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IDENTIFICAÇÃO VEICULAR
CUIABÁ-MT
DEZEMBRO/2003
ANTONIO CIPULLO NETO
IDENTIFICAÇÃO VEICULAR
CUIABÁ-MT
2003
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, ECONOMIA E
CIÊNCIAS CONTÁBEIS -FAECC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA – C.A.O.
IDENTIFICAÇÃO VEICULAR
Banca Examinadora:
__________________________________________________
Orientador/Presidente da Banca
__________________________________________________
Membro
__________________________________________________
Membro
___________________________________________________
Coordenador do Curso
Amai a Deus sobre todas as coisas e ao seu
próximo, como a si mesmo.
Jesus Cristo
A meus pais Domingos Cipullo e Gilda Dora
Orlando Cipullo, pela maior riqueza que eles
poderiam me dar: a educação e a consciência
de amar a Deus sobre todas as coisas e meu
próximo como a mim mesmo.
Aos queridos professores da minha vida
profissional:
Coronel Isaac Sukerman; Dra. Vera Rotilde da
Silva Alves; Dr. Anderson Aparecido dos
Anjos Garcia; Insp.Pedro Corrêa dos Santos e
Cid dos Anjos Costa (in memorian).
Agradeço a Deus, por me iluminar neste
trabalho.
Agradeço a todos os professores da
UFMT/FAECC e à POLÍCIA RODOVIÁRIA
FEDERAL que me oportunizaram realizar este
trabalho, particularmente ao meu orientador
Professor Dr. Paulo Augusto Mário Isaac, que,
além de orientar, soube como me incentivar e
ensinar.
Agradeço a todas as pessoas que de forma
direta ou indireta me auxiliaram a produzir este
trabalho. Por fim, agradeço a todos os meus
colegas de curso, sem exceção, que foram
meus amigos e também meus motivadores
nesse estudo, em especial ao Capitão PM Elias
de Souza Côrtes.
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. 8
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 54
ANEXOS .............................................................................................................................. 55
8
RESUMO
O objeto deste estudo é a Identificação Veicular feita nos veículos de fabricação nacional
por meio do documento CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo), a
decodificação e a localização da gravação do número do chassi. O objetivo deste trabalho é
mostrar a identidade do veículo, de modo a contribuir para que o policial possa aprimorar o
seu conhecimento sobre a identificação veicular. A identidade de um veículo está configurada
no próprio veículo (chassi e nos agregados) e em um documento denominado CRLV. Para
realizar este trabalho, utilizei método monográfico de abordagem. Baseado em conhecimentos
adquiridos pela Legislação e bibliografia sobre o assunto, associados aos meus conhecimentos
como policial rodoviário federal, problematizei a dificuldade encontrada pelos policiais na
identificação de veículos em circulação. Fundamentado nos dados empíricos levantados,
realizei um estudo sistemático sobre o assunto para elaborar um trabalho que contém dados
capazes de suprir as dificuldades encontradas por esses profissionais de fiscalização. Com este
trabalho, pretende-se contribuir para que o policial possa aprimorar ainda mais o seu
conhecimento na área de identificação veicular, com ênfase no estudo do Certificado de
Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV), do Código de Identificação e da localização
do chassi nos veículos de fabricação nacional.
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INTRODUÇÃO
O objeto deste estudo é a Identificação Veicular feita nos veículos de fabricação nacional
por meio do documento CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo), a
decodificação e a localização da gravação do número do Chassi.
O objetivo deste trabalho é mostrar a identidade do veículo, de modo a contribuir para que
o policial possa aprimorar o seu conhecimento sobre a identificação veicular.
A identidade de um veículo está configurada no próprio veículo (chassi e nos agregados) e
em um documento denominado CRLV.
