproximado de 25.000
novos casos da doença por ano.
Em Montes Claros, o SAE (Serviço de Assistência Especializada) da
Unimontes atende atualmente cerca de 600 (seiscentos) pacientes registrados, dos
quais 240 (duzentos e quarenta) pacientes encontram-se em uso de medicação
antiretroviral, além de 60 crianças soropositivas para HIV, contaminadas através de
transmissão vertical. Este SAE atende a Montes Claros e todo o Norte de Minas,
além de algumas cidades do Sul da Bahia.
É necessário, portanto, que o município inclua em suas ações iniciativas
que efetivamente possam contribuir para frear o alastramento da epidemia da AIDS,
neste sentido oferecer, o diagnóstico precoce é uma importante forma de prevenção
e controle desta epidemia. Além disso, o diagnóstico precoce da infecção torna mais
fácil o controle e tratamento da doença, impedindo sua progressão.
O CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) é uma importante
estratégia para se conseguir a detecção precoce da infecção pelo HIV, ele funciona
como um serviço de prevenção e a propagação de suas ações se estendem para
muito além do seu espaço físico. O CTA facilita o acesso rápido e fácil as
informações (aconselhamento coletivo e individual), incentiva a prática de sexo
seguro, e principalmente estimula a testagem anti-HIV de forma voluntária,
responsabilizando o próprio indivíduo pelos seus atos, saúde e destino.

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DST/AIDS 139

6.9.2 Justificativa

Montes Claros conta hoje com uma população em torno de 320 mil
habitantes, quanto levamos em conta a sua área de influência essa população passa
de 1,5 milhões de habitantes. Como já foi demonstrada acima, a incidência de casos
de HIV/AIDS em nosso meio é estatisticamente significativa. Além disso, devemos
considerar que a localização geográfica de Montes Claros associado a malhas
rodoviárias que atravessam o município e principalmente sabendo que a categoria de
caminhoneiros constitui num grupo de grande vulnerabilidade e as condições sócio-
econômicas da região colaboram para que tenhamos um número considerável de
mulheres e homossexuais que se dedicam à atividade como profissionais do sexo.
Apesar de enumerar apenas esses segmentos reconhecidamente vulneráveis,
existem um número enorme de pessoas de todas as faixas etárias com pouquíssimas
informações tanto sobre sexualidade como também sobre as formas de transmissão
das DST/HIV/AIDS. Enquanto não é adotada uma postura mais firme frente a esse
problema a rede de contaminação continua se espalhando bem diante dos nossos
olhos e essa situação nos cobra um posicionamento no sentido de conseguir fazer
objeção a esse ritmo de propagação da doença. Nesse sentido, deve-se entender
que o investimento mais correto deve ser direcionado às ações de prevenção e nos
casos de pessoas já contaminadas buscar a detecção o mais precoce possível e uma
definição diagnóstica, visando com isso evitar a disseminação do vírus e melhorar a
eficácia do tratamento do paciente já acometido pelo HIV, aumentando as
possibilidades de melhor qualidade de vida.
O CTA na rede de serviços de tratamento e controle de HIV/AIDS, cumpre
uma importante função que extrapola suas próprias atividades de rotina, visto que na
maioria das vezes, funciona como verdadeiros articuladores de ações, serviços,
profissionais de saúde, além de se constituir como a principal referência oficialmente
institucionalizada para o efetivo acolhimento e orientação dos pacientes de HIV/AIDS.
O número de pessoas infectadas pelo HIV e não identificadas é muito
grande, nesse sentido oferecer a possibilidade de diagnóstico o mais precoce
possível finda pro funcionar como uma efetiva forma de prevenção da doença e da
sua disseminação. Entretanto, não se pode prometer tais serviços à população se
ainda não se dispõem de um serviço estruturado que possa dar suporte e responder
à demanda por testagem para o HIV.

