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Ilhéus – Bahia
Elaboração e criação
Myrian Massarollo
Revisão Geral
Querem auxiliar, seja de que forma for, possibilitando assim que os projetos
de seus municípios, ainda que não sejam seus, evoluam, trazendo à população
melhores condições de terem resultados positivos concretos. Isso, como vocês
estudarão nas páginas desta apostila chama-se intersetorialidade, um setor
interagindo com outro em benefício da comunidade.
Como dissemos, dois alvos, que ainda que distintos confluem para um mesmo
objetivo, a participação e mobilização social em prol da educação e da atenção à
saúde.
Nossa equipe desdobrou-se para que, no pouco tempo que nos foi dado,
desenvolver um material organizado, completo e de agradável manuseio.
Boa sorte!
Equipe Fundação JK
Concurso de Agente Comunitário de Saúde
Ilhéus - Bahia
Agente Comunitário de
Saúde
Isto demonstra que o trabalhador tem autonomia para ser criativo e propor
soluções para as necessidades apresentadas, conjuntamente com o usuário. Este, ao
sentir-se participante do processo de atendimento, tornar-se-á, co-responsável pelos
objetivos a serem alcançados, isto é, protagonista do seu processo de saúde-doença.
Na atualidade, uma das principais características do processo de trabalho em
saúde é a crescente coletivização, isto é, um número elevado de profissionais atuando
nesta área, levando ao surgimento de um trabalho associado, interdependente, em
regime de cooperação, quer numa unidade isolada (clínica, hospital), quer num
conjunto hierarquizado de serviços (postos de saúde, ambulatórios de especialidades).
Período Nômade
No período nômade, que durou cerca de dez mil anos, os homens viviam da
caça, da pesca e da coleta de raízes e frutos.
Período Agropecuário
Com o passar dos tempos, o homem passou a domesticar/criar animais (aves,
porcos, ovelhas, etc.) e a cultivar a terra, estabelecendo-se onde vivia. O
desenvolvimento da pecuária e da agricultura significou uma profunda mudança na
vida dos homens: a divisão do trabalho determinada pelas relações de parentesco
entre indivíduos e grupos; o aumento da produção de alimentos gerando excedentes,
favorecendo o aumento populacional e possibilitando que alguns homens se
dedicassem a outro tipo de trabalho. Surgiram os artesãos, que se dedicavam às
invenções (o arado, a irrigação e os utensílios em geral).
Período Industrial
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra a partir de 1750, determinou
novas relações de trabalho: os donos das indústrias empregavam o operário em troca
de um salário.
As condições de vida eram péssimas: água impura; esgoto a céu aberto; casas
superlotadas, sujas e em mau estado; crianças trabalhando desde os 5 anos de idade;
condições insalubres de trabalho; longas jornadas e o baixo salário pago aos
trabalhadores.
Um exemplo do pensamento
microbiano esta nos princípios das
ações preventivas, nas campanhas
de prevenção e erradicação de
algumas doenças infecciosas e uso
de vacinas.
Nas últimas décadas ocorreram mudanças nas condições de vida e saúde das
pessoas: o controle das doenças infecciosas, em função do aumento da infra-estrutura
básica; de melhores condições de trabalho, moradia, vestuário, alimentação, educação
e lazer; além da ampliação do acesso à assistência médica e hospitalar e de ações de
vigilância ambiental (poluição do ar e da água e desmatamentos).Todos esses fatores
contribuíram para elevar a expectativa média de vida das populações.
Essa concepção é
chamada determinação
social do processo
saúde-doença.
Em 1990, a Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal n.º 8.080) definiu no Artigo 3.º
que: A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes,
c , entre outros:
outros
saneamento
renda educação transporte
básico
Diretrizes ou
princípios
constitutivos
• Universalidade
• Eqüidade
• Integralidade
Universalidade
Conforme o disposto na nossa Constituição Federal : "A saúde é um direito de
todos". Em outras palavras, é a garantia de atenção à saude, por parte do sistema, a
todo e qualquer cidadão. Saúde é direito de cidadania e dever dos governos:
municipal, estadual e federal.
Integralidade
A atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto
os individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, a saude é algo a ser
conquistado e mantido. O objetivo é quebrar o ciclo vicioso que leva à doença.
Também as necessidades de saúde indivíduais ou de grupos específicos devem ser
levadas em consideração. Portanto, integralidade o profissional na execução dos
serviços de saúde não perder a referência de que:
• Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade;
• As ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam um todo
indivisível e não podem ser individualizadas;
• As unidades prestadoras de serviço formam também um todo indivisível
configurando um sistema capaz de prestar assistência integral;
• O homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser atendido sob esta
ótica integral por um sistema de saúde integral com o objetivo de promover,
proteger e recuperar a sua saúde.
Eqüidade
É a condição de igualdade de oportunidades para o uso de recursos
existentes, com o objetivo de diminuir as conseqüências negativas associadas ao
adoecimento, diferenciando o atendimento conforme sua complexidade Todos devem
ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil
contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Todo
cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas necessidades até o
limite do que o sistema pode oferecer para todos.
resolubilidade
complementaridade do
setor privado participação
social
Princípios
organizacionais
hierarquização
descentralização
e regionalização
Hierarquização e regionalização
Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade;
complexidade o nível
primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto
enquanto os outros devem ser
utilizados apenas quando necessários. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de
referência e contra-referência
referência entre os serviços de saúde, melhor a eficiência e
eficácia dos mesmos. Cada serviço de saúde tem uma área de abrangência,
abrangência ou seja, é
responsável pela saúde de uma parte da população. Os serviços de maior
complexidade são menos numerosos e por isso mesmo sua área de abrangência é
mais ampla, abrangência a área de vários serviços de menor complexidade.
Participação da comunidade:
O controle social,, como também é chamado esse princípio, foi melhor regulado
pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências
de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos
Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos
Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade: enquanto os usuários têm metade
das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro quarto.
Descentralização político-administrativa
O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual
e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm
assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos
serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a-fundo", ou seja,
baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de
atendimentos.
Resolubilidade
É a exigência de que o cidadão ao buscar um atendimento ou quando surge
um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente à
necessidade esteja capacitado para enfrenta-la e resolve-la até o limite da sua
capacidade.
Competências do ACS
• desenvolver ações que busquem a integração entre as equipes de
saúde e a população adscrita à Unidade Básica de Saúde, considerando
as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de
indivíduos e grupos sociais ou coletividades;
• realizar, em conjunto com a equipe, atividades de planejamento e
avaliação das ações de saúde no âmbito de adscrição da Unidade Básica
de Saúde;
• desenvolver ações de promoção e de proteção e desenvolvimento da
cidadania no âmbito social e da saúde;
• desenvolver, em equipe, ações de promoção da saúde visando à
melhoria da qualidade de vida da população, a gestão social das políticas
públicas de saúde e o exercício do controle da sociedade sobre o setor
Saúde;
• desenvolver ações de prevenção e monitoramento dirigidas a grupos
específicos e a doenças prevalentes, conforme definido no plano de ação
da equipe de saúde e nos protocolos de saúde pública;
• desenvolver ações de prevenção e monitoramento dirigidas às
situações de risco ambiental e sanitário para a população, conforme
plano de ação da equipe de saúde.
