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CAXIAS DO SUL
2009
CAXIAS DO SUL
2009
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................... 5
3. CONCLUSÃO........................................................................................ 9
4. REFERÊNCIAS................................................................................... 10
5. APÊNDICE.............................................................................................. 11
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a inclusão dos alunos com
necessidades educativas especiais na rede regular de ensino e os desafios e
impasses das práticas pedagógicas inclusivas. Aborda também, algumas
adaptações que são de responsabilidade da escola como instituição e do professor
como agente principal desse processo.
Entender a educação inclusiva no Brasil, suas diretrizes legais e como ela se
apresenta na prática é de extrema importância para os profissionais que estudam a
Educação Especial, pois esclarece vários aspectos da realidade das escolas
brasileiras que não condizem com o que está acordado em lei, principalmente
quanto ao oferecimento de condições que permitam as escolas e seus profissionais
se instrumentalizarem para oferecer as pessoas com necessidades educativas
especiais sua inclusão no sistema regular de ensino com verdadeiro sentido.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Cabe a escola reformular seu ensino, organizando seu currículo e sua metodologia
para receber esta nova clientela. Sabe-se que o processo de inclusão acarreta
muitas dificuldades para quem não está acostumado a essa nova dinâmica e
também não possui muitos esclarecimentos a respeito das necessidades educativas
especiais.
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Constata-se que o aluno considerado “diferente” até bem pouco tempo atrás era
atendido em diversas instituições que trabalhavam especificamente para garantir o
seu bem-estar e a sua integridade, hoje após o Decreto nº. 3956/2001 a escola não
tem mais como se omitir, pois o direito de acesso ao Ensino Fundamental é um
direito indisponível, por isso todas as crianças com deficiência, em idade de
freqüentá-lo não podem ficar a margem deste. Com os estudos realizados percebe-
se que a inclusão não acontece como a lei prevê, e, também que as escolas e seus
profissionais não estão preparados para receber essas pessoas com necessidades
especiais. O mais preocupante é que estes alunos estão cada vez mais chegando à
escola e as condições de atendimento não existem, nem mesmo a adequação dos
prédios, quanto mais à capacitação dos professores que é de suma importância
para que este aluno não seja simplesmente depositado na sala de aula.
Constata-se o quando esse aluno está sendo prejudicado e o quanto os professores
se sentem mal em não poder ajudá-lo a superar suas deficiências por
desconhecimento do trabalho que pode ser feito e pela falta de instrumentalização.
As escolas precisam adequar seu projeto político pedagógico, modificar seu
currículo, quanto à metodologia e quanto ao processo avaliativo. Nota-se que em
nosso país, o compromisso com as leis fica muito no papel e o modismo impéra, por
isso as políticas públicas não acontecem como deveriam e a realidade das escolas
continuam precárias, pois cabe ao poder público oferecer condições que permitam
as escolas e a seus profissionais a instrumentalização necessária para que a
inclusão aconteça como está previsto na lei.
A escola também não pode deixar de assumir seu papel includente, tem que dar
conta de todas as reformas educacionais propostas pelas leis mesmo sem ter o
apoio devido, pois está sendo pressionada para atender a todas estas pessoas.
O trabalho do professor não deve ser um trabalho isolado, ele precisa envolver a
família do aluno, outros profissionais de apoio, e toda comunidade escolar para que
a inclusão tenha êxito. Há várias adaptações que podem e devem ser
contempladas na medida do possível:
Os alunos com deficiência auditiva devem ter um intérprete/ tradutor de língua de
Sinai se um instrutor de LIBRAS (de preferência surdo) que trabalhe em conjunto
com o professor de Português (educação bilíngüe) e também muitos estímulos
visuais na sala de aula. O diferencial é reconhecer o surdo como uma experiência
visual que precisa de uma língua visual.
Já os alunos com deficiência motora a escola precisa eliminar suas barreiras
arquitetônicas e também quando os alunos apresentam dificuldades de
comunicação ou dificuldades funcionais devem existir pranchas de comunicação,
vocalizadores, computadores adaptados e muitos outros recursos disponíveis, deve
haver adaptação curricular, ás vezes de pequeno porte (que dependem do
professor) e ás vezes de grande porte (que não dependem do professor). O
professor que trabalha com deficientes físicos tem que se movimentar pelo aluno.
A deficiência visual requer material didático especial como o soroban (ábaco) e
regletes, além disso, o aluno precisa aprender o código Braille e conhecer
detalhadamente o espaço físico da escola para poder se movimentar e deve ter
acesso a computadores com sintetizadores de voz adaptados.
O deficiente mental assim como o autista, é o mais discriminado na escola e é
encarado como o maior problema na inclusão. Para trabalhar com essas crianças é
importante o respaldo de especialistas.