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DST/AIDS 140

CTA funciona como um serviço de prevenção e a propagação de suas


ações se estendem para muito além do seu espaço físico. Para tanto, é necessário
que através do CTA facilitaremos o acesso rápido e completo as informações
(aconselhamento coletivo e individual), incentivando o uso correto e constante do
preservativo, e principalmente estimulando a testagem HIV, não de maneira
compulsória, mas voluntária.
A demanda por um CTA em Montes Claros é inequívoca, todavia, deve-se
observar também que esta necessidade não se circunscreve à estrita população
desta cidade, por isso nada mais razoável do que constituir um consórcio
intermunicipal, já que os problemas relacionados ao HIV/AIDS são de
responsabilidade de todos, tanto na qualidade de cidadãos comuns, mas
principalmente que ocupam cargos de gestores da saúde.

6.9.3 O CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/HIV/AIDS) de


Montes Claros

O CTA de Montes Claros surge para preencher uma importante lacuna na


cadeia de serviços no campo da prevenção e da assistência concernentes a
DST/HIV/AIDS no município de Montes Claros.
Um fator favorável à proposta de implementação de um CTA em Montes
Claros é que o município já reúne uma série de condições para tal e dentre as quais
podemos enumerar a existência de um espaço físico que pode ser adaptado a partir
de pequenas reformas no prédio onde funciona a Policlínica Dr. José Carlos do
Espírito Santo. Além disso, boa parte dos recursos humanos necessários já estão
disponíveis, sendo necessário apenas um treinamento para aqueles que ainda não o
tem e para o próximo ano, com a ampliação dos serviços à contratação de novos
funcionários, mesmo no que tange a materiais e instrumentais, os recursos poderão
ser facilmente captados através de projetos de convênio com outros municípios
membro do Consórcio Intermunicipal, como também através de repasses do próprio
SUS, sem contar que o investimento em prevenção evita gasto futuros. Portanto, a
viabilidade econômica de um CTA para Montes Claros é absolutamente tranqüila.
Noutras palavras, o município de Montes Claros reúne simultaneamente a
necessidade e as condições para a imediata implantação de um Centro de Testagem
e Aconselhamento bem estruturado, que inicialmente poderia funcionar com a

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DST/AIDS 141

realização de testes uma vez por semana passando depois para três e no futuro,
talvez até mesmo realizando testes diariamente se a demanda assim exigisse.

6.9.3.1 Corpo de funcionários do CTA

Nº CATEGORIA CARGA HORÁRIA ACONSELHAMENTO


1 Enfermeiro 20 horas semanais Sim
1 Pedagogo 20 horas semanais Sim
2 Psicólogo 20 horas semanais Sim
1 Bioquímico 20 horas semanais Sim
2 Auxiliar de Saúde 30 horas semanais Não
2 Técnico de Laboratório 30 horas semanais Não
2 Operador de computador 30 horas semanais Não
2 Auxiliar administrativo 30 horas semanais Não
1 Médico-Infectologista 20 horas semanais Sim

6.9.4 Processo de Aconselhamento

6.9.4.1 Diretrizes nacionais para o aconselhamento em DST/HIV/AIDS

6.9.4.1.1 Importância do aconselhamento


AIDS atinge todos segmentos populacionais;
Diagnóstico tardio;
Milhares de pessoas desconhecem a sorologia;
Acesso ao diagnóstico e ao tratamento é um direito do cidadão;
Favorecer a atenção integral.

6.9.4.1.2 Requisitos importantes ao profissional aconselhador


A) Habilidade de comunicação;
B) Conhecimento técnico;
C) Livre de juízo de valor;
D) Postura ética;
E) Sensibilidade às questões sócio-culturais e emocionais;
F) Sensibilidade às demandas singulares de cada usuário;
G) Atitude empática.