Dados
Área
População
número de domicílios
tipos de habitação
tipos de instituições econômicas (comércio, indústria)
instituições culturais (teatros, bibliotecas)
instituições públicas (escolas, creches, delegacias)
representações da sociedade civil (associações de moradores, Conselhos de
Saúde, conselhos de pais da escola, Conselho Tutelar da Criança e do
Adolescente)
presença de organizações não-governamentais (ONGs)
42 bairros (zona urbana) - Alto da Boa Vista; Alto da Esperança; Alto da Tapera; Alto
da Uberlândia; Alto do Amparo; Alto do Soledade; Banco da Vitória; Barra; Basílio;
Centro; Conquista; Distrito Industrial; Expansão Urbana; Expansão Urbana Norte;
Expansão Urbana Sul; Hernani Sá; Iguape; Ilhéus II; Jardim Atlântico; Jardim Pontal;
Jardim Savóia; Loteamento Barra Norte; Loteamento São Domingos; Malhado;
Moradas do Bosque; Nelson Costa; Nossa Senhora da Vitória; Nova Brasília; Nova
Esperança; Pontal; Raymundo Amaral Pacheco (Cidade Nova); Salobrinho; São
Francisco; Sapetinga; Teotônio Vilela; Teresópolis; Vila Cachoeira; Vila de São Miguel;
Vila Nazaré; Vivendas do Atlântico.
Aritaguá
Distância: 5 km - População: 9.053 habitantes.
Povoados: Sambaituba, São José, São João, Itariri, Juerana, Carobeira, Ponta da
Tulha, Ponta do Ramo, Mamoã, Retiro, Aderno, Tibina, Vila Campinhos, Urucutuca e
Vila Olímpio.
Banco Central
Distância: 65 km - População: 4.279 habitantes.
Povoados: Arraiais: Três Paus, Ribeira e Visagem.
Castelo Novo
Distância: 35 km - População: 3.183 habitantes.
Povoados: Ribeira das Pedras, Lava-Pés e Lagoa Encantada.
Arraial: Parafuso.
Coutos
Distância: 5 km - População: 4.405 habitantes.
Povoados: Santo Antônio, Rio do Engenho e Maria Jape.
Arraiais: Areia Branca e Búzios.
Inema
Distância: 90 km - População: 3.130 habitantes.
Povoados:
Arraial: Água Branca.
Japu
Distância: 30 km - População: 5.449 habitantes.
Povoados: Serrado, Serra das Trempes, Santana e Cascalheira.
Olivença
Distância: 16 km - População: 15.815 habitantes.
Arraiais: Acuípe do Meio, Acuípe de Baixo, Acuípe de Cima, Jairi e Santaninha.
Pimenteira
Distância: 81 km - População: 1.575 habitantes.
Arraial: Ribeirão Pimenta.
Rio do Braço
Distância: 29 km - População: 5.236 habitantes.
Povoado: Banco do Pedro.
Dados econômicos:
• Agricultura se subdivide em lavoura permanente e lavoura temporária.
o Permanente: cacau, abacate, borracha, café, etc.
o Temporária: abacaxi, cana-de-açúcar, mandioca, milho, etc.
Cadastro
Dados sobre o meio ambiente - sistema de coleta de lixo, fonte de água para
consumo, tipo de casa, tratamento de água no domicílio, destino de dejetos
Descrição da técnica de VD
Etapas da VD
registro de avaliação do
planejamento execução
dados processo
Planejamento
Um planejamento bem elaborado aumenta a possibilidade de êxito: o ACS
preparado terá clareza e segurança na visita atingindo o rendimento desejável para a
atividade.
Executar primeiro as VDs mais rápidas e deixar por último aquelas que
necessitam de um contato mais prolongado, como é o caso das doenças
transmissíveis.
A execução da VD
O ACS deve tomar cuidados para que a visita alcance a finalidade esperada.
• Deve adaptar o plano da VD, no caso de ocorrerem interferências durante sua
realização que possam prejudicar o alcance dos objetivos, para que na medida
do possível as necessidades da família ali explicitadas possam ser atendidas.
• Quando chegar ao domicílio o ACS deve identificar-se (nome e função) e
expressar de maneira informal, mas, com clareza os objetivos da visita de
forma cordial, evitando os extremos da formalidade e da intimidade no contato
com os usuários.
• Após a apresentação iniciar a entrevista ou executar os procedimentos
previstos, segundo os objetivos propostos para a VD. Se a VD tiver como
objetivo a coleta de dados, deve-se explicar o motivo da anotação das
informações e destacar o caráter sigiloso do registro.
• Durante a VD, realizar a observação sistematizada da dinâmica da família e ao
término, o profissional deve resgatar os seus objetivos e fazer uma síntese do
que foi realizado para a família.
Relatório da VD
O ACS, deve elaborar um relatório sobre a VD e anexá-lo ao prontuário do
usuário. Ele é essencial para que as informações coletadas através da entrevista ou
da observação sejam compartilhadas com os membros da equipe e para que não se
percam ao longo do tempo, fundamentando a continuidade da assistência à família.
O relatório deve ser claro, objetivo, sintético, ter uma seqüência lógica, ser
iniciado com as informações colhidas, seguido das observações feitas e, por fim, as
intervenções realizadas. Deve informar as necessidades da família, tanto as relatadas
por ela, quanto as que foram detectadas pelo ACS. Também deve registrar aspectos
que precisam ser explorados no próximo contato com a família.
Enfim, deve conter uma síntese das informações coletadas, das observações e
das intervenções realizadas. O relatório deve contemplar a avaliação da VD, que deve
ser feita tendo como referência os objetivos propostos inicialmente.
Avaliação do processo da VD
A avaliação é necessária para que a equipe estabeleça o plano operacional da
assistência à família visitada e também, para que o ACS possa fazer uma auto-
avaliação baseada na realização da VD. Ou seja, verificar se os pressupostos de uma
VD foram contemplados.
Interpretação demográfica
Como já vimos, é extremamente importante para que haja um bom trabalho em
saúde coletiva o reconhecimento do território no qual a equipe de saúde atua, mas não
se trata apenas de coletar informações, esses dados são fundamentais para a
construção dos perfis epidemiológicos, bem como para o planejamento das ações
programáticas mais necessárias.
Área de abrangência
Área de abrangência é um determinado território ou espaço físico delimitado
em que atua uma unidade ambulatorial de saúde e delimita-se em função do fluxo e
contra fluxo de trabalhadores de saúde e da população num determinado espaço
físico.
Micro-Área
A micro-área é uma subdivisão da área de abrangência, impõe-se na medida
em que os problemas de saúde não se distribuem de forma simétrica na área de
abrangência, tendendo, ao contrário, a discriminarem-se de forma negativa naquele
espaço.
Indicadores epidemiológicos
Em relação à Aids, o país tem uma epidemia estabilizada desde o ano de 2000,
principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, a
tendência é de crescimento. Apesar de o Brasil ter cerca de um terço de todas as
pessoas com HIV da América Latina, o acesso aos serviços de prevenção e o
tratamento adequado possibilitaram a estabilização da epidemia. O acesso universal à
terapia anti-retroviral no país é responsável pela diminuição da taxa de mortalidade de
9,6 em 1996 para 6 por 100mil habitantes em 2005. Com o acesso à terapia anti-
retroviral, estima-se que mais de 1,3 milhão de internações foram evitadas no período
de 1997 a 2007”.
Indicadores Epidemiológicos
Macroindicadores – aqueles cujos denominadores se referem à base populacional
plena P. (TAXA)
Microindicadores – aqueles que tomam como denominador qualquer dos subconjuntos
hierarquicamente inferiores a P. (COEFICIENTE)
Indicadores Epidemiológicos
Mortalidade = O/P
Incidência (e prevalência) de doença = D/P
Incidência (e prevalência) de infecção = I/P
Patogenicidade = D/I
Virulência = G/D
Letalidade = O/D
Morbidade
Refere-se a uma população predefinida, com clara localização espacial,
intervalo de tempo e abrangência do estudo
º
ç
ê = × 10
çã
Prevalência
escreve a força com que subsistem as doenças na coletividade. É um
Descreve
indicador de morbidade.
$º %,', %'$-%#',
+. '$ç
!"