O CRLV é expedido pelo DETRAN (Departamento Estadual de Trânsito), mediante
delegação do DENATRAN e é de porte obrigatório, para fins de circulação do veículo em
todo o território nacional. Ele contém todas as características e condições de invulnerabilidade
à falsificação e adulteração. Apresenta todas as informações essenciais à identificação do
veículo, do proprietário e restrições1, informações essas que o policial necessita saber a
respeito do veículo para efetuar uma boa fiscalização. No corpo do documento, consta a
numeração do CRLV, Código do RENAVAM, exercício, nome e endereço do proprietário do
veículo, CPF/CGC do proprietário, placas, placa anterior, chassi, espécie, tipo, combustível,
marca e modelo do veículo, ano de fabricação do veículo, capacidade, potência e cilindrada
do motor, categoria, cor predominante, observações, local, data da expedição do documento.
Todos esses dados constam no CRLV, além da numeração do motor. Ressalta-se que os
pontos de marcação do chassi e suas composições alfa-numérica (na sua composição o chassi
é formado por letras e números) variam de local de acordo com as montadoras e com o tipo de
veículo.
A forma atual de identificação dos veículos nacionais foi regularizada a partir da
Resolução nº. 691/88 do CONTRAN (Conselho Nacional de Transito), publicada no Diário
1
Quando existentes. Por exemplo: alienação fiduciária.
10
Oficial no dia 13/9/1988. Esta Resolução diz que foi introduzido novo ponto de identificação
nos veículos automotivos: gravação dos oito dígitos finais da numeração do chassi nos vidros.
Este trabalho é composto de três capítulos.
O Capítulo 1, Estudo do CRLV, trata deste documento conforme os art. 120 ao 129 do
Código de Trânsito Brasileiro (anexo I) e resoluções atinentes ao assunto (anexo III, IV e
VII). A fundamentação deste artigo foi feita somente com base nesta legislação, visto que ela
regulamenta o tamanho, a cor, o papel utilizado para a confecção desse documento, os dados
que constam do seu corpo e as características.
O Capítulo 2, Decodificação do chassi, trata de um estudo de cada caráter do código
impresso em forma de numeração no chassi. Utilizei como referência teórica os trabalhos
Novo Manual de Vistoria de Victor M. Quintela e Orlando Laitano Lionello Filho (1997),
Veículos Automotores Vistoria e Perícia (1998), e a apostila Manual de Identificação Veicular
(2003), de Marcos Caccavalli.
Com o auxílio do estudo científico, notei o avanço ocorrido em todas as áreas do
conhecimento. Porém, sempre existem espaços vazios que, podemos dizer, são lacunas nesses
estudos. Os livros de Quintella (1997 e 1998) tratam da decodificação do chassi dos veículos
de fabricação nacionais e importados, bem como da localização da gravação da numeração do
chassi. Ambos os livros explicam o preenchimento do CRLV e as formas de adulteração tanto
do documento quanto da numeração do chassi. Os autores explicam o procedimento da perícia
no chassi.
Apesar dessa gama de informações, estas obras estão desatualizadas, pois as novas
tecnologias empregadas pelas empresas nos modelos, localização do chassi e agregados criam
a cada ano novas lacunas. Preenchê-las é o esforço que procuro desenvolver neste trabalho,
com considerações e comentários que entendo ser de extrema necessidade ao profissional que
trabalha com identificação veicular.
Com relação ao trabalho apresentado por Caccavalli, ele apresenta apostila sempre
atualizada, mas suas edições correspondem apenas aos veículos de fabricação mais recentes.
Meu trabalho, todavia, apresenta dados de veículos de fabricação mais recente e os mais
antigos.
O capítulo 3, Localização do chassi nos veículos nacionais, mostra como encontrar a
gravação do número do chassi no veículo de fabricação nacional. Utilizei como referência
teórica os mesmos autores do capítulo 2.
Para realizar este trabalho, utilizei método monográfico de abordagem. Baseado em
conhecimentos adquiridos pela Legislação e bibliografia sobre o assunto, associados aos meus
11
2
Vide Lakatos, 1991:108.
12
CPF/CGC: Quando, no campo anterior, o nome e o endereço forem de uma pessoa física,
tem-se neste campo escrito o CPF da pessoa. Quando, no campo anterior, o nome e o
endereço forem de uma empresa, tem-se neste campo o CGC da Empresa.