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DST/AIDS 142

6.9.4.1.3 Aconselhamento coletivo


Processo educativo participativo, que visa despertar/ampliar a percepção
de risco para a identificação das formas de transmissão, prevenção e sinais e
sintomas de DST/HIV/AIDS, bem como o esclarecimento a respeito de suas
complicações quando a infecção é diagnosticada tardiamente e oferecer o teste anti-
HIV.
Importante:
Realizar a sessão de maneira interativa;
Evitar polarizações;
Estimular a participação do grupo;
Evitar conteúdos em excesso;
Trabalhar a demanda do grupo (evitando orientações prescritivas);
O tempo varia conforme as necessidades de cada grupo.

6.9.4.1.4 Aconselhamento individual


É um diálogo baseado em uma relação de confiança que visa proporcionar
à pessoa condições para que avalie seus próprios riscos, tome decisões e encontre
maneiras realistas de enfrentar problemas relacionados as DST/HIV/AIDS.

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DST/AIDS 143

Aconselhamento para DST/HIV/AIDS: porta de entrada para a prevenção e cuidados

Prevenção primária Aconselhamento secundário Prevenção

Para DST/HIV/AIDS

- Acesso ao preservativo; - Acesso precoce ao TRV;


- Prevenção das DST/HIV/AIDS; - Diagnóstico precoce das
- Acesso ao(s) parceiro(s); infecções oportunistas;
- Prevenção da transmissão Acesso ao teste - Encaminhamento para
Anti-HIV
vertical; serviços de assistência
- Apoio para adoção de práticas (maternidade, unidade de
seguras e redução de risco referência);
para as infecções. - Encaminhamento para
serviços de apoio (ONG, etc);
- Triagem e tratamento das

SIM NÃO

Aconselhamento de seguimento

Apoio emocional

Componentes do Aconselhamento
Educativo;
Emocional;
Avaliação de risco.
ACONSELHAMENTO
COLETIVO INDIVIDUAL
- É mais informativo; - Demanda individual;
- Maior público; - Complementa o coletivo;
- Otimiza o individual; - Particulariza;
- Não particulariza; - Suporte emocional;
- Não avalia riscos individuais. - Avalia riscos.

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DST/AIDS 144

A) TESTE DIAGNÓSTICO PARA DETECÇÃO DE INFEÇÃO PELO HIV

Detecção de anticorpos Triagem inicial


Detecção de antígenos
Cultura viral
Amplificação do genoma do vírus Situações específicas

Elisa
Teste inicial.
Alta sensibilidade e especificidade.
Fácil automação e baixo custo.

W. Blott
Teste confirmatório.
Alta complexidade e custo.
Alta sensibilidade e especificidade.
Padrão Ouro.

Imunofluorescência Indireta
Teste confirmatório.
Custo médio.

Testes Rápidos
Testes de Triagem.
Resultado máximo de 30 minutos.
Não substitui o Elisa.
Indicações específicas: decisão
terapêutica em situação de emergência.

PREVENÇÃO

AÇAO

Relações de troca de Planejamento Revisão contínua de


desejo de transformar Monitoramento informações
Avaliação

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REFERÊNCIAS 145

REFERÊNCIAS

ARRIBAS, Célia Morais de; BARBOSA, Maria Goretti de Medeiros Martins;


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Epidemiológica e Medidas de Controle. Brasília: Ministério da Saúde - Fundação
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Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. 4 ed.
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Saúde/Instituto Nacional do Câncer - INCA. Falando sobre o câncer do colo de
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Saúde, Organização Panamericana da Saúde. 2 ed. Re - Brasília: Ministério da
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Transmissíveis. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional das
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_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento


de Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2002. (Caderno de Atenção Básica)

_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde: Área técnica de


Saúde da Mulher. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência humanizada à mulher.
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ao Recém Nascido. Brasília: Ministério da Saúde, 1991.

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CENTRO LATINO AMERICANO DE PERINATOLOGIA CLAP / ORGANIZAÇÃO


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Perinatal: atenção pré-natal e do parto de baixo risco. Montevideo: CLAP, 1996.