!"ê$%# = × 56$
'+"çã'
Incidência
Significa
ignifica a ocorrência de casos novos relacionados à unidade de intervalo de
tempo, dia, semana, mês ou ano. ano É a intensidade com que estão surgindo novos
doentes em uma determinada população. Para efeito de estudo comparativo de
incidência de doenças numa mesma população em épocas diferentes, ou em
populações diversas numa mesma época, usa-se
usa se o coeficiente de incidência.
Coeficiente de Ataque
Incidência referida a uma população específica ou a um grupo bem definido de
pessoas, limitadas a um período de tempo de dias ou semanas e localizadas em uma
área restrita.
Mortalidade Pós-neonatal
neonatal = óbitos entre 28 dias de nascimento e 1 ano de
vida.
Coeficiente de Letalidade
Permite avaliar a gravidade de uma doença,
d considerando-se
se as variáveis:
variáveis
idade, sexo, condições socioeconômicas da região onde ocorre.
Esperança de vida
Indicadores de duração média da vida, calculados com base na expectativa de
mortalidade acumulada em toda a escala etária.
Designa o número médio de anos que ainda restam para serem vividos pelos
indivíduos que sobrevivem até a idade considerada, pressupondo-se
pressupondo se que as
probabilidades de morte que serviram para o cálculo continuem as mesmas.
Indicadores compostos
Anos de Vida Ajustados por Qualidade de Vida (AVAQ) – conceito de qualidade de
vida ligada à saúde.
Coleta de dados
Consiste em buscar junto às fontes de dados (população, imprensa, serviços
de saúde, escolas, creches, presídios e indústrias) as informações relevantes que
possam colaborar na identificação de situações de risco.
DATASUS
O DATASUS disponibiliza informações que poderão servir de subsídios para:
análise objetiva da situação sanitária, tomada de decisões baseadas em evidências e
programação de ações de saúde. A mensuração do estado de saúde da população é
usual em saúde pública
Com os avanços no controle das doenças infecciosas - informações
epidemiológicas e morbidade - e com a melhor compreensão do conceito de saúde e
de seus determinantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a
incorporar outras dimensões do estado de saúde.
Demográficos
Densidade (hab/área urbanizada)
Distribuição por faixa etária
Sócio-econômicos
Renda média (salários mínimos)
Taxa de emprego (E/P)
Distribuição da população por faixas salariais (SM)
Padrão residencial (vertical/horizontal)
Empregos por setor de atividade
Escolaridade
Indicadores Epidemiológicos
Pandemia
Compreende
ompreende um número de casos de doença acima do esperado, sem
respeitar limites
ites entre países ou continentes.Os exemplos mais atuais são a AIDS e a
tuberculose.
Mortalidade
A mortalidade é definida como a relação entre o número de óbitos e o número
de pessoas expostas ao risco de morrer. Dados esses que podem ser agrupados por
características
aracterísticas como sexo, idade, estado civil, causa
lugar, condição, dentre outras. Os óbitos ocorridos
podem estar classificados segundo a associação
as de
duas ou mais dessas características.
Letalidade
Permite conhecer a gravidade de uma doença,
considerando-se seu maior ou menor poder para causar
a morte. A determinação da letalidade de certas
doenças permite avaliar a eficácia de estratégias e
terapias implementadas.
Por exemplo, espera-se que a vacina anti-sarampo reduza o número de
complicações e óbitos decorrentes da doença. Se há muitos óbitos causados pelo
sarampo, isto significa que as crianças não estão tendo acesso à estratégia de
vacinação ou que a vacina não está desempenhando adequadamente seu papel na
proteção à saúde.
Federal
Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica;
Co-financiar o sistema de atenção básica;
Ordenar a formação de recursos humanos;
Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da atenção
básica;
Manter as bases de dados nacionais.
Estadual
Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu território;
Regular as relações inter-municipais;
Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu
território;
Co-financiar as ações de atenção básica;
Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu território.
Municipal
Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território;
Contratualizar o trabalho em atenção básica;
Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência);
Co-financiar as ações de atenção básica;
Alimentar os sistemas de informação;
Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão.
Este contato direto com a população faz com que realizem com maior
freqüência a notificação. Notificação é a comunicação da ocorrência de determinada
doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou
qualquer cidadão.
Estados e municípios podem incluir novas doenças na lista, para isso devem
estar presente os pressupostos que permitem o uso desta prerrogativa que são:
estarem claramente definidos os objetivos da notificação, os instrumentos e o fluxo de
informação.
Situações de violência
aos
portadores de
deficiências
sexual
Situações doméstica
de
violência
exclusão
urbana
social
de resistência
Violência cultural
de
delinquência
Promoção de saúde
úde conceitos e estratégias
A promoção da saúde é o processo de capacitação da comunidade para atuar
na melhoria de sua própria qualidade de vida e saúde, interferindo no processo
através do aumento de sua participação. Desta forma a população deixa de ser
apenas o alvo dos programas, passando a assumir uma posição atuante na definição
dos problemas a serem enfrentados. Amplia-se
Amplia a concepção de saúde referindo-se
referindo
não apenas aos seus determinantes, mas, também, à possibilidade de intervenções
que extrapolam o setor saúde.
Estratégias
1. Elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis;
2. Criação de ambientes favoráveis à saúde;
3. Reforço para a ação comunitária;
4. Desenvolvimento de habilidades pessoais;
5. Reorientação dos sistemas e serviços de saúde.
Hepatite B
Apenas para efeito de informação existem outros tipos de hepatite (A, B e C)
que estudaremos no momento oportuno.
O agente infeccioso da doença é o vírus
HBV, que infecta o homem, seu reservatório
natural. A transmissão ocorre por meio de solução
de continuidade da pele e/ou mucosas, em
contato com o sangue e outros fluidos corpóreos
(como sêmen, secreção vaginal e saliva) de
doente ou portador.
Poliomielite
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, pode ser causada por três
tipos de poliovírus: I, II e III. A transmissão acontece principalmente, por contato direto
de pessoa a pessoa, sendo a boca a principal porta de entrada dos vírus. A
transmissão oral ocorre através das gotículas de muco da orofaringe expelidas pela
tosse, fala ou espirro.
Tétano
O tétano é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, relativamente
comum em países subdesenvolvidos - nos quais a cobertura vacinal é baixa. Seu
agente etiológico é o Clostridium tetani, um bacilo anaeróbio cujo reservatório é o trato
intestinal do homem e de animais, o solo ou qualquer objeto perfurocortante contendo
os esporos.
Tétano neonatal
Também conhecido como “mal de sete dias”, sua ocorrência é maior em países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, sobretudo pela precariedade ou ausência
de acompanhamento pré-natal, impossibilitando o controle vacinal da gestante,
incluindo a vacina contra o tétano. Uma gestante não vacinada não possui anticorpos
maternos para transferir ao filho, tornando-o susceptível à doença após o nascimento.
Coqueluche
A coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis, cujo único
reservatório é o homem, não existindo portadores crônicos assintomáticos. Sua
transmissão ocorre pelo contato direto pessoa a pessoa, através de secreções da
nasofaringe, eliminadas pela tosse, espirro ou fala.
Meningite
A meningite pode ser causada por diversos microrganismos como vírus, fungos
e bactérias, mas para a saúde coletiva as de maior destaque são as meningites
bacterianas por Haemophilus influenzae do tipo b, tuberculosa e a meningocócica.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus
amarílico, encontrado principalmente em regiões de mata. Pode apresentar-se sob
duas formas:
• febre amarela silvestre (FAS), cujos vetores são os mosquitos do gênero
Haemagogus e Sabethes, sendo os primatas os principais hospedeiros e o
homem, hospedeiro acidental;
• febre amarela urbana (FAU), que tem como vetor o
mosquito Aedes aegypti e o homem como hospedeiro
principal. Foi erradicada no Brasil em 1942, quando foi
notificada pela última vez no município de Serra
Madureira, no Acre.