Placas: Todos os veículos são cadastrados na Base de Índice Nacional (BIN), e à medida
que os Estados foram ingressando no Sistema, os veículos de suas respectivas frotas passaram
a receber as novas placas de 3 (três) letras e 4(quatro) números. (Art. 115 do Código
Brasileiro de Trânsito).
No CRLV, têm-se dois campos destinados à placa e à placa anterior e o artigo 115 do
Código Brasileiro de Trânsito (anexo 1) informa que o veículo será identificado externamente
por meio das placas dianteira e traseira, devendo estas serem lacradas, obedecendo às
especificações do CONTRAN. Os caracteres das placas serão individualizados para cada
veículo e o acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado o seu reaproveitamento.
Vide abaixo a distribuição das placas por unidade da Federação.
Para melhor compreender essa numeração, segue abaixo sua descrição, conforme Norma
Técnica n°. NBR 6066:
“I – O – Q – U – Z”
Categoria: Neste campo, consta se o veículo é particular ou de aluguel.
Cor Predominante: Neste campo, está registrada a cor predominante do veículo.
Observações: Neste campo, está consignado se o veículo é alienado e o número do motor
do veículo.
Local: O local onde foi expedido o CRLV. Ex: Cuiabá.
Data: A data da expedição do CRLV.
Conforme a Resolução nº. 16/98 (Anexo VII), foi implantado um dígito verificador no
número de série do CRLV e do CRV, que passaram a ter dez dígitos.
Essa Resolução apresenta as seguintes especificações técnicas para o CRLV:
I.1.1. Dimensão
Altura: 152mm
Largura: 109mm
I.1.2. Papel
De segurança branco, com gramatura de 94+/- 4g/m, que contenha em sua massa fibras
coloridas nas cores azul, verde e vermelha, de comprimento variável entre 3 e 5mm e
distribuídas alternadamente no papel na proporção de 5 a 7 fibras por centímetro quadrado.
I.1.3. Impressão
I.1.3.1. Anverso
a) Tarja (cercadura) em talho doce na cor azul, com altura mínima do relevo, em relação
ao nível do papel, de 25 micra;
b) Texto vazado na tarja REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL e MINISTÉRIO DA
JUSTIÇA, na horizontal;
17
CRLV
24%
S IM C O M
F A C ILID A D E
S IM C O M
D IF IC ULD A D E
76%
18
Até o ano de 1960, a numeração do chassi era somente uma seqüência numérica sem
prefixo. Exemplo: 1543872.
A partir do ano de 1961, o chassi passou a ser composto da letra B (Brasil) mais a
numeração de série. Exemplo: B-127850.
De 1962 a 1969 o chassi foi formado pela letra B (BRASIL) mais o algarismo final do
ano e o número de série, Exemplo: B3147680 (veículo ano 1963).
De 1970 a 1982, duas letras indicativas do modelo, mais o número de série.
Exemplo de um carro Volkswagen, modelo Variant: BV. 105408.
A partir de 1983, o chassi passou a ter 17 dígitos (Norma Técnica-ABNT):
1°. dígito: algarismo 9, indicando a região geográfica – América do Sul;
2°. dígito: Letra B, país fabricante do veículo – BRASIL;
3°. dígito: Letra W, indicando o fabricante do veículo – Volkswagen;
4°. 5°. e 6°. dígitos: Letra Z, sem significado;
7°. e 8°. dígitos: Dezena indicando o modelo do veículo:
• 30 – Gol, Voyage, Parati e Saveiro;
20
• 32 – Santana e Passat;
• 33 – Quantum;
• 20, 21, 23, 26 e 27 – Kombi, de acordo com o tipo;
• 11 – Sedan 1.300 e Sedan 1.600;
• 54 – Apollo;
• 55 – Logus e Pointer;
9°. dígito: Letra Z, sem significado;
10°. dígito: Ano e modelo (até 1988) e ano de fabricação, a partir de 1989;
11°. dígito: Código do local de montagem (P – São Bernardo do Campo; T
- Taubaté);
12°. ao 17°. dígitos: seqüência numérica.