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CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MINAS GERAIS COREN/MG.


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DIÓGENES, Maria Albertina Rocha, REZENDE, Mônica Dantas Sampaio,


PASSOS, Najila Maria Gurgel. Prevenção do câncer; atuação do enfermeiro na
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DUNCAN, Bruce B.; SCHIMIDT, Maria Inês; GIUGLIANI, Elsa R J. Medicina


ambulatorial: condutas clinicas em atenção primaria. 2ed. Porto Alegre:
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EGRY, E.Y: FONSECA, R.R.M.G.S. Processo de integração docente assistencial:


espaço e movimento possíveis na construção do saber em saúde coletiva.
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LEÃO, Ennio. Pediatria Ambulatorial. 3 ed. Belo Horizonte: Cooperativa de Cultura


Médica, 1998.

LIMA, Maria José de. O que é Enfermagem? São Paulo: Brasiliense, 1994.

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UNIMONTES, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde/Policlínica Dr Hermes de


Paula/Secretaria de Saúde de Montes Claros. Protocolo de atendimento de
enfermagem da policlínica Dr. Hermes de Paula - HUCF e Município de Montes
Claros. Montes Claros: Unimontes, 2000.

WHALEY, LUCILE F.J.; WONG. Enfermagem Pediátrica: Elementos Essenciais à


Intervenção efetiva. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1985.

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148

ANEXOS

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149

ANEXO I - FLUXOGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE GESTANTES E


MULHERES QUE ENGRAVIDARAM EM ATÉ 30 DIAS APÓS A
VACINAÇÃO CONTRA RUBÉOLA

GESTANTES VACINADAS INADVERTIDAMENTE


MULHERES QUE ENGRAVIDARAM DENTRO DE 30 DIAS APÓS VACINAÇÃO

DETECÇÃO DO CASO PELO PROFISSIONAL DE


SAÚDE COM PRONTA COLETA DE AMOSTRA
SANGUÍNEA PARA PESQUISA DE IgM e IgG

MENOS DE 30 DIAS APÓS VACINA 30 DIAS OU MAIS APÓS A VACINA


IgM IgM IgM+ IgM- IgM+ IgM-
IgG+ IgG- IgG- IgG- IgG- ou IgG - IgG+

SUSCEPITÍVEL GESTANTE SUSCEPITÍVEL SUSCEPITÍVEL IGNORADO


IMUNE PRÉ- SUSCEPTÍVEL À
NATAL NO MOMENTO RUBBÉOLA NO NO MOMENTO
HABITUAL MOMENTO DA
VACINAÇÃO
DEVERÁ SER
ACOMPANHADA

COLHER NOVA DEVERÁ SER PRÉ-NATAL


AMOSTRA ACOMPANHADA HABITUAL PRÉ-NATAL
APÓS 15 DIAS HABITUAL

VACINAÇAR NO
SE PERSISTIR PÓS-PARTO A COLHEITA TARDIA
IgM- e IgG- IMEDIATO IMPOSSIBILITA
DETERMINAR O
ESTAADO DE
IMUNIDADE DA
DESCARTAR MULHER NO MOMENTO
DA VACINAÇÃO
FAZER PRÉ-NATAL

VACINAR
PÓS-PARTO

OBS.: A detecção de IgM dentro da 1ª semana após a vacinação pode representar uma
infecção pelo vírus selvagem e não ter relação alguma com a vacinação. Neste
caso, deverá se proceder a uma avaliação individual.