Como medida de prevenção, a vacina contra a febre amarela deve ser aplicada
em toda a população residente na área endêmica e na área de transição, além de ser
também indicada para os viajantes que se deslocam para essas áreas de risco.
Rubéola
Durante muitos anos, a rubéola foi considerada “doença de criança”, de pouca
importância. No entanto, esse conceito vem mudando em vista da incidência de
complicações por ela causadas, principalmente a síndrome da rubéola congênita
(SRC), que afeta recém-nascidos e cujo risco está associado ao acometimento da
gestante durante a gestação.
Não há tratamento específico para a rubéola, pois na maior parte dos casos
regride espontaneamente. Como medidas preventivas existem a vacina específica
anti-rubéola monovalente e a vacina tríplice viral, também conhecida como MMR.
Sarampo
O sarampo é causado por um vírus - o vírus do sarampo – cuja transmissão
ocorre de pessoa a pessoa, através de secreções expelidas pela tosse, fala,
respiração e espirro. É extremamente contagioso e transmissível. O sarampo
caracteriza-se por febre, tosse seca, coriza, lacrimejamento e fotofobia. Após a
notificação de um caso suspeito, deve-se tomar medidas de acordo as orientações do
sistema de vigilância.
Caxumba
A caxumba é uma doença viral aguda, caracterizada pela inflamação das
glândulas salivares e sua transmissão ocorre através do contato direto com secreções
nasofaríngeas da pessoa infectada.O diagnóstico é feito a partir dos sintomas
apresentados, que incluem febre baixa, mal-estar geral, cefaléia, dor na garganta e
anorexia. A estes, segue-se o aumento do volume das parótidas, tornando o rosto
arredondado devido à eliminação do ângulo da mandíbula.
É importante orientar o doente para que faça repouso no leito, bem como
alimentar-se com dieta líquida ou semipastosa e realizar a higiene oral
adequadamente, para que não haja obstrução das glândulas e infecção.
Raiva humana
A raiva humana é uma doença extremamente preocupante para os serviços de
saúde, pois é 100% letal. É causada por vírus e transmitida ao homem por intermédio
da saliva, por ocasião de mordidas, arranhões ou lambeduras de ferimentos ou
mucosas por animais infectados, doentes ou não, dentre os quais se incluem cães,
gatos, macacos e outros primatas, morcegos e bovinos.
Hepatite A
A hepatite A é um dos tipos de hepatite cuja incidência vem aumentando
progressivamente, em virtude das precárias condições de higiene e saneamento
básico existentes em muitas cidades brasileiras. Sua ocorrência é também observada
em instituições fechadas, como quartéis, creches e escolas - cuja fonte de água é
comum -, bem como na preparação dos alimentos. Nos países em desenvolvimento,
as crianças e jovens são a faixa etária mais acometida por essa doença.
Febre tifóide
A incidência de febre tifóide está muito associada às condições de saneamento
e hábitos individuais. Está praticamente erradicada em países que superaram
problemas relacionados à higiene pessoal e ambiental. No Brasil, persiste de forma
endêmica, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde as condições de vida
são precárias.
Para evitar a propagação da febre tifóide, deve-se, após a limpeza com água e
sabão, realizar a desinfecção dos objetos nos quais se depositaram excreções (vasos
sanitários, urinol, comadre/compadre, patinho), sendo também fundamental o
tratamento adequado dos dejetos. Os portadores devem ser afastados da
manipulação de alimentos.
Cólera
A cólera é causada por uma bactéria, o vibrião colérico (Vibrio cholerae),
transportada pela água e por alimentos contaminados, principalmente quando
consumidos crus ou mal cozidos.
Dengue
A dengue, atualmente, é considerada sério problema de saúde pública,
principalmente nos países tropicais, pois as condições do meio ambiente favorecem o
desenvolvimento e a proliferação do vetor. Seu agente infeccioso é o vírus da dengue,
que pode ser dos tipos 1, 2, 3 ou 4, e seu vetor é o mosquito Aedes aegypti.
Leptospirose
Doença grave, que exige severas medidas de controle, pois causa sérios
prejuízos à saúde dos indivíduos e à economia, haja vista originar elevados custos
sociais e hospitalares e exigir longo tempo de afastamento do trabalho. Ocorre
principalmente nos períodos de chuva, quando pessoas que moram em comunidades
com saneamento precário têm suas casas invadidas pelas águas de rios ou valas
contaminadas com a bactéria.
A malária também pode ser transmitida pelo sangue de pessoas infectadas por
meio de injeção, transfusão de sangue ou uso compartilhado de seringas e agulhas -
no caso de usuário de drogas injetáveis. Uma vez infectado, o indivíduo apresenta
febre, cefaléia, náuseas, vômitos, astenia, fadiga. A temperatura do corpo pode
alcançar 40o C ou mais. Alguns enfermos podem apresentar delírios. Quando a febre
cede, o doente tem a sensação de alívio e tranqüilidade.
Doença de Chagas
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi,
transmitido por insetos do gênero dos triatomídeos, especificamente o Triatoma
infestans ou Triatoma brasiliensis, popularmente conhecidos como barbeiros ou
chupões, que constroem suas tocas nas paredes das casas feitas de pau-a-pique. A
transmissão também pode ocorrer pelo sangue de pessoas
infectadas, por meio de injeção, transfusão de sangue ou uso
compartilhado de seringas e agulhas - no caso de usuário de
drogas injetáveis. É possível, ainda, ocorrer transmissão pela
placenta ou leite materno.
Escabiose
A escabiose, também
conhecida como sarna, é uma
doença muito comum em
ambientes onde as pessoas
convivem aglomeradas, nos
quais é difícil controlar as condições de higiene. É causada por um microrganismo
chamado Sarcoptes scabei, que, ao colonizar a pele do indivíduo afetado, se multiplica
principalmente nas regiões de dobras de pele, como cotovelos, virilhas, entre os
dedos, axilas, causando intenso prurido e descamação. Muitas vezes, a coceira leva o
indivíduo a produzir lesões ainda maiores, que podem até ser infectadas por outros
microrganismos, tamanha sua intensidade.
As roupas de uso do cliente, bem como as roupas de cama e toalhas, devem ser
trocadas e lavadas todos os dias, manipuladas separadamente e fervidas - essas
orientações permitem que a recuperação do cliente ocorra, em média, dentro de 7
dias.
Pediculose
A pediculose, assim como a escabiose, é um problema que acomete várias
pessoas, geralmente quando convivem em aglomerados e em condições de higiene
inadequadas. É causada por um ectoparasita, o piolho comum, que habita o couro
cabeludo e, prendendo-se aos cabelos, suga o sangue periférico do próprio couro
cabeludo para sobreviver.
Permanecermos, mesmo que por breve período, próximo a alguém com piolhos
pode expor-nos ao contágio. Para prevenir a infestação, devemos manter os cabelos
sempre limpos e, no caso de serem longos, prendê-los, principalmente quando
estivermos prestando assistência a outras pessoas.
Hanseníase
A hanseníase ou mal de Hansen é uma doença infecciosa e crônico-
degenerativa, causada pelo Mycobacterium leprae, que afeta nervos e pele. Devido ao
fato de a doença poder afetar várias estruturas do corpo humano, muitas vezes
produzindo seqüelas nos indivíduos por ela acometidos, desenvolveu-se nas culturas
populares antigas um preconceito contra os mesmos - que perdura até os dias de hoje
-, um estigma, relacionado à incapacidade, ao isolamento, ao abandono, à morte e ao
medo.
Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa, causada por uma
bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de
Koch. Estima-se que cada doente com tuberculose seja capaz de contaminar dez
outros indivíduos.