A partir de 1999, o 4°. dígito passou a informar o tipo de carroceria; o 5°. dígito passou a
informar o tipo de motor, o 6°. dígito passou a informar o Sistema de Segurança e o 9°. dígito
passou a informar o dígito verificador (Variável de 0 a 9 ou a letra “X”).
21
De 1987 a 1995, os dígitos 4°., 5°. e 6°. (146 ou 159) representam o modelo do veículo, e
os dígitos 7°., 8°. e 9°. eram preenchidos pelo número 0 (sem definição). A partir de
1995/1996, a FIAT Automóveis promoveu alterações na seção descritiva dos seus veículos, o
que permitiu identificar de forma clara os seus modelos e versões. Os dígitos 7°., 8°. e 9°.
passaram a representar a versão do veículo, e os dígitos 4°., 5°. e 6°. a representar o modelo
do veículo, o que nos permite afirmar que o chassi do veículo deste estudo pertence a um
veículo modelo “Uno” versão “Mille IE, 2 Portas, Gasolina” (Uno Mille, 2 portas, a
Gasolina).
9 B F G S Z G D A X B 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Nos veículos FORD do ano 1990 a 1994, os dígitos 4°., 5°. e 6°. eram preenchidos pela
letra “Z” (sem definição). Os dígitos 7°. e 8°. representavam o modelo do veículo (uma
dezena) e o 9°. dígito é preenchido pela letra “Z” (sem definição).
A partir de 1995 até o ano de 1997, a configuração do chassi dos veículos FORD sofreu
alterações no tocante à seção descritiva, onde é identificado o modelo do veículo. O código do
modelo do veículo é indicado pelos dígitos 7°., 8°. e 9°., e não apenas pelos dígitos 7°. e 8°.,
como anteriormente.
A partir de 1997 até o ano de 1999, o 7°. dígito passou a informar o modelo do veículo, e
os 8°. e 9°. dígitos passaram a informar o tipo de carroceria do veículo.
A partir de 1999, o 4°. dígito passou a informar o código do motor, o 5°. dígito passou a
informar a versão, o 6°. dígito, sem definição (letra “Z”), o 7°. dígito passou a informar o
modelo e os 8°. e 9°. dígitos informam o tipo de carroceria.
9 B D 1 5 9 0 4 0 S 0 0 0 0 0 0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 B W Z Z Z 3 0 Z K T 0 0 0 0 0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
1°. dígito: representa a região geográfica.
• 9 – América do Sul
2°. dígito: representa o país de origem.
• B – Brasil
3°. dígito: representa o código do fabricante.
• W – Volkswagen do Brasil.
4°. 5°. e 6°. dígitos: sem definição.
7°. e 8°. dígitos: representam o modelo do veículo.
• 11 – Sedan 1300
• 20 – Kombi Stander
• 21 – Kombi Furgão
• 23 – Kombi Stander
• 26 – Kombi Pick – up
• 27 – Ambulância
• 30 – Gol, Parati, Voyage e Saveiro
• 32 – Passat e Santana
• 33 – Santana Quantum
• 54 – Apollo
• 55 - Logus/Pointer
9°. dígito: sem definição.
10°. dígito: representa o ano de fabricação do veículo
• D – 1983; E – 1984; F – 1985; G – 1986;H – 1987; J – 1988; K – 1989;
L – 1990; M – 1991; N – 1992; P – 1993; R – 1994; S – 1995; T –
1996.
11°. ao 17°. dígitos: representam a seqüência numérica de produção.
26
9 B W A C 1 3 X 0 Y T 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 B W A A 2 1 J 0 Y 4 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 11 12 13 14 15 16 17
9 3 U M A 1 8 L 1 Y 4 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 B F Z Z Z 5 4 Z L B 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 B F Z Z Z 3 3 6 S B 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 B F Z Z Z G D A V B 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
• E - Escort
• F - Fiesta
• G - KA
• P - Courier
8°. e 9°. dígitos: representam o tipo de carrocería.