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Além desses casos ainda encontramos nas escolas alunos que são tratados como
indisciplinados e na verdade são alunos superdotados ou apresentam TDAH e
infelizmente não temos capacitação adequada para reconhecer que o TDAH é um
CONCLUSÂO
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Com este trabalho conclui-se, que a escola é o foco da inclusão, que tem que haver
flexibilidade curricular, apoio de profissionais qualificados que trabalhem junto aos
professores com esses atendimentos especializados, que a eliminação de barreiras
arquitetônicas devem dar acesso a muitos alunos com deficiência física. Que os
professores devem possuir capacitação para trabalhar com estes alunos.
A escola não deve se omitir do seu papel includente, por que como está na lei, todo
estabelecimento de ensino que tem alunos com deficiências educativas especiais
matriculados, tem direito de receber e cobrar do governo os subsídios para que a
inclusão aconteça, a escola não pode se acomodar e esperar que os recursos
cheguem a ela sem ir atrás.
Há ainda muito que fazer quando o assunto é inclusão, no Brasil, estamos apenas
engatinhando, mas mesmo assim estas pessoas já estão sendo tratadas como um
pouco mais de dignidade.
REFERÊNCIAS
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http://dominiopublico.gov.br/download/texto/me000449.pd
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/indag4.pdf
http://acessibilidade.net/at/kit/computador.htm
www.defnet.org.br
www.entreamigos.com.br
www.expansão.com
www.mec.gov.br
APÊNDICE
O caso do João
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Um aluno com paralisia cerebral quando chega à escola deve-se investigar toda a
sua vida e conhecer a sua deficiência. Essa investigação deve ser feita com a
família e com os profissionais especializados que o tratam a mais tempo, essas
informações são muito importantes para vermos quais adaptações são possíveis de
se fazer para recebê-lo da melhor forma possível. A observação é muito importante
também, pois com ela vamos identificar os conhecimentos que esse aluno já
adquiriu até aqui.
Deve-se preparar a turma para receber o aluno. A turma deve tomar conhecimento
da deficiência que o aluno apresenta e como todos podem se ajudar, mutuamente.
Deve-se criar um clima de expectativas positivas quanto a sua chegada e também
quanto a sua aprendizagem. Torná-los cientes de que com a diversidade há
possibilidades de crescimento individual e coletivo.
Todos os profissionais da escola devem se sentir envolvidos, portanto o trabalho do
professor não deve ficar isolado ele deve trabalhar em conjunto com a equipe
pedagógica da escola. Deve haver envolvimento de toda comunidade educativa,
principalmente da família.
As barreiras arquitetônicas devem ser eliminadas para que o aluno adquira mais
autonomia ao explorar o ambiente escolar. No caso da deficiência física os grandes
obstáculos são as escadas, os degraus altos, as diferenças de nível, as portas
estreitas, a falta de rampas de acesso e os banheiros não-adaptados. A escola
pode dispor dos recursos do governo federal para fazer essas adaptações.
Quanto ao mobiliário da sala de aula ele deve ser adaptado para que o aluno se
sinta o mais confortável possível como usar cadeiras com faixas, almofadas, apoio
para os pés. Espaço para a cadeira de rodas também é muito importante quando
não se dispõe de outros recursos.
O aluno já está alfabetizado e é muito esforçado, mas mesmo assim devem ser
feitas algumas modificações necessárias que envolvem conteúdos, objetivos,
metodologia e avaliação.
A organização do espaço através da adaptação e utilização de equipamentos
devem favorecer a todos os alunos assim como a flexibilização da temporalidade.
O trabalho de alfabetização deve ser continuado contemplando as necessidades de
João e também a de seus colegas. O professor conhecendo o que já foi trabalhado
anteriormente deve dar sequência à aprendizagem. As adaptações de material
pedagógico que podem ser usadas com João são os jogos que podem sofrer
alterações para que o aluno consiga participar com autonomia. O quebra-cabeça
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pode ser confeccionado com papelão, rótulos, papel contact e velcro fixado na base
e no verso das peças. Já o computador pode ajudá-lo muito nas suas tarefas
educacionais e também na sua comunicação, devido a sua limitação de mobilidade
o computador pode dar acesso a lugares e conhecimentos de interesse do aluno e
se tornar uma ferramenta para transmitir idéias, sentimentos e necessidades.
A avaliação do aluno João deve ser diagnóstica e contínua e não é só ele que deve
ser avaliado. Os objetivos, os conteúdos adaptados, a metodologia, enfim todo o
processo e todos os envolvidos no processo devem ser avaliados, para ver se
houve melhoras e para se estabelecer mudanças em todos os âmbitos.