Sua transmissão, assim como a da hanseníase, ocorre por meio das gotículas
de saliva expelidas quando espirramos, tossimos ou falamos, sendo o sistema
respiratório a porta de entrada da doença, mais especificamente as vias aéreas
superiores
AIDS/SIDA
A Aids é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais
e sintomas, caracterizada pela diminuição da resposta
imunológica do organismo a agentes patogênicos. Esta carência imunológica causa
uma série de doenças oportunistas. São chamadas de oportunistas porque não se
manifestam em indivíduos com defesas normais.
Nos CTAs, assim como nas unidades de saúde preparadas para prestar
assistência aos portadores do HIV, é possível encontrar uma estrutura que favoreça a
composição de grupos de integração entre os clientes, espaços onde ocorrem
discussões sobre suas dúvidas em relação à doença e tratamento.
Sífilis
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode atingir qualquer
tecido ou órgão e tende a evoluir cronicamente. De acordo com sua evolução, pode
apresentar-se em três fases, primária, secundária e terciária.
A sífilis primária: caracteriza-se pela presença do cancro duro, que é uma lesão
ulcerada, única, indolor, de bordos bem definidos e fundo liso. Por se tratar de lesão
indolor, as pessoas continuam mantendo relação sexual e transmitindo a doença.
Geralmente, localiza-se na genitália externa ou outros locais por onde o Treponema
penetrou o corpo (ânus, reto, lábios, boca, mamas ou dedos). Na mulher, a sífilis pode
ser assintomática, independente da localização do treponema, o que possibilita a
disseminação da doença. Essa lesão regride espontaneamente, e normalmente o
portador não procura uma unidade de saúde por pensar estar curado, permitindo que
a doença evolua para a sífilis secundária.
Gonorréia
A gonorréia é uma infecciosa causada por uma bactéria, do tipo gonococo,
chamada Neisseria gonorrhoeae, que causa um processo inflamatório na mucosa
uretral, denominado uretrite gonocócica. É popularmente conhecida como gota
matinal, porque é comum a saída de secreção pelo meato uretral, pela manhã, quando
o doente se levanta e vai realizar a primeira micção. Já o nome gota militar foi dado
devido ao seu grande acometimento por militares. Antigamente, era chamada de
blenorragia, que significa escoamento de muco.
Uretrites não-gonocócicas
As uretrites não-gonocócicas compreendem um conjunto de uretrites
sintomáticas causadas por microrganismos que não o gonococo. O mais comum
desses agentes é a bactéria Chlamydia trachomatis.
Condiloma acuminado
Doença infecciosa causada por um
vírus chamado HPV (papilomavírus
humano), também conhecida como crista de
galo ou verruga genital.
Linfogranuloma venéreo
Também chamada de doença de
Nicolas-Favre, é uma doença infecciosa de
transmissão exclusivamente sexual, causada
pela bactéria Chlamydia trachomatis. Sua entrada no organismo ocorre através de
lesões na genitália, muitas vezes despercebidas, que eliminam a clamídia, atingindo o
parceiro sexual.
Cancro mole
Causada por uma bactéria chamada Haemophilus ducrey,
de contágio exclusivamente sexual. Sua principal característica é o surgimento de
várias lesões, entre 2 e 5 dias após o contágio – que ocorre pelo contato com a
secreção que sai das lesões do parceiro sexual. Tal secreção contém vários
hemófilos, o que torna fácil a transmissão.
É comum surgirem lesões nas coxas dos homens doentes, por auto-
inoculação, ou seja, quando a lesão da glande encosta na coxa transporta a bactéria,
surgindo uma nova lesão.
Herpes genital
É causada pelo Herpes simplex vírus (HSV), dos tipos I e II. Usualmente
provoca lesões nos órgãos genitais, cerca de 3 a 14 dias após o contágio, embora
possa provocar lesões em qualquer parte do corpo. O contágio pode ser sexual ou por
contato com fômites.
Antes do surgimento das lesões, pode haver sensação de ardor e prurido local.
As lesões regridem espontaneamente e o vírus permanece no organismo em estado
latente. Ao ser reativado, o quadro clínico é semelhante ao da primeira infecção,
porém mais brando. As recorrências de ativação do vírus estão ligadas ao estresse do
portador, exposição à radiação ultravioleta (luz do sol), febre e imunodepressão, entre
outros fatores.
O diagnóstico é feito basicamente através do exame
clínico. A herpes não tem cura, portanto, o tratamento é
voltado para o alívio dos sintomas, com a drenagem das
lesões e o uso de antivirais tópicos, até que o episódio acabe.
Podem ser usados antibióticos, no caso de complicações como
a infecção das lesões por bactérias. Alguns médicos
prescrevem vacinas específicas para estimular a defesa do
organismo, o que dificultaria a reativação do vírus.
Donovanose
É uma DST encontrada em países de climas tropical e subtropical, como o
Brasil. É causada por uma bactéria denominada Calymmatobacterium granulomatis,
transmitida pelo contato com as ulcerações presentes no doente.
Candidíase (monilíase)
É uma das DST mais freqüentes. É causada pelo fungo Candida albicans, que
habita a mucosa vaginal, sem causar sintomas em 10% a 20% das mulheres, e se
manifesta mediante condições de desequilíbrio da flora vaginal, como gravidez,
diabetes, Aids, uso de medicação imunossupressora e hábitos de higiene
inadequados,
dentre outras. A presença dessas condições permite que o fungo se multiplique e, com
sua superpopulação, produza os sintomas de candidíase.
Pediculose genital
É conhecida como “chato” ou ftiríase, tratando-se de uma infestação de piolhos
nos pêlos da região genital, especialmente na região do púbis, de uma espécie
diferente daqueles que infestam os cabelos e o corpo.
Giardíase e amebíase
A giardia e a ameba são protozoários freqüentemente presentes no trato
intestinal, onde tanto podem passar sem causar qualquer sintoma como podem levar à
ocorrência de distúrbios diarréicos severos e importantes, sendo mais freqüentes entre
as mulheres.
Pode ser causada pela higiene incorreta, pós evacuação, da mulher portadora
desses microrganismos trazendo restos de fezes para a mucosa genital, transportando
os parasitas.Isso ocasionará infecção vaginal ou uretral, que pode ser transmitida
através das relações sexuais.
Sua transmissão também pode ser facilitada pela realização de sexo anal,
seguido de sexo vaginal, sem utilização ou troca de preservativos.
Essa valorização do saber e dos valores do educando permite que ele se sinta
tranqüilo, confiante, e mantenha suas iniciativas. Este processo de educação da saúde
em contexto, respeitando e adequando os conhecimentos populares, de forma a
buscar a confiança e a integração com a comunidade, tende a gerar frutos excelentes,
provenientes do respeito e do livre convencimento. Na educação popular, não basta
que o conteúdo discutido seja do interesse do indivíduo, sendo fundamental que o
processo de discussão não se coloque de cima para baixo. A educação popular é um
instrumento de construção de uma ação de saúde mais integral e mais adequada à
vida da população.
A Educação Popular é
um instrumento metodológico
fundamental no sentido da
construção de um processo
de atenção à própria saúde e
à saúde integral do grupo
comunitário em que se esta
inserido.
Nesse processo a
educação visa que as
pessoas e os grupos sociais
assumam maior controle
sobre a própria saúde e suas vidas e em que a racionalidade do
modelo biomédico dominante seja transformada em práticas do
dia-a-dia. O indivíduo passa a viver em prol da própria saúde, pois
incorporou os hábitos necessários para mantê-la, não como uma
imposição, mas por consenso. Nesse sentido, a Educação
Popular não e mais uma atividade a ser implementada nos
serviços, mas uma estratégia de reorientação da totalidade das
praticas executadas na comunidade, na medida em que investe
na ampliação da participação da população, que uma vez,
dinamizada, passa a questionar e reorientar tudo.