• DA – Sedan 3 Portas
• HA – Sedan 5 Portas
• PA – Pic-Up
• FF – Station Wagon.
10°. dígito: representa o ano de fabricação do veículo
• V - 1997; W - 1998; X - 1999; Y - 2000; 1 - 2001;
A partir do dia 01/01/1999, o Sistema VIN foi alterado, a décima posição passou a
informar o ano e o modelo do veículo, conforme Resolução CONTRAN n°. 24/98.
11°. dígito: representa o local de fabricação
• B - São Bernardo do Campo
12°. ao 17°. dígitos: representam a seqüência numérica de produção.
9 B F G S Z G D A X B 0 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 B G J L 1 9 Y 0 2 B 1 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 3 Y J A M G 2 5 Y J 1 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 C 2 J C 1 8 0 1 L R 1 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
9 C 6 5 8 W 0 0 0 K 0 1 0 0 0 0 1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Como pode-se ver, a decodificação de chassi dos veículos de fabricação nacional não é
uma tarefa de fácil manejo.
A mudança no padrão legal procedida pela NBR 3 n°. 6066, que regulamenta a
numeração do chassi com 17 dígitos (caracteres), dividida em três seções para veículo de
fabricação nacional: — seção WMI, seção VDS e seção VIS — não diminuiu o grau de
dificuldade do agente fiscalizador.
O trabalho do agente fiscalizador se torna mais difícil porque as empresas fabricantes de
veículos possuem padrões diferentes na codificação do 4°. ao 9°. dígitos, de acordo com o
tipo, modelo, ano e a empresa fabricante do veículo.
Sobre a dificuldade dos policiais rodoviários federais em relação ao assunto, realizei uma
pesquisa, aplicando um questionário a cinqüenta policiais rodoviários federais do Estado de
46
Mato Grosso, lotados na sede da 2ª. SRPRF/MT e na 1ª. Delegacia da 2ª. SRPRF, onde
perguntei se eles tinham facilidade em decodificar corretamente o chassi dos veículos de
fabricação nacional. De acordo com as respostas, cinqüenta e dois por cento deles
responderam que sabem decodificar o chassi, mas com dificuldade, e quarenta e oito por
cento responderam que sabem decodificar o chassi com facilidade. De fato, neste trabalho, o
agente fiscalizador sente mais dificuldade, pois cada caráter do chassi possui, como vimos,
um significado.
Reter na memória essa quantidade enorme de informações torna-se quase impossível ao
policial, exigindo dele o uso de uma apostila ou tabela com as referidas decodificações. A
intenção deste segundo capítulo, além do estudo realizado, foi sistematizar os códigos de cada
marca de veículo de fabricação nacional.
47
a) Uno, Fiorino, Elba, Premio e Pick-up - o número do chassi nesses veículos se encontra
gravado dentro do compartimento do motor, lado direito, na caixa de roda dianteira (até
agosto de 1995). Após esta data, o número de chassi completo se encontra gravado no
assoalho em frente ao banco do passageiro.
b) Tempra - dentro do compartimento do motor, no pára-lama do lado direito, até o ano
de 1995. Após 1995/1996, no assoalho dianteiro, próximo ao banco do carona (passageiro).
c) Fiorino, Palio, Siena,Brava, Marea e Strada - no assoalho dianteiro próximo ao banco
do carona (passageiro), após 1995/1996.
d) Stilo - no assoalho dianteiro próximo ao banco do carona (passageiro).
Como pode-se ver, também as localizações das gravações do número do chassi nos
veículos de fabricação nacional são muito diversificadas.
No entanto, o fato de existir praticamente um padrão para a localização da gravação do
chassi nos veículos, nos de passeio, o chassi se encontra normalmente gravado dentro do
compartimento do motor ou dentro do veículo no assoalho, próximo ao banco dianteiro do
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
cem por cento dos entrevistados solicitam cursos de capacitação em identificação veicular e
disseram ter interesse em se capacitar nessa área.
Fiz um estudo do CRLV, conforme os art.120 ao art. 129 do Código Brasileiro de
Trânsito e as Resoluções pertinentes ao assunto e demonstro a importância de cada item do
documento. Coloquei a legislação pertinente em anexos e, nesse capítulo, ainda abordo a
identificação externa do veículo, as placas dianteira e traseira. Estudei também a
decodificação do chassi dos veículos e das motocicletas de fabricação nacional.
A decodificação do chassi é um estudo detalhado de cada dígito (caráter) do código
impresso em forma de chassi, onde procurei mostrar que cada caráter possui o seu significado.
Ex: 9BD146067S5000000 - esse chassi pertence a um veículo Fiat Uno, versão Mille IE, 2
portas, gasolina e ano de fabricação 1995. Ao decodificar o chassi, eu mostrei que os 4°., 5°. e
6°. caracteres me informam o modelo do veículo (Uno), os 7°., 8°. e 9°. caracteres me
informam sobre a versão do veículo (Mille IE, 2 portas, gasolina) e o 10°. caráter me informa
o ano de fabricação do veículo (1995).
Abordei também a localização da gravação do chassi nos veículos de fabricação nacional,
mostrei que a gravação do número de identificação veicular no chassi ou monobloco deverá
ocorrer de acordo com as vigentes especificações e formatos estabelecidos pela NBR 3 n°.
6066 que regulamenta a numeração do chassi com 17 dígitos (caracteres). A Resolução n°.
24/98 do CONTRAN, publicada em 24/5/1998, estabelece os critérios de identificação de
veículos automotores, padronizando a numeração do chassi de 17 caracteres, sendo que o 10°.
caráter do chassi representa o ano de fabricação do veículo. Abordei ainda a localização do
chassi nos veículos de passeio de fabricação nacional e nos veículos utilitários (caminhões,
camionetas e ônibus) de fabricação nacional.
Por fim, concluo este trabalho, acreditando ter contribuído para o aprimoramento do
conhecimento do policial na área de Identificação Veicular.
54
BIBLIOGRAFIA
CACCAVALI, Marcos. Manual de Identificação Veicular. 13ª. ed. São Paulo: Replace,
março, 2003.
ANEXOS
ANEXO I - CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Capítulo IX - Dos Veículos – Seção III, Art. 114 ao Art. 117 do Código Brasileiro de
Trânsito.
Da Identificação do Veículo
Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados
no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme dispuser o CONTRAN.
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a
identificar o veículo, seu fabricante e as suas características, além do ano de fabricação, que
não poderá ser alterado.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da
autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas por estabelecimento por ela
credenciado, mediante a comprovação de propriedade do veículo, mantida a mesma
identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade
executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identificação de seu
veículo.
Art. 115. O veículo será identificado externamente por meio de placas dianteira
e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as especificações e modelos
estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o
acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão usadas
somente pelos veículos de representação pessoal do Presidente e do Vice-Presidente da
República, dos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, do Presidente e
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da
União e do Procurador-Geral da República.
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Federais, dos
Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos Presidentes das Assembléias
Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Presidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito
Federal, e do respectivo chefe do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças
Armadas terão placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de
qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção ou de pavimentação são
sujeitos, desde que lhes seja facultado transitar nas vias, ao registro e licenciamento da
repartição competente, devendo receber numeração especial.
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dianteira.
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito
Federal, devidamente registrados e licenciados, somente quando estritamente usados em
serviço reservado de caráter policial, poderão usar placas particulares, obedecidos os critérios
e limites estabelecidos pela legislação que regulamenta o uso de veículo oficial.
tara, do peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou
Resumo Descritivo:
Dispõe sobre os modelos dos documentos de registro e licenciamento de
veículos e dá outras providências.
O Conselho Nacional de Trânsito, usando da competência que lhe confere o
Artigo 5º da Lei nº 5.108, de 21 de setembro de 1966, que instituiu o Código Nacional de
Trânsito, com as modificações introduzidas pelo Decreto-Lei nº 237, de 28 de fevereiro de
1967;
Considerando o disposto nos Artigos 115, 118 e 236 do Regulamento do
Código Nacional de Trânsito, aprovado pelo Decreto nº 62.127, de 16 de janeiro de 1968,
com as alterações introduzidas pelo Decreto nº 85.894, de 09 de abril de 1981;
Considerando a necessidade de assegurar maior segurança e confiabilidade na
emissão de documentos de registro e licenciamento de veículo e, em conseqüência, dificultar
a fraude nas transferências de propriedade, desenvolvendo mecanismos de prevenção e
combate ao furto/roubo de veículos, segundo as diretrizes preconizadas pelo Projeto
MUTIRÃO CONTRA A VIOLÊNCIA, a cargo do Ministério da Justiça;
Considerando a conveniência de estabelecer procedimentos uniformes em
todo o território nacional, com referência aos documentos dos veículos;
Considerando a concordância de inclusão do Imposto Sobre a Propriedade de
Veículo Automotor - IPVA, firmada em protocolo assinado no Ministério da Fazenda, em 17
de dezembro de 1985 pelos Representantes dos Estados e do Distrito Federal na COTEPE,
autorizados pelos respectivos Secretários estaduais e do Distrito Federal;
Considerando a conveniência de reduzir o número de documentos de porte
obrigatório, pelos condutores de veículos automotores;
Considerando a Resolução CNSP nº 11/85, do Conselho Nacional de Seguros
Privados, de 05 de dezembro de 1985, aprovando a inclusão da cobrança do Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre -
DPVAT, junto ao Documento de Registro e Licenciamento instituído pelo CONTRAN;
Considerando a deliberação do Colegiado em sua reunião realizada em 13 de
janeiro de 1986,
R E S O L V E:
Art. 1º - Fica alterado o modelo do Certificado de Registro de Veículo de que
trata o Anexo IV, do Regulamento do Código Nacional de Trânsito aprovado pelo Decreto nº
62.127, de 16 de janeiro de 1968, na forma constante do Anexo I da presente Resolução.
Art. 2º - O documento de que trata o artigo anterior será expedido nas
seguintes situações, observadas as normas previstas nesta Resolução e demais exigências
constantes do Regulamento do Código Nacional de Trânsito:
a) quando do registro inicial do veículo;
b) quando houver mudança de propriedade ou de características do veículo;
c) quando houver mudança de domicílio do proprietário do veículo, de uma
para outra Unidade da Federação;
d) quando da retirada de cláusula de gravame e/ou de restrição à venda do
veículo, de qualquer origem;
e) quando da expedição de segunda (2ª) via.
Parágrafo único - Para a mudança de propriedade do veículo, exigir-se-á, além
dos documentos previstos no Regulamento do Código Nacional de Trânsito, o endosso do
proprietário, no verso do documento de que trata o Anexo I, desta Resolução, e liquidação dos
débitos existentes.
Art. 3º - Para a expedição do Certificado de Registro do Veículo, que possua
ônus fiduciário ou outra qualquer forma restrita à venda, a repartição de trânsito exigirá o
respectivo instrumento comprovador da restrição.
Art. 4º - Nos casos previstos no artigo anterior, o Certificado de Registro do
Veículo conterá, no campo de "observações", a existência da restrição, indicando a entidade
física e/ou jurídica de personalidade de direito público ou privado.
Art. 5º - Comprovado o cumprimento, por parte do alienatário, de suas
obrigações, a repartição de trânsito emitirá novo Certificado de Registro de Veículo.
Art. 6º - A transferência de propriedade do veículo de aluguel (TAXI),
adquirido com os benefícios de isenção tributária, prevista em legislação específica, somente
será efetuada mediante expressa autorização da autoridade fazendária competente.
Art. 7º - O locatário ou arrendatário é equiparado ao proprietário do veículo,
para fins do Art. 117 e do Parágrafo Único do Art. 209 do Regulamento do Código Nacional
de Trânsito, podendo o veículo ter renovado seu licenciamento anual, no município de
residência ou domicílio do locatário ou arrendatário.
Art. 8º - O registro e licenciamento do veículo, de que tratam os Artigos 108 e
117 do Regulamento do Código Nacional de Trânsito, será comprovado mediante
apresentação do documento constante do Anexo II, da presente Resolução, que constitui o
Certificado de Registro e Licenciamento.
Art. 9º - O Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, previsto no
artigo anterior, será expedido e renovado anualmente e se constitui no único documento de
porte obrigatório relativo ao veículo.
Art. 10º - O Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo - CRLV
somente terá validade, após o pagamento referente ao exercício a que se refere o CRLV, dos
tributos e encargos devidos, quitação dos débitos de multas, pagamento do Seguro
Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres -
DPVAT e, ainda, o comprovante do Registro de Transportador de Bens - RTB, quando se
tratar de veículo de carga.
§ 1º - A comprovação dos requisitos estabelecidos neste Artigo far-se-á
através de autenticação mecânica no verso do CRLV e/ou registro no seu anverso.
§ 2º - Ocorrendo parcelamento de obrigação tributária, previsto em lei, que
incida sobre a propriedade do veículo, para o registro e licenciamento, exigir-se-á a quitação
da 1º Cota, ou equivalente, ou pagamento integral.
Art. 11º - Será considerado "sem estar devidamente licenciado", nos termos da
presente Resolução, o veículo encontrado circulando sem que seu condutor esteja portando o
Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, ou quando portar o mencionado
Certificado sem o lançamento da liquidação integral do Seguro Obrigatório DPVAT, da
obrigação tributária de que trata o § 2º do Art. 10 desta Resolução, e ainda, quando decorridos
10 (dez) dias do prazo fixado para o vencimento da 3º Cota, ou equivalente, previsto na
legislação pertinente, aplicando-se as penalidades da alínea "1", do inciso XXX, do Art. 89 do
Código Nacional de Trânsito.
Art. 12º- Os modelos dos documentos dos Anexos I e II, somente serão
confeccionados, por empresas especializadas, com capacidade técnica e experiência
devidamente comprovadas, para atender às características de segurança exigidas e previstas
no Anexo III desta Resolução, mediante solicitação dos órgãos interessados.
§ 1º - Caberá ao Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAM), o
controle, a atribuição e a distribuição das numerações a serem adotadas para cada Unidade da
federação.
§ 2º - Os DETRANs solicitarão, previamente, ao DENATRAM, autorização
específica para a confecção dos documentos de que trata esta Resolução, indicando a fonte
fornecedora e a quantidade pretendida.
Art. 13º - O calendário para o licenciamento anual de veículo, de que trata esta
Resolução, será estabelecido pelo CONTRAN de acordo com exposição de motivos
apresentada pelo DENATRAM.
Art. 14º - Fica proibida a plastificação dos documentos previstos nesta
Resolução, os quais poderão ser acondicionados em invólucro não aderente ao documento.
Art. 15º - O DENATRAM baixará instruções para a confecção,
preenchimento, expedição e interpretação dos documentos previstos nos Anexos I o II da
presente Resolução.
§ 1º - No caso específico de ônibus, quando do seu primeiro emplacamento,
deverá constar do campo "OBSERVAÇÕES" do Certificado de Registro de Veículo, para fins
de contagem do prazo de vida útil, a data de emissão da Nota Fiscal da carroçaria.
§ 2º - Deverão constar ainda deste campo os seguintes dados relativos à
carroceira: Marca/Modelo; ano de fabricação e ano/modelo.
Art. 16º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário, em especial as Resoluções 471/74, 498/75, 505/76,
517/77, 535/78, 598/82 e 645/85.
Brasília - DF, 14 de janeiro de 1986.
OBS: esta tabela poderá ficar desatualizada com o tempo devida à inserção de novos códigos
referentes aos lançamentos de novas versões.
ANEXO VII – RESOLUÇÃO N° 16/98
Ministério da Justiça
Ministério da Saúde