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150

ANEXO II - ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO GLOBAL DO IDOSO

1 - AVALIAÇÃO SOCIAL
Identificação
Nome:____________________________________________________________
Dat. De Nasc.___/___/___ Idade______ Sexo ( ) M ( ) F Cor da Pele: ______
Estado Civil ( ) Casado ( ) Amasiado ( ) Viúvo ( ) Solteiro
Endereço: _________________________________________________________
Reside neste local há: _______________________________________________
Reside com ( parentesco, nome, idade)
___________ _____________________________________________ _______
___________ _____________________________________________ _______
___________ _____________________________________________ _______
___________ _____________________________________________ _______
Se reside sozinho, por quê?___________________________________________
_________________________________________________________________
Escolaridade
( ) Analfabeto ( ) Semi-analfabeto
( ) 1º grau completo ( ) Incompleto
( ) 2º grau completo ( ) Incompleto
( ) 3º grau completo ( ) Incompleto
Recursos de assistência à saúde:______________________________________
Tem vínculo previdenciário? ( ) Sim ( ) Não
Renda:
( ) Menos de 1 salário mín ( ) De 1 a 2 salário mín ( ) De 3 a 5 salár. mín
( ) De 6 a 8 salário mín ( ) De 9 a 12 salário mín ( ) 13 ou mais salár. mín
A Renda Provém de:
( ) Aposentadoria ( ) Aluguéis ( ) Pensão ( ) Ajuda de familiares
( ) Atividades remunerada ( ) outro, especifique:___________________________
Número de dependentes: _____________________________________________
Moradia (Tipo)
( ) Casa ( ) Sobrado ( ) Apartamento ( ) Cortiço ( ) Barraco
( ) outro_____________
O Idoso Dorme
( ) Sozinho ( ) Com____________________________________________
( ) No quarto ( ) Na sala ( ) No chão
( ) Em cama ( ) Em sofá ( ) Em colchão
Espaço para Fluxo no Quarto
( ) Adequado ( ) Inadequado
Iluminação
( ) Suficiente ( ) Insuficiente
Ventilação
( ) Suficiente ( ) Insuficiente
Banheiro
( ) Interno ( ) Externo Distância = _________metros da casa
Apoio para banho ( ) Sim ( ) Não
Apoio sanitário ( ) Sim ( ) Não
Quintal
( ) Fácil acesso ( ) Difícil acesso. Por quê?________________________

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151

2 - AVALIAÇÃO MÉDICA OU DE ENFERMAGEM


Diagnóstico________________________________________________________
_________________________________________________________________
Medicamentos
Especifique sua característica:
(AM) Auto-Medicação (RM) Receita Médica
(IF) Indicação Farmacêutica (O) Outros
Nome: Dose Horário Característica
____________________________ ___________ __________ ( )
____________________________ ___________ __________ ( )
____________________________ ___________ __________ ( )
____________________________ ___________ __________ ( )
____________________________ ___________ __________ ( )
Toma medicação sozinho?
( ) Sim ( ) Não. Por quê?____________________________________
Quem oferece? ______________________________
Os medicamentos estão:
Visíveis ( ) Sim ( ) Não
Rotulados ( ) Sim ( ) Não
Nos prazos de validade ( ) Sim ( ) Não
De Fácil Acesso ao Idoso ( ) Sim ( ) Não
Com especificação clara dos horários de administração ( ) Sim ( ) Não
Sendo utilizados corretamente (de acordo com prescrição) ( ) Sim ( ) Não
Dieta Especiais
Qual?_____________________________________________________________
Segue? ( ) Sim ( ) Não. Por quê?_______________________________

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152

3 - AVALIAÇÃO FÍSICA
Estado Geral
Peso referido____________Kg Altura_______________cm
Pulso _________________ bpm Rítmico ( ) Sim ( ) Não
Freq. Cardíaca __________ bpm Arritmias ( ) Sim ( ) Não
Temperatura____________ºC
Pressão Arterial _______ x _______ mmHg (sentado)___ x __ mmHg (deitado)

Déficit Auditivo
( ) Não ( ) Sim. Descreva: ______________________________________

Déficit Visual
( ) Não ( ) Sim. Descreva: ______________________________________

Ausculta Pulmonar
Descreva: _________________________________________________________