O processo deve ser cauteloso para não ferir egos. O ideal é fazer com que a
pessoa chegue as conclusões esperadas sozinha, através de um processo de
raciocínio orientado de forma suave, mas, firme. Partir de situações concretas é uma
boa técnica. As rodas de conversa são bastante eficazes para isso, pois o assunto é
debatido de forma plena, abrindo várias oportunidades para a intervenção sutil e para
o redirecionamento que pode ser feito através de uma simples pergunta.
A Constituição Federal do
Brasil garante ao cidadão o direito de
ser assistido em suas múltiplas
necessidades, mas este mesmo
cidadão precisa estar consciente de
sua responsabilidade na busca por
melhores condições de vida.
Os zeladores
São aquelas pessoas que os outros procuram quando estão com problemas. Toda
comunidade tem zeladores, ou pastores, ou “mamães” . É aquela pessoa sempre
pronta a ajudar, a aconselhar, a consolar, a escutar.
Os captadores de notícia
São aquelas pessoas que sabem tudo o que esta acontecendo. São sempre os
primeiros a ficarem sabendo quando algo acontece. Falam bem e parece sempre
terem argumentos para todas as situações.
Os corretores
O corretor tem relações com amigos pessoais de pessoas-chaves do governo, ou da
industria, ou da diretoria do clube. São eles que podem conseguir as coisas, as
ajudas.
A quem você pediria ajuda se o
telefone do bairro não estivesse
funcionando?
A importância de localizar e captar estas quatro pessoas consiste em dois motivos:
• Elas tem as habilidades necessárias para organizar a comunidade, incentivar
as mudanças e mobilizarem a comunidade.
• As pessoas da comunidades irão ver se elas estão boicotando ou participando
dos projetos antes de tomarem suas próprias decisões em relação a aderir ou
não.
Deficiência
A perda ou anormalidade de uma
estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere
incapacidade para o desempenho de
atividade dentro do padrão considerado
normal para o ser humano.
Deficiência permanente
É aquela que não permite recuperação ou alteração apesar do aparecimento
de novos tratamentos, por já estar sedimentada pelo tempo.
Incapacidade
É a redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com
necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais.
Portadores de deficiência:
Habilidades adaptativas
Comunicação, cuidado pessoal,
pessoal, habilidades sociais, utilização da comunidade,
saúde, segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho.
trabalho
O ACS deve oferecer orientações necessárias para que a família saiba superar
os obstáculos do dia-a-dia.
dia. Deve conversar com a família sobre como
como lidar com as
limitações dos membros portadores de deficiência, tentando evitar o abandono e os
maus tratos.
Saúde da criança
A criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (PAISC),
em 1984, iniciou a reestruturação do atendimento às necessidades da saúde da
criança com cinco principais focos de atenção: crescimento e desenvolvimento,
aleitamento
to materno, orientação nutricional, assistência às doenças diarréicas e
infecções respiratórias agudas (IRA) e imunização.
Apesar das diretrizes acolhidas ainda temos altas taxas de
mortalidade perinatal, alta prevalência de recém-nascidos de baixo
peso, grandes diferenças entre as condições de saúde nos meios rural
e urbano e alto índices de gravidez na adolescência.
Cartão da Criança
Instrumento que permite visualizar vários aspectos
ligados às ações preventivas. Nele constam, informações
sobre o crescimento e desenvolvimento da criança, seu estado vacinal, ocorrência de
agravos e condições perinatais. Além disso, estão relacionados alguns dos passos do
desenvolvimento esperados para a criança em determinada faixa etária, e os
principais direitos das crianças e deveres dos responsáveis, contidos no Estatuto da
Criança e do Adolescente. De fácil utilização, permite tanto o preenchimento como a
interpretação de seus dados por qualquer profissional de saúde, desde que orientado.
É padronizado em todo o território nacional e pode ser utilizado no contexto da
unidade de saúde, em qualquer nível de atenção, ou nas atividades desenvolvidas
pelos profissionais nos mais variados espaços sociais. A guarda deste documento é
responsabilidade dos pais ou responsáveis pela
criança.
Acompanhamento do recém-nascido
recém de risco
Todas as ações preconizadas pelo PAISM são encontradas nas áreas técnicas
das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde (Coordenação dos Programas de
Saúde da Mulher), bem como nos manuais e normas técnicas elaborados pelo
Ministério da Saúde.
A principal e mais efetiva arma que contra ele dispomos é o seu diagnóstico
precoce mediante realização do auto-exame das mamas - procedimento que permite à
mulher participar do controle de sua saúde, uma vez que possibilita a identificação
precoce de quaisquer alterações das mamas.
O câncer de mama representa hoje a principal causa de morte por câncer entre
as mulheres brasileiras. Estimativas do INCA de 2003 indicaram 9.335 óbitos pela
doença e o surgimento de 41.610 novos casos somente naquele ano.
Planejamento Familiar
Segundo o Ministério da Saúde, embora 99,9% das mulheres conheçam algum
tipo de método anticoncepcional, apenas 76,7% das mulheres em idade fértil (15 a 49
anos) o utilizam.
Dentre todas as formas, a violência contra a mulher, tanto física quanto sexual,
vem se destacando. Muitas vezes, ocorre dentro de sua própria casa, realizada por
alguém conhecido :pai, marido, irmão, namorado,etc.
Ao ser procurado por uma mulher que sofreu violência, o profissional de saúde
deve estar capacitado nos programas especiais de atenção, para garantir que o abuso
por ela sofrido gere o mínimo de medo, culpa e baixa auto-estima, seja nos aspectos
físicos seja nos psicológicos. Além disso, o serviço de acompanhamento ginecológico
e obstétrico das unidades de saúde deve estar estruturado para realizar as condutas e
os encaminhamentos necessários.
Saúde do adolescente
Atenção ao crescimento e
desenvolvimento
Em todo o mundo diariamente, mais de sete mil jovens – cinco por minuto –
são infectados pelo HIV, perfazendo um total de 2,6 milhões por ano, o que representa
a metade de todos os casos registrados. Estima-se que 10 milhões de adolescentes
vivem hoje com o HIV ou estão propensos a desenvolver a AIDS nos próximos anos.
Aproximadamente, 80% das transmissões do HIV decorrem do sexo desprotegido; e
sabemos que o adolescente preocupa-se mais em evitar a gravidez do que em
prevenir as DST/AIDS. O ideal seria que sempre usassem o preservativo (masculino
ou feminino), que lhes proporciona essa dupla proteção.
A família do adolescente
Muitos problemas dos adolescentes têm origem nesse
contexto. Quando a equipe de ACS consegue detectar e
intervir junto a família, pode tornar-se elemento facilitador para
a resolução de problemas de integração do núcleo. Deve-se,
na medida do possível tentar envolve-las nas atividades
desenvolvidas com o adolescente.
Calendário de vacinação do adolescente
Saúde do idoso
A principal meta a ser alcançada tanto pelo PAISI como por qualquer outra
iniciativa voltada para os interesses dos idosos é a mobilização da família e da
comunidade para que assumam seu papel no processo de valorização dos idosos.
Promoção à saúde
As atividades ligadas à promoção à
saúde dos idosos devem ser realizadas junto
a eles próprios e à sociedade como um todo. Entretanto, faz-se necessário ter a clara
idéia de que um envelhecimento saudável começa na juventude, com a adoção de
hábitos saudáveis que irão gerar tranqüilidade no futuro. As atividades devem estar
voltadas para a divulgação de informações acerca do processo de envelhecimento
para o idoso, sua família e cuidadores de idosos dependentes. É importante mobilizar
a sociedade, de forma a facilitar e garantir o acesso e a permanência dos idosos em
todas as atividades físicas, laborais, sociais, etc.
Prevenção de agravos
O envelhecimento é fisicamente caracterizado por uma degeneração gradual e
progressiva dos órgãos, tecidos e metabolismo, acarretando enfraquecimento de
muitas funções. Há também perda de energia e alterações na aparência e condições
psicológicas.
As DST também merecem nossa atenção junto à saúde do idoso, pois com o
aumento da expectativa de vida e a melhora gradual da qualidade de vida, a
ocorrência dessas doenças vem crescendo nesta faixa etária, cujos conceitos sobre
sexualidade são mais difíceis de trabalhar em virtude de os idosos terem opiniões
formadas acerca de certos temas (como resistência à utilização de preservativos),
além da vergonha de falarem sobre esse assunto.
Ainda que nossa Constituição garanta direitos a todos, existe uma grande
diferença entre o que esta na lei e o que realmente existe. Todos tem direitos iguais,
portanto todos tem direito de exercerem suas diferenças. No entanto presenciamos
violência, preconceito, racismo, todos os dias. Nossa sociedade tem que evoluir, para
que o direito seja tão natural como o ar. Falta muito para uma sociedade
verdadeiramente livre, que assegure a todos os cidadãos seus direitos sociais,
políticos, econômicos e culturais. E serão as atitudes de todos, de cada membro da
comunidade que pode dar vida a lei.
Temos que nos rebelar contra o padrão imposto pela sociedade. Padrão pelo
qual todas as pessoas devem se pautar. São padrões raciais, culturais, físicos,
econômicos, religiosos, sexuais, idealizados e construídos pelas classes dominantes
que acabam por determinar desigualdades de direitos e exclusão social e econômica.
Exemplos de movimentos
• conselhos tutelares;
• conselhos de saúde;
• movimentos populares de luta e de defesa da cidadania;
• organizações não-governamentais.
Preconceito:
É um conceito ou opinião formada antecipadamente sem conhecimentos dos
fatos. Trata-se de uma idéia preconcebida. De um julgamento ou opinião formada
sem se levar em conta nenhum fato que possa a contestar. Suspeita infundada
apenas pela aparência de alguém, intolerância por pertencer a outro time de futebol,
ódio irracional ou aversão a outras raças, desrespeito a outras crenças e religiões, etc.
Estigma
É uma marca, um sinal, um atributo ou qualidade que desacredita um indivíduo
aos olhos do outro e provoca importantes conseqüências na forma como cada
indivíduo vê a si próprio. A qualidade a qual o estigma se refere pode ser, por
exemplo, a cor da pele, a forma de andar, práticas sexuais, coisas que a pessoa faz,
determinadas profissões, o sexo, pessoas portadoras de certas doenças como
hanseníase (conhecida como lepra), AIDS, sífilis, tuberculose, portadores de
deficiência física e mental, pessoas com desvio de comportamento social..
Discriminação
Discriminar, no contexto aqui abordado, significa marginalizar devido à
diferença.. A discriminação negativa ocorre quando uma pessoa é tratada de forma
desigual ou injusta, sendo essa distinção baseada no fato da pessoa pertencer a um
grupo particular, ou portar algum fator de diferenciação em relação à comunidade.
Raça
No Brasil, considera-se raça um grupo de pessoas parecidas fisicamente. No
entanto existe outro conceito: raça é um conjunto basicamente sociológico, uma
construção cultural e política, é um produto histórico do colonialismo. Utiliza-se raça
para identificar características biológicas que diferenciam os grupos humanos; cor da
pele e estatura, tipo de cabelo, formato do nariz e dos olhos etc.
Etnia
Etnia refere-se ao grupo biológico e culturalmente homogêneo, que se
identifica pelo mesmo nome, compartilha histórias de ancestrais ou origens comuns e
memórias de um passado coletivo. Um grupo étnico escolhe um ou mais traços físicos
e/ou culturais (idioma, religião, roupa, cor da pele) como marca étnica do grupo, a
importância destes traços físicos relaciona-se com a identidade grupal. Portanto, etnia
reflete uma concepção cultural e/ou religiosa e não só biológica, refere um povo
vinculado a uma língua, um território ou terras de origem.
Raça/etnia
Raça é uma caracterização de indivíduos segundo um traço físico (branco,
negro, amarelo, pardo, etc.), enquanto etnia é uma identificação de grupos humanos e
não uma caracterização de indivíduos
Racismo
O racismo fundamenta-se numa ideologia historicamente construída que
classifica os grupos humanos, baseada nas diferenças raciais de forma hierárquica, ou
seja, grupos superiores e inferiores, atribuindo esta inferioridade intelectual e moral a
fatores subjetivos como o lugar de origem, a cor da pele, entre outros.
Orientação Sexual
A sexualidade é um dos maiores tabus que nossa sociedade enfrenta, tendo
origem nos valores impostos pelas religiões de origem judaico-cristã que acabaram
por influenciar todas as outras culturas e religiões.
Estes valores entendem o sexo como uma coisa suja e pecaminosa, um ato
que se justifica apenas para a reprodução, sendo o desejo sexual e o prazer
apresentados como tentações indignas.
Não é incomum que a mulher seja “culpada” por ter “provocado” o molestador
ou estuprador, que só reagiu à falta de decoro feminino como “homem”. Da mesma
forma o sexo só é aprovado dentro do casamento, legalizado e abençoado pela igreja.
O sexo também só é considerado normal quando realizado entre pessoas de
sexos opostos. Por esta razão, durante muito tempo, foi considerado como doença,
como desvio de comportamento, e até como crime, a prática de relações sexuais entre
pessoas do mesmo sexo.
Homofobia
Reações homofóbicas são aquelas resultantes do desprezo e do ódio, alguns
psicólogos falam em medo, que alguns indivíduos experimentam pelos homossexuais,
lésbicas, bissexuais e transexuais.
O termo “heterossexismo” não é usual, sendo até mesmo pouco conhecido, por
ser relativamente recente. Há pouco tempo tem sido utilizado para nomear uma
opressão paralela, que suprime os direitos das lésbicas, gays e bissexuais.
Heterossexismo descreve uma atitude mental que rotula como inferior todo um
conjunto de cidadãos por professarem uma tendência sexual diferente.. Numa
sociedade heterossexista, a heterossexualidade é tida como normal e todas as
pessoas são consideradas heterossexuais e isso é institucionalizado através das leis,
órgãos de comunicação social, religiões e línguas. A sociedade impõe a
heterossexualidade como superior ou como única forma de sexualidade e isto é uma
violação dos direitos humanos, tal como o racismo e o sexismo.
Religião
A origem da palavra religião é o verbo religar cujo significado é ligar
novamente, ou seja, diz respeito à intenção do ser humano de ligar-se a Deus.
Por outro lado, existem milhões de pessoas que não professam religião
alguma, estas pessoas são chamadas de agnósticas. Também existem aqueles que
não acreditam na existência de Deus, estes são denominados ateus.
Nos presídios e hospitais padres e pastores tem livre acesso para atuarem em
suas funções de homens de Deus”, mas os sacerdotes de outras crenças, como das
religiões afro-brasileiras são impedidos e precisam lutar muito para conseguir
convencer os profissionais de saúde a permitir que eles realizem seus cultos e
orações. Recentemente o “Fantástico” e vários telejornais mostraram cenas de um
Xamã executando um ritual curativo de uma menininha em um hospital brasileiro,
foram grandes as dificuldades para conseguir a permissão e quando ela finalmente foi
dada o caso foi tratado como “crendice indígena”. Teria acontecido o mesmo se um
padre ou um pastor estivessem orando pela cura no quarto? Pensem nisso. Voltem
para o item preconceito e analisem o caso sobre este prisma.
O fato das pessoas terem ou não uma religião não significa que sejam
melhores ou piores. Possuir as qualidades de bom caráter, ter princípios, agir com
ética, lealdade, respeito, responsabilidade ou ter sentimentos de bondade ou amor são
independentes de ter ou não ter qualquer religião.
ONG
ONG é sigla de Organização Não-Governamental. São organizações privadas,
não-lucrativas, voltadas a um objetivo específico, operadas por trabalho voluntário
e/ou remunerado.
Movimentos Sociais
São ações coletivas organizadas na conquista e no exercício da cidadania,
tendo por fator de aglutinação ou horizonte de ação a defesa de valores fundamentais
à vida humana, como reivindicações vinculadas à superação de carências, conquista
de benefícios trabalhistas (salário, jornada de trabalho, benefícios da previdência e
assistência social), defesa da diversidade e inclusão social, preservação do meio
ambiente, proteção dos animais, justiça social, direito à posse da terra e moradia.
Naqueles aspectos que não estão previstos e contemplados por normas, mas
de alguma forma envolvem a profissão, cabe não mais a obediência ao dever
profissional, mas a ética na conduta como cidadão.
Cidadania é não destruir o bem comum, não agredir os diferentes, não sujar as
ruas, não pichar muros, não infringir as leis.
Bons Estudos!
Boa Sorte!
Bom concurso!
Referências Bibliográficas
www.famema.br/saudedafamilia/equipe1.htm
http://www.ccs.saude.gov.br/SUS20Anos/mostra/linhadotempo.html
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/multimedia/adolescente/violencia2.swf
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/caderno_de_educacao_popular_e
_saude.pdf
www.ufrnet.br/~lmoreira/.../Indicadores%20Epidemiologicos.ppt
DECRETA:
Art. 14. O gestor local do SUS responsável pela contratação dos profissionais de que
trata esta Lei disporá sobre a criação dos cargos ou empregos públicos e demais
aspectos inerentes à atividade, observadas as especificidades locais.
Art. 15. Ficam criados cinco mil, trezentos e sessenta e cinco empregos públicos de
Agente de Combate às Endemias, no âmbito do Quadro Suplementar referido no art.
11, com retribuição mensal estabelecida na forma do Anexo desta Lei, cuja despesa
não excederá o valor atualmente despendido pela FUNASA com a contratação desses
profissionais.
§ 1o A FUNASA, em até trinta dias, promoverá o enquadramento do pessoal de
que trata o art. 12 na tabela salarial constante do Anexo desta Lei, em classes e níveis
com salários iguais aos pagos atualmente, sem aumento de despesa.
§ 2o Aplica-se aos ocupantes dos empregos referidos no caput a indenização de
campo de que trata o art. 16 da Lei no 8.216, de 13 de agosto de 1991.
§ 3o Caberá à Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão disciplinar o desenvolvimento dos ocupantes dos empregos
públicos referidos no caput na tabela salarial constante do Anexo desta Lei.
Art. 17. Os profissionais que, na data de publicação desta Lei, exerçam atividades
próprias de Agente Comunitário de Saúde e Agente de Combate às Endemias,
vinculados diretamente aos gestores locais do SUS ou a entidades de administração
indireta, não investidos em cargo ou emprego público, e não alcançados pelo disposto
no parágrafo único do art. 9o, poderão permanecer no exercício destas atividades, até
que seja concluída a realização de processo seletivo público pelo ente federativo, com
vistas ao cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 19. As despesas decorrentes da criação dos empregos públicos a que se refere o
art. 15 correrão à conta das dotações destinadas à FUNASA, consignadas no
Orçamento Geral da União.
TÍTULO I
Disposições Preliminares
TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover
o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência
social.
CAPÍTULO IV
Do Direito à Saúde
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema
Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e
recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam
preferencialmente os idosos.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio
de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de
geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele
necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e
acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente
conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e
outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de
valores diferenciados em razão da idade.
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão
atendimento especializado, nos termos da lei.
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante,
devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua
permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento
conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o
direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta
será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser
contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil
para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso
em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o
atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação
dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-
ajuda.
CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,
produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas
idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial
adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da
capacidade visual.
CAPÍTULO VI
Da Profissionalização e do Trabalho
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas
condições físicas, intelectuais e psíquicas.
CAPÍTULO VII
Da Previdência Social
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por
responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado
para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do
efetivo pagamento.
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme
os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política
Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social – Loas.
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos
termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per
capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar
contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.
§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de
participação do idoso no custeio da entidade.
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência
Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1o, que não poderá exceder
a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistência
social percebido pelo idoso.
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o
contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo
familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.
CAPÍTULO IX
Da Habitação
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta,
ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em
instituição pública ou privada.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será
prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou
carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter
identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação
pertinente.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de
habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com
alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas
condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos,
o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o
seguinte:
I – reserva de 3% (três por cento) das unidades residenciais para atendimento
aos idosos;
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de
acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria
e pensão.
CAPÍTULO X
Do Transporte
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados
10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a
placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65
(sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições
para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco
por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser
posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.
TÍTULO III
Das Medidas de Proteção
CAPÍTULO I
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
III – em razão de sua condição pessoal.
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas,
isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou
o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as
seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar
ou domiciliar;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à
pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de
ações governamentais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão
competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão
competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua
falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os
regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os
princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa
permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e
externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito
e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso
responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem
prejuízo das sanções administrativas.
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o
acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito
das respectivas instâncias político-administrativas."
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e
privados recebidos pelas entidades de atendimento.
CAPÍTULO IV
Das Infrações Administrativas
CAPÍTULO V
Da Apuração Administrativa de Infração às
Normas de Proteção ao Idoso
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados
anualmente, na forma da lei.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado
da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença
do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente
aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da
iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou
pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa
abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções
regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser
adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
fiscalização.
CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade ou
outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso,
mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer
resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
TÍTULO V
Do Acesso à Justiça
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos
termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e
interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do
idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial,
de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e
oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de
risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o
disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses
previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de
não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva,
inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades
municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como
promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração
de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao
idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao
idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os
programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou
judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde,
educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de suas
atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos
nesta Lei.
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste
artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá
livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente
o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos,
requerer diligências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que
será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
CAPÍTULO III
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indisponíveis ou
Homogêneos
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por
ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento
insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação
incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção
judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos,
próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do
idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as
competências da Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais
indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que
incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa,
dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e
dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis
todas as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas
normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao adimplemento.
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa diária ao réu,
independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença
favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde
houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando
vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em
julgado da decisão serão exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério
Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso
de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público,
o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou
omissão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas
no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou
requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser
inferior a 10 (dez) dias.
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou de peças
informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público.
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho
Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério
Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões escritas ou
documentos, que serão juntados ou anexados às peças de informação.
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será designado outro
membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
TÍTULO VI
Dos Crimes
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código
Penal e do Código de Processo Penal.
CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não
se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio
ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os
cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua
assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de
autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à
saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de
ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da
ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de
ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa
deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos
ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar
recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração
para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus
atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
TÍTULO VII
"Art. 121.
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
"Art. 133.
§ 3o .
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
"Art. 140
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia,
religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
"Art. 141
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no
caso de injúria.
"Art. 148
§ 1o.
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60
(sessenta) anos.
"Art. 159.
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando
ou quadrilha.
"Art. 183.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos."
"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho
menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou
maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou
faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo:
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a
vigorar com a seguinte redação:
"Art. 18
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um)
anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha,
por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de
autodeterminação:
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por
crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa
do País.