Avaliação Abdominal
Descreva: _________________________________________________________

Alterações Vasculares Periféricas


Edema de MMII ( ) Sim ( ) Não
Varizes ( ) Sim ( ) Não
Ausência de Membros ( ) Sim ( ) Não. Qual(ais)? _______________
Perfusão Periférica. Descreva: ________________________________________
Pulsos _______ (graduar de ausente até + + + +)

Direito Esquerdo
______________ Carotídeo ____________________
______________ Radial ____________________
_______________ Femoral __________________
________________ Poplíteo __________________
____________ Tibial posterior ________________
_______________ Pedioso _________________

Pele e Tegumento
Úlceras de Pressão ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ______________________
Úlceras ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ______________________
Verrugas ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ______________________
Manchas ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ______________________
Pêlos ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ______________

Alterações Neurológicas
Marcha ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ____________________________
Equilíbrio ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ____________________________
Reflexos ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ____________________________
Paresias ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ____________________________
Paralisias ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ____________________________
Orientação( ) Sim ( ) Não. Descreva: ____________________________

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153

Alterações Musculoesqueléticas
Dor articular ( ) Sim ( ) Não
( ) Discreta
( ) Limitante
Claudicação ( ) Sim ( ) Não
Mialgia ( ) Sim ( ) Não
Fraturas ( ) Sim ( ) Não. Descreva: ______________________
Deambulação ( ) Com Ajuda ( ) Sem ajuda
( ) Andador
( ) Muleta
( ) Bengala
( ) Não deanbula

Atividades de Vida Diária


(A) com facilidade (B) com dificuldade (C) com ajuda (D) não realiza

Higiene pessoal
( ) Higiene oral
( ) Pentear-se
( ) Banho
( ) Uso do Sanitário sozinho

Alimentação
( ) Alimenta-se sozinho
( ) Serve-se sozinho
Alimentos mais consumidos:___________________________________________
_________________________________________________________________

Vestuário
( ) Veste-se
( ) Despe-se
( ) Calça sapatos

Mobilidade e Locomoção
( ) Caminha
( ) Sobe e desce escadas
( ) Deita-se
( ) Levanta-se
( ) Senta-se
( ) Passa da cama para a cadeira
( ) Anda pela casa

Comunicação
( ) Fala com dificuldade ( ) sim ( ) não
( ) Entende o que se fala com dificuldade ( ) sim ( ) não
( ) Lê
( ) Escreve
( ) Telefona

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154

4 - ASPECTOS RELACIONADOS COM O CUIDADOR


Quem cuida do idoso a maior parte do tempo (nome, parentesco, vínculo)?

Idade: ________ anos

Grau de instrução:
( ) Analfabeto
( ) Semi-analfabeto
( ) 1º grau ( ) Completo ( ) Incompleto
( ) 2º grau ( ) Completo ( ) Incompleto
( ) 3º grau ( ) Completo ( ) Incompleto

Quanto tempo do seu dia é dedicado ao cuidado do idoso?

Para executar estes cuidados foi necessário alguma mudança na sua vida?
( ) Não ( ) Sim. Descreva: _______________________________________

Tem algum problema de saúde?


( ) Não ( ) Sim. Descreva: _____________________________________

Que cuidados presta ao idoso?


( ) Banho
( ) Preparo da alimentação
( ) Administração da alimentação
( ) Auxilia a vestimenta
( ) Auxilia na movimentação
( ) Faz curativos
( ) Faz toalete. Especifique: _________________________________________
( ) Administra medicamentos
( ) _____________________________
( ) _____________________________

Descreva suas principais dificuldades na realização dessas atividades:

Tem outras atividades sob sua responsabilidade ?


( ) Não ( ) Sim. Quais? __________________________________
_________________________________________________________________

Há rodízio de pessoas na prestação de cuidados ao idoso?


( ) Não ( ) Sim. Justifique ou descreva: ______________________

OBSERVAÇÕES:___________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